Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 33
Só não hipnotize as crianças.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, o cap final da fic *--------------* espero que gostem :)))



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O sol parecia mais belo naquela manhã. Seu calor abraçava minha alma, aquecendo-a a cada segundo.

No ar, um delicioso aroma de ovos recém mexidos com bacon tostadinho, pairava, invadindo vagarosamente cada cômodo daquele típico sobrado americano de cor branca.

Dormindo na minha frente, havia uma bela princesinha raivosa, com os seus longos e lisos cabelos escuros, espalhados por todo o travesseiro onde repousava a cabeça. O edredom branco cobria metade de seu frágil e perfeito corpo cansado. O sol batia fraco nela. Era questão de tempo até ela se irritar e se libertar do enorme edredom.

–Teresa? – Eu a chamei, sacudindo-a suavemente – Acorde.

–O que foi? – Ela nem ao menos se esforçou em abrir os olhos – É o nosso dia de folga, me deixe dormir.

–Teresa. – Persisti, sacudindo-a novamente – Você precisa acordar.

–Ao menos que a casa esteja pegando fogo ou que as meninas tenham sofrido algum acidente grave, não me acorde. – Ela mergulhou o rosto no travesseiro, evitando me encarar.

–Então tudo bem... Eu acho que vou ter que comer toda essa deliciosa comida, sozinho e solitário...

–Comida?! – Lisbon se virou em um pulo e encarou a bandeja de coisas para o café da manhã que eu tinha preparado. Uma expressão culpada surgiu em sua mente – Me desculpe, amor. Eu não sabia que você tinha feito um café para mim...

–Tudo bem – A esperei se sentar e coloquei a bandeja sobre ela – Espero que goste.

–Como não gostar dos seus ovos mexidos? Quase um desafio.

–Eu sei disso, querida – Beijei sua testa, acariciando os cabelos escuros.

–Sabe... – Ela deu a primeira garfada nos ovos – Eu sinto como se você estivesse com segundas intenções comigo.

–Eu?! Segundas intenções? – Fiz uma cara de pasmo, brincando – Imagine...

–Agora eu tenho certeza. – Ela esperou um pouco, antes de prosseguir – O que você está escondendo de mim? Posso saber?

–Que eu saiba, a única pessoa aqui que está escondendo algo aqui é você.

–Eu? Como assim? Eu não escondo nada de você... Nem tem como...

–Exato. – Sorri – Você está escondendo algo de mim, porém pensou que eu não soubesse disso. Ou que eu não fosse descobrir...

–Patrick, eu não estou te escondendo nada.

–Tem certeza? – Eu a encarei friamente, esperando uma confissão que certamente viria.

–T...Tenho, eu acho.

–Absoluta? – Esperei uns segundos, recebendo uma leve assentida com a cabeça – Então por que você comprou um teste de gravidez?

Lisbon estava surpresa, porém ao mesmo tempo um pouco zangada. Principalmente pelo fato de ela ter guardado o teste em sua gaveta de roupas intimas.

–Eu queria muito perguntar o porquê de você remexer na minha gaveta de calcinhas, mas eu tenho medo da resposta.

Eu dei uma risada nervosa.

–É uma historia bem curiosa, mas eu prefiro contar isso para você depois. Com mais calma... Paz... Sem o fato de você ter uma arma na cabeceira da cama.

Teresa permaneceu séria, provavelmente desejando que eu não fosse o pai de suas filhas e ela pudesse atirar bem na minha testa, sem ter que enfrentar a culpa depois.

–Então? – Eu quebrei o silencio – Você já sabe...?

–Não é tão esperto, adivinhe por si só!

–Meh, tem certeza disso?

–Não ouse. – Ela cruzou os braços e virou o rosto, mordendo os lábios delicadamente – Eu não fiz o teste ainda – Revelou levemente aflita.

–Por que não?

–Porque eu estou com medo da resposta.

Vi a sinceridade em seus olhos verdes. Senti uma imensa vontade de abraça-la e dizer que tudo estava bem, e uma nova criança seria mais do que ótima para nosso casamento.

–Não precisa temer, querida – Eu coloquei sua bandeja de lado e me aproximei dela, pegando em sua mão – Ter mais filhos seria perfeito.

–Perfeito?! Como pode dizer isso? – Questionou-me aumentando o tom de voz – Emily parou de chupar chupeta por esses dias... E a Melody? Ela não larga aquela mamadeira nojenta, mesmo depois dos copinhos de plástico fofos que eu comprei para ela! E você ainda fala de querer mais filhos?

–Ambos sabemos que a Melody poderia largar da mamadeira em questão de segundos, se você quisesse...

–Jane, sem hipnotizar as crianças, por favor. Há outros métodos.

–Meh, seria rápido e indolor para ela.

–Seria errado.

–Teresa, querida... – Acariciei seu braço desnudo – Você venceu esta discussão da primeira vez, está bem? Eu não hipnotizei e não hipnotizarei nenhuma das nossas filhas, ok?

Ela fez uma careta, permanecendo em silencio.

Eu sabia que isso provavelmente ocorreria, ainda mais com esse assunto tão delicado.

Era obvio que Teresa não queria mais filhos. Os dois primeiros anos das garotas foram cansativos e agora que finalmente as meninas fizeram três anos – o que não ajuda muito, pois elas estão na idade de descobrir que o pote de biscoito, fica sobre a pia e com um pouco de companheirismo e uma cadeira, este poderá ser todo delas – Teresa descobre que está grávida novamente. Seria péssimo, se não fosse a Teresa.

Isso mesmo, Teresa. A mulher dos olhos verdes mais brilhantes que eu já vi na Terra.

Teresa amava crianças e desejava mais do que eu, ter outro filho. Mesmo que ela não deixasse isso muito explicito. Mesmo que nem ela mesma soubesse desse fato.

Ela queria essa criança e ponto.

–Mamãe? – A voz infantil ecoou pelo quarto. A pequena garota loirinha e de olhos verdes, estava parada na porta, com sua mamadeira pendurada dentre os dentes em formação. Era Melody.

–Querida, o que foi? – Sorriu, esquecendo-se por um segundo que estava no meio de uma discussão comigo.

–Eu quero mama. – Ela correu para a nossa cama e mostrou a mamadeira quase vazia.

–Querida... – Lisbon olhou para mim como se falasse “te disse, idiota” – Essa mamadeira é nojenta, por que não toma no copinho?

–Não quero copinho, quero mama.

Lisbon rosnou. Suas filhas tinham a minha teimosia e isso a deixava louca.

–Amor, por que não vai tomar um banho? Deixe que eu faço a mamadeira dela e acordo a Emily – Sugeri sem esconder um brilho diferente no olhar.

Sim, eu iria aprontar alguma. E ela sabia disso.

–Eu vou, mas não faça nada que vá se arrepender depois, Patrick.

–Tipo?

–Tipo hipnotizar as crianças. Estou falando sério.

–Eu não vou, não se preocupe. Vá tomar o seu bainho e eu cuido delas.

Ela deu um breve sorriso, seguido de uma expressão duvidosa. Quando ela finalmente entrou no banheiro, eu dei inicio ao meu plano.

**

–Patrick, Patrick, onde você está? – Lisbon gritava pela casa, procurando-me por todos os cantos – Você está aqui?

–Estou aqui na sala com as crianças, amor.

Quando ela desceu as escadas, suas sobrancelhas se arquearam e ela cruzou os braços. Parecia meio incrédula.

As meninas estavam vestindo maiozinhos e segurando baldinhos e pás. E eu vestia uma bermuda cinza e uma blusa branca. Sim, íamos para a praia. E sim, Lisbon queria me matar.

–Praia? Hoje?

–Agora.

–Jane! – Ela bateu os pés – Não acho que dev....

–Tarde demais, vamos para a praia.

–Mas eu nem estou vestida.

–Eu já separei a sua roupa de banho e a coloquei em sua bolsa de praia, junto do protetor solar e chapéu. Não tem com o que se preocupar.

–Jane... – Eu sorri e segurei em sua mão – O que você quer com isso?

–Apenas tirar um dia de folga, você merece.

–Você ainda quer tocar no assunto “bebê” comigo. – Afirmou convicta. Estava certa.

–Vamos conversar com calma, na praia, sentindo a brisa, tomando um suco de frutas...

–Você é muito teimoso.

–Sim. Agora princesinha, vamos? As crianças querem ir à praia, não querem?

–Sim! – Elas gritaram em uníssono.

–Então vamos.

**

Se eu não a conhecesse, provavelmente acharia que ela estava brava comigo. Porém, eu sabia que não. Teresa estava adorando aquilo.

Já vestida com seu biquine preto, Lisbon observava o mar, deitada entre minhas pernas, com a cabeça encostada em meu peito desnudo, com o corpo sendo acariciado gentilmente, por ninguém menos do que eu.

Melody e Emily estavam do nosso lado, uma fazendo um pequeno buraco e outra juntando a areia para fazer um castelo. Ou algo parecido com isso.

–Sabe Teresa, eu sei que você está com medo de estar grávida. – Afirmei. Vi seus olhos revirarem – Mas você tem que saber, que eu ficaria feliz com a novidade de uma nova criança. Você sabe que eu amo crianças.

–De novo com isso? – Teresa levantou um pouco a cabeça, encarando-me com seus olhos verdes – Eu sei que você ama, eu também amo. Mas pense em quanto trabalho a mais nós teríamos.

–Eu iria te ajudar, você sabe disso. Eu te ajudei com as meninas, por que não te ajudaria com mais duas? – Ri.

Ela me deu um tapa forte na perna.

–Vira a boca pra lá, Patty.

–Mamãe! – Emily gritou – Não pode bater no papai.

Eu sorri enquanto Lisbon mordia os lábios, totalmente contrariada.

–Pagou as crianças para fazerem isso?

–Se diz doces, sim. – Sorri novamente. – Mas você está fugindo do assunto principal, Lisbon.

–Não est... – Suspirou alto – Está bem, está bem. Eu me rendo. – Seu olhar se encontrou com o meu e um leve sorriso brotou em meu rosto – Eu vou fazer o teste hoje. Mas me prometa que depois disso, você me deixará em paz.

–Eu prometo, minha pequena princesinha – Beijei sua testa com delicadeza, sentindo os olhares infantis sobre nós.

–Isso é nojento – Emily comentou baixinho.

–Isso se chama amor, querida – Respondi, deixando a pequena um pouco confusa.

–Amor é nojento – Minha pequenina loira dos olhos verdes palpitou.

–Espero que você nunca mude essa opinião, Melody. – Eu respondi– Não consigo imaginar as minhas pequeninas namorando.

–Prevejo um futuro pai ciumento.

–Eu?! Não.

–Sim.

–Não.

–Sim.

–Tá, talvez um pouco.

–Sim, e você não quer admitir.

–Se eu admitir, ganho um beijo?

–Hum, sim.

–Ok, eu vou ser um pai ciumento com minhas duas princesinhas. Satisfeita?

–Muito.

–Então...?

Lisbon se virou, inclinando-se sobre mim e com as mãos pousadas em minhas coxas, ela suavemente beijou meus lábios.

Mordendo os lábios com sensualidade, ela passou a ponta dos dedos pelo meu rosto, especialmente na região da boca.

–Sabia que eu gosto dos teus fios de barba? Te deixam... atraente.

–Mais?

Ela me beliscou de leve no braço.

–Convencido.

**

A medida que o tempo passava, o sol ia diminuindo seu brilho vagarosamente, nos convidando para partir de volta a Sacramento.

No carro, as pequenas estavam praticamente desmaiadas sobre o banco traseiro, enquanto a mãe das mesmas continuava pensativa sobre a conversa que tivemos mais cedo.

Em casa, fiz questão de ajudar Lisbon a dar banho nas meninas e coloca-las na cama logo em seguida.

Cansada, Teresa tomou um banho e como prometido, fez o teste, me deixando sozinho no quarto com duas taças de vinho pela metade e muita esperança.

–Patrick. – Sua voz feminina ecoou pelo nosso aposento. Teresa estava com o a camisola preta de cetim que eu havia dado no ultimo aniversario de casamento e uma expressão confusa, como se não soubesse que emoção demonstrar primeiro em meio a inúmeras.

–E então? – Sorri, dando um gole no vinho – Quer um pouco?

–Não... Quer dizer... Não posso. – Ela respirou fundo e sorriu, deixando lágrimas correrem – Deu positivo, Jane. Estou grávida novamente!

Coloquei a taça na cabeceira da cama e corri abraça-la. Era uma noticia ótima, maravilhosa.

Quem diria que eu teria mais um filho?

–Você não brincava quando dizia que teríamos uma família de ciganos – Relembrou-me, limpando suas lágrimas em minha blusa.

–Não brinco em serviço.

–Jane! – Ela passou a me olhar. Aqueles olhos verdes esmeralda que eu tanto amo, brilhando de tanta felicidade, como da primeira vez que ficou grávida.

Como no dia do nosso casamento.

–Agora temos que contar para as crianças... – Ela disse – Acho melhor você contar.

–Meh, cada coisa em seu tempo. Isso é amanhã e o dia de hoje ainda não acabou... Ainda temos que comemorar. Afinal, nós merecemos, não?

–Claro que sim. – Nossos lábios se encontraram, enquanto eu caminhava de costas até a cama.

–Espero que o nosso bebê tenha os seus olhos – Eu disse, mirando as esmeraldas mais belas do universo.

–E eu espero que ele tenha os teus cachinhos loiros.

–Dessa forma, o nosso bebê vai parecer um anjo – Tomei seu pescoço para mim, deslizando minhas mãos pelas suas coxas.

–Igual a você.

Parei o beijo e olhei para o fundo dos seus olhos, sentindo sua respiração ofegante contra a minha.

–Eu te amo, Teresa. Você e essa linda familia que nós construímos. Eu tenho sorte de tê-la comigo... Você é a luz da minha vida.

–Patrick... – Uma lágrima rolou pelos olhos úmidos – Eu te amo tanto que não conseguiria imaginar a minha vida sem você. Eu não sou nada sem você... Eu te amo, Patty. Para sempre.

Para todo o sempre.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Então é o fim :(( Bom, saibam que eu não vou parar por aqui. Logo logo, eu e a Ginna, vamos postar uma nova fic aqui *--* além que eu tb vou postar dois oneshots que eu achei perdidas aqui no meu note. Eu espero que gostem.
Tenho que agradecer a todos os reviews fofos, ideias, opiniões, essas que sempre foram mt importantes pra mim *--*. Obrigada a todos os favoritos, e foi com essa fic que eu conheci a Ginna linda e a Babs além de outras pessoas fofas *----*.
Tb tenho que agradecer a Rita, Daniele, LaneSnape, Leticia, Paola, Tamires, Jheni e Cristina :)) mt obg.
Bom, então muito obg por tudo e fimmmmmmmmmmm :DD
Beijinhos *---*
ps: Se eu esqueci alguem, me perdoe por favor :)