Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 3
Chá quente


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os reviews,amo todos vocês *----*



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Eu estava na cozinha, preparando um chá quente. Era tudo que eu precisava naquele momento difícil.

Enquanto eu despejava um pouco de água fervente na minha xícara, senti que alguém estava atrás de mim, me observando. Quando eu me virei, eu vi Lisbon, parada, com um feição séria , mas não brava.

–Jane....Você está bem? – Ela perguntou com um tom evidente de preocupação em sua voz.

–Estou – Menti, dando um gole rápido no meu chá quente e como consequencia, queimando a ponta da lingua.

–Você está magoado – Teresa concluiu, se aproximando vagarosamente de mim.

–Eu não estou, por que eu estaria?

–Aquela pergunta indelicada que ele fez...

–Teresa... –Coloquei minha xícara sobre o balcão e lhe dei um abraço, que demorou alguns segundos até ser correspondido. Se eu a conheço bem, aposto que deve ter ficado envergonhada.

–Jane... Nós somos amigos, você pode me contar as coisas – Ela sussurrou perto do meu ouvido. –Somos amigos, não somos?

Ouvir aquilo me deixava mal. Sentia vontade de contar o que estava acontecendo a ela, mas simplesmente não conseguia. Era como se as malditas palavras não saíssem da minha boca.

– Somos...

Nós nos afastamos e eu pude ver em seus olhos verdes, a preocupação comigo, uma preocupação que eu desejava tanto que ela não tivesse. Eu iria engana-la até quando? Até quando eu iria viver nessa mentira?

Suspirei alto, pensando em alguma desculpa para me retirar o mais rápido possível dali e não precisar olhar naqueles olhos, que me fazem lembrar em quão idiota eu sou.

–Já que eu já fechei esse caso, eu acho que posso sair mais cedo...resolver problemas.

–Problemas? - Ela perguntou mostrando-se pensativa por alguns instantes – Que tipo de problemas?

–Nada de mais...Apenas o meu quartinho de motel que está com o chuveiro queimado. –Menti, observando sua expressão facial. Não sabia se ela iria acreditar, e o que eu menos precisava agora era dela desconfiada de mim.

–Tá bom, vai mas vê se atende aos meus telefonemas. Eu ligo se tiver um caso novo. – Ela concluiu.

–Obrigado – Sorri e sai andando em direção ao elevador.

–Jane – Ela gritou me chamando – Não vai beber o seu chá?

–Mehh, Pode beber se quiser.

–Tá bom – Respondeu,fazendo uma cara como se estranhasse a minha resposta.

Peguei o meu carro e corri para um grande shopping local. Há três dias atrás, ouvi Grace comentando com Cho que estava tendo uma liquidação de roupas em uma loja de roupas, famosa por suas liquidações fora de época . Seria a oportunidade perfeita para comprar as roupas de Lorelei sem precisar gastar muito.

Após atravessar vários corredores quase vazios, cheguei a porta da loja. Confesso que fiquei meio perdido entre tantas roupas femininas.

Como Grace havia dito,as roupas estavam com preços ótimos. Elas não faziam muito o estilo de Lorelei, eram mais românticas como a ruivinha, a maioria tinha grandes laços na cintura, babados e detalhes em rendas de diversas cores. Simplesmente não conseguia enxerga-la usando qualquer uma daquelas peças. Mas, mesmo assim, eu iria compra-las.

Foram um pouco mais de uma hora e meia naquele lugar, segurando uma sacola rosa choque de compras, com aproximadamente vinte peças de roupas variando de camisolas de algodão indicadas pela Teresa até calcinhas vermelhas de lycra com bolinhas brancas. Eu estava sendo constantemente observado pelas vendedoras sorridentes, que estranhavam - E eu sentia que algumas até me admiravam - por levar tantas roupas femininas em um dia só para o que elas acreditavam, ser a mulher de minha vida.

Confirmei isso quando passei no caixa e a moça comentou com a voz doce:

– Nossa, sua esposa é uma mulher de sorte. Gostaria de ter um marido como o senhor.

Eu dei risada, envergonhado. Acho que ela percebeu e não disse mais nada.

Já era fim de tarde quando sai do shopping. Antes de ir para o meu quartinho de motel, passei em um supermercado e enchi uma cestinha pequena de compras com iogurtes, biscoitos, bolinhos, saladas, chás de diversos sabores e comidas pré-aquecidas. Era o suficiente para nós dois sobrevivermos por algum tempo.

Coloquei tudo no porta malas junto as roupas. Finalmente dirigi até o motel .

De fora eu pude ver que a luz do quarto estava acessa e a cortina fechada. Eu confesso que estava receoso em deixa-la sozinha por muito tempo lá. Curiosa, iria explorar cada caixa, armário, gaveta até achar o que queria. O que me trazia um pouco de alivio era que tudo que eu tinha relacionado com Red John, eu guardava no meu outro quarto, na CBI.

Com certa destreza, peguei todas as sacolas de dentro do porta malas e parei na porta do quarto, girando a maçaneta rapidamente.

Ao abrir a porta, reparei que o quarto estava totalmente o oposto do que mais cedo. O chão estava tão limpo que era possível ver o reflexo nele, os talheres sobre o pequeno balcão da minha cozinha improvisada, brilhavam e as minhas roupas estavam todas dobradas e arrumadas sobre a minha mesinha. O quarto cheirava a lavanda, o meu desinfetante favorito que eu guardava no armário do banheiro. Sim, Lorelei mexeu em tudo, mas pelo menos arrumou o quarto, coisa que eu estava prometendo a mim há tempos.

Lorelei estava deitada sobre a cama, usando apenas roupas intimas, com os cabelos presos em um lindo coque. Ao me ver, ela abriu um grande sorriso e correu na minha direção, me ajudando com as sacolas e as colocando delicadamente sobre a cama.

Voltei rapidamente ao carro e o tranquei, correndo de volta para o quarto logo depois.

Mal fechei a porta e Lorelei veio me dar um beijo.

–Amor, você chegou mais cedo – Comentou me olhando carinhosamente,abraçada a mim.

–Resolvi o caso e tive o dia de folga, a propósito – Me soltei dela e fui pegar as compras do mercado – Comprei algumas coisas... Espero que goste de salada, comprei bastante.

–Claro que gosto amor, obrigada. – Ela logo foi mexer nas sacolas de roupas, ansiosa – Vejo que comprou as roupas que eu tanto queria.

–Não sei se você vai gostar muito delas...

Lorelei retirou de dentro de uma das várias sacolas de roupas, uma blusa com babadinhos rosa. Ela fez uma cara de estranheza e me encarou séria:

–Ahh,realmente não fazem muito o meu estilo...Mas eu gostei, gostei sim – Ela claramente mentiu, sorrindo falsamente para mim – Mas pelo menos com essas roupas é menos perigoso que Red John me encontre.

–Como assim?

–Red John está atrás de mim, Patrick. Eu sou uma ameaça a ele.

Realmente Lorelei era uma ameaça enorme a ele. Deixa-la viva seria brincar com a sorte.

–É por isso que você chegou sem bolsa alguma,certo? Por que Red John e suas “ferramentas” cercaram sua casa e todos os lugares que você costumava frequentar, lhe deixando sem escolha.

–Sim.

–E por que você acha que está segura comigo? Ele sabe aonde eu moro, onde trabalho... Ele pode muito bem vir aqui e nos matar.

–Eu sei disso Patrick, mas com você é diferente... Ele sente uma simpatia muito forte por você, ele acha que vocês podem ser amigos... Enquanto eu estiver com você eu estou salva.

Dei um suspiro alto e sorri tentando pelo menos uma vez na vida esquecer o assunto “red John”, pelo menos hoje, já que eu tive um dia super cansativo e precisava de um descanso muito mais que merecido.

Retirei meu pacote fechado de chá de morango de dentro da sacola plástica do supermercado e sugeri sorrindo:

– Que tal bebermos um delicioso chá de morango e assistir um pouco de tv?

– Seria maravilhoso amor. – Respondeu sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Bom,antes que tentem me matar eu juro que vai acabar logo essa fase da fic de dia-a-dia do casalzinho. A fic vai começar a esquentar nos proximos capitulos,não garanto que seja a prox mas acho que a depois dessa.