Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 28
Sentimentos ocultos


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente :) td bem?? ainda estão vivos dps desse ultimo epi e aquele final u.u onde Red John brinca com a Tessy *--* kkkkkkkk e brinca com o Patty tb, ele mereceu.

Obrigado pelo review e espero que curtam o cap :))

Beijos ♥



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–Eu nunca pensei em te perder. Quer dizer, não dessa forma. Achei que íamos morrer juntos, abraçadinhos na cama, que nem em Titanic, sabe? Igual àquela cena que um casal de idosos morre, quase no final... Eu nunca te contei isso, mas eu chorei muito naquela cena, imaginando nós dois... Nós dois faríamos isso? Quer dizer, você iria preferir morrer comigo, ou tentar fugir? Mesmo sabendo que não teria como fugir...

Meu rosto estava soterrado no meio dos braços da Teresa. Seu perfume era o único cheiro que eu conseguia sentir. Ela me balançava para frente e para trás, como um bebê recém-nascido.

Teresa estava desabafando todos os seus sentimentos ocultos, há mais de uma hora. Para ela, eu ainda não tinha acordado.

Para ela, eu estava prestes a morrer.

Sim, eu sei. Eu não deveria fazer uma coisa dessas, ainda mais com a Lisbon, que aparentemente estava bem preocupada comigo. Mas, eram confissões guardadas a sete chaves, coisas que eu já sabia – obvio – mas, mesmo que implorasse, ela nunca me contaria. Não assim.

–E, eu realmente quero ter uma vida com você. Quero morar em uma casa bonita, fazer macarrão aos domingos, ter um gato chamado felino... E sobre os nossos filhos – Senti suas mãos me apertarem contra meu corpo – Se for para ser uma mulher cigana, e ter quatro pequeninos Janes, como você... Eu aceito. Eu tinha dito que não queria, mas eu menti. Todas as noites, Patrick, eu desejo mais do que nunca antes de dormir, ter uma grande familia... Com um menininho loiro igual a você, ou quem sabe uma menininha loira... Seriam lindos como o papai...

–Não se esqueça de que, para a menina ficar mais bonita ainda, ela teria que ter os seus olhos verdes. – Minha voz saiu tão abafada, que pensei que ela não teria ouvido.

–Patrick! – Ela afastou o meu rosto do seu pequenino corpo – Você acord... Pera ai – Ela me encarou brava, enquanto eu forçava um sorrisinho inocente. –Você escutou tudo, não foi?

–Meh... O que eu posso dizer?

Lisbon me deu um tapa forte sobre os meus ferimentos de choque, bem nas minhas costas. Protestei, reclamando de dor.

–Cuidado! Estou machucado ainda.

–Esqueça tudo o que eu te disse. Era tudo mentira.

Eu sorri, ainda com a cabeça aconchegada em seus braços.

–Você sabe que, se estivéssemos no Titanic, eu manipularia todo mundo para que te deixassem ir no bote.

–E você? – Perguntou, ficando com as bochechas levemente ruborizadas.

–Meh, você sabe. Eu iria te esperar dentro do navio de resgate, na manhã do dia seguinte, com os cabelos molhados e um longo sobretudo grosso por cima.

–Você já percebeu que, de qualquer forma, você iria me matar de preocupação?

–Meh, olha quem fala... Você quase me matou de susto... Você sabe o que aconteceria comigo se eu descobrisse que você... –Eu não conseguia completar a frase – Que você estivesse... Morta?

–Jane... – Ela acariciou o meu cabelo, depositando os dedos entre os cachos amarelos – Você veio me resgatar, você é o meu herói, sabia?

Seus olhos se encheram de lágrimas. Eu não queria vê-la chorar. Não por mim, novamente.

–Sou seu súdito leal, princesinha raivosa. Estou ao seu dispor.

Ela riu baixinho.

–Cadê o cavalo branco?

–Meh, o cavalo branco é passado. Para a princessinha raivosa eu ofereço um citroen azul-bebê.

–Oh, eu fico lisonjeada, súdito Jane.

–Patrick, me chame de Patrick, princesa – Sentei-me a sua frente, puxando sua mão para mim, e beijando-a delicadamente – Prazer em servi-la.

Ela me encarou, ainda sorridente. Como instinto, aproximei o meu rosto do dela e o tão aguardado beijo de reencontro, finalmente aconteceu. Seus lábios tinham gosto de sangue, não muito diferentes dos meus.

Porém, a falsa felicidade acabou. E a preocupação tomou conta de mim.

–Ele... Ele não fez nada com você, fez? – Eu a abracei, fazendo-a sentar quase sobre o meu colo. Era minha hora de conforta-la. – Quer dizer, ele não te “tocou” em algum outro lugar... – As palavras saíram cuspidas. O medo da resposta me fazia temer a pergunta, como se eu fosse me arrepender disso. Ou talvez não.

–Não, ele não abusou de mim – Ela revelou, tirando um peso das minhas costas – Na verdade, ele até me protegeu um pouco. Lorelei queria me machucar mais... Lorelei queria me fazer perder a criança, mas ele não deixou. Eu sei que tem algo por trás disso, mas por enquanto, pelo menos, a minha criança ainda está a salvo.

Red John tinha planos, ou para Lisbon, ou para o bebê.

Planos estes, que eram maiores do que Lorelei.

–Eu... Eu prometo, que tudo vai acabar bem – Acariciei seu rosto com a ponta dos dedos. Suas lágrimas limpavam suas bochechas, agora tão pretas e com manchas de sangue – Você vai ter essa criança, meu amor. Nós vamos conseguir sair daqui.

**

Na janela do quarto, podia-se apenas ver um pouco de mato, e um pedaço do céu. Já era noite. A lua cheia dava o ar de sua graça, iluminando aquela noite tão negra.

Lorelei, Bob ou até mesmo Ray, não nos visitaram naquele quarto desde a hora que me jogaram ali dentro. Tampouco nos deram algum tipo de comida ou água.

Por mim, tudo bem. Eu conseguia aguentar isso. Agora, Lisbon... Ela estava grávida. Ela necessitava de uma certa quantidade de nutrientes por dia. Se ela não conseguisse isso, ela acabaria perdendo o nosso filho em questão de dias.

Eu sabia que Red John estava fazendo aquilo para nos deixar fracos suficientes, para não tentar fugir. Afinal, Ray sabe que se eu quiser, eu consigo fugir.

Entretanto, sem forças para nada, como eu ira escapar no meio daquela mata fechada? Quase em uma ilha. Onde o mar impedia que nós fossemos para muito longe.

E para completar, Teresa havia me contado que não estava comendo nada desde o dia anterior –na festa de despedida. Ela realmente seguiu o meu conselho de não aceitar comida de estranhos, pois poderia ter remédio abortivo.

E ela estava completamente certa. Lorelei, impedida de espanca-la, iria tentar matar esse bebê de outra forma. Qual a outra forma possível? Sim, dar comprimidos diluídos na comida.

–Boa noite – Lorelei nos cumprimentou. Estava com a mesma roupa de antes, só que agora, com o cabelo preso em um coque – Espero que estejam ansiosos para a hora do jantar.

Ela parou na nossa frente, com dois pratos de comida. Duas pequenas porções de ovos mexidos, além de uma garrafa de água mineral, graças a Deus, lacrada.

–Aproveitem bem, porque só temos isso - Ela prosseguiu – Fiz com muito amor e carinho.

O sadismo era visível a olho nu.

Eu ainda não acreditava que ela estava junto do Ray novamente. O cara que estragou a sua vida, matou sua irmã e seu bebê. Praticamente a afastou mais ainda da mãe – que já era uma megera – porém era sua mãe, e quem sabe, poderia salva-la dessa vida de crimes.

–Até amanhã – Ela foi caminhando em direção a porta, então do nada voltou e se agachou para ficar olho a olho com a Teresa – E pra você, vagabunda – Vi quando sua mão direita estava indo de encontro com as bochechas pretas de Lisbon. Em um impulso, segurei o pulso de Lorelei, com tanta força, que facilmente posso ter deixado uma marca ali.

–Não vai fazer isso.

–Oh, deu de fingir ser herói agora? – Ela usou de sarcasmo para cima de mim, já soltando seu pulso de minhas mãos – Acho que duas horas de tortura, não foram suficientes para você...

Nada disse, apenas encarei-a como se fosse mata-la a qualquer instante.

–Tudo bem então – Ela concluiu, levantando-se e indo para a porta – Amanhã nós conversaremos, Patrick. – Ela soltou uma risada.

E quando ela finalmente trancou a porta, Teresa, que até esse momento estava calada e séria, desabou-se em choro sobre o meu ombro. Eu a envolvi em meus braços, e deixe-a chorar até a ultima lágrima escorrer de seus olhos verdes.

–Você quer comer a minha comida? – Perguntei. Quando Lorelei deixou os pratos no chão, ela fez questão, apenas pelo olhar, de que eu ficasse com certo prato e Teresa com outro. Claro que a morena tinha colocado algo no prato da agente.

–E você? Vai ficar sem comer?

–Meh, não se preocupe. Se eu quiser, posso comer as lagartixas que entram pela janela.

Ela me deu um leve beliscão.

–Deixe de ser nojento.

–Ah, qual é, Lisbon? Nunca pensou na possibilidade de comer uma lagartixinha bem verdinha? Devem ter gosto de clorofila.

–Eca, Jane. Pare de falar isso.

Lisbon sorriu. O meu trabalho estava feito.

–Bom, agora é hora de comer o seu ovinho mexido. – Coloquei um pouco de comida no garfo, levando até a boca da agente - As vezes, acho que a Lorelei só sabe cozinhar isso.

Ela concordou com a cabeça, enquanto comia desesperadamente, quase não mastigando.

–Vamos, beba essa água – Abri a garrafa e ela bebeu metade da água em alguns segundos – Isso, pode beber tudo.

–E você, Jane?

–Já disse, eu me viro. O importante aqui é você.

Ela sorriu, beijando-me em seguida. O toque suave de seus lábios molhados era uma sensação incrível.

–Eu te amo, Patrick.

–Eu também me amo.

–Patrick!

–Ok ok, eu te amo, princesinha raivosa. Muito, muito muito, mesmo! – Ela sorriu sem mostrar os dentes –Está bom agora?!

–Está perfeito, meu súdito leal.

–Oh, fico feliz em lhe servir.

**

Quando o frio do meio da madrugada apertou, fiz questão de tirar o meu terno, - ficando apenas de blusa e colete – e cobri Lisbon, que repousava encostada em meu corpo.

Naquela noite, eu não consegui dormi. Estava com medo de algo acontecer durante o sono. Então, eu me acomodei no canto do quarto, com as pernas cruzadas, e deixei que Lisbon se encolhesse sobre mim, com a cabeça sobre meu peito e o pequeno corpo, aquecido debaixo do terno.

Não se preocupe, Teresa... O nosso futuro começará no dia seguinte.

Eu tenho um plano.


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Notas finais do capítulo

A fic está mesmo chegando ao fim... Mas tudo bem, pq com isso a Lorelei morre hahha e o povo comemora :))

Beijos e vamos todos agora assistir ao novo epi *----* e se deliciar com a cara do Patty de "droga, Teresa, eu não posso te deixar sozinha por um minuto que vc já é capturada pelo titio Red".
Beijitchos ♥