Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 24
A festa de despedida


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, obrigado pelos reviews fofos :) Como prometido, mais um domingo (domingo é dia do The mentalist kkk) mais um cap :D Estou postando de madrugada msm pq eu sou um zumbi e não durmo de finais de semana :) E assim todos ficam felizes, né?
Beijinhos povo *----*
ps: tem uma frase ai do epi devil's cherry hehehe que assistiu vai perceber :)



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Naquela noite, pensei e repensei demais em um plano para pegar o Red John – ou o Ray no caso – e conseguir finalmente viver em paz.

Mesmo Teresa insistindo na lei, eu não teria paz enquanto não acabasse com a vida dele da mesma forma que ele acabou com a vida da minha filha e esposa. Não, uma cadeia para ele seria muito luxo para alguém que nem merece viver.

Foi quando depois de muito pensar, cheguei a uma conclusão: Ou eu escolheria o caminho da paz, matando o Ray e fugindo para longe da cadeia, ou eu poderia provar que Ray é o Red John e fazer tudo como manda as leis. Não tem como misturar os dois: Ou é um, ou é outro.

Lisbon ficaria decepcionada comigo, na verdade ela ficará qualquer que seja a minha maldita escolha. Infelizmente, eu já havia decidi qual caminho percorrer.

–Bom dia, Lisbon – Eu a cumprimentei, olhando-a tirar o casaco preto, jogando-o sobre o sofá de sua sala.

–Acordou cedo... Não são nem dez horas ainda, Jane – Ela conferiu no relógio para ter certeza – Está tudo bem? Quer dizer, você me parece cansado.

–Estou exausto, pensei demais na noite anterior e não dormi. E você, está bem? Me parece um pouco nervosa.

–Ainda não consegui engolir o fato de Ray ser o Red John – Ela sentou ao meu lado, colocando a mão sobre a minha – Ele sempre me pareceu ser tão normal... Como que atrás daquele homem todo carinhoso e amigável, pode haver um assassino frio e calculista?

Manipulador incansável.

Eu não respondi. Estava criando forças para a proposta que faria a ela. Para o novo plano maluco que eu bolei em minha mente, e que esperava que ela aceitasse sem pestanejar.

–Patrick? Você está mesmo bem? – Percebi que o meu olhar ficou distante, distraído nos pensamentos de uma vingança quase completa. Apenas uma resposta, e eu acabaria com quem acabou comigo.

–Estou.

–Você não está não – Ela afirmou, encostando a cabeça no meu ombro – Quer conversar?

–Na verdade – Pigarreei. O nó na garganta quase me impedia de continuar – Eu tenho uma proposta para fazer á você.

–Proposta? Que tipo de proposta?

Sentei-me de lado para que pudesse ver seu belo rosto diante ao meu. Peguei em suas mãos, segurando-as com força e olhando em seus olhos verdes, propus:

–Você quer ir embora comigo? Para sempre?

Lisbon virou um pouco a cabeça, confusa.

–Como assim?

Respirei fundo e contei mentalmente até o três. Teresa iria me odiar por isso.

–Eu vou matar o Ray. Não tem outro jeito – Revelei, observando seus olhos que me encaravam com raiva, mas ao mesmo tempo medo – E eu não poderei ficar aqui. Eu vou fugir.

Ela largou as mãos das minhas e levantou furiosa.

–Você não pode fazer isso! – Esbravejou – Você estará sendo igual a ele se fizer isso. Você não pode, não pode!

–Não tenho escolha, não posso permitir que ele tente te machucar. Essa é a melhor opção.

–Não, desde quando fugir dos seus problemas é uma “melhor opção”?

–Mas não estou fugindo, tecnicame...

–Você nunca me escuta – Ela me cortou – Você acha sempre que está certo de suas decisões, mas não está. Você não está certo sempre, Patrick – Ela respirou fundo, acalmando-se. Então prosseguiu com um tom de voz mais baixa, mas ainda não suave – Você acha que eu vou ficar fugindo com você? E a minha familia? E os meus amigos?

–Eu não vou deixa-la aqui. Você é parte de mim agora.

–Como pode dizer isso se nem faz o que eu peço? Se nem me escuta?

–Eu te escutei, Lisbon.

–Não, você não me ouve, você nunca me ouve – Ela resmungava, quase aos prantos – Eu estou tentando te proteger, evitando que você morra. Você não vê isso?

Tentei abraça-la, mas ela recuou.

–Eu só quero o seu bem, Lisbon. O seu e o do nosso bebê.

A agente cobriu o rosto com as mãos e deixou as lágrimas lavarem seus olhos. Eu não imaginava que ela reagiria desta forma. Tudo seria mais fácil se eu tivesse contado o plano depois de tê-lo feito.

–Vai embora daqui, Patrick – Expulsou-me ainda sem me encarar nos olhos. Não me movi. Não iria sair – Eu disse pra você sair daqui agora, AGORA!

–Ter...

–Eu preciso ficar sozinha – Justificou-se revelando os olhos vermelhos – Eu preciso de um tempo a sós.

Pela primeira vez em muito tempo, respeitei sua vontade e me retirei da sala, indo para o sótão.

O lugar parecia ainda mais sujo e empoeirado do que da ultima vez. Minha cama continuava arrumada como no dia que fui preso e havia um par de sapatos de Lorelei no cantinho, escondidinho.

Encarei a cama e decidi deitar. Bati as cobertas para tirar a sujeira e me cobri até a cabeça. Eu realmente estava exausto, pensar em um plano em tão pouco tempo, era complicado para mim. Claro, se eu estivesse em meu modo normal sem duvidas, arrumaria um plano em minutos. Entretanto, ver Teresa chorar me deixava confuso e culpado.

Muito culpado.

Extremamente culpado.

Mas minha decisão já havia sido tomada: Eu iria matar o Ray e fugiria com Teresa. Nem que precisasse sequestra-la. Nunca que eu a abandonaria.

Nunca.

**

Meu corpo estava cansado o suficiente para eu dormir por longas horas a fio. Mas eu não conseguia. Era como se meus olhos se fechassem e minha mente desligasse, mas o meu corpo não descansasse, muito pelo contrario – tudo estava dolorido e fraco – E simplesmente dormir não era mais uma opção.

As horas passavam lentamente e o sol desaparecia por trás dos prédios. Faltavam poucos dias até Lorelei e eu irmos para uma prisão de segurança máxima. E o único plano que tive não era aceito pela Lisbon.

Não iria entregar Ray para a policia – Eu o mataria vagarosamente, aproveitando cada momento, cada olhar desesperador e quem sabe, recitar o poema do William “O tigre”, apenas por diversão. Tudo parecia ser pouco, para o que aquele cachorro fez com a minha esposa e filha.

Eis que uma batida na porta me desperta da vingança perfeita que eu estava criando. Imaginei que fosse Lisbon.

E era.

Ela entrou sem dizer nada e sentou na minha cama. Tranquei a porta e ofereci um chá – única coisa que eu tinha para oferecer ali. Apenas por cordialidade, pois o chá deveria estar velho e nem água mineral eu tinha.

–Não, obrigado. Estou de barriga cheia.

Barriga cheia? Teresa comendo mais do que devia? Muito estranho.

–Comeu o quê? –Perguntei tentando não tocar naquele assunto, mesmo sabendo que tocaríamos afinal ela estava lá por algum motivo. E o motivo provavelmente é a fuga.

–Pizza e refrigerante.

Não havia casos para serem fechados. Mesmo que tivesse, Teresa geralmente não come demais quando está triste. E ela estava triste e zangada desde de manhã.

Isso só poderia significar uma coisa.

–Você aceitou a minha proposta?

–Aceitei.

Festinha de despedida.

–Eles sabem?

–Não, eu menti para todos.

Ela não me olhava nos olhos. A magoa estava estampada em suas palavras. No fundo, sabia que ela me culpava por aquilo.

–O que você disse?

–Disse que tinha aceitado a proposta de emprego do Ray – Ela hesitou um pouco – Disse que agora trabalharia na agencia dele. Eles acreditaram. Todos. Até Bertram. Agora eu não sou mais uma agente da CBI.

Eu estava chocado. Ela fez isso por mim. Teresa abriu mão da coisa que mais ama na vida – seu trabalho – por mim. Ela não tinha noção de quão feliz eu estava por isso.

Mas ela não estava feliz.

Consegui imaginar Grace chorando horrores por causa da noticia, Cho sempre sério, entretanto forçando um sorriso amigável para ela e Rigsby devorando as pizzas, com o coração apertado por dizer adeus uma das mulheres que ele mais admira no mundo.

Tudo por minha causa.

Sentei ao seu lado e colocou meus braços envoltos ao seu corpo. Ela não reagiu.

Eu queria dizer alguma coisa, mas era impossível. “Muito obrigado, Teresa”? Obrigado pelo que? Por fazê-la abandonar tudo para seguir a minha vingança? Ou um “Sinto muito, mas as coisas vão melhorar daqui em diante”? Nada parecia se encaixar corretamente.

–Voc... Você acha que o Cho será um bom líder? – Ela quebrou o silencio, virando o rosto para mim.

–Sim, mas nunca igual a você.

Seu sorriso foi sincero, entretanto fraco. Atrás dele havia muita tristeza, que ao invés de dividir comigo, ela preferiria guardar dentro de si.

–Nunca vi a Van Pelt chorar tanto... Parecia uma menininha...

–Eu imagino que sim... Ela te adora tanto.

–É...

Ela se levantou e foi até a janela. O sol se pondo era extremamente lindo.

–Sabe, eu não ia – Lisbon começou a dizer – Mesmo assim acabei aceitando sua proposta maluca. Eu sabia que se te deixasse, você nunca mais voltaria.

–Eu voltaria sim, você sabe que eu sempre volto.

–Você provou que a sua vingança é mais forte que eu... Eu sei que você não voltaria. Eu nunca mais te veria... Então preferi ir com você, assim se nós... –Ela se calou, criando coragem em seguida – Nós morrêssemos, eu estaria junto de você até o final, como deve ser.

–Minha vingança não é mais forte do que o nosso amor.

Ela deu de ombros.

–Já está feito, Patrick.

A culpa me corroia por dentro. Mas ela estava certa, tudo já estava feito. Ela não era mais uma agente da CBI. Em poucas horas, ela seria cúmplice de um crime que eu cometeria.

–Olhe – Puxei sua mão do rosto, aproximando-me dela – Eu não quis te magoar, ok? Realmente não... Mas você entende que só tem uma forma de eu ter paz, e é o matando. Você sabe disso - Ela assentiu de leve com a cabeça - Eu não quero que ele acabe com a sua vida, da mesma forma que ele acabou com a de Angela. Não vou aguentar perder outra pessoa que eu amo, nas mãos daquele canalha.

–Eu entendo.

Vi quando Lisbon sorriu timidamente, por debaixo das lágrimas que ainda ousavam em escorrer seu rosto. Com a manga da blusa, limpei-as e me aproximei minha boca da dela.

–Você está cada vez mais louco... – Ela brincou, a voz rouca e baixa – Estão te oferecendo drogas na prisão?

Sorri, com o rosto tão perto do dela, que poderia sentir o cheiro da gordura de pizza que estava impregnado em sua jaqueta.

–Algumas grandes mentes usavam drogas para trabalhar – Nossos lábios se tocaram de leve.

–E agora você tem uma grande mente? – Ela brincou arrancando risadas de mim.

Pousei minhas mãos em sua cintura, praticamente abraçando-a contra o meu corpo e nós nos beijamos, completamente unidos um ao outro. Seus dedos tocavam minhas costas e de vez em quando puxavam o meu cabelo.

–Eu te amo – Ela murmurou no pé do meu ouvido – Te amo tanto que dói vê-lo assim. Dói ver essa vingança te corrompendo por dentro.

–Tudo vai acabar logo, eu prometo – Nós nos beijamos novamente. Seu beijo era como uma xícara de chá: Quente, gostoso e desesperadamente tentador.

Tudo vai acabar logo e Teresa estará a salvo. A salvo da maldade do Ray.

E se for preciso, a salvo até de mim.

Guiei-a até a minha quase “cama”. Se pudermos chamar aquilo ali de cama. Estava mais para um colchão sobre uma mesa de madeira.

Ainda de pé, ela apoiou suas duas mãos na cama, grudando os lábios firmes nos meus. Eu sabia que o que acabaria acontecendo, era impossível negar: nós dois estávamos cheios de amor, sozinhos, em um sótão afastado de todos e tudo. Apenas a bela vista do sol e os raios fortes nos acompanhavam. Parecia que tudo tinha sido meticulosamente articulado para isso, desde o sol no horizonte, até a minha cama que parecia bem mais confortável nesse dia.

Dispensei logo o meu terno de três peças, jogando-o no chão e voltei minha mente para as roupas dela.

Aos poucos, sua jaqueta, blusa e calça foram se despedindo do corpo quente, se juntando as minhas roupas caídas.

Eu estava ofegante, tocando seu corpo que mais parecia uma obra de arte – a barriga ainda não se passava de uma pequena elevação a mais, praticamente imperceptível se você não souber do fato.

–Desse jeito teremos muito mais do que um único filho – Ela comentou antes que eu tomasse sua boca para mim.

Nossas peles – ambas suadas – se tocaram. O desejo de ficar com aquela mulher me dominou e eu a fiz deitar sobre a cama, retirando as únicas peças que nos separávamos do que tanto queríamos.

–Eu não tenho culpa se você me deixa assim, louco – Dei um sorriso cínico e uma expressão satisfeita possuiu o belo rosto dela. Lisbon puxou meus fios loiros. Ela parecia adorar ver meu rosto quando agia dessa forma.

Notei em como todo o meu sótão cheirava ao seu perfume. Especialmente a cama. O cheiro extremamente inebriante é como um calmante para mim. É como uma droga viciante, que uma vez experimentada, nunca mais você desejará outra coisa além disso.

Envolvi seu corpo em beijos rápidos e quentes. Em suas costas, me dei liberdade para morder e arranhar, arrancando suspiros e gemidos.

Posicionei-a sobre meu colo, penetrando-a delicadamente. Lisbon deitou sua cabeça em meu ombro, fechando os olhos e deixando os lábios roçarem nos meus fios de barba.

Do lado de fora, o céu estrelado surgia e junto, uma grande e brilhante lua iluminava todo o meu sótão. A única testemunha do grande amor entre mim e Teresa. O único que poderia ver o que estava acontecendo naquele pequeno lugar tão empoeirado, entretanto quente, inundado por pequenos e curtos gemidos tímidos, que ecoavam a cada segundo mais e mais alto, implorando por prazer.

Minha namorada.

Eu sentia tanto orgulho disso que tinha vontade de sair gritando para todos.

Teresa era a minha, somente minha, namorada. E seriamos felizes juntos, viajando por todo o país, com um bebê de colo que eu torcia para ser uma menina. Não que eu não gostasse de meninos, mas acho que com um pai mau exemplo como eu, provavelmente ele acharia certo ter duas mulheres ao mesmo tempo. Quem sabe não três? E quem seria eu para julgar? Afinal, foi exatamente o que eu fiz, não foi?

Mais tarde, enquanto Teresa lutava para não dormir em meus braços, me perguntei o por que de negar nosso amor por tanto tempo. Amor esse que sempre existiu. Antes como um amor inocente, de irmãos. Hoje como um amor malicioso, de amantes.

Agora seriam apenas nós dois. Para sempre.

–Querido... Eu preciso ir... – Sua voz estava fraca, marcada pela sonolência. Queria deixa-la dormir em meus braços e poder sentir seu calor para sempre, mas sabia que tinha que voltar para a cela. E ela, arrumar suas coisas. O dia seguinte seria muito cheio.

–Fica só mais um pouquinho – Pedi docemente, acariciando suas costas com a ponta dos dedos.

–Tenho que arrumar minhas coisas.

–Eu sei disso...

–Então por que me tenta dessa maneira? Sabe que eu não posso ficar... – Ela fez uma cara triste, virando seu rosto para mim – Eu queria tanto aceitar... Mas são tantas as coisas para fazer... E você também tem que voltar para a prisão.

–Meh, nem me lembre... Acredita que achei um rato na minha cama, ontem?

–Um rato? - Ela fez uma careta engraçada – Daqueles de esgoto? Ou menor?

–Menor. Acho que o de esgoto não passaria pelas grades.

Ambos rimos baixinho. Vi em como seus olhos brilhavam ao olhar para mim. Deus, ela estava perdidamente apaixonada. Não precisava de muito para perceber.

–Que horas nós vamos amanhã? Quer dizer... Como você pretende fugir?

–Eu vou fugir com você lá pelas dez, pode ser? Nós nos encontramos na sua sala.

–Hey, esqueceu que eu não trabalho mais aqui?

–Meh, se alguém te perguntar, diga que está terminando de retirar suas coisas. Eles vão acreditar...

–Não queria ver Grace novamente... Vê-la chorando corta o meu coração.

–Eu sei... Mas ela não precisa saber... Sabe, só você ir reto para a sala e ninguém verá.

–Sei disso...

Percebi que ela piscou algumas vezes, tipico de quando mentia. Então deduzi:

–Você queria se despedir dela, não queria? Você não estava planejando contar o plano todo para ela, não estava?

Suas bochechas coraram instantaneamente.

–Ela é minha amiga, é confiável...

–Ninguém pode saber, ninguém mesmo.

Ela soltou um suspiro alto.

–Você é um chato. Pare de ficar lendo a minha mente, isso irrita.

–Ei, não vamos brigar, tá legal? A noite foi tão boa até agora... Pra que brigas agora?

–Está bem... – Ela se rendeu, beijando meus lábios cobertos de seu batom rosa claro.

Fechei os meus olhos e deixei as emoções fluírem. O corpo de Teresa contra o meu, seu calor contra o meu. Gostaria de ficar assim para sempre.

Mal eu sabia que esta seria a ultima vez.


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Notas finais do capítulo

tá bom, talvez eu ache que peguei pesado com a cena caliente... eu li e reli e bom, não sei se ficou forte, já li piores, certo? Digam certo pra titia Miah :)

Espero que tenham gostado, no prox cap um certo Ray/ Titio Red john fara uma visitinha. Na verdade, o final começa no prox cap hehehehe Sou muy malvada :D

Muito obrigada pelos review gnt, amo vocês *--*
Beijinhos *--*