Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 20
Prisão vermelha


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, o cap de hj é especial :) Patrick e Teresa vão narrar as coisas (especialmente a linda da Tessy). Espero que gostem.
Obrigado por todos os reviews elogiando a fic, amo vcs *----*



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Pov Teresa Lisbon

Aquela manhã agradável de fim de inverno não era como qualquer outra manhã. Era diferente. Eu estava grávida, radiante e ansiosa para contar a novidade ao novo papai, Patrick. Seria uma boa noticia para ele, já que estávamos estáveis em nossa relação e eu sabia que Patrick não amava a Lorelei e que ele estava próximo a descobrir quem era o Red John. Tudo estava perfeito.

Por pouco tempo.

Cheguei à CBI primeiro que quase todos os meus agentes e meu consultor, como sempre. Apenas Grace estava lá. E ela estava estranha demais.

-Caiu da cama, Van Pelt? –Brinquei sorrindo.

-Chefe, eu tenho más noticias para você...

-Más noticias? –Meu coração disparou. Grace estava com os olhos vermelhos e parecia ansiosa.

-Sim... Sobre o Patrick.

-Patrick?! O que houve com ele?

-Ele foi preso.

**

Pov Patrick Jane

Estava amanhecendo quando finalmente acordei e preparei o café para mim e Lorelei. A morena havia me questionado o motivo da minha fuga no dia anterior, e eu tentei justificar inventando uma história que eu havia descoberto o assassino de um caso, o que não é mentira já que eu descobri mesmo, mas não do caso que ela achou que era.

Aproveitei que era cedo e fui para a lavanderia no centro da cidade, deixar algumas roupas para lavar e passar, respectivamente.

Eu estava pensativo, tentando achar uma forma de provar que Ray era Red John, melhor, fazer Lorelei contar o que ela sabe sobre o vilão. Precisava agir rápido mas com discrição, senão ele poderia aprontar alguma para me impedir e acabar estragando tudo. Se ele já não sabe, pois o desastre que foi ontem a noite deve ter chamado a sua atenção.

Era próximo das oito e meia da manhã e eu já estava trocado e com café da manhã tomado. Lorelei estava saindo do banho e deixei um pratinho com ovos sobre a mesa, para ela.

Foi quando alguém bateu a porta.

E não era Teresa ou algum dos agentes, afinal estava muito cedo para isso.

Para a minha surpresa, era a FBI.

-Patrick Jane, aqui é a FBI, abra a porta agora.

FBI? O que eles queriam comigo.

Olhei para Lorelei que me encarava assustada na porta do banheiro.

Exato, Lorelei. Era isso que eles queriam.

Pedi para que a mesma fosse para o lado de fora do sótão e se escondesse, enquanto eu abria a porta.

Eu estava tremendo horrores quando lentamente abri cada um dos cadeados que me protegiam do meu destino.

A única coisa que eu conseguia pensar era em Lorelei e em como o meu plano estava destruído, agora tão perto de saber a verdade.

Então, quando eu mal havia aberto a porta, mais de uma dúzia de agentes da FBI me empurravam da porta e começaram a investigar o sótão.

-O que vocês estão fazendo? O que é isso? – Eu perguntava em vão.

-Você está preso por esconder a fugitiva da FBI, Lorelei Martins. Tudo que o senhor dizer, pode e será usado contra o senhor no tribunal – Um dos agentes que mais parecia um robô, disse.

-Não estou escondendo-a, não tem cabimento isso aqui.

-Ah não? – Outro agente perguntou, na porta que dava para a parte de fora do sótão – Então quem é essa?

Lorelei foi puxada de trás da parede e empurrada para perto de mim. Seus olhos estavam lacrimejando e ela estava prestes a chorar.

-Lorelei... – Murmurei, tentando conforta-la em um abraço, cujo qual foi impedido.

-Isso mesmo, Lorelei Martins. Todo esse tempo, estávamos à procura dela por toda a Califórnia, mas na verdade ela estava bem debaixo do nosso nariz – Alexia Shultz, diretora da FBI, disse com os braços cruzados e um ar de superioridade. Como essa mulher é detestável – Quero que levem os dois para a sala de interrogatório, agora. Vou avisar ao Gale Bertram a novidade... Esse patético vai me pagar por dizer que Patrick era inocente... Careca idiota – Murmurava zangada, caminhando para fora do sótão.

Em questão de segundos, eu já estava algemado e sendo empurrado para fora dali. Lorelei precisou ser contida por mais de dois agentes, pois começou a se debater como se conseguisse realmente fugir deles.

Era o fim de tudo.

Três meses e um bebê para nada.

Para nada.

**

Pov Teresa Lisbon

-Bertram? Que diabos está acontecendo aqui? – Gritei, abrindo a porta de sua salinha com força.

 Bertram parecia estar a minha espera com os braços cruzados e uma expressão séria, sentada em sua cadeira de couro. Kirkland, que por algum motivo ainda não explicado estava junto dele na sala, fechou a porta e parou ao lado do agente, assistindo-me sentar na cadeira.

-O que houve? – Perguntei já entrando em desespero. Os olhares deles me assustavam.

-Teresa, há quanto tempo você sabia que o seu consultor, Patrick Jane, escondia a fugitiva da FBI, Lorelei Martins?

Eu estava boquiaberta, sem palavras. Como ele descobriu? Patrick era sempre tão discreto.

-Do q... Que você está falando? – Perguntei gaguejando. Nessa hora eu já suava frio.

“Era o fim da minha carreira” – Pensei.

-Você não sabe? – Bertram perguntou.

Balancei a cabeça negativamente.

-Então nós te contamos – Kirkland respondeu – Recebemos uma denuncia anônima de um homem que disse que a Lorelei estava com o seu consultor – Revelou aparentemente calmo – O senhor ainda disse que não sabia quanto tempo eles estavam juntos, mas já seria mais de meses.

Quem pode ter dito uma coisa dessas a policia? Rigsby? Cho?

-E por que vocês acham que eu tenho algo com isso? Agora tudo que o Patrick faz é culpa minha? – Aumentei o tom de voz – Sei que eu deveria ficar de olho nele, mas nem tudo eu posso controlar. E eu realmente não posso controlar sua vida pessoal.

-Nós sabemos disso, Teresa – Bertram prosseguiu – Achamos que pelo fato de você ser melhor amiga dele, ele por acaso poderia ter comentado algo do gênero.

-Por exemplo, ele pode ter mostrado um comportamento estranho, ou ter mesmo comentado algo com você – Kirkland completou o amigo – Talvez esse seja um novo plano para pegar Red John... Ou você sabe, Jane e essa garota podem estar mesmo apaixonados... Eles admitiram que tiveram relações sexuais, meses atrás. Depois ele sumiu por dois dias e ninguém sabe o que houve entre eles, Patrick foi bem discreto nisso – Ele fez uma pausa, encarando-me como se esperasse uma confissão que não viria – Além de que eu me lembro de que um policial disse ter visto Patrick em uma praia com uma garota que estava por acaso, nua atrás de uma rocha... Acha que eles têm alguma coisa, senhorita Lisbon?

-Não – Esbravejei, acalmando-me logo em seguida – Ele não a ama.

-E como você pode ter tanta certeza disso? – Meu chefe perguntou.

-Por que ele disse pra mim que não sente nada por ela, absolutamente nada.

-Mas ele estava com ela – Kirkland provocou-me – E parece que estavam muito bem por sinal.

-Mas ele não a ama.

Os dois trocaram olhares sérios.

-Como você sabe que ele não a ama? Como pode ter tanta certeza disso, se temos milhares de provas que acusam os dois de estarem em uma relação há meses?

-Porque eu confio nele.

-Só por isso? –O meu chefe perguntou – Vamos Teresa, nos diga. Se você contar a verdade, eu posso tentar negociar a liberdade do Patrick. O que acha?

Suspirei alto. Eu precisava do Patrick solto. A minha criança precisa de pai.

-Eu... Eu... Eu estou esperando um filho dele – Revelei sem encara-los nos olhos. Eu não tinha coragem suficiente para isso.

Eu conseguia imaginar o que os dois pensavam naquele momento: “Teresa transou com o Patrick? Que falta de profissionalismo. Achei que ela fosse diferente das demais”.

Droga, droga, droga... Não era pra eles saberem antes do próprio pai da criança, mas eu não tive escolha nenhuma. Ou eu tento libertar o Patrick ou eu vou ser obrigada a criar o bebê sozinha.

-Wow, nós não esperávamos por essa – Bertram comentou surpreso – Quer dizer, você e o Patrick, juntos... Meio irreal.

-Foi um acidente – Respondi baixinho, com vergonha de mim mesma por isso.

-Não, está tudo bem Teresa – O meu chefe tentava amenizar as coisas – Eu acho ótimo o fato do Patrick finalmente começar a reconstruir a vida dele com alguém como você. Isso é perfeito, Teresa.

Bertram ficava estranho tentando ser simpático.

-Foi realmente um acidente, eu e ele não estamos juntos.

-Não? – Kirkland perguntou.

-Não...

-Bem... Eu vou ver o que posso fazer para tentar liberar o Patrick da prisão. Não sei se eu vou conseguir algo, mas pode ter certeza que eu vou tentar.

-Qualquer tentativa está ótima.

Meu chefe sorriu e eu me levantei da cadeira, me despedindo dos dois. Sai da sala apressada e vermelha feito uma pimenta.

Alexia, a mulher mais arrogante e chata da FBI, estava na porta da sala, indo falar com Bertram logo após minha saída. Ela estava completamente radiante por ter prendido o meu Patrick. Outra vadia.

**

As horas passavam, grandes xícaras de café quente eram bebidas e nada de Jane. Eu esperava por qualquer coisa desde uma libertação que talvez não ocorresse até uma simples visita a ele. Eu apenas precisava falar com ele, sobre o bebê e sobre tudo em si. Eu não poderia deixa-lo só numa hora dessas.

-Chefe... – Grace bateu na minha porta e colocou somente a cabeça para dentro – Bertram quer falar com você.

-Comigo? – Será que ele conseguiu convencer os federais? – Fale que já estou indo.

-Certo.

Arrumei a minha roupa e confiante voltei para a sala do meu chefe. Lá estavam além dos dois, Alexia e LaRoche, todos me aguardando.

-Sente-se – Kirkland ordenou, apontando para a mesma cadeira que eu sentei mais cedo.

Eu me ajeitei e esperei pela noticia que poderia ser boa ou ruim.

-Bom, eu conversei com a FBI – Bertram olhou para Alexia – E nós chegamos a uma conclusão.

-Diga então.

-Nós não podemos soltar o Patrick da prisão.

Eu respirei fundo, tentando não chorar. Eu estava tão confiante que tudo daria certo...

-Mas... – Bertram prosseguiu – Podemos deixa-lo em regime semi aberto.

-Ou seja, ele vai trabalhar o dia inteiro na CBI e a noite ele volta para a prisão – Alexia concluiu – Foi o máximo que nós pudemos fazer, depois de descobrir o que ele estava fazendo.

-E Lorelei? – Perguntei curiosa.

-Lorelei vai ficar temporariamente presa aqui na CBI, até conseguirmos manda-la para uma prisão de segurança máxima. Não queremos perde-la novamente.

-Ah... Tá... E quando poderei revê-lo?

-Daqui a pouco – Kirkland respondeu – Antes disso, nós vamos fazer mais um interrogatório com os dois, para confirmar algumas coisas. Quer participar?

-Eu não sei...

-Vai ser rápido, e poderá falar com o Patrick quando terminar.

-Então tudo bem.

-Certo, nós te chamaremos quando começar.

-Tá – Levantei-me e agradeci a todos, até Alexia, na qual fingi o sorriso mais falso do mundo e a abracei fingindo gratidão. Espero que ela não tenha percebido isso.

**

Depois de meia hora, fui chamada para comparecer junto de meus agentes –Estes que por acaso também foram interrogados a tarde toda- para assistir o Patrick sendo questionado por tudo que fez nos últimos três meses. Tudo mesmo.

Fiquei do outro lado do vidro. Apenas a FBI e seus respectivos agentes poderiam interroga-lo. Na verdade, interroga-los, pois além de Jane, estava a vadia da Lorelei.

-Estranho... – Deixei escapar baixinho.

-Ah, foi ideia de Kirkland – Cho que estava do meu lado, respondeu – Ele falou que o que ela disse não estava batendo com o que ele revelou para a policia, então decidiram confronta-los cara a cara.

-Isso não é uma boa ideia.

-Concordo – Rigsby assentiu, entrando na nossa conversa.

Ligaram o áudio para a gente e o interrogatório começou.

-Patrick, há quanto tempo você e Lorelei estavam juntos? –Kirkland perguntou.

-Três meses.

-Você confirma isso, Lorelei?

-Sim, estamos juntos faz três meses né, amor?

Eu queria vomitar depois dessa.

-Lorelei, por que você está com o Patrick?

-Porque ele era o único que poderia me ajudar e me proteger do Red John. Sem ele eu estaria morta agora.

-Como assim?

-Red John considera o Patrick como um bom amigo... Ele não vai mexer comigo se eu estiver com o Patrick – A sonsa dissimulada respondeu.

-Patrick, você concorda com isso?

-Eu não sou amigo do Red John e ele já feriu muitas pessoas que estavam comigo. Não concordo com isso.

Lorelei raivosa com a negação, proferiu um chute forte no joelho do consultor, que gemeu alto de dor.

-Lorelei, sem agressão – Kirkland ordenou – E Patrick, é verdade o que Lorelei disse, que vocês iriam se casar em breve?

-Não.

-Não amorzinho?

-Não, Lorelei. Eu nunca disse que iria me casar com você.

-Mas achei que fossemos nos casar... Você sabe, eu não aceito que o nosso Patrick Junior fique sem pai... – A morena revelou em um tom irônico e um sorriso sádico.

Todos que assistiam estavam surpresos com a afirmação da vadia. Ninguém além de mim e de Patrick sabiam da gravidez da vaca. Ninguém. Nem mesmo Rigsby e Grace que estavam ajudando o casal, mas desconheciam sobre o bebê.

Em falar em bebê, Patrick Junior é o fim da picada.

-Lorelei, você está grávida? – Kirkland fez sua pergunta idiota.

-Sim, estou grávida do Patrick. Vamos ser uma família feliz.

Red John, se você estiver vendo essa cena deplorável, por favor, faça o seu serviço direito e mate essa cadela. Todo mundo agradece.

-Patrick não havia comentado isso conosco, chefe – Grace disse como se ela achasse que todos sabiam menos eu – Eu não imaginava isso.

-Tudo bem Grace, não se preocupe. Eu já sabia disso.

-Sabia?

-Sabia há quase uma semana. Por isso eu estava tão brava com ele. Desculpe não ter contado antes para vocês, mas achei que não era necessário.

-Tudo bem, chefe – Ela olhou bem no fundo dos meus olhos verdes e concluiu – Você não me parece bem, quer conversar?

-Agora não.

Não estava pronta para desabafar com alguém hoje.

-Então é por isso que vocês dois estão juntos? – Kirkland prosseguiu – Para formarem uma família?

-Sim – Lorelei respondeu sorrindo – Uma família grande e feliz.

-Então vocês se amam?

-Sim.

-Não – Patrick disse sobrepondo-se sobre a voz dela.

-Não? –O sorriso da morena desapareceu subitamente – Como não, Patrick?

Patrick olhou para o vidro como se pudesse me ver do outro lado. Então ele murmurou algo que eu li pelos  lábios mudos como “Me desculpa” e logo em seguida, revelou:

-Sim, eu te amo Lorelei, amo para sempre – Seu tom de voz era triste, mas mesmo assim saiu algo parecido com um discurso apaixonado. O olhar dele dizia isso. O jeito que ele pegou na mão da vadia dizia isso. O tom da voz foi escurecido pela paixão que todo o resto demonstrava.

Senti olhares dos agentes sobre mim. Eu sabia que aquilo era mentira, mas ela foi dita com tanta sinceridade, paixão que não tinha como não acreditar. Patrick poderia mesmo ama-la? Teria ele uma vida feliz junto da piranha?

Enquanto eu não achava a resposta para essas e mais perguntas, decidi me afastar dali o mais rápido possível, voltando para a minha sala onde eu não deveria ter saído nunca.

Droga Jane, por que você não faz nada direito?


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Notas finais do capítulo

Feliz dia dos pais povo :D Eu vou aproveitar a data de hoje para terminar de escrever a minha outra fic :D Ahh, espero que tenham gostado desse cap, Patrick preso, Lorelei sendo Lorelei e Tessy magoada... Mas eu garanto uma coisa pra vcs, sabe esse bb da Lore?? Então... coisas vão acontecer em breve e sinto que o povo vai curtir isso.
Bom, espero que tenham gostado. Beijinhos para todos vcs, povo lindo *---*