A Filha Do Sol escrita por Let B Aguiar, Taty B


Capítulo 19
Comemos a maçã do amor


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoinhas! Faz tempo que eu não posto um capítulo, né? Minha irmã vem fazendo isso porque ando meio sem tempo haha. Antes de irmos ao capítulo: estão gostando da história? Por favor, comentem! Precisamos saber a opinião de vocês! Não abandonem a Pattie, a história ainda vai ter mais duas partes haha Bom, aproveitem o capítulo de hoje :*



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Sai da sala furiosa e andei até a varanda do palacete. Já era noite, e não havia nenhuma iluminação fora da casa a não ser a luz da lua. Sentei num banco de madeira ali, e encarei toda a floresta e o gramado numa tentativa de me acalmar. Sério, se Ryler viesse até mim naquele momento pedindo desculpas eu estrearia minha espada, acertando-a bem naquele nariz empinado dele. Coloquei a mão em meu bolso procurando por Kallistei e não a encontrei. Lembrei-me de quando Percy dissera que Contracorrente sempre reaparecia em seu bolso quando ele a perdia e torci para que o mesmo acontecesse com a minha. Em poucos dias de missão, eu já havia esquecido minha espada umas três vezes, e nas três vezes algum monstro idiota nos atacou.
Estava tão distraída refletindo sobre meus problemas com Ryler que mal percebi quando Leo sentou-se do meu lado. Na verdade, eu não tinha o visto por conta da escuridão e da fraca luz que iluminava a varanda.
– Tá pensando na morte da bezerra? – Leo perguntou.
– Não. Estou pensando em como o cara que eu chamo de namorado é um perfeito idiota.
Leo riu e colocou as mãos no bolso da bermuda.
– Tenho que concordar com você. Ryler é um idiota. Não sabe valorizar as coisas que tem e muito menos as pessoas que tem. Ou a pessoa, que no caso é você.
Olhei para Leo, que tinha os olhos fixos em um ponto do jardim escuro e não em mim. Sem querer, acabei reparando que seus traços eram muito bonitos para um filho de Hefesto. Talvez eu estivesse certa, ou talvez fosse só a luz da lua que proporcionava esse efeito. Quem o visse, pensaria que ele era filho de Hermes, por conta de seu sorriso malicioso e das orelhas de elfo.
– Por que você não gosta do Ryler? – eu perguntei. Essa dúvida passava por minha cabeça toda vez que os dois se encrencavam, e eu precisava saber o motivo de tanta desavença.
Leo finalmente me olhou.
– Pattie, se você soubesse o histórico desse cara, terminaria com ele na hora. – ele disse – Não sou só eu que digo isso, mas todos do acampamento. Ninguém naquele lugar vai com a cara de Ryler. Nem mesmo os irmãos dele, se você quer saber.
– O que ele fez pra ser tão odiado?
– Pelas meninas foi... bem, foi porque ele já ficou com praticamente todas elas do jeito mais cafajeste possível. Pelos meninos o motivo é óbvio. Ryler é desejado por todas as garotas, mesmo não valendo nada. E acima de tudo, ele é odiado pela arrogância. Se você pensa que foi só a minha cabeça que ele enfiou no vaso sanitário... Ah! Você está muito enganada! Ele já peitou todos os meninos do acampamento, até mesmo Percy.
Isso me deixou perplexa. É claro que já tinha imaginado que Ryler deveria ter arrumado briga com muitos campistas para ser odiado desse jeito... Mas tudo isso? Eu não conseguia acreditar que ele ficou com praticamente todas as meninas do acampamento. Eu seria só mais uma na lista dele. Mesmo sabendo que Ryler não era bom para mim e que me decepcionaria mais cedo ou mais tarde, eu gostava dele. Gostava muito.
Leo notou minha incredulidade e se arrumou no banco.
– Desculpe, Pattie. – ele parecia arrependido – Eu não deveria ter falado isso...ah, cara! Me desculpa. Apesar de não gostar do Ryler, eu não quero que vocês briguem o tempo todo.
Esbocei um sorriso fraco.
– Você não precisa se desculpar. Só fez o seu papel de amigo me alertando. Apesar de ser verdade, eu prefiro pensar que é mentira para não ficar chateada.
Leo assentiu e ficou quieto por uns segundos.
– Se eu te perguntar uma coisa – ele começou – você não vai me matar com um golpe de karatê ou alguma coisa desse tipo?
– Não.
– Você gosta do Ryler? Digo... gosta mesmo? – ele fez a pergunta, um tanto nervoso.
– É claro que gosto. – não hesitei em responder – Eu não estaria namorando alguém que eu não gosto.
– Você gosta dele, mas está amando... ou está apenas apaixonada? – como no 4 de julho, Leo parecia que iria entrar em combustão a qualquer segundo de tanto nervosismo.
A sua pergunta me deixou sem palavras. Eu não a esperava. Eu não estava pronta para respondê-la. Então, questionei a mim mesma se gostava de Ryler ou o amava. A diferença entre os dois era grande, e apesar de não querer admitir, o que mais se aproximava do que eu sentia por ele era o “gostar”. Não sabia, exatamente, se eu o amava. Talvez ainda fosse muito cedo para afirmar isso, ou talvez meus sentimentos não estivessem claros o suficiente. Me senti culpada por namorar alguém sendo que eu não sabia distinguir meus sentimentos.
Então, para não ter que optar por amar ou gostar, decidi optar por algo bem mais útil no momento: a mentira.
– Eu gosto muito dele sim. – eu disse tentando parecer convicta – Como eu já disse, eu não estaria namorando alguém que eu não gostasse. Pode não ser amor ainda, mas tenho esperanças de que esse ‘gostar’ se transforme em um ‘amar’. Só que isso depende dele também.
Leo assentiu, mas não pareceu convencido. Pela lira de Apolo, será que eu era tão péssima assim em contar mentiras?
– De qualquer jeito, por que você está me perguntando isso?
– Eu não sei. – Leo gaguejou – Achei que queria conversar sobre o relacionamento de vocês, mas pelo visto me enganei. Mas está tudo bem, eu estava começando me sentir um pouco gay e um pouco Piper conversando sobre amor.
Eu dei risada e num impulso, peguei a mão de Leo. Por incrível que pareça, a mão dele não era áspera como deveriam ser as mãos de um filho de Hefesto. Tinha alguns calos de tanto trabalhar, mas nada que a tornasse repugnante. Assim como a minha, a mão dele era quente. Eu acho que essa coisa de ser filho do fogo e filha do sol nos dava tal característica. Nossos olhos se encontraram por alguns segundos.
– Obrigada por estar nessa missão comigo mesmo com Ryler nos acompanhando. – eu disse – Não deve estar sendo fácil para você suportar um cara que você não gosta, e uma semideusa inexperiente e chata que só briga com o namorado.
Leo achou graça.
– De nada, Pequena Miss Sunshine. Fico feliz que você reconheça meu grande esforço. Como um semideus com experiência em salvar o mundo, posso afirmar que você está se saindo muito bem, minha aprendiz.
– Obrigada. Eu acho. – eu dei risada novamente. Reparei que Leo começou a ficar encabulado por estarmos de mãos dadas. Não havia como não reparar quando alguma parte do seu corpo pegava fogo, e naquele caso, foram as pontas do seu cabelo. Ele soltou minha mão e bateu nos cabelos.
- Então, deixa eu te perguntar só mais uma coisinha... – Leo se recompôs, mas suas bochechas ainda estavam avermelhadas - Você não acha que as brigas repentinas entre você e Ryler são efeito do enfraquecimento de Eros? Annabeth comentou que conforme Eros fosse perdendo sua força, isso começaria interferir no relacionamento das pessoas.
O comentário de Leo me fez analisar a situação de outra maneira. As minhas brigas com Ryler começavam por motivos estúpidos, e provavelmente não aconteceriam se o Cupido não estivesse raptado. Se eu discutia com Ryler por conta do enfraquecimento de Eros, não podia deixar o deus ficar mais fraco ainda, se não as nossas brigas aconteceriam na arena de esgrima.
– Acho que você está certo. Não acredito que brigaria tanto com Ryler se Eros não estivesse preso.
Leo concordou com o que eu disse e olhamos para o jardim ao mesmo tempo. O único barulho que escutávamos era o de folhas de árvores balançando e de alguns bichos. Um vento agradável soprava, amenizando a temperatura abafada da Flórida.
– Não imaginei que Psiquê seria tão legal com a gente. Muito menos que ela me daria sua espada. – eu quebrei o silêncio.
– Psiquê é tão boa que me assusta. Mas, de qualquer jeito, já é um grande avanço termos chegado até aqui. Acho que em dois dias conseguimos salvar Eros, se tudo sair como o planejado.
– Espero que Hermes concorde em nos ajudar.
– Ele vai. – Leo garantiu – Eu já encontrei Hermes...ele é um deus legal, apesar de interesseiro. Não importa a missão, os deuses sempre tem que nos ajudar. É o papel deles nos orientar.
– Isso é o mínimo que ele podem fazer. – eu completei – Nós arriscamos nossas vidas por eles, e de algum modo, precisam nos ajudar. Mas se Hermes não nos levar até Paris...
– Não pense nisso – Leo aconselhou – Isso afeta no desenvolvimento da missão e acaba com a sanidade. Depois de algumas missões, eu aprendi que o melhor jeito de fazer o negócio dar certo é deixar a coisa rolar e ser um pouco doido. No final, tudo dá certo. Ou não. Mas vamos acreditar que sim.
Eu ri do comentário de Leo. Por um lado, ele estava certo. Se eu me preocupasse tanto sobre como íamos conseguir chegar até Paris, eu não iria me concentrar no presente. E sem dúvidas, afetaria o progresso da missão. O que não podia acontecer.
– Se você diz, Sr. Expert Em Missões, quem sou eu para discordar? – zombei.
– Exato. Você é uma semideusa inexperiente e deve escutar aos meus conselhos sábios, criança. – Leo usou a entonação de um velho sábio. É óbvio que ele estava tirando sarro, e tive a impressão que imitava Quíron.
– Você imitou Quíron ou...?
– Espertinha você, hein! Acho engraçado o jeito que Quíron fala, tipo, todo tiozão que já viveu milhares de anos.
– O que é verdade.
– Pois é. Ele vive no presente, mas seu sotaque ficou na Grécia Antiga.
Paramos um segundo para analisar o que tínhamos acabado de dizer. E adivinha? Caímos na risada.
– Nós acabamos de zoar o diretor do acampamento. – eu ainda ria.
– Eu sei. Cara, finalmente alguém que tem o senso de humor parecido com o meu. Aleluia! – Leo fez um gesto como se agradecesse aos deuses.
Continuamos dando risada e improvisando nossas melhores imitações de Quíron. De repente, um cansaço tomou conta do meu corpo. A sensação era de que tudo o que já havíamos passado durante aqueles dias somou-se ao sono e acabou resultando em um surto idiota.
– Nós precisamos dormir antes de começarmos a zoar os deuses. – a voz de Leo também demonstrou cansaço.
– É verdade. Vem, vamos descansar um pouco.
Levantamos do banco e quando eu estava perto da porta, Leo segurou minha mão e me virou bruscamente. Por um momento, eu pensei que ele ia ser louco o suficiente para fazer outra coisa... Mas ele apenas depositou algo em minha palma.
– Você esqueceu comigo.
O objeto era Kallistei, que se encontrava como um isqueiro comum. Sorri fraco para Leo e agradeci. Ao chegar no quarto, encontramos Ryler dormindo como um bebê na cama imensa. Pelo visto, nós teríamos que dormir na mesma cama mais uma vez. Eu não me importei; eu só precisava de uma boa noite de sono para encarar o dia seguinte. Eu e Leo nos deitamos com a roupa do corpo e nos cobrimos. Por sorte, a cama era gigante e Ryler só ocupava uma parte dela, deixando bastante espaço para nós. Meus olhos já estavam quase fechando quando Leo disse baixinho:
– Boa noite, Pequena Miss Sunshine.
– Boa noite, Tocha Humana.


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– Pattie... Pattie, acorde.
Senti alguém me chacoalhando e abri os olhos no mesmo instante. Nossa! Já era de manhã? Eu poderia dormir todos os dias da minha vida naquela cama maravilhosa. Graças aos deuses, meus olhos não arderam quando eu os abri, porque alguém bloqueava minha visão. E esse alguém era Ryler.
Ryler vestia com a mesma roupa de ontem e ostentava sua casual expressão carrancuda. Me perguntei se ele ainda estaria bravo comigo por conta da briga do dia anterior, e então ele sorriu e qualquer dúvida foi embora. Assim como meu rancor.
– Bom dia. Dormiu bem? – Ryler perguntou e me deu um beijo na bochecha. Cara, qual era a desse garoto? Eu poderia não mais estar com raiva dele, mas não entendia como ele conseguia agir tão tranquilamente depois da nossa discussão.
– Bom dia. Eu dormi tão bem que cheguei a cogitar a opção de dormir para sempre.
Ryle riu do meu “bom humor” matinal.
– Você parece uma pedra dormindo. Eu estava quase pedindo um balde de água para Psiquê.
– Se você fizesse isso, eu juro por Zeus que te decapitava.
Levantei da cama e me espreguicei. Meu corpo não estava dolorido e eu não me sentia nem um pouco cansada. Pelo o contrário, eu estava louca para encontrar Hermes e matar alguns monstros. Olhei-me no espelho e dei uma arrumada rápida na minha roupa amassada e em meu cabelo bagunçado. Os raios solares entravam pela cortina branca iluminando todo o quarto, aquecendo o ambiente.
Caminhei em direção ao banheiro e escovei meus dentes. Para você ter uma ideia, o banheiro era quase do tamanho do meu quarto. Havia uma banheira imensa e o piso de mármore era deslumbrante.
Voltei para o quarto e Ryler continuava sentado na cama. Quando me viu sair do banheiro, levantou e veio em minha direção.
– Pattie, me desculpe por ontem. – Ryler abaixou a cabeça – Eu não deveria ter agido daquele jeito. Você estava certa, eu surtei como uma criança. Me desculpe por ter gritado com você.
Suas palavras me fizeram sorrir e eu o puxei para um selinho. Incrivelmente, não sentia mais raiva dele. Ele parecia arrependido e eu reconheci isso. Querendo ou não, eu também era culpada. Talvez fosse verdade que as nossas brigas fossem um reflexo do enfraquecimento de Eros, mas eu não deveria ter dito tudo aquilo para Ryler, apesar de uma parte de mim ter falado a verdade de propósito.
– Eu só te desculpo se você me desculpar também. – eu propus – Eu fui muito bruta com você.
Ryler sorriu e me beijou.
– Ontem, quando eu vim dormir, me passou uma coisa pela cabeça. – ele comentou.
– O que?
– Que todas nossas brigas acontecem porque Eros está fraco. Lembro-me do que Annabeth e Psiquê disseram e acho que faz sentido.
– Eu pensei nessa possibilidade também e para mim as chances disso estar acontecendo são de 99,9%.
Ryler assentiu e me abraçou. Naquele dia ele estava tão carente que mal parecia o Ryler bad boy e encrenqueiro que Leo havia descrito algumas horas antes.
– Nós vamos pegar esse cara e nunca mais vamos brigar, ok? Eu odeio discutir com você. – ele confessou.
– Eu também, grandão.
Ryler me abraçou mais forte ainda e me levantou do chão. Gargalhei alto e descemos as escadas de mãos dadas. Eu me sentia feliz por ter feito as pazes com Ryler, mas ao mesmo tempo confusa por não saber exatamente o que sentia por ele. Mas tinha certeza que sentia um afeto muito grande.
Assim que chegamos à sala, encontramos Leo e Psiquê sentados no sofá. Leo vestido como na noite anterior e comia algumas torradas. Suspeitei que os dois estivessem conversando alguma coisa séria e pararam assim que nos viram.
– E ai, Pequena Miss Sunshine! Bom dia! Quer uma torrada com geleia de morango? – Leo pareceu animado.
– Bom dia, Pattie. Como passou a noite? Espero que bem. – Psiquê falou com um sorriso nos lábios e eu assenti, concordando. Ela usava um vestido azul bebê delicado, e seu cabelo estava trançado com algumas flores. Os olhos de Psiquê tinham uma aparência mais viva e até os cabelos brilhavam mais. Talvez a promessa de que traríamos Eros de volta havia melhorado seu humor. – Venha comer algo, querida. Daqui alguns minutos vocês precisam partir, ou não conseguirão achar Hermes.
Psiquê fez sinal para que a seguíssemos até a cozinha. Sentamo-nos à mesa e ela colocou à nossa disposição aqueles pratos mágicos como os do Acampamento. Imediatamente, apareceram torradas, ovos, bacon e frutas picadas. Meu estômago roncou assim que vi toda aquela fartura e não hesitei em devorar a comida.
Ryler sentava ao meu lado e não tirava os olhos do próprio prato. Já Leo devorava as frutas junto com a geleia. Como esse garoto era magrelo comendo daquele jeito?
Psiquê olhou para mim e para e Ryler com um sorriso aconchegante.
– Vejo que os dois fizeram as pazes. Fico feliz por vocês.
– Obrigada! – eu respondi. – Psiquê, como vamos achar Hermes?
– Falaremos disso depois, querida. Agora vocês precisam se alimentar para não passarem fome mais tarde.
Leo soltou um suspiro de satisfação quando acabou de comer sua generosa refeição.
– Cara, eu poderia passar a vida inteira nessa casa. Comendo bem desse jeito e dormindo naquela cama, eu moraria aqui fácil!
Psiquê riu.
– Vou aceitar isso como um elogio a minha hospitalidade, Leo Valdez. Obrigada.
Eu e Ryler terminamos de comer e então rumamos para a sala. Psiquê pediu para que continuássemos em pé e ficou em nossa frente. Ela pegou uma caixinha em cima do sofá e a abriu. A caixa guardava três maçãs extremamente vermelhas. Senti uma vontade imensa de morder alguma delas, pois pareciam tão apetitosas quanto um lanche do Burger King.
– Essas são as maçãs do amor. São muito poderosas, e os levarão até Hermes.
– Essas maçãs vão mandar a gente para seja lá onde Hermes esteja? Sério? – Ryler perguntou.
– Sim. – Psiquê confirmou – Essas maçãs são mágicas. Nós só a usamos em caso de emergência e por precaução. Elas levam quem as morde para qualquer lugar, só basta pensar onde ou em quem vocês querem encontrar e elas os levarão até lá. Mas para que isso seja possível, os três tem que morder a maçã ao mesmo tempo e desejar estar no mesmo lugar. Apenas uma mordida basta.
A deusa entregou uma maçã para cada um. Ryler estava quase mordendo a maçã quando Psiquê exclamou:
– Pare! Não faça isso ainda!
Ryler largou a maçã assustado e se desculpou. Psiquê buscou meu arco e flecha e entregou-o para mim. Eu o coloquei em minhas costas e verifiquei se Kallistei estava em meu bolso. Suspirei ao sentir o isqueiro e o segurei forte. Ela entregou nossas mochilas e a espada de Ryler, e nos fitou seriamente.
– Coloquei mais ambrosia e néctar nas mochilas, e também alguns salgadinhos. Suas camisetas do Acampamento Meio-Sangue também estão aí dentro. Mas isso não é o mais importante.
Nós três esperamos que Psiquê continuasse.
– Hermes é um deus esperto, então não tentem enganá-lo. Tomem cuidado com suas armas, principalmente você, Patricia. Kallistei é mágica, mas não irá reaparecer em seu bolso caso você a perca.
Eu assenti, transmitindo confiança. Psiquê suspirou.
– Circe é muito poderosa. O cuidado precisa ser redobrado. Lembrem-se de que o charme é a arma mais poderosa, e ela vai descobrir suas maiores fraquezas para usá-las contra vocês mesmos. Acredito que não será fácil achar Eros, mas sei que vocês vão conseguir. Eu tenho esperanças nos três e acredito em seus potenciais. Salvem Eros e não deixem o mundo cair em desgraça, meus heróis.
Nós assentimos e Psiquê fez algo inesperado. Ela beijou nossas testas, como se estivesse nos dando sua benção, e nos lançou um sorriso encorajador.
– Obrigada, semideuses. Foi ótimo passar algumas horas com vocês. Agora devem ir e salvar meu marido. Boa sorte. – seus olhos encheram-se de lágrimas.
Psiquê fez sinal para que mordêssemos as maçãs e nós trocamos um olhar expressivo. Juntos, mordemos as maçãs, e eu desejei ser levada até Hermes. Torci para que Leo e Ryler tivessem feito o mesmo. Tive tempo de dar uma última olhada para Psiquê, que sorria bondosamente. Então, meu corpo foi sugado como se estivesse sendo levada por um furacão.
E no instante seguinte, eu me encontrava parada no meio de uma praia paradisíaca.


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Notas finais do capítulo

Entãããão? Gostaram? Fala pra mim nos comentários, ok? Ok. Aguardem o próximo capítulo, vai estar hilário! Hahaha beijos, até mais ♥



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