Segredo! escrita por Pupils Nómada


Capítulo 4
Capítulo 4




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 Ele também entrou no seu quarto, sorrindo, e fechou a porta. Deitei-me e mantive-me um pouco assim, com o candeeiro de mesa ligado. Pouco depois de me ter deitado, levantei-me e vou trocar de roupa.

 De repente, Lysandre abre a porta e eu pucho rapidamente algo para me tapar, por estar apenas de roupa interior. Ele me olha envergonhado e corado por segundos e desviou logo o olhar.

 -Desculpa…

 -Não tem mal! Entra!...

 Ele entrou, evitando olhar para mim. Desta vez ele vinha com uma camisa branca também. Olhei para o espelho ao meu lado, vendo as minhas faces todas coradas, e vesti o pijama, sacudindo meu cabelo encaracolado para trás.

 Comecei-me a dirigir para ele, até ele se voltar e fixar meus olhos. Deixei de sentir parte das minhas pernas, pelo que parei a dois passos de distância dele. Ele estendeu-me a mão, sorrindo e eu poisei a minha mão sobre a dele, sendo logo puxada como uma boneca e agarrada como se pudesse quebrar.

 Nossas respirações já estavam tão próximas que já mal me aguentava em pé, e seus olhos eram tão profundos que já me perdia neles.

 -Estás bem? – pergunta-me ele.

 Reuni toda a minha força para conseguir falar.

 …mas… simplesmente já me tinha perdido à muito tempo nele. Ele começa-se a rir, e leva-me até à cama.

 -Amanhã é dia de escola. Temos que dormir. – disse ele.

 Ele fez-me sentar em cima da cama e eu puxei-o para cima de mim, caindo para trás, com ele por cima.

 -Vais-me deixar sozinha? – perguntei finalmente.

 -Vou.

 Agarrei-o, ou ouvir estas palavras e olhei-o fixamente.

 -Não me deixes…

 -Não te deixarei. Vemo-nos amanhã durante todo o dia.

 -Mas não estaremos juntos. Sabes, perdi a conta dos anos em que estive à espera de voltar a estar contigo...

 -Foram dez anos.

 -E dez anos eu não desisti e continuei à espera de uma oportunidade de te ver.

 Ouve silêncio. De repente ele beija-me, pondo-se de forma a estar mais perto de mim e no fim olha-me fixamente.

 -Já gostavas de mim em pequena não era?

 Fiz que sim com a cabeça. Ele sorri-me novamente e docemente. Com os dedos, começou a passar levemente pelas minhas faces, principalmente pelas minhas bochechas.

 -Se eu tivesse sabido mais cedo… Desde pequeno que não penso em outra rapariga além de ti.

 E de repente ele me abraça fortemente, levantando-me de uma maneira tão rápida e me beija fogosamente como se já não houvesse um amanhã. Eu aperto-o com os meus braços, agarrando a sua camisa por trás e com força, deixando-a de certeza engelhada.

 Sem me aperceber, já o tinha envolvido também com as pernas, pelo que ele parou e afastou-se um pouco e começou-se a rir. Ele olhou-me de novo directamente nos olhos, com um brilho como nunca vira.

 -Que se passa? – perguntei sem entender o que se passava.

 -Ainda não reparaste? – disse ele numa pequena gargalhada.

 “Reparar no quê?” pensei, e comecei a analisar a situação, reparando finalmente que o prendera também com as pernas.
 -Ups…

 Eu mal o soltara e ele me fez rodar com ele, pondo-me por cima. O meu cabelo caiu para a minha frente e ele afastou-o, prendendo-o apenas atrás das minhas orelhas. Seu olhar agora era simples, mas adorável e amoroso.

 Não conseguia desviar o meu olhar do seu e nem sei quanto tempo estivemos assim. Por fim, ele falou.

 -Vamos dormir?

 -Sim.

 Sentei-me no seu colo, voltado de frente para ele e com uma perna de cada lado dobrada, enquanto ele se levantava e apoiava-se num braço.

 -Não queres dormir aqui? – perguntei-lhe, esperançosa.

 Ele olhou-me por instantes antes de me responder.

 -Aceito. – e sorriu-me.

 Sorri-lhe também e sai de cima dele, deitando-me na cama e vendo-o a deitar-se também. Puxei o lençol para cima mais o edredom, cobrindo-nos aos dois e ele desligou a luz. Senti ele mexer-se e de repente fui envolvida pelos seus braços e puxada para ele.

 -Bons sonhos… - sussurra-me ele.

 -B-Bons-s… s-so-nhos… - respondi-lhe, já a cair no sono.



 Acordei com o som do despertador de manhã. Ao abrir os olhos vejo que Lysandre já não estava lá comigo e levanto-me de rompante, sentando-me na cama.

 “Lysandre?” pensei, enquanto esticava um braço para desligar o despertador.

 Levantei-me, calcei os chinelos e fui em direção à porta, mas quando eu ia para pegar na maçaneta, a porta abre-se de repente e fico frente a frente com Lysandre, de cabelo molhado e já quase totalmente pronto.

 -Bom dia Pupils.

 Não pode evitar sorrir.

 -Bom dia!

 -Pronta para o primeiro dia de aulas?

 -Sim, acho que sim…

 Ele sorri-me delicadamente ao ver a minha hesitação e leva a mão à minha cara, levantando a minha cabeça com a ponta dos dedos e logo a seguir beija-me. O seu toque era fresco, o que me fez arrepiar um pouco, mas não me importei. Apenas queria aquele beijo.

 Começou-se a ouvir passos vindos de lá de baixo e logo a seguir nas escadas. Lysandre apenas terminou o beijo com alguns selinhos e logo de seguida deu meia volta e entrou no seu quarto. Eu olho para o lado, vendo a tempo Leigh a chegar cá acima. Ele ao ver-me sorri-me amigavelmente.

 -Bom dia Pupils. Acabas-te de acordar?

 -Sim! Bom dia primo Leigh! Ia agora tomar banho.

 -Então vai tomar banho que o pequeno-almoço já está pronto lá em baixo.

 -Sim! – disse, e fechei a porta do quarto, indo em direção à casa de banho.

 Tomei banho num instante e, como me esquecera de trazer roupa, sequei melhor o cabelo para ele não pingar, enrolei a toalha à minha volta e sai, acabando por me deparar com Lysandre, que saía do sei quarto, já com a mala da escola.

 Cruzámos os nossos olhares, meios envergonhados e eu desviei logo o meu, já corada e boca bem selada (mania minha de quando estou meia nervosa ou assim). Pelo quanto do olho vi-o a ele também bastante corado e ele desviou logo o olhar mal me viu assim também. Ele já se voltara, começando já a caminhar para descer lá para baixo e eu entrei no meu quarto.

 Decidi vestir o vestido que o primo Leigh me oferecera. Ele vinha com uma gargantilha a condizer; no fim pus umas meias azuis escuras e umas sabrinas brancas. Olhei-me ao espelho, vendo se precisava de algo mais. Satisfeita com o que via, agarrei na mochila e sai do quarto, indo até lá baixo.

 Ia a chegar à porta da cozinha quando oiço a voz de Leigh atrás de mim.

 -Onde pensa que vai nesse jeito?

 Assustei-me e voltei-me logo, olhando-o e levando uma mão ao peito com o susto. Ele me olhava, como eu se não acreditando.

 -Assustei-te? – pergunta ele, sorrindo, mas ainda m olhando como se estivesse a ver uma impossibilidade.

 -Sim… mas já passou. O que se passa?

 -Tu és uma criminosa de primeira. Todos os dias há um crime! Como é possível seres minha prima se nem te vestires sabes?

 Fiquei parada no mesmo sítio e só o vi a subir e quando voltou trazia umas sandálias azuis com uma flor branca que condiziam perfeitamente com o vestido, uma pulseira de prata simples e com poucos detalhes, dois pequenos brincos de cristais branco e dois puchitos. Troquei de sapatos e pus aquela bugiganga toda. Logo de seguida Leigh fez num instante duas tranças pequenas em cada lado e no fim fez-me dar uma volta para observar tudo.

 -Assim está muito melhor. Vai comer num instante pois já está quase na hora.

 -Obrigada primo Leigh! – agradeci-lhe com um sorriso e fui em direção à cozinha.

 Lysandre já tinha comido e estava apenas observando o jardim pela janela. Tentei não o incomodar e bebi apenas uma caneca de leite e peguei umas bolachas.

 -Olá! Já estão todos prontos? – oiço dizer.

 Eu olho para a entrada da cozinha e vejo Rosalya entrando de rompante e vindo na minha direção. Ela me abraça delicadamente, soltando-me logo e eu só me afasto um pouco por não estar habituada a tanta proximidade com as pessoas. Ela vai em direção a Lysandre e beija-o na face e este pega na sua mão e beija-a.

 -Estamos sim. Bom dia Rosalya.

 -Bom dia Rosalya! – disse eu também.

 -Bom dia! Então vamos andando?

 -Sim, vamos. – respondeu Lysandre e depois cruza seu olhar com o meu.

 Saímos todos da cozinha e fomos para o carro, onde Leigh foi logo ter connosco. Partimos. A escola era logo a duas ruas do parque, por isso era um perto. Leigh parou mesmo em frente ao portão e saímos. Lysandre me segurou a porta para eu sair e as pessoas que ali se encontravam me olharam e eu comecei a sentir-me meia estranha.

 - Je suis effrayé, mon cousin… (Estou com medo, primo…)- disse, agarrando o braço de Lysandre e aproximando-me um pouco dele.

 Ele me olhou nos olhos. Leigh arrancou após ter-se despedido de Rosalya.

 -O que é que ela disse, Lysandre? – pergunta ela.

 -Ela disse que está com medo. – respondeu-lhe Lysandre.

 Encostei o dedo indicador aos meus lábios, pensando no que havia de fazer e de como correria o dia.

 “Não quero ficar sozinha…”

 Lysandre agarrou-me delicadamente a mão e começou-me a levar para dentro da escola. Rosalya foi ter com um grupo de raparigas que me fixavam e a rodearam logo mal ela se aproximou.

 -Agora terás que ir falar com o representante das turmas. Eu vou ter que ir procurar Castiel. Rosalya estará lá fora de certeza com as outras raparigas. Vemo-nos já. – disse ele, largando-me a mão e se afastando.

 Segui-o com o olhar, vendo-o a olhar para trás umas três vezes e quando ele desapareceu, eu entrei na porta a meu lado. Deparei-me com um rapaz demasiado bem vestido para a idade, de gravata, camisa, calças castanhas claras e sapatos. O rapaz era lindo, loiro e de olhos cor de mel e aspecto meigo. Ele me olhou assim que abri a porta e sorriu-me.

 -B-Bonjour… (B-Bom dia…)- disse, mas logo me apercebi que estava falando francês e levei a mão à boca num “ups!”.

 - Bonjour à vous aussi! (Bom dia para ti também!)– ele sorriu-me abertamente.

 Não pode evitar sorrir.

 - Je m'appelle Nathaniel et je suis le delegué de cours. (Meu nome é Nathaniel e sou o representante de classe.)

 -Prazer Nathaniel!... – disse, rindo levemente.

 Ele também se ri.

 -És a nova aluna? Pupils, se não me engano...?

 -Sou sim! Vim por causa da ficha…

 -Ela está quase completa… falta apenas uma foto sua e 25$.

 Remexi na minha mala e tirei de lá a minha carteira. Tirei o que era preciso e entreguei-lhe, arrumando-a de novo.

 -Então parece estar tudo. Aqui está o seu horário e a sua chave de cacifo. Espero que gostes de estar cá.

 -Merci, Nathaniel! – agradeci na brincadeira, enquanto pegava no papel e na chave de cacifo.

 -De rien! – e voltou-me a sorrir.

 Saí da sala, indo para o corredor. Guardei a chave na mala e olhei meu horário. Começaria com uma aula de português, coisa de que eu nunca fora boa por causa da gramática.

 Vi os alunos a irem corredor fora e decidi seguir alguns para ser se achava as salas. Subi uma escadaria, dando ao piso superior e deparei-me logo com a minha sala ao fundo do corredor. Entrei em silêncio, sendo alvo de muitos olhares e sentei-me na cadeira ao pé da janela, ao fundo da sala.

 Tirei uma bolacha do pacote que trouxera de casa e fiquei olhando a paisagem descontraidamente e ignorando todos os outros.

 -Aqui estás tu, Pupils! Estava preocupada contigo!

 Olhei para quem estava ao meu lado e era Rosalya. Ela vinha com as suas amigas e todas elas me olhavam com curiosidade.

 -Lysandre também anda à tua procura. Ele disse que se esquecera do telemóvel em casa e que não sabia o teu número de cor.

 -Desculpem por vos ter preocupado… - disse eu inocentemente.

 Ouve-se a música de um telemóvel e Rosalya saca o seu telemóvel, atendendo logo de seguida.

 -Allô?

 …

 -Sim, ela está na nossa sala. Acabei-a de encontrar mais as meninas.

 …

 -Está bem. Tchau Lys!

 Ela desliga e olha para mim.

 -Lysandre está vindo. Telefonou do telemóvel de Castiel.

 -Está bem…

 Ela suspira e volta a pôr um sorriso.

 -Bem meninas, esta é a Pupils, prima de Lysandre. – apresentou-me ela. Pupils, esta é a Violette, a Kim e a Iris.

 Ela apontou para as meninas enquanto dizia o nome de cada uma.

 -Olá Pupils. Prazer. – disse Violette, uma rapariga baixinha e fofa, e de cabelos roxos.

 -Oi guria, prazer. – cumprimentou-me Kim, uma rapariga de aspecto forte e um pouco mais alta que eu.

 -Olá Pupils! Prazer em conhecer-te! – diz alegremente Iris, sorrindo-me abertamente.

 Eu sorri de leve e timidamente.

 -Olá a todas…! Querem bolachas? – perguntei estendendo o pacote.

 -Quero sim! – exclamou Rosalya e tirou uma.

 As outras não aceitaram. Começámos então a conversar. Elas iam-me fazendo perguntas sobre mim, e principalmente sobre a vida em França e eu ia-lhes respondendo. Lysandre chegou logo mais Castiel e vieram ter connosco.

 -Parece que encontraste a sala. – diz Lysandre.

 Sorri abertamente.

 -Sim! Até foi fácil! – respondi. – Olá Castiel!

 -Oi. – respondeu ele.

 De repente entra um rapaz não tão alto como os outros, de estilo militar, cabelos castanhos e olhos verdes e senta-se a umas carteiras de distância de nós. Ele chamara-me a atenção pelo seu olhar distante e cheio de uma mistura de sentimentos.

 -Pupils, estás-me a ouvir? – pergunta Lysandre.

 Eu olho rapidamente para Lysandre.

 -Desculpa, não ouvi… Estava olhando aquele rapaz triste ali… - disse eu, voltando a olhar para o rapaz dos olhos verdes qua agora rabiscava no seu caderno.

 Lysandre não pareceu gostar muito da minha resposta e atenção ao rapaz, pelo que eu desviei logo e olhei-o fixamente.

 -Que estavas a dizer, primo Lysandre?

 -Mm… se estava tudo bem com a tua inscrição.

 -Sim, já está tudo tratado, Obrigada! – e sorri, inclinando um pouco a minha cabeça para o lado.

 Lysandre desta apenas levantou um canto da boca. Tirei mais uma bolacha e trinquei um pouco numa ponta, segurando-a com as duas mãos e olhando inocentemente para Lysandre.

 -Que fofa que tu és, Pupils! – exclama Iris.

 Eu olhei para ela e sorri abertamente, rindo um pouco.

 -Obrigada Iris! – agradeci.

 Então olho para Violette, ainda a sorrir.

 -Eu acho que Violette é mais fofa que eu… - disse melodiosamente e trinquei mais uma vez.

 Violette sorri-me tão fofamente que não pude evitar de rir.

 -Obrigada Pupils…  disse ela.

 -De nada! – respondi.

 Vi Nathaniel entrar e momentos depois entrou uma mulher; a professora. Foram todos para os seus lugares e comi num instante a bolacha. A professora pediu-me para que eu me apresenta-se e no fim colocou-me na cadeira vazia ao lado do rapaz dos olhos verdes. A aula passou depressa e logo se ouviu a campainha para o intervalo.


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Notas finais do capítulo

Não liguem aos erros (sobretudo em francês... ^^'). bjts e espero que estejam gostando na minha fanfic!! ^-^ ~ ♥



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