Segredo! escrita por Pupils Nómada
Notas iniciais do capítulo
Espero que tod@s gostem! ^^
Estava um dia lindo de sol e eu esperava o táxi, sentada na entrada do aeroporto. Finalmente ele chegou. Levantei-me e peguei nas minhas coisas, indo na direção do velho taxista, que aguardava com o porta-bagagens aberto. Ele poisou lá as malas e fechou o porta-bagagens.
-Merci.
O velho taxista olhou para mim e entrou no táxi. Entrei também e partimos. Eu estava indo para casa dos meus primos que já há muito que não os via.
Flashback on
Eu corri pelo campo fora, indo até ao celeiro e abri um pouco o portão, espreitando para lá para dentro. Ele estava lá com um coelho ao colo, distraído fazendo-lhe festinhas. Comecei então a fechar o portão do celeiro devagarinho.
-Entra Pupils.
Fiquei estática mas acabei por entrar, fechando logo o portão.
-Desculpa primo Lysandre… - disse levemente enquanto me encostava ao portão.
Ele olhou para mim.
-O que os tios disseram? – perguntou.
-Vou-me embora! – disse, começando a chorar.
Tapei os meus olhos com as mãos, esfregando os olhos. Ouvi os passos dele vindo na minha direção e senti ele agarrar-me nos braços, afastando as minhas mãos da minha face.
Eu via o seu olhar preocupado e triste e então soltei-me dele e abracei-o, chorando e soluçando. Senti seus braços me envolverem apertado.
O portão voltou-se a abrir e Leigh apareceu, espreitando cá para dentro.
-Pupils, os teus pais estão a chamar-te. É hora de partir.
Soltei Lysandre e ele a mim e limpei as lágrimas. No fim sorri.
-Adeus Lysandre!
Dei um beijo rápido na sua bochecha e sai rapidamente, seguindo atrás de Leigh e vendo Lysandre olhando-me parado no mesmo sítio.
Flashback off
Já chegara a casa de Leigh. Vi o preço e dei uma nota de cinquenta euros.
-P-Pode ficar com troco. – tentei dizer, já a tentar-me habituar ao português.
Sai do carro e ao mesmo tempo a porta da casa abriu-se, sem eu me aperceber. Ajeitei o vestido, alisando-o, e olhei para a frente com o hábito, deparando-me com um rapaz de cabelos lisos pretos e estilo vitoriano à entrada da porta; Leigh. De repente ele afasta-se, deixando passar um outro rapaz da minha idade, de cabelos brancos, mas que fica verde numa ponta, olhos bicolores e também de estilo vitoriano.
Ele ficou parado à entrada ao lado do irmão. Não pude evitar sorrir timidamente, e então ele começou a vir rapidamente na minha direção, sorrindo também. Dei um passo em frente, abrindo o portão e fui abraçada fortemente por ele, como antigamente.
-Ly-Lysan-dre!
Senti ele a rir-se e fechei os olhos enquanto o abraçava também, e senti o seu cheiro. Não me importava nada de ficar assim para sempre…
Abri os olhos de repente. “No que estou eu a pensar?”
Soltei-o logo e pus as minhas mãos no seu peito, empurrando-o de leve. Ele soltou-me admirado e olhou-me sem compreender. Seu olhar transmitia apenas “Passa-se algo?”, mas eu apenas me afastei um pouco e levantei o canto da boca, como que a desculpar-me.
Leigh tinha passado por nós sem me aperceber e pegava nas minhas malas, levando-as para dentro. O taxista foi-se e nós seguimos Leigh até ao meu novo quarto. Ele poisou as malas mesmo no meio do quarto e logo de seguida abraçou-me rapidamente.
-Há quanto tempo, Pupils! Estás mais alta!
-Não tanto quanto vocês. Eu era da altura do primo Lysandre!
-Mas isso já foi à anos.
Sorri como resposta e olhei para Lysandre. Ele estava encostado à porta, de braços cruzados, olhando-me solitariamente e meio triste e desapontado.
-Mudas-te muito… - disse.
-Também tu.
Percebi o que ele quis dizer e fiquei meia triste e arrependida.
-Tás mais bonito. – afirmei, envergonhada, e fingindo não ter percebido o que ele dissera.
Sabia que estava corada. Ele riu-se levemente, descruzando os braços.
-Tu também estás, Pupils.
-Obrigada! – agradeci, sorrindo.
- Lysandre, vamos deixar Pupils se instalar. – disse Leigh, olhando para Lysandre e logo de seguida olhou para mim. – Já lanchas-te Pupils?
-Já sim.
-Então está à vontade. O jantar estará pronto daqui a mais ao menos duas horas.
-Está bem!
Eles saíram. Lysandre ainda olhou para mim antes de fechar a porta, lembrando-me aquele último dia. Comecei então a arrumar tudo o que trazia nas malas, até ouvir alguém a bater à porta.
-Entra! – disse suficientemente alto para se ouvir no outro lado da porta.
A porta abriu-se. Era Lysandre. Parei logo o que estava a fazer, olhando-o estática.
-Está escuro aqui. – disse Lysandre, e ligou a luz.
-Nem tinha reparado. – admiti.
Ele sorria com um sorriso que eu nunca vira e que fez o meu coração bater tão fortemente que fazia doer o meu peito. O seu sorriso desapareceu e ele começou a avançar na minha direção, corado. No meu íntimo eu queria ir ter com ele e tocá-lo, mas foi este desejo que me fez ficar no mesmo sítio onde me encontrava. Ele levantou a mão, levando-a na direção da minha cara, para me tocar até que Leigh nos chama de lá de baixo.
-Lysandre, Pupils, o jantar está a esfriar!
Isto pareceu tê-lo desperto, pelo que parou estático e abaixou logo a mão, agarrando a minha. Senti uma onda eléctrica a percorrer-me desde o seu toque. O seu olhar ainda era profundo, como nunca tinha visto antes.
-Foi por isso que vim até aqui. Leigh pediu-me para vir-te chamar.
Ele me levou para fora do quarto, apagando a luz e fechando a porta, e levou-me para lá para baixo, para a cozinha. Leigh fez um prato francês, por eu ter vindo de França. Durante o jantar eles iam-me perguntando sobre várias coisas, como por exemplo sobre os meus pais, sobre a vida em França… e também iam-me dizendo novidades.
Leigh e Lysandre sentaram-se à minha frente, um ao lado do outro. Eu ficara frente-a-frente com Lysandre. Enquanto conversávamos, eu ajeitei-me para me sentir mais confortável, pondo o pé mais para a frente, até que bati em algo. Olhei para a frente e vi que Lysandre parara por um segundo, olhando-me um pouco corado. Vendo que era o seu pé, afastei o meu logo de seguida, tal como ele fizera, ao mesmo tempo.
Acabámos de comer, e depois de todos ajudarmos a arrumar a cozinha, fomos todos para cima lavar os dentes.
-Então até amanhã aos dois. – despediu-se Leigh, e entrou no quarto.
Olhei para Lysandre.
-Até amanhã. – despediu-se.
-Até amanhã. – despedi-me.
Voltei-me e abri a porta do meu quarto, mas comecei a sentir-me um pouco estranha e culpada, e então voltei-me rapidamente, agarrando-o pela mão e puxei-o para baixo, pondo-me em bicos dos pés e dei-lhe um beijo na bochecha, como sempre fazia quando eramos pequenos. Ele olhou-me admirado, mas sorrindo, corado.
Ia para entrar no meu quarto quando ele me puxa pela mão e me agarra pela cintura, abaixando-se e dando-me um beijo na bochecha.
-Dorme bem. – sussurrou-me.
Logo de seguida soltou-me e eu entrei no meu quarto. Fechei a porta e olhei para o espelho que lá havia. Os meus olhos brilhavam e tinha as faces coradas e um sorriso que nunca tinha visto no rosto. Meu coração batia mil à hora e algo me atraia para fora do meu quarto.
Não conseguia arrumar mais nada, por isso apenas peguei no meu pijama preferido e troquei de roupa, vestindo-o. Assim que terminei, atirei-me para cima da cama e escondi a minha cara na almofada, ainda sorrindo.
Desliguei a luz e tentei dormir. Como não conseguia, peguei no meu mp3 e pus musica baixinho. Passou uma eternidade e algo não me deixava dormir. Olhei para o relógio. Já passava da meia-noite. Levantei-me e sai do quarto devagarinho, sem fazer barulho.
Fui até à cozinha, abri o frigorífico, tirei de lá o pacote de leite e tirei uma caneca das prateleiras de cima. Pus leite na caneca e voltei a guardar o pacote de leite no frigorífico. Bebi o leite, poisei a caneca no lava-louça e voltei a sair cozinha.
Como não tinha calçado nada, fiquei com os pés gelados. Não acendera nenhuma luz para não os acordar. De repente fui contra alguém e quase cai, mas seguraram-me.
-Desculpa! – disse.
Olhei para cima e vi que era Lysandre.
-Não faz mal. Ainda estás acordada?
-Sim. Não consigo dormir.
Ele olhou-me de cima a baixo.
-Não sentes os pés gelados?
-Sim, sinto.
Ele riu-se baixinho e de repente pegou-me ao colo. Só depois é que reparei que ele vestira apenas calças de pijama e nenhuma camisola. Ele encostou-me ao seu peito quente e eu pude ouvir o seu coração a bater tão aceleradamente quanto ao meu.
-Primo Lysandre! Poisa-me no chão! – disse baixinho.
-Não quero que fiques doente logo nos primeiros dias que aqui estás.
Ele começou a subir as escadas, levando-me ao meu quarto. Eu rodeei o seu pescoço com os meus braços, encostando a minha cabeça ao pé do seu pescoço e senti o seu cheiro.
A porta do meu quarto estava entreaberta, por isso foi fácil entrar. Ele com o pé voltou a encostar a porta e levou-me até à cama, poisando-me lá. Larguei-o quando senti a capa debaixo de mim e olhei-o, envergonhada. Ele levantou-se e olhou-me também.
-Tu também não conseguias dormir? – perguntei-lhe.
-Não.
Fez-se silêncio. Eu sentei-me na cama e tapei-me um pouco com o lençol.
- Se queres dormir devias-te deitar. – recomendou ele. – Até amanhã.
Ele começou a dirigir-se para a porta quando me levantei.
-Espera! – chamei-o e corri na direção dele, agarrando-lhe o braço e puxando-o para mim.
Ele olhou-me amorosa e profundamente. Apetecia-me beija-lo mas não o fiz.
-Não tenho sono!
-Queres que eu fique contigo?
- Sim! – pedi, a sorrir – Quer dizer, se não te importares, claro. – acrescentei, largando-o.
Ele sorriu-me e abraçou-me, levando-me até à cama, novamente.
-Mas para isso tens que ficar aí deitada! – disse ele.
-Está bem! – concordei e deitei-me, tapando-me.
Ele sentou-se na borda da cama e ficou ali, olhando-me. Eu o olhava fixamente sem conseguir adormecer e sem dizer nada.
-Enganei-me. Continuas igual. – disse ele.
-Porque é que te enganas-te, primo?
-Porque tu lá fora me afastaste, como se tivesse acontecido algo.
-Ah! Pois… Isso!...
Comecei-me a sentir culpada e desviei o olhar dele para o tecto.
-Fiz algo que não gostaste? – perguntou.
-Não foi isso…
-Então o que foi?
Não respondi. Apenas permaneci a olhar para o tecto.
- Pupils… - chamou-me ele.
-Não quero responder a isso, Lysandre.
De repente ele pôs um braço de cada meu lado, ficando por cima de mim e de joelhos num só lado. O meu coração começou a bater cada vez mais, apesar do seu olhar magoar um pouco.
-O que se passou, Pupils?
Ele tinha o cabelo à frente da sua cara, pelo que eu ergui as minhas mãos e o afastei, pondo-o por trás das orelhas. Ficámos assim, olhando-nos durante algum tempo, sem fazer nada, até que ele se abaixou e me beijou.
Puxei-o para mim, quase que num abraço, mantendo-nos próximos, enquanto nos beijávamos. Ele apoiou-se num só braço e ergueu-me um pouco. O fogo que ali havia parecia que nunca mais se extinguia mas tivemos que parar pois o nosso ar acabara.
Ele encostou a sua cara à minha, enquanto recuperava, respirando mais rapidamente. Eu ainda o abraçava, mas já tinha-se uma distância entre nós.
-Foi por ter reparado que gostava de ti que me afastei. – respondi-lhe finalmente.
Ele afastou-se uns centímetros e olhou para mim.
-Não é normal amar-se um primo. – continuei.
-Eu sei que não.
Ele voltou-se a aproximar e beijou-me novamente.
-Ah! Está calor aqui debaixo! – queixei-me.
Eu soltei-o ao senti-lo a afastar-se e ele destapou-me, deixando-me apenas com o lençol.
- Está bom assim? – perguntou ele a sorrir.
-Obrigada Lysandre! Tu não tens frio?
-Agora não.
Eu ri-me, sabendo qual o motivo. Sentei-me, pondo o lençol de lado e empurrei-o, fazendo-o deitar-se e ficando em cima dele. Comecei a sentir um pouco de frio nas costas, pelo que puxei rapidamente o lençol para cima de nós.
-Assim tenho a certeza que não estás a apanhar frio! – afirmei, sorrindo.
Ele sorriu-me e eu de repente bocejei.
-Parece que alguém está a ficar com sono. – disse ele.
-Mas eu agora não quero dormir!
E voltei a bocejar. Ele agarrou-me e deitou-me ao seu lado, mantendo-me ainda nos seus braços e contra o seu peito.
-Dorme… - disse baixinho.
Eu olhei para ele e ele me olhava. Estiquei-me um bocadinho e beijei-o, voltando logo de seguida a abaixar a cabeça e fechar os olhos, adormecendo nos seus braços.
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Espero que tenham gostado! :D Publicarei assim que me der jeito (talvez na próxima semana ;) ). Bjts e deixem a vossa opinião!! ^^