Mais Além De A Usurpadora escrita por Kah


Capítulo 17
Capítulo 17 O lugar perfeito pro amor viver




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A mansão Bracho havia se transformado numa imensa tristeza, eles estavam reunidos na sala, Verônica e Osvaldo também estavam la, e Rodrigo junto com Osvaldo cuidavam de tudo, iria fazer um exame de DNA para confirmar de quem era o corpo, já que o mesmo estava irreconhecível devido a explosão do carro.

A noticia do acidente e da morte de Paulina saiu nos jornais.

Vovó Piedade e Patrícia consolavam Carlinhos e Lizete que estavam mergulhados numa tristeza e num choro sem fim. Filó estava inconformada com a tragédia, com Gabo no colo chorava em silencio, Verônica cuidava de Paulinha, todos os empregados estavam tristes e choravam pelos cantos.

No quarto Carlos Daniel continuava na sua imensa dor, agora sentado na cama, ele segurava a foto do dia do seu casamento, passando a mão no rosto de Paulina através daquele vidro, aquele sorriso no rosto dos dois parecia uma ironia, estavam tão felizes naquela fotografia e agora sentia uma dor que jamais havia sentido.

Mergulhado naquele mar de sofrimento, seu celular toca no seu bolso, e como um despertador o chama para a realidade, ele se enche de esperanças, era Paulina, tinha que ser.

- Paulina! – ele diz com a voz rouca abafada pelo choro.

- Senhor Carlos Daniel Bracho? – uma voz feminina pergunta – Aqui é Helena, sou enfermeira do Hospital Santa Rosa.

- Hospital? – ele pergunta se enchendo de esperanças de que Paulina esteja lá.

- Eu vi a noticia no jornal do acidente de carro com a Senhora Paulina Bracho, lá diz que ela morreu, mas, ontem deu entrada aqui uma mulher muito parecida com ela.

- É a Paulina. – Carlos Daniel diz chorando mais pra si do que pra Helena – Tem que ser ela.

- Achamos mesmo que seja senhor.

- É ela, sinto que é, - Carlos Daniel diz sorrindo enquanto as lagrimas vão descendo pelo seu rosto – Que Hospital disse que é?

- Hospital Santa Rosa senhor, é um hospital publico, sabe onde fica?

- Sei sim, eu estou indo agora mesmo. Você me deu a melhor noticia do mundo.

Aquela dor que Carlos Daniel sentia já o tinha abandonado, o pesadelo acabado, Sua Paulina estava viva, suas lagrimas agora eram de alegria, a vida voltou a ter sentido, os sons, as cores, tudo havia voltado.

Carlos Daniel desce as escadas correndo, o sorriso nos seus lábios misturados com as lagrimas, que agora eram de alegria, fez com que todos que estavam ali, ainda mergulhados numa enorme tristeza, o olhasse espantado.

- Ela esta viva, - Carlos Daniel diz sorrindo com as lagrimas rolando pela face – Paulina esta viva.

- Acho que ele esta ficando louco vovó. – Rodrigo diz triste e preocupado.

- Não Rodrigo, eu não estou louco, - ele diz indo ate a família – acabaram de me ligar do Hospital Santa Rosa dizendo que Paulina esta lá.

Todos o olham com esperanças, aquela dor vai se esvaindo, sendo trocada por uma alegria que enche o coração e contagia a todos.

Carlinhos e Lizete correm ate o pai e o abraçam, seus olhos estão inchados de tanto chorar.

- Busca a mamãe papai, busca logo. – Carlinhos diz chorando.

- Eu vou buscar meu filho, - Carlos Daniel diz abraçando e beijando os filhos – sua mãe vai voltar pra nós.

- Tem certeza que é ela Carlos Daniel? – Rodrigo pergunta com duvida.

- Claro, vou para la agora mesmo. – ele diz indo em direção a porta.

- Vai com ele Rodrigo. – vovó Piedade diz chorando de alegria – Carlos Daniel vai querer dirigir que nem um louco pra chegar lá logo.

- Claro vovó. – Rodrigo diz indo correndo atrás do irmão.

No caminho ate o hospital parece haver milhões de quilômetros, Carlos Daniel não agüenta a ansiedade de poder ver Paulina, de senti-la nos seus braços.

- Por favor Rodrigo, - ele diz nervoso – vá mais rápido.

- Carlos Daniel se eu for mais rápido vamos voar. – Rodrigo diz sorrindo – Tente se acalmar, logo chegaremos.

- Não me peça isso Rodrigo, não sabe o que eu passei nessas ultimas horas, eu quero ver Paulina.

- Eu sei meu irmão, agüenta só mais alguns minutos, e terá Paulina de volta. E eu achando que nunca mais a veríamos.

Quando finalmente chegam no hospital, Carlos Daniel desce do carro correndo, na recepção ele pergunta ofegante para uma das recepcionistas.

- Por favor, preciso saber onde esta Paulina Martins Bracho.

- Um momento, - a recepcionista diz olhando no computador – não tem ninguém com esse nome aqui senhor.

- Claro, ela estava sem os documentos. Uma enfermeira me ligou seu nome era, - ele coloca a mão na testa – Helena, isso se chama Helena.

- Aguarde um minuto que vou chamá-la. – a recepcionista diz e sai.

Rodrigo entra logo em seguida.

- E então? Como ela esta?

- A recepcionista foi chamar a enfermeira que falou comigo, o nome de Paulina não esta nos registros.

- Claro, os documentos não estavam com ela.

- Será que ela esta muito mal? – Carlos Daniel diz preocupado.

- O mais importante é que ela esta viva Carlos Daniel. – Rodrigo diz pegando nos ombros do irmão – ate agora a pouco achávamos que estava morta.

- Mas e se ela estiver muito ferida e correndo algum risco?

- Calma Carlos Daniel, - Rodrigo o abraça – vamos esperar para ver como ela esta.

A enfermeira Helena se aproxima.

- Senhor Bracho? – ela pergunta – Sou Helena, quer me acompanhar?

- Vem comigo Rodrigo?

-Posso? – Rodrigo pergunta olhando a enfermeira.

- Claro, pode entrar com ele.

Eles vão atrás de Helena que os levam para a emergência, na sala tem varias macas com pacientes, Carlos Daniel procura Paulina olhando seus rostos.

- Ela esta na ultima maca senhor, - Helena diz apontando para o fim da sala – esta dormindo agora porque demos um sedativo pra ela, acordou muito agitada e nervosa.

Carlos Daniel não espera a mulher contar os detalhes, ele corre ate Paulina.

- Meu amor, - ele diz com as lagrimas voltando a cair – você esta viva.

Ele a olha avaliando, Paulina tem alguns arranhões nos braços, um curativo na testa e o braço esquerdo enfaixado. Carlos Daniel a abraça com cuidado, alguns pacientes o olha curiosos, ele beija os lábios de Paulina com cuidado, as lagrimas caem pelo seu rosto. Algum tempo depois Rodrigo se aproxima.

- Conversei com o medico que atendeu ela Carlos Daniel, - ele diz sorrindo – Paulina esta bem.

- O que ele disse? – Carlos Daniel pergunta sem tirar os olhos de Paulina e segurando sua mão.

- Paulina foi trazida por um casal de idosos que a socorreram numa estrada próxima daqui, chegou desacordada e com um corte profundo no braço, não tem nada quebrado, não foi grave, ela esta sedada porque acordou muito agitada, chorando, falando coisas sem sentido.

- Acho melhor transferirmos ela para Clinica San Lourenzo Rodrigo.

- Eu ate disse pro medico que iríamos transferi-la mas ele disse que não tem nenhuma necessidade, e que quando ela acordar, já poderá ir pra casa. Claro que se ela estiver mais calma.

- É serio Rodrigo? – Carlos Daniel o olha – Parece que tudo não passou de um pesadelo, horrível e cheio de sofrimento.

- É Carlos Daniel, agora basta saber como ela se salvou, e quem estava naquele carro.

Carlos Daniel passa a mao suavemente pelo rosto de Paulina, as lagrimas que agora escorrem pelo seu rosto sao de alegria, finalmente aquele pesadelo havia passado, sua Paulina estava bem, logo estariam em casa e esqueriam aquelas horas de dor.

- Bom Carlos Daniel, - Rodrigo diz pagando no ombro de irmao – eu vou ligar pra vovó. Eles devem estar anciosos por noticias. Voce fica bem sozinho?

- Claro Rodrigo, pode ir ligar, eu nao saio de perto de Paulina nunca mais.

- E eu acho que voce fala mesmo serio. – Rodrigo sorri – Volto logo.

Carlos Daniel se senta puxando a cadeira para perto de Paulina, suas maos passeavam pelo seu braço, sua face. Ele precisava senti-la, Paulina começa a despertar, ela abre os olhos confusa, Carlos Daniel segura sua mao.

- Carlos Daniel. – ela o chama.

- Minha vida eu estou aqui. – ele diz acariciando seu rosto enquanto algumas lagrimas rolam pela sua face.

Paulina vira a cabeça para olha-lo e quando seus olhos encontram os deles um sorriso enorme surge no rosto dos dois.

- Paulina! –Carlos Daniel diz e abraca beijando seu rosto – Fiquei com tanto medo meu amor.

 Paulina passa a mao direita pelo cabelo de Carlos Daniel e diz.

- Eu estou bem meu amor, nao fique assim.

O choro abafado de Carlos Daniel é de alivio, de saber que Paulina esta bem, esta VIVA.

- Pensei que nunca mais fosse te ver. – ele diz olhando com os olhos inchados.

- Eu tambem pensei Carlos Daniel, - ela diz e o puxa para abraça-lo e chora – tive tanto medo, Fabricio queria nos matar.

- Então era aquele... – ele diz com tanto ódio que a voz falha.

- Achei que fosse morrer. - ela diz entre soluços.

- Calma minha vida, - ele a olha limpando suas lagrimas – tem que se acalmar para irmos pra casa, você não faz idéia do que foi essas ultimas horas.

- Eu me sinto bem meu amor. – ela diz sorrindo.

- Que bom Paulina, eu vou chamar o medico para ver se já pode ir pra nossa casa.

- Não Carlos Daniel, - Paulina segura seu braço – não me deixe sozinha.

Rodrigo se aproxima.

- Paulina, - ele diz beijando sua testa – dessa vez você nos deu um susto muito grande. Como se sente?

- Eu estou bem Rodrigo, só quero ir pra casa.

- Rodrigo, - Carlos Daniel o olha – pode pedir pro medico que atendeu Paulina vir ate aqui.

- Claro Carlos Daniel, - Rodrigo sorri – não se preocupe que vou chamá-lo.

Alguns minutos depois Rodrigo volto com o medico.

- E então Paulina, como se sente? – o medico pergunta conferindo seu pulso.

- Eu estou bem, quero ir pra casa.

- Bom, - ele sorri olhando-a – e já pode ir agora mesmo, imagino como sua família esta depois de tudo, devem estar loucos pra te ver.

Paulina olha confusa para os três.

- Eu te explico no caminho meu amor, - Carlos Daniel sorri – é uma longa historia.

No carro de Rodrigo, Carlos Daniel se senta no banco de trás com Paulina a aconchegando no seu peito e envolvendo nos seus braços, ele conta tudo pra Paulina e as lagrimas acompanham suas palavras, as lagrimas também escorrem pelo rosto de Paulina.

- Então Fabrício morreu? – ela pergunta afundando a cabeça no peito do marido.

Carlos Daniel a abraça mais forte e beija sua cabeça.

- Como que aconteceu Paulina? Você não estava no carro? – Rodrigo pergunta curioso olhando-a pelo retrovisor do carro.

Paulina começa a contar.

- Depois, - ela diz com as lagrimas que continuam a descer pela sua face – ele atirou o carro contra um barranco para nos matar, o carro capotou varias vezes, eu estava com o cinto, e quando ele parou de cabeça para baixo eu só pensava em sair dali, não sei como mas consegui sair pela janela e caminhei ate a estrada, não lembro o que aconteceu depois disso, quando acordei já estava no hospital.

Carlos Daniel e Rodrigo ouviam a historia espantados. Carlos Daniel puxa o queixo de Paulina para olhá-la, seus olhos também derramam lagrimas pelo seu rosto, saber o que sua amada esposa passou naquele carro o faz sentir uma enorme dor.

- Agora tudo acabou minha vida, - ele diz beijando seus lábios e seus olhos – nunca mais ele fará nada contra você.

Paulina sorri e abraça Carlos Daniel se aconchegando no peito do esposo, seu lugar preferido no mundo, o lugar onde se sente segura e protegida.

Quando chegam na mansão e entram por aquela porta, Paulina encontra 16 pessoas, crianças e adultos, a esperando, todas com os olhos inchados, Carlinhos e Lizete são os primeiros a ir encontrar a mãe.

- Mamãe, - Carlinhos diz abraçando a mãe e chorando – que bom que esta viva mamãe.

- Mãezinha. – Lizete também chora.

Paulina abraça os filhos beijando seus rostos e os apertando.

- Não chorem assim meus amores, agora esta tudo bem.

Todos, sem exceção abraçam Paulina, a olha, beija seu rosto. As lagrimas que insistiam em cair pelo rosto de alguns eram de alegria.

- Cadê Paulinha e Gabo? – Paulina pergunta abraçada a Carlos Daniel sorrindo com lagrimas pelo rosto.

- Acabaram de dormir Paulina, - Filó diz sorrindo – ate os pobrezinhos sofreram nessas ultimas horas, não dormiram direito.

- Eu vou vê-los. - Paulina diz segurando a mão de Carlos Daniel.

- Claro minha filha vai lá vê-los e aproveita para tomar um banho, depois volta por que vamos de abraçar e apertar ate você não agüentar mais. – vovó Piedade diz sorrindo.

Paulina vai ate a avo e a abraça beijando seu rosto.

- Paulina eu e Osvaldo vamos pra casa, - Verônica diz – meu filho esta com a baba, e já estou com saudades.

- Claro Verônica, - Paulina a abraça – e obrigada por tudo, Rodrigo me contou que ajudou com Paulinha.

- Que isso D. Paulina, era o mínimo que poderíamos fazer. – ela diz segurando as mãos de Paulina.

- Você também Osvaldo, - ela abraça-o – obrigada.

- Não tem que agradecer, como Verônica disse, era o mínimo que podíamos fazer.

Aquela noite foi uma mistura de emoções, com a família reunida, Paulina a toda hora era abraçada, beijada, Cacilda preparou um jantar especial, ninguém havia conseguido comer nada o dia inteiro, e depois que todo aquele desespero e sofrimento havia passado, e a fome ocupou um grande espaço entre eles.

Depois de jantarem eles foram para sala onde ficaram conversando e sorrindo por um bom tempo.

- Bom, já esta bem tarde para vocês irem embora agora, - vovó diz olhando para Rodrigo, Patrícia, Estephanie, Fernando e Adelina – e também as crianças já estão dormindo, não seria justo acordá-las agora. E temos quartos para todos.

- Tem razão vovó, passaremos a noite aqui. – Rodrigo diz sorrindo

- Nós também vovó, Raimundinho esta dormindo tão bem. – Estephanie fala.

Carlos Daniel e Paulina estavam sentados no sofá, Paulina encostada no peito do marido que envolvia seus braços na sua cintura, o sorriso no rosto dos dois brilhavam.

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Deitados naquela cama, que horas antes havia se tornado um refugio, Carlos Daniel tinha sua amada esposa sobre peito, as mãos de Paulina passeavam por ele deixando um rastro quente, seus braços envolvendo Paulina sentiam o calor do corpo aquecê-los, não havia no mundo um lugar mais perfeito que aquele, um nos braços do outro, ambos se sentiam protegidos ali, o silencio dos seus braços era uma canção de ninar, como se anjos estivessem cantando. Não precisavam de palavras para demonstrar o que estavam sentido, seus corpos se conheciam bem e sabiam que naquele momento ali era o melhor lugar do mundo.


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