Assassin's Creed: War escrita por Hurricane


Capítulo 2
Bloco 1: Pedaços do Passado


Notas iniciais do capítulo

não tava cabendo o nome do cap, então vai aqui mesmo.
Memória 1: É como se eu estivesse lá.



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Dezembro, 1916.


Petrogrado (São Petesburgo), Rússia.



-Eu sei o que vocês pretendem. Não vai dar certo. – O homem falou, sua espessa barba negra impedia que fossem vistos os lábios comprimidos.


-Me desculpe Monge, mas devo discordar. – O homem vestia um capuz branco, sua jaqueta era branca como a neve, com peles por baixo, para se proteger do frio da Rússia.


-Lhe prometo que vai se decepcionar.


O homem encapuzado tinha um cavanhaque amarelo, seu capuz escondia o rosto. Algumas armas estavam escondidas por baixo do manto. Elas não seriam usadas. O homem encapuzado se sentou no chão. A perna esquerda dobrada para cima, para poder apoiar o braço esquerdo em seu joelho. O braço e a perna direitos encostavam-se no chão, para prover estabilidade ao homem.


-Deveria ter morrido nas primeiras vezes Rasputin. – O homem encapuzado deu um sorriso sombrio. – Agora nós temos que fazer algo a esse respeito.


Rasputin olhou ao redor, estava cercado de inimigos. Todos preparados para matá-lo. Aquele homem encapuzado representava a morte, mas Rasputin não o temia. O Monge Louco sorriu diante da ideia.


-Que faça, mas não será fácil de me matar.


-Veremos. – O homem encapuzado fez um sinal com a mão, os homens que cercavam o Monge se preparam. – Quer dizer algo? – O encapuzado perguntou, antes de dar o sinal que permitiria que seus homens matassem Rasputin.


-Eu sou tão resistente quanto minha Ordem.


-Então sua Ordem cairá como você. – E o homem encapuzado fez um último sinal, permitindo que seus aliados atacassem.


Félix Yussupov atira pelas costas de Rasputin. O Monge resiste. Mais dos homens que se reuniam lá começam a atirar, um dos tiros atinge a cabeça. Rasputin ainda se mantém em pé.


-Eu te disse! – O Monge ri. – Não pode me matar, nem derrubar minha Ordem!


-Negodyay (desgraçado), não se cansa disso?


Yussupov acerta Rasputin com um porrete, o Monge se mantém vivo, porém atordoado. Quando Rasputin acerta o chão, os homens o enrolam em um lençol.


Levaram o homem enrolado, mas não morto, até o quase congelado Rio Neva. Lá ele é atirado. Quando o Monge Louco atinge as águas geladas, a figura encapuzada fala quse para si mesmo.


-Pustʹ Vash otdykh budet mirnym i glubokim.(que seu descanso seja calmo e profundo.)


-Spasibo(obrigado), Assassino, lhe devo muito. – Disse o príncipe Félix, com um sorriso de satisfação.


-Quieto. – O Assassino disse, e o sorriso do príncipe morreu. – Não deve me agradecer, seus interesses por acaso coincidiram com os meus. Mas eu quero deixar bem claro: não tive nada com essa morte. Quando as pessoas forem falar dela, falarão que foram vocês, e APENAS – Disse com muita ênfase a última palavra – Vocês. Mesmo que tenha sido eu quem planejou tudo isso, mesmo que tenha sido quem comandou tudo, se eu ouvir meu nome na boca de qualquer pessoa eu vou voltar... E eu aposto que vocês morrem mais rápido que o Rasputin ali. - E apontou para o homem que se esforçava para não morrer congelado ou afogado o rio.


-Entendi. – Yussupov sabia que não era apenas uma ameaça, e sim uma promessa. – Bem, mesmo assim, há algo que posso fazer para lhe recompensar?


-Idiot (idiota), simplesmente não deixe que ninguém saiba de minha participação nisso! – O Assassino tinha uma frieza na voz que faria temer o mais vil dos homens. – Do Svidaniya (adeus), Yussupov, aquele homem tem algo que eu quero, e preciso correr se não quiser perder seu rastro. – E falando isso o Assassino sumiu, se misturando às sombras.


O Assassino correu pela margem do rio, seguindo o corpo flutuante de Rasputin por um dia. Quando ele finalmente conseguiu alcançar o corpo, agora encalhado, ele já tinha morrido afogado. O Assassino procurou por um minuto o que ele buscava, revirou bolsos, remexeu por debaixo das roupas até as genitálias. Quando estava para completar um minuto de busca ele resolveu olhar no único lugar de fora de Rasputin que ele ainda não havia olhado. Enfiou a mão em sua barba e remexeu por poucos segundos, até que seu dedo indicador tocou algo aparentemente metálico. Ele segurou um pouco, e pressionou para ter certeza. Então segurou e puxou o que havia encontrado. Primeiramente pensou ter encontrado algo como um crucifixo, mas ao terminar de puxar ele viu que não era uma cruz normal, a ponta de cima era na verdade algo redondo. Era uma cruz egípcia. Era um ankh. Mais do que isso, era O ankh. Era dourado e parecia pulsar. Quando ele o retirou da barba de Rasputin, o ankh emitiu um brilho forte. O Assassino ficou admirado, não só pelo brilho, não só pela beleza. Mas porque aquela coisa de aparência simples acabara de ressuscitar um homem morto. Rasputin abrira os olhos, e quando ameaçou abrir a boca o Assassino apertou seu pescoço com a mão esquerda, a livre.


Rasputin acabou soltando um grunhido, no lugar de um grito. O Assassino virou Rasputin e o afogou pela segunda vez. E dessa vez a última.


-Filho da puta, não sabe que quando se morre, se permanece morto? – O Assassino pensou alto.


Pode trazer de volta os mortos, curar qualquer ferida? Se essa coisa cair nas mãos dos Templários, podemos ter o maior de todos os nossos problemas. Pensou enquanto chutava Rasputin para o rio novamente. Após chutar o agora duas vezes morto Rasputin, o Assassino andou um pouco, guardando o Pedaço do Éden em um bolso. Andou até encontrar uma boa árvore, alta, e aparentemente forte. Quando olhou apara cima ele percebeu que estava com fome. Decidiu que não escalaria a árvore, como tinha pensado em fazer, mas sim acamparia aos seus pés.


Tirou seu manto e o estendeu na neve. O manto era coberto de peles, para evitar o frio, mas o Assassino também trajava algumas poucas peles para situações como estas, elas evitariam grande parte do frio, e o manto poderia servir também de cobertor. O manto estendido tinha quase dois metros de largura, e o Assassino se sentou por cima dele, com as pernas cruzadas e posição de lótus.


Se alguém estivesse por ali agora, veria um homem de cabelos amarelos, tal qual seu cavanhaque. Olhos castanhos, e um corpo musculoso, nas costas um cajado preto longo, com uma cabeça de águia na extremidade superior, ao alcance da mão direita. Botas e calças acolchoadas com peles. Na cintura, do lado direito, uma Curdish Jambia, do lado esquerdo, uma pistola. Ao alcance da mão esquerda, nas costas, uma bainha de facas de arremesso. Nas calças, sete bolsos visíveis. Quem passasse não veria os outros bolsos escondidos, as lâminas ocultas estrategicamente escondidas por braceletes de couro.


O Assassino estava cansado e com fome. Resolveu que o segundo problema estava incomodando mais. E então surgiu seu terceiro problema: o quê comer? E com isso seu quarto: onde arranjar a comida? Ele fechou os olhos. Precisava arranjar algo para comer logo. Concentrou-se. A fome só iria aumentar. Tornou sua respiração praticamente inaudível. Seu estômago logo doeria. Abriu os olhos com esses pensamentos. Era como se tudo ao seu redor tivesse escurecido, no chão ele via o rastro de sua presa.


Era como se uma linha dourada se destacasse em meio à neve branca, agora azul-escura, e o guiasse até sua presa. O Assassino andou silenciosamente seguindo o rastro que encontrou. Ele se manteve um pouco distante até poder visualizar sua presa. Era um coelho gordo com pelos brancos, que pareciam brilhar e dourado, perto de uma pedra. Pedra que se encontrava perto de uma árvore, cujo tronco se encontrava perto do Assassino. Ele escalou o tronco até os galhos mais próximos da pedra e saltou para ela, andou silenciosamente até saber que acertaria o coelho.


Clique! E quando o coelho percebeu, já era tarde. Ele não poderia ais escapar. O homem desceu rápido e silencioso da pedra, acertando o pobre coelho bem em sua coluna vertebral com a lâmina oculta da mão direita.


Ele pegou o coelho, e seguiu até seu “acampamento”, lá ele se sentou novamente. Remexeu em um dos bolsos visíveis, e tirou uma linha de pesca. Logo depois duas pedras usadas para fazer fogo. Guardou a linha e procurou algumas pedras espalhadas pelo local. Quando conseguiu fazer um círculo, ele limpou a neve de um lugar próximo à seu manto, arrancou algumas lascas de madeira do tronco de árvore usando a Curdish Jambia. Viu se elas estavam úmidas ou serviria para a fogueira. Quando constatou que serviriam, ele as empilhou no meio do círculo e começou a usar as pedras para fazer fogo.


Logo, ele tinha uma fogueira. Tirou de um bolso um pau longo e fino e atravessou o coelho com ele. Colocou o animal em cima do fogo e esperou. Cochilou enquanto dormia, e quando acordou seu coelho já estava no ponto de queimar. Ele tirou o alimento rápido de lá, e então o comeu. Então se deitou sobre o manto e dormiu. E dormiu.


E dormiu.


E dormiu mais.


Até que acordou, já era de noite. Ele olhou para o céu e descobriu, pela posição da lua, que já era meia-noite. Então, novamente deitou.


E dormiu.


Quando acordou novamente, o sol ainda não havia nascido, mas ele já se sentia pronto para partir. Ele esticou o braço direito e deu um assobio alto e agudo. Não demorou muito até que algo surgiu no céu, cortando as nuvens em um vôo direcionado ao chão. Era lindo.


Uma águia de penas negras como as de um corvo e cabeça braça como a neve surgiu. Ela pousou no braço esticado do Assassino, e seus olhos amarelos se fixaram em seu mestre. O Assassino afagou sua cabeça branca. Pegou um papel de um dos bolsos visíveis, uma pena de outro, e tinta de um dos bolsos escondidos.


Senhor,


Estou contente em lhe informar que minha missão foi bem sucedida. Peguei o ankh e agora me dirijo até o Esconderijo Mestre de Moscou para lhe enviar com total cuidado. Se o Artefato ao chegar até você, Mentor, é porque eu morri no caminho. Vou tentar evitar permitir que os Templários o peguem.


Ivan Y.


As palavras foram escritas no papel, o papel foi enrolado. Ivan tirou um fio de um bolso escondido e enrolou a perna da inda águia. Era certamente uma águia linda, mais que isso ela era única, não por ser de uma raça rara, mas porque era como uma filha para o Assassino Ivan.


-Voe,vá para onde lhe treinei para ir. – Ivan disse mirando a águia, e, antes de ela levantar vôo, o Assassino lhe deu dois últimos agrados: um afago e um petisco. A ave começou a levantar vôo, e então um flecha atravessou seu peito imponente. Ela caiu no chão, sem vida.


-NET! (não!) – Gritou Ivan.


O russo correu até a pequena ave abatida, a flecha tinha um cabo de carvalho e penas de ganso. Sua ponta era de aço reluzente, agora manchada de sangue. Sangue vermelho e quente escorria do peito da imponente árvore. A carta estava sendo manchada também, mas o papel resistiria.


O Assassino russo tirou o ankh do bolso escondido e arrancou a flecha do peito de sua amada ave. Usou o Artefato para curar a ferida aberta, e depois para traze-la de volta dos mortos.


A ave abriu o bico dourado e emitiu seu som característico. Ela vivia novamente. Ivan a mandou pelo outro lado, e assim que a ave tinha boa altura ela virou. Uma flecha assobiou pelo lado da cabeça de Ivan.


Uma árvore foi atingida pela flecha com um tunk. O russo não precisou se virar para saber que havia lhe atirado aquela flecha.


Robert Maverick.


Capitão Robert Maverick.


-Está envelhecendo. Ou será que os Templários te fizeram perder a habilidade com o arco, hein predatel’(traidor)?


-Nunca trai ninguém. Você sabe disso. Nunca amei a Irmandade, sempre fui fiel aos Templários.


-Então foi duplamente infeliz, pois viveu uma mentira.


-Essa frase é do Altaïr?


-Não fale o nome dele. Você não é digno.


O russo colocou o ankh em volta do pescoço. Virou-se para encarar seus inimigos. Era um grupo de patrulha. Cinco Templários e um capitão. Maverick era este capitão. Ele trajava um manto simples, branco com a enorme cruz vermelha pintada imponente no centro. Por baixo, porém, certamente estaria usando uma cota de malha resistente. Suas calças eram de linho acolchoadas, por baixo também estaria usando alguma proteção. Maverick se vestia quase de forma nobre.


Seus homens, porém, usavam armaduras rústicas. Grandes trajes de metal com capacete para lhes proteger, uma viseira para que enxerguem o inimigo. Sobre o peitoral de aço, a grande cruz pintada, diretamente no aço. As armaduras eram estranhas para a época, mas nada disso importava agora. Eram apenas homens em um campo de morte. Apenas lutadores em um campo de batalha.


O Assassino afastou seus pés, como que se preparando para correr. Ele era um dos melhores Assassinos com a espada, em um combate corpo-a-corpo, a vantagem seria sua. Ele viu os homens se colocarem em posição de batalha. Dois andaram lentamente em sua direção. Maverick apenas observava.


Ivan esticou o braço direito, e com o esquerdo ativou um dispositivo na lâmina oculta.


BANG!


O homem da direita caiu, uma bala havia atravessado sua viseira, uma das partes mais simples da armadura, e arrebentado com sua cabeça. O da esquerda se assustou, Maverick apenas observou o Assassino recolocar outra bala na arma que tinha no braço.


O Templário que estava no campo se recuperou e sacou a espada. Ivan apenas esticou o braço para pegar aquele bastão que portava. Segurou-o com as duas mãos e esperou que o homem atacasse.


Se fosse Maverick ali, o plano teria falhado. Maverick já havia sido um Assassino, e o melhor amigo de Ivan também. Ivan havia ensinado Maverick a lutar, e aquele golpe ele tinha ensinado muito bem a Maverick. Porém, aquele Templário não era Maverick.


A espada de uma mão do templário tinha uma lâmina de aço reluzente. Seu cabo era simples, couro tingido de azul, com madeira. Todos os Templários usavam espadas similares, com exceção de Maverick que portava um Sabre Sírio. O templário que avançava ergueu sua arma, e desceu violentamente na cabeça de Ivan. A arma se cravou lá. Maverick ficou assustado.


O Assassino pegou seu bastão e acertou o estomago do Templário, que soltou a espada e cambaleou para trás. Quando caiu, viu Ivan arrancar a espada de sua cabeça. A última coisa que viu foi a lâmina cair em direção ao seu pescoço.


Os outros três Templários desembainharam suas espadas e deram alguns passos a frente. Ivan avançou até o Templário mais próximo e o acertou com o bastão, bem no estomago, o Templário então foi obrigado a recuar, pela força do golpe.


Uma lâmina brotou do peito de Ivan. O Assassino deu um giro, arrancando a espada das mãos de seu dono. Olho no olho, e uma espada atravessou a viseira do Templário.


Sem que ninguém visse, Ivan tinha pegado a cabeça de águia e arrancado ela, mostrando que além de um enfeite, ela era também o punho de uma espada. Ele sacudiu a lâmina para tirar o sangue. O Templário que havia sido derrubado se levantou. Ivan retirou a espada de seu peito e deixou o ankh à mostra. Um total descuido. O templário à sua frente deu um passo, mas quem atacou foi o de trás. Ivan, porém, sentiu que aquilo era uma artimanha e se defendeu rapidamente do Templário, jogando-o no chão e cravando sua espada no pescoço dele. Sangue esguichou.


O outro Templário correu, e passou direto pelo Assassino, deu uma derrapada e se virou para ver o Assassino. Tomou uma propulsão desse movimento e usou-a para desferir um golpe mortal no Assassino. Um golpe mortal que foi desviado, Ivan usou a sua espada para mandar todo o impacto do golpe inimigo direto pro chão. O inimigo se recuperou rápido, e então uma dança mortal começou. O retinir de aço se tornou freqüente naquele cenário iluminado agora pelo sol da manhã. Aço se chocou contra aço, e depois novamente, de novamente. Até que Ivan desferiu o corte final, diretamente no pescoço do Templário.


O Templário soltou a espada, sangue esguichou longe, tingindo a neve de mais vermelho. O home cobriu o pescoço com as mãos tentando, em vão, estancar o sangramento. Andou alguns passos bambos e então caiu no chão.


Ajoelhado ainda pôde emitir um som estrangulado, triste de ver, triste de ouvir. Finalmente, o Templário caiu o chão. Morto.


-Antes que continuemos. – Ivan ergueu uma mão, impedindo o combate final. – Qual era o nome deste. – Não era uma pergunta, mas uma intimação.


-Era... – Maverick pensou por alguns segundos. – Tony.


Tony... Não me recordo de já ter ouvido esse nome antes. Pensou o Assassino enquanto se ajoelhava perto do corpo.


-Otdkyh vi mire (descanse em paz) Tony. – Ivan disse em russo, enquanto passava a mão por cima do capacete, como se fechasse os olhos do morto.


Se levantou e fitou Maverick, que soube, então, que era hora de continuar.


-Porque apenas ele? – Disse enquanto dava longas passadas em direção ao Assassino.


-Porque ele foi o melhor guerreiro.


Maverick estava muito próximo, mas Ivan estava confiante no ankh. Uma espada atravessou o estomago do Assassino, que a princípio nada sentiu. Mas então veio uma dor lancinante. Ele sentiu sangue escorrer do ferimento, tossiu sangue. Sangue escorria de sua boca, sangue escorria de seus estomago, suor brotava e sua testa. Sua mente começava a vaguear. A morte era iminente.


-C... Como? – O Assassino se esforçou para dizer.


Então ele viu que o Artefato estava na mão direita do Templário. Percebeu que aquele Templário que havia passado correndo por ele tinha tomado seu Pedaço do Éden.


Maverick arrancou a espada do Assassino e o sangue jorrou. Ivan pôde ver uma última lágrima de alegria escorrer do olho esquerdo do Templário.


O Assassino caiu de joelhos, cobrindo o ferimento na esperança vã de sobreviver. Então escutou palavras distantes.


-Vá com Deus... Meu querido amigo. – E descobriu que aquela lágrima era de tristeza.


Ivan caiu estirado no chão. Então tudo começou a brilhar em branco. As palavras Animus 4.3 Surgiram num material parecido com plástico e vidro, mas sem ser nenhum dos dois.


–----


Março, 2013.


Acampamento.


Um homem de 1,80 cm de altura se levantou de uma poltrona, seus cabelos castanhos estavam bagunçados, seus olhos azuis, cansados. Tirou algo parecido com um óculos do rosto e o colocou em uma mesa. Ele estava em um lugar com paredes brancas limpas, chão de mármore reluzente. Nas paredes alguns quadros de grandes Assassinos. Além da poltrona onde ele havia estado, haviam também mesas e muitos computadores espalhados. No momento, só uma pessoa além do homem com um dedo em falta na mão esquerda.


-Hei, Ibn-La’Ahad. O que descobriu? – Drake era um homem de cabelos negros, olhos castanhos e sorriso fácil. Não tinha muitos músculos e gostava mais de ficar fazendo o trabalho tático do que de campo, embora fosse qualificado para os dois.


Drake havia nascido na Irmandade, diferente de Marcos. Marcos era o homem de 1,80 cm que estava sentado na poltrona há pouco. Ele não havia nascido na Irmandade, mas tinha antepassados Assassinos, em algum momento um de seus antepassados abandonou a Irmandade, mas agora ele estava de volta à ela.


Marcos Pereira Nascimento era um imigrante ilegal do Brasil, e há três anos ele havia sido alvo de um atentado Templário. Ele era apenas um atendente num bar em NY, era uma pessoa normal. Agora, porém, ele tinha algumas cicatrizes nas costas por causa de uma explosão nesse bar, um dedo tinha sido arrancado por estilhaços que caíram sobre ele. O dedo anelar da mão esquerda. Tinha várias cicatrizes nos braços. Mas nada de mais também, ele havia sobrevivido graças a um homem aparentemente bêbado que havia sido jogado em cima de uma mesa de sinuca. E por que era diferente?


Porque agora era um Assassino.


-Já falei pra não me chamar assim, por três motivos. Primeiro: ninguém pode ser comparado ao grande Altaïr. Segundo: ninguém pode ser comparado ao grande Altaïr. E o último: ninguém pode ser comprado ao grande Altaïr. Agora uma coisa que você vai querer saber pra fazer piada mais tarde: Ivan também idolatrava Altaïr.


-Heh, então é de família. Mas vou continuar te chamando assim, porque depois de Altaïr,você foi quem mais estudou aquela Maçã. – Drake observou com um sorrisinho no rosto.


-Drake, use toda sua onisciência e onipotência tecnológica e me responda uma coisa: o que aconteceu com a carta de Ivan?


Drake começou a digitar em uma velocidade assustadoramente rápida, e ler ainda mais rápido. Em menos de dez segundos ele já tinha todas as suas repostas e ainda mais.


-A carta de Ivan Yurick chegou ao Mentor, ela estava manchada de sangue e Ivan nunca retornou. Seu corpo foi deixado por alguém em Moscou, perto de uma entrada do sistema de túneis. Há boatos de que foi um ex-Assassino que o deixou lá.


-O que você sabe de Robert Maverick?


-Muito pouco, só sei que foi um Templário. Ex-Assassino.

-Agora você sabe que foi ele quem matou Ivan, ele quem pegou o ankh. E também que foi ele que deixou o corpo de Yurick e Moscou. Eles eram grandes amigos antes.


-Certo, obrigado pelas informações adicionais. O que vai fazer agora?


-O que eu sempre faço.


-Contrariar ordens, encher a cara, e apostar até empobrecer?


-Viajar, seu pau no cu. – Marcos sorriu.


-Vai levar a Maçã do Altaïr?


-Óbvio que vou, ela me pertence.


-Ela pertence à Irmandade.


-Fui eu quem a encontrou, não a Irmandade. E além do mais, eu já lhes dei outras duas Maçãs, e melhor que o Cross, lhes dei uma lasca do Cajado.


-Não cite o Cross.


-Ele foi um imbecil que achou que sabia de algo, mas nunca percebeu da lasca de Tunguska. E mais: o Mentor permitiu que aquilo acontecesse.


-Você não devia falar essas coisas. – Antes de Drake falar “devia” Marcos já havia cruzado a porta e saído daquele lugar.


Lá fora havia barracas, casas e chalés. Uma casa grande onde os Assassinos se reuniam. Uma fonte esguichava água limpa e cristalina no centro do Acampamento. Em cimento estava desenhado o símbolo da Irmandade na grama verde e bem aparada, perto do portão de ferro pintado de branco. Marcos estava decidido a entrar naquela pequena e simples casa que lhe deram, pegar o necessário e partir. Ele atravessou o pátio rápido, viu alguns Assassinos novatos treinarem com espadas, cajados, arco e flecha, bestas e armas de fogo. Viu alguns aprendizes treinarem corpo a corpo com o Mestre.


-Pra onde está indo? – Gritou o Mestre Assassino Jason.


Jason era um homem negro, media 1, 75 cm, era careca , tinha 34 anos de idade e costumava ser rigoroso com todos, mas havia aprendido que falar grosso não funcionava com Marcos. Marcos só responderia corretamente ao Mentor, única e exclusivamente ao Mentor.


-Embora. – Os olhos azuis de Marcos se cruzaram com os olhos castanhos do careca.


-Alguma ideia concreta?


-Vou pra onde precisarem de mim. Mas quando chegar a outro dos acampamentos secretos eu lhe envio um postal.


-Vai levar a Maçã?


-Vou! – Marcos ficava irritado sempre que perguntavam isso.


No primeiro ano em que entrou para a Irmandade ele teve uma escalada hierárquica impressionante, em meio mês já tinha acabado o treinamento que outros levam anos para terminar. Descobriu-se uma descendência direta com Altaïr e Ezio. Enquanto buscava respostas no Aimus 3.0, ele descobriu a localização da Maçã de Altaïr, sem perder tempo ele foi para o lugar onde encontrarias ruínas de Masyaf. Lá ele foi diretamente procurar o túmulo do Mentor.


Sofrendo do chamado Bleedin Effect ele dominou o Sentido Aquilino, usando isso encontrou as chaves que foram escondidas ali mesmo. Posicionou-as corretamente e abriu a porta. Prestou homenagem ao esqueleto do Mentor, fazendo uma reverência. Pegou a Maçã e antes de sair, ele pegou uma última coisa: a lâmina oculta de Altaïr. A lâmina não estava necessariamente com o Mentor, uma delas estava. Marcos usa duas lâminas ocultas, uma Renascentista pega diretamente de Altaïr, e uma Original, encontrada nos aposentos do Grande Mentor. Após Marcos ter pego as últimas coisas que julgou importantes ele saiu, e teve de confrontar uma equipe de patrulha Templária.


Foi quando ele usou a Maçã pela primeira vez como uma arma, após isso, ele decidiu que ela era destrutiva de mais para ser usada com outros propósitos que não a busca pelo conhecimento. Desde então Marcos estuda a Maçã e o que ela tem para ensinar. Aprendeu os segredos do DNA e criou o Animus 4.3, que consiste em um óculos e um dispositivo portátil, mais do que isso: com a Maçã ele aprendeu a quebrar o código genético quantas vezes fossem necessárias. Isso quer dizer que ele pode reviver memórias de pessoas que não eram seus antepassados, como Nikolai Orelov.


Marcos cruzou o acampamento até um riacho, depois mergulhou no riacho até ver uma grande pedra no fundo. Ele entrou na pedra como se ela não existisse, e de fato não existia. Era uma ilusão criada pela Maçã para esconder a Maçã. Ele pegou o Artefato e colocou numa pequena bolsa, quase uma pochete, na cintura.


Quando saiu do lago se dirigiu ao seu aposento privado, coisa que geralmente só os Mestres Assassinos e Mentores têm. Para Marcos foi aberta um exceção, afinal ele poderia ser um Mestre se quisesse, talvez até possa ser o próximo Mentor.


Depois de Altaïr, eu sou o homem que mais estudou a Maçã. Marcos pensou enquanto adentrava a pequena casa. Ela era pequena, porém confortável, com paredes brancas e chão de mármore, um banheiro, uma sala, uma cozinha, um quarto. Janelas que deixavam todos os cômodos bem iluminados, tanto de dia quanto de noite, se tivesse uma lua para iluminar. Marcos se dirigiu para o quarto e pegou algumas roupas. Foi para a cozinha e pegou alguma comida que desse pra guardar por muito tempo. Pegou vários dinheiros, de vários lugares do mundo. Guardou tudo na mochila, pegou os braceletes com as lâminas ocultas. Pegou a Maçã.


Sentou-se um pouco no sofá da sala e fixou seu olhar naquele lindo e mortal objeto.


Para onde devo ir? Se perguntou.


A Maçã brilhou, Marcos começou a ter sua cabeça preenchida por conhecimento, seu olhar ficou vago se fixou no vazio. Quando a Maçã parou de brilhar ele tinha sua resposta.


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Notas finais do capítulo

Certamente tem muitos erros, então por favor me avisem dos que vcs virem para que eu possa corrigi-los.
Espero que tenham gostado e quero que comentem, se não gostaram, me digam onde posso melhorar ^^



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