Sei Que Você Tá Afim escrita por Bianca Andrade


Capítulo 7
Recebendo visita dos amigos


Notas iniciais do capítulo

Ainda continuando o drama... Espero que gostem...

Trechos da música: Beco sem saída - Charlie Brown Jr.



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As circunstâncias se tornaram um beco sem saída
Seu orgulho te traiu e te jogou no chão
E as cicatrizes dessa história mal escrita
Se converteram no aprendizado da reconstrução [...]


POV Fatinha


Parecia que eu havia carregado sacos de cimentos, ou chumbo, de tanto que meu corpo estava pesado. Tentei mexer meus braços, mas senti uma dor muito forte por todo o corpo, e minha cabeça nunca havia doído tanto.

Ainda de olhos fechados, flashs vieram na minha cabeça: Eu estava subindo para o meu quarto pelos fundos, escondida presumo, e levei um tremendo susto quando meu pai gritou meu nome, me pegando em flagrante. Meu corpo todo estremeceu com aquela memória. Tentei abrir os olhos devagar, pois até minhas pupilas estavam estranhas. Nossa! O que está acontecendo? Minha visão estava embaçada, mas pude ver minha mãe sentada, quer dizer, dormindo no sofá. Foi só então que pude prestar atenção no lugar em que me encontrava. Era tudo branco, máquinas ao redor. Hospital? Deve ser... Mas porquê? Franzi a testa.

Uma claridade vinha por entre a janela que ficava ao lado, fazendo meus olhos arderem. Olhei para o meu corpo, deitado naquela maca, até que escutei passos leves.

– Filha, você acordou. - mamãe já estava vindo em minha direção.

– Oi mãe... - respondi fraca

– Você tá se sentindo bem? - afagou meus cabelos, preocupada.

– Hmmm... Acho que sim. O que aconteceu? - franzi a testa mais uma vez.

– O Dr. avisou que você talvez não se lembrasse na hora... - ela falou mais pra si mesma do que pra mim, e eu ergui uma sobrancelha tentando entendê-la - Você caiu meu amor, da janela do seu quarto - Oh! comecei a recordar - Mas já está tudo bem - falou sorrindo maternalmente.

– Eu estou com sede - minha boca estava muito seca. Que sensação esquisita.

– Ah claro, vou pegar querida, um minuto... - falou se afastando, trazendo logo em seguida um copo cheio de água.

Tentei me levantar, sem sucesso. Olhei para ela me sentindo um tanto impotente. Ela fez uma expressão de como tivesse se lembrado de algo e sorriu para mim - Desculpe, deixe eu lhe ajudar - falou enquanto me erguia graciosamente pelas costas.

Tomei a água e agradeci.

– Seus amigos estão lá fora... - Amigos?

– Quem? - perguntei surpresa

– Os seus amigos, Dinho, Juliana, Lia, Pilha - ela fez uma careta ao pronunciar o último nome, bom... apelido - E mais alguns que não lembro o nome - sorriu e continuou - Posso pedir para entrarem? - me olhou curiosa.

– Ahn... - tentei imaginar minha aparência, o que com toda certeza estava uma merda. Forcei uma das mãos, e levei aos meus cabelos, tentando ceder algum dos fios arrepiados. Arg, eu devo estar horrorosa. Imaginei derrotada.

Minha mãe fez uma expressão divertida, e chegou mais perto de mim, pegando minha mão e colocando ao lado do meu quadril.

– Bobagem Maria de Fátima, você está linda, mesmo nessa maca, com esse roupão, você é linda meu amor - senti meus olhos coçarem. Ah não Fatinha, chorar agora não né? Se recomponha! Ralhei com meu "eu" emotivo.

Pensei por alguns segundos, e bom, minha mãe não está mentindo de qualquer forma, eu sei que sou linda - Pode pedir pra eles entrarem mãe - sorri de canto para ela.

Olhei para a porta, esperando que eles entrassem. Um a um, foram entrando em fila. Que bonitinho! pensei. Primeiro Dinho, seguido de Lia, Ju, Gil, Pilha, Fera, Orelha, Rita, Morgana - ok, devo dizer que não estou entendendo mais nada - Rafa e ele. Não acredito que ele tá aqui. Procurei o olhar de minha mãe, que estava parada ao lado, agindo normalmente. Tentei abrir a boca pra falar algo, mas não consegui, então só fiquei ali, encarando meus "amigos". A essa altura só espero que eu esteja mesmo linda, como minha mãe disse. Forcei um sorriso para eles, que retribuíram.

Dinho foi o primeiro a se aproximar - Você tá melhor? - fiz que sim com a cabeça e ele continuou - O pessoal não pôde vir ontem aqui, porque só família era permitido, então eles decidiram vir agora. Espero que não se importe - ele me olhou esperando por uma resposta reprovadora.

– Não, tudo bem - sorri francamente.

– Que bom que você tá bem Fatinha, eu fiquei preocupada - Ju falou sem graça. Foi isso mesmo que eu ouvi galera? Juliana Menezes, preocupada comigo? Acho que bati forte demais com a cabeça e as alucinações já estavam começando.

Fiquei olhando para eles sem entender nada. Até que ouvi Lia suspirar.

– Ai garota, todos que estão aqui, se preocupam com você - ela falou como se aquilo fosse algo óbvio - Mesmo você sendo... bem, você - Isso era pra me deixar melhor? Levantei uma sobrancelha. Ela revirou os olhos achando graça e continuou - Enfim, estamos TODOS felizes por você estar bem.

– É verdade minha deusa, você deixou a gente preocupado - Pilha falou todo manhoso. Só agora percebi o quanto ele se preocupa comigo. Acho que vou tentar ser mais agradável com o meu Pilhote - sorri pra ele.

O Dr. abriu a porta e olhou assustado em volta do quarto. Já falei como o quarto era pequeno? Então, eles estavam praticamente se espremendo nas paredes. Alguns sentados no sofá. Era uma cena engraçada, e eu estava muito feliz por eles estarem ali. Se não fosse o médico atrapalhar...

– Bom, eu sinto muito interromper a reunião de vocês - sorriu sem graça - Mas a paciente precisa descansar.

Fiz bico para o Médico e olhei para o Bruno, que virou o rosto rapidamente.

– Cara, é melhor a gente ir mesmo - Dinho pareceu estar depcionado - Fica bem viu? - me olhou carinhosamente e eu apenas assenti.

Eles foram saindo, e eu fui sentindo um vazio no meu peito. Arg Fatinha, para! Eles não são seus amigos, passam o ano todo te xingando, te chamando de facinha, e só porque você sofre um acidentezinho, eles resolvem se preocupar? Meu subconsciente me ralha.

Eu já estava sozinha de novo. Minha mãe foi com eles, porque tinha que almoçar, pelo menos foi o que eu entendi. Ouço o barulho de alguém batendo na porta.

– Pode entrar - falei o mais alto que pude

– Desculpa - ele me olhou sem jeito - esqueci minha mochila no sofá - disse um tanto envergonhado, indo em direção ao sofá - É, desculpa, tchau... e... fica bem - ele estava gaguejando. Me segurei para não rir. Então ele saiu, e eu fiquei sozinha novamente.


[...] Mas todos vivemos dias incríveis
Que não passam de ilusão
Todos vivemos dias difíceis
Mas nada disso é em vão



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Notas finais do capítulo

Então? Cap. bom, razoável, ruim? Comentem e façam uma autora mais feliz :) Até o próximo.



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