You and I go hard at each other (Você e eu pegamos pesado um com o outro)

Like we're going to war (Como se estivéssemos indo para a guerra)

You and I go rough (Você e eu ficamos grosseiros)

We keep throwing things (Jogando coisas)

And slammin' the doors (E batendo a porta)

You and I get so damn dysfunctional (Você e eu ficamos tão disfuncionais)

We stopped keepin' store (E começamos a contar pontos)

You and I get sick, yeah (Você e eu ficamos enjoados, é)

I know that we can't do this no more (Eu sei que nós não podemos mais fazer isso) [...]

Narrado em terceira pessoa

Enquanto não dava a hora que D. Vilma marcou com Fatinha, as três ficaram na cama batendo papo.

– Então Ju, quando é que você e o Gil vão oficializar esses amassos? – Fatinha perguntou provocativa

– Sei não Fatinha, tô esperando ele me pedir em namoro – falou claramente desapontada

– Mas você tá gostando dele?

Ju suspirou, apoiando o cotovelo no joelho, e a mão no queixo – Ai meninas, acho que tô apaixonada...

– OWWWWWN – Fatinha e Lia falaram em coro

– O que eu faço? – Ju perguntou entortando a boca, visivelmente triste – Eu tenho medo dele não está gostando de mim do mesmo jeito que eu estou...

– Argh, para com isso Jujuba. O cara tá afinzão de ti – Fatinha repreendeu a amiga, que olhou curiosa – É sério! Naquele dia lá que o anjo chegou na sala, ele e o Dinho estavam morrendo de ciúmes – falou arrancando risadas de Lia

– Sério cara? – Lia perguntou ainda rindo – Eu juro que nem percebi

– Mas também, você tava ocupada fazendo outra coisa...

– O que? – Lia franziu a testa

– Como assim o quê? Babando pelo Vitor né minha filha? – agora foi a vez de Ju rir.

– Não viaja Fatinha, eu só tava olhando. SÓ olhando.

– Aham, só olhando, sei... - Fatinha riu fingindo que acreditava – Relaxa marrentinha, não era só você... – olhou para Ju – Né Jujuba?

Juliana rolou os olhos – Ai Fatinha, eu também só tava olhando, eu gosto do Gil, caso você não tenha notado... – se explicou arrancando várias risadas de Fatinha.

– Vem cá – Lia começou – E você heim Fatinha?

– Eu o quê?

– Você já se apaixonou, ou é apaixonada por alguém?

– Pior que não. Nunca me apaixonei, nem em Carambolas, nem aqui. Meu lance é só ficar, sabe meninas?

– Mas até quando isso? – Ju perguntou – Não dá pra acreditar que nenhum cara mexeu contigo

– É verdade – Lia concordou

Fatinha suspira pensativa. Ela realmente nunca havia se apaixonado por ninguém. Sempre foram só beijos e amassos, nunca nada demais. Até porque há pouco tempo ela ainda era virgem...

Nessa hora Bruno bate na porta, avisando que irá sair com Rasta e Nélio. Bruno entra no quarto e dá um beijo no rosto de Ju e Lia.

– E o meu beijo? – Fatinha provoca fazendo beicinho

Os dois se encaram por alguns segundos, até que Bruno vai até ela e se esquiva para poder beijá-la na bochecha. Fatinha não perde tempo, e vira um pouco o rosto, fazendo com que os lábios dele encostem no canto da boca dela. E nessa posição, eles ficam por alguns segundos, até que Bruno levanta e sai.

Ju e Lia se entreolham, franzindo a testa, sem entender nada.

O silêncio reina no quarto. Até que Ju o quebra

– Tá acontecendo alguma coisa entre vocês e eu não to sabendo?

Sim! Fatinha exclama para si mesma – Não que eu saiba... Ele tem namorada, lembra?

– Ele não tem mais namorada – Ju fala cabisbaixa

– Sério? - Fatinha a interrompe, fazendo as duas se assustarem – Quer dizer... eu nem tava sabendo disso...

Juliana olha desconfiada, mas acha melhor ignorar - Sério, eles terminaram semana passada se não me engano... E agora ele tá assim...

– Assim como? – Fatinha a interrompe curiosa

– Ah, sai toda noite pra festa, com esses amigos dele. Às vezes chega bêbado... E aquela garota de hoje, vocês lembram? – Lia e Fatinha concordaram.

– Meu irmão mudou demais, vocês não tem ideia – falou balançando a cabeça em negação.

– É, eu conheço o Bruno desde pequena, ele sempre foi certinho, organizado

– Poisé amiga, ele era, agora...

– Ai gente! – Fatinha interrompe – Chega de falar de Bruno, vamos falar da nova Tecpix, a filmadora mais vendida do Brasil – e as três caem na gargalhada.

***

– Tô com medo... – Fatinha fala enquanto se aproxima da casa da mãe

– Calma Fatinha, vai dar tudo certo – Ju tenta reanima-la

As três ficam na frente da casa, e batem na porta. D. Vilma abre, e os olhos enchem de lágrima só de olhar para a filha.

– Filha! – corre para abraçá-la

– Oi mãe – Fatinha abraça a mãe carinhosamente, também com lágrimas nos olhos.

D. Vilma avisa que não tem ninguém na casa, além dela. E as convida para entrar. Mesmo relutante, Fatinha aceita, afinal, não aguenta mais de saudades da mãe. A mãe da loira avisa que o pai decidiu voltar para Carambolas, pois surgiu um trabalho, e ele mesmo não quer mais morar na cidade.

– Ele ainda não me perdoou né? – Fatinha pergunta cabisbaixa

– Ah meu amor. No fundo, no fundo, ele perdoou sim. Ele é seu pai... Só que ele tá chateado, você também tem que entender o lado dele. Até eu...

– Você também? – Fatinha a interrompe com cara de choro

– Não amor, eu não tô chateada com você, mas é claro que eu estou um pouco decepcionada né? Você passou esse tempo todo sendo uma coisa, e era outra. Justo pra mim! A pessoa que mais te ama – D. Vilma colocou a mãe no peito, se sentindo um tanto ofendida

– Desculpa mãe...

D. Vilma olhou nos olhos da filha, e sentiu o quanto a mesma estava arrependida. E por mais que ela estivesse triste com tudo isso, ela jamais deixaria de amá-la e apoiá-la. As duas se abraçaram por alguns minutos, enquanto Ju e Lia só observavam. As horas foram passando, e Fatinha avisa à mãe que precisa ir, e D. Vilma as leva para porta.

– Se cuida meu amor, eu te amo muito tá? – D. Vilma sussurra no ouvido da filha

– Obrigada mamãe, eu também te amo muito – há essa hora nenhuma das duas seguravam o choro.

As três seguem de volta, e uma placa toda colorida chama a atenção de Fatinha.

– Gente, olha isso!

Ju e Lia param para ler o que estava escrito.

“Precisa-se de Recepcionista”

Os olhos de Fatinha brilham, e ao mesmo tempo Lia e Ju ficam sem entender nada. Fatinha trabalhando? Isso só pode ser piada. Pensaram igualmente.

– Vamos gente! – Fatinha puxa as duas

– Pra onde? – perguntam em uníssono

– Ganhar dinheiro! – E assim Fatinha entra toda animada no Hostel.

– Boa noite – fala rindo para um moço que está no balcão

– Boa noite... você vai se hospedar? – pergunta franzindo a testa. Normalmente brasileiros não se hospedavam ali.

– Não, eu moro com a Jujuba aqui do lado - riu e ele virou o olhar para as meninas

– Então?

– Ah! É que a gente tava passando por aqui, e eu vi a sua plaquinha ali – falou apontando – Falando que vocês estão precisando de recepcionista...

– Ah sim, nós estamos mesmo! Você veio pra fazer o teste? – o balconista pergunta

– Teste? – Fatinha franziu a testa

– É, um teste pra ver se você se adapta com os moradores. Aqui é um hotel para pessoas que vem do exterior... – explicou

Lia solta uma risada abafada, acompanhada de Ju. Fatinha as cerra com os olhos, mas volta à atenção para o moço.

– Não liga para essas loucas. Eu quero fazer sim, esse tal teste. Quando começo?

– Hm, pode começar agora – falou apontando para uns gringos que estavam sentados a frente.

Fatinha foi até eles e pigarreou, fazendo os mesmos a olharem. Os gringos levantaram na mesma hora, extasiados pela beleza da loira.

“My god, that girl over cat” (Meu deus, que menina mais gata) – Um dos gringos pensou.

– E aí gringos, beleza? – perguntou levando uma das mãos para cumprimenta-los.

Mesmo sem entender nada do que ela havia dito, os dois a cumprimentaram

– Hi – um dos gringos falou

– Hiiii – Fatinha imitou, fazendo-os sorrirem – Tudo ok? – perguntou usando o polegar

– Yes, yes, everything is perfect (Sim, sim, está tudo perfeito) – concordaram em uníssono

Fatinha apenas balançou a cabeça em afirmação, rindo. Lia e Ju se seguravam pra não rir alto do outro lado.

O rapaz que estava no balcão se aproxima deles.

– Hi, good evening (Oi, boa noite)

– God evening – os gringos respondem

– Are you enjoying.. (Vocês estão gostando...) – se vira para Fatinha – Qual seu nome mesmo?

– Fatinha! – responde sorridente

– Are you liking the little Fátima? (Vocês estão gostando da Fatinha?) – volta a perguntar para os gringos

– Yes, sure! We’re loving little Fátima (Sim, com certeza! Estamos amando a Fatinha) – respondem olhando para ela, que apenas sorri, sem entender nada.

Vendo o quanto Fatinha fez sucesso com os gringos, o rapaz decide contratá-la por experiência, e caso desse certo, a contrataria de vez. Porém pediu que ela começasse logo, pois tinha que ir resolver outras coisas fora do Hostel.

Fatinha estava tão feliz que abraçou os gringos, abraçou o rapaz, abraçou Lia e Ju, que não paravam de rir, e falou que já poderia começar, sem problemas.

Lia e Ju se despediram, e seguiram para o prédio, levando as malas de Fatinha.

– Cara, e eu pensando que a Tatá era ruim no inglês – Lia comentou, o que fez Juliana rir mais ainda.

***

Dado o fim do turno, Fatinha segue para o prédio de Ju. Cumprimenta Severino e sobe para o apartamento. Juliana já está dormindo, e a loira segue para o banheiro.

Fatinha sai do banheiro só de toalha, justo quando Bruno está abrindo a porta.

– Fatiiiiinha – Bruno a observa sorridente

– Eita, festa foi boa heim? – pergunta com pouco interesse

– Foi óoootima – fala tropeçando no tapete, e caindo no chão.

– Wow, calma aí – Fatinha corre para ajuda-lo a levantar

Com muito esforço, Fatinha consegue levantá-lo, e o leva pro quarto dele.

– Acho melhor você deitar e dormir – Fatinha fala enquanto já está de saída, mas Bruno a puxa pelo braço.

– Não vai agora não... – ele pede

– Bruno, você tá bêbado, e vai me odiar amanhã se a gente... – ela começa, mas ele se levanta, ficando de frente para ela.

– Eu posso ter bebido algumas cervejas sim, mas eu não tô doido Fatinha – ele encara os lábios dela, enquanto o coração dela acelerava mais a cada segundo.

Bruno leva uma mão às costas de Fatinha, puxando-a para perto dele. E com a outra mão, termina de fechar a porta. Fatinha está imóvel, e mesmo querendo muito beijá-lo, teme que ele trate-a com indiferença depois. A loira dá passos pequenos para trás, enquanto ele dá passos para frente. Fatinha engole em seco, respirando com dificuldade, quando percebe que não tem mais pra onde voltar.

Bruno se aproxima dela, mas ao invés do que ela pensa, ele não a beija. E sua boca segue para seu ouvido.

– É só você me dizer que não quer me beijar, e eu te deixo sair – sussurra para ela. Fazendo os pelos do corpo dela arrepiarem automaticamente.

– Eu não quero beijar você – Fatinha fala pausadamente e com dificuldade

Bruno sorri e volta a olhar para ela. – Não mesmo?

Fatinha nega balançando a cabeça.

– Engraçado... – Bruno olha para os braços dela – Seu corpo tá dizendo outra coisa

Fatinha ri - Tu não presta mesmo né?

Bruno não responde, e a beija com vontade. Fatinha não perde tempo, e logo corresponde o beijo na mesma proporção. Quando os dois já estão sem ar, ele aproveita para beijar no pescoço ela, enquanto a arrasta para cama...

– Espera – Fatinha o olha – Você vai me expulsar do seu quarto depois? – pergunta fazendo beicinho

Bruno sorri e nega com a cabeça.

– Então eu tô em desvantagem, você não acha? – pergunta levantando a sobrancelha

Bruno logo entende, e não perde tempo. Tira a camisa, e com a ajuda de Fatinha, tira os sapatos e a calça. Fatinha tem um corpo de tirar o fôlego, e Bruno a encara por completo, fazendo-a corar.

– Você não precisa ter vergonha de mim – fala baixo, e com uma das mãos, segura o queixo dela, fazendo-a olhar para ele.

Fatinha morde os lábios, provocativa – Eu não tenho – e o empurra para cama, rastejando até estar em cima dele. Bruno observa com humor, mas extremamente excitado. A loira passa a mão pelo peito do moreno, fazendo-o se contorcer de desejo – Quieto – ela ordena, e ele obedece no mesmo instante. Fatinha começa sua trilha de beijos pela barriga dele, e assim o faz até o pescoço, seguindo para a orelha, onde ela deixa mordidas leves. Casado de ser provocado, Bruno a aperta pela cintura, trocando as posições. Se sentindo agora no poder, Bruno a beija com vontade, desesperado em possuí-la mais uma vez. E assim eles o fazem sem maior cerimônia. Parece que os dois fizeram aquilo tantas e tantas vezes... O modo como o corpo de Fatinha aceita tranquilamente o de Bruno, como se cada um fosse parte de um quebra-cabeça, faz com tudo fique mais fácil.

Fatinha descansa no peito de Bruno, enquanto ele a acaricia os cabelos, quase pegando no sono. Tudo aquilo parecia um sonho para Fatinha. Afinal, estaria mesmo Bruno a tratando com tanto carinho? Fatinha se sentiu culpada por ter cedido aos apelos de um quase bêbado, mas ela também não podia negar o que pra ela já estava explícito.

[...] Try to tell you no (Tentei te dizer que não)

But my body keeps on telling you Yes (Mas meu corpo continua te dizendo sim)

Try to tell you stop (Tentei dizer para você parar)

But your lipstick got me so out of breath (Mas seus lábios me tiram o fôlego)

I'll be waking up in the morning (Vou acordar de manhã)

Probably hating myself (Provavelmente, me odiando)

I'll be waking up feeling satisfied (Eu acordarei satisfeito por dentro)

But guilty as hell (Mas culpado como o diabo)