Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais clara e farta
Repleta de toda a satisfação
Que se tem direito do firmamento ao chão[...]

Seis e meia o despertador toca, fazendo Fatinha levar um susto daqueles, ela levanta a mão, ainda com a cabeça no travesseiro, procurando desesperadamente o botão de desliga, até que consegue parar aquele barulho ensurdecedor e volta a dormir... Sete horas o despertador toca de novo e Dona Vilma perde a paciência, gritando pelo nome da filha.

– FILHAAAA, ACORDA, VOCÊ VAI SE ATRASAR PRA AULA!

– Que ódio – ela sussurra – JÁ TO INDO MÃE!

POV Fatinha

Me levantei da cama, tomei banho, e voltei para o meu quarto. Minha mãe já havia deixado uma roupa limpinha e passada em cima da minha cama, e nem vou comentar o quanto a roupa é ridícula né? Fiz uma cara muito feia olhando pra aquele lençol que minha mãe chama de saia, mas tive que vestir, afinal, meus pais pensam que eu sou santinha, mas a verdade é que eu gosto mais de roupa curtinha sabe? Nada demais, é mais o meu estilo (risos). Separei minha saia e minha outra blusa e guardei na mochila pra trocar quando chegasse ao colégio. Desci e fui tomar o café da manhã.

– Maria de Fátima, você está linda – minha mãe disse com os olhos brilhando.

– Ah mãe, obrigada – sorri falsamente.

Tomei café e fui direto para o Quadrante. Chegando lá, nem falei com ninguém, corri pro banheiro, pra trocar de roupa.

– Aleluia, não aguentava mais aquela roupa de freira, agora sim eu vou CAUSAAAR! – falei rindo

Como todos já sabem, cheguei chegando, porque pra mim, todo lugar é passarela, dei um beijo no rosto do Dinho (pra fazer ciúmes pra Lia, é claro) e fui pra minha carteira.

– Ô minha deusa, senta aqui do lado do Pilhinha, vem – Pilha abriu aquele sorriso que ele só da quando está falando comigo.

– Quieta o facho ai Pilhote - ri e me sentei em uma das carteiras vagas.

Foi só Isabela, nossa professora de sei lá o que, chegar na sala, que deu sono. Nossa. Passei o tempo todo bocejando e rezando pra campainha bater.

Sinal do intervalo bate

– ALELUIAAAA – gritei

– Se não gosta de estudar porque vem ué? – Morgana falou

– Ô minha filha, fica ai na sua, e não se mete, pode ser? – levantei da cadeira, falando alto.

Morgana revirou os olhos – Calma Morganinha, deixa essa menina pra lá – Rafael tentou acalmar a amiga.

– É isso mesmo, acalma essa sua amiguinha louca

– Calma também né Fatinha? – Rafael disse

– Opa, briga entre Fatinha e Rafa Girl? – Orelha se meteu e eu ri

– Cala boca Orelha, vamos embora Rafa – Morgana interviu

Todos estavam na porta de saída da escola, quando Lia avisa – Gente! Gente! Hoje é aniversário da Ju, e a gente está pensando em fazer uma festinha na casa dela, quem topa?

– Opa, tô dentro! Festinha é comigo mesmo – falei toda alegre

– Se a minha deusa vai, é claro que eu também vou – Pilha disse

– Aonde Facinha vai, TV Orelha vai atrás – Orelha falou rindo e alguns riram também

– RÁ RÁ seu idiota... – dei um tapinha na cabeça dele

– Bom, quem vai, vai. Estejam lá ás 17h pra ajudar a organizar – Lia decretou

– Ah não... – Ju falou cabisbaixa

– O que houve amiga? – Lia falou preocupada

– Meu irmão tá chegando hoje de São Paulo... – Ju fez bico

– Opa, irmão? – pulei

– Nem vem tá Fatinha, ele tem namorada e não é pro seu bico – Juliana disse

– É o que veremos... – provoquei

– Ah gente, para tá? Ju, ele vem hoje mesmo? Ele não tinha ligado dizendo que o avião atrasou? – Lia perguntou

– Ah, é mesmo! – disse Ju toda saltitante – Então fechou, todos lá em casa, ás 17h?

Pode deixar – todos concordaram

– E o teu irmão? – falei fazendo bico

– Ele não vai estar Fatinha – Ju falou de cara feia – A festa é minha lembra? O aniversário é meu, se quiser ir bem, se não, não vou lhe forçar.

– Calma minha futura cunhad, ops Ju – eu ri – Pode contar comigo, afinal festa é comigo mesmo!

– Aham – Ju revirou os olhos

[...] Hoje o tempo voa, amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Que não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo o que há prá viver
Vamos nos permitir