Uma semana em Sweet Amoris. Incrível como parecia que estávamos lá há menos tempo...

– Só isso? – D4rk tinha aberto a mochila e visto o que teria para almoçar. Um sanduíche natural, duas garrafas (uma com suco de laranja e outra com guaraná), cerejas e duas barrinhas. – Pensei ter colocado mais coisas para o meu lanche e almoço...

Thony abrira a mochila, para confirmar o que trouxera. Pensei que D4rk ia começar a babar em cima do almoço de Thony. Tá, confesso que senti minha barriga roncar (apesar do café da manhã reforçado) quando vi o que nossa lolita havia trazido. Um sanduba bem reforçado, suco de sei lá o quê, quatro muffins, três cupcakes e alguns bolinhos de queijo.

– Mas como assim! Teve festa na sua casa, por acaso? – olhei para os muffins, admirando a cobertura e os desenhos de ursinho.

– Haha, não! Minha mãe estava com preguiça de cozinhar e comprou uns salgados para o jantar. Eu que me virei com os doces... E o que você trouxe, Luuny?

Abri o pacote de papel que estava em minhas mãos. Uma garrafa de água, suco de maracujá e barrinhas. Ai, que pobreza!

– Vai comer só isso?

– Mas...! Assim você pode desmaiar! – Thony colocou as mãos nas bochechas. Bem... o que posso fazer? Fiquei sem dinheiro e acabei ficando sem o que comer. E também não tive coragem de pedir à minha mãe.

– Ora... eu me viro! – nessa hora, a diretora nos chamou para fora da sala. Ficamos ouvindo-a discursar sobre os clubes, e sobre o quão importante era que os alunos participassem deles.

– Mas só temos vagas para dois clubes no momento. O Clube de Jardinagem e o Clube de Basquete. – ela entregou três formulários, que preenchemos na hora. Devolvemos rapidamente. – Estou surpresa com as escolhas das três!

Nós nos entreolhamos. Cada uma sabia da preferência da outra, mas o que deixou a diretora tão surpresa assim?

– D4rk escolheu o Clube de Jardinagem; Luuny e Thony, o Clube de Basquete!

Acho que ela tem razão. Vendo por outro ângulo, é um pouco estranho D4rk escolher um clube mais pacífico como o de jardinagem, e Thony escolher um clube que, bem, não é muito a cara dela.

As aulas passaram rapidamente. Até que estavam interessantes. O único problema era a Ambre e suas amiguinhas, que não pararam de aprontar pra cima de mim e de minhas amigas. Teve uma hora em que pensei que a diretora teria que chamar a polícia.

Thony e D4rk levantaram-se de suas cadeiras, segurando várias bolinhas de papel. Então era isso! Enquanto eu estava concentrada em copiar a matéria (e sendo irritada pelo trio peste), as duas ocupavam-se com aquilo! Ambre estava rindo, sentada ao lado da janela, Charlotte estava atrás dela e Li ficara de costas.

– Ei, Ambre. – D4rk chamara a atenção da loira. Logo, as bolinhas foram atiradas no trio. Thony também atirara.

– Vocês querem guerra, é?! – Li pegou uma das "balas" caídas e atirou-as de volta. A situação de guerra continuou durante alguns minutos. Depois, as cinco decidiram parar com aquilo. Óbvio, ninguém estava muito a fim de pegar detenção...

– Luuny, posso pedir um favor? – Nathaniel viera na minha direção assim que o sinal para o intervalo tocou. Agora é que me dei conta: ele nunca fica no pátio no horário de almoço... por quê será?

– Claro, pode falar.

– Será que pode pedir ao Castiel – a voz dele ficara mais fria ao dizer o nome do ruivo – para assinar isso? É uma folha de ausência.

– Ué? Não são os pais que devem assinar isso? E não é o representante o responsável por cuidar dessa parte? – oba! É agora que arrumo umas respostas sobre o Castiel!

– Ah... quanto a isto... – Nathaniel ficou vermelho e desviou o olhar por uns segundos. – Ele é emancipado dos pais. E prefiro ficar o mais distante possível do Castiel.

– Oh... certo. Eu trarei assinado para você, assim que possível. Só não sei como vou convencê-lo. – Nathaniel foi embora, não sem antes dar um sorriso, como quem diz: "Você dará um jeito, sei disso".

Castiel estava sentado no pátio, tocando uma guitarra imaginária. Eu me aproximei, com a maior cara de idiota.

– Castiel?

– Que é? – delicado e gentil, como sempre.

– Nathaniel me pediu para te entregar esta folha... Você tem que assiná-la.

– Não. – ele me encarou, e eu fiquei parecendo mais idiota ainda. O pior foi que eu o irritei... – Eu não vou assinar essa droga. E fale para ele que, se é um homem de verdade, ele que venha me entregar o papel, e não ficar mandando outros trazerem para mim.

Me afastei, um tanto triste. Tudo bem, ele ficou bravo. Mas não precisava ter sido tão... IDIOTA! E o Nathaniel também! Por que não jogou isso para outra pessoa? Bati na porta da sala dos representantes e repeti o que Castiel falara, imitando-o.

– Diga a ele que um homem cumpre suas responsabilidades. – meus ombros caíram. Eu quase tive a certeza de que Nathaniel pegaria a folha e levaria ele mesmo para o Castiel. Estava fechando a porta quando Nathaniel me chamou. – Desculpe deixar isso para você. É só que... não consigo lidar com o Castiel e ele consegue me irritar só com a presença dele aqui na escola.

Fui para o corredor, pensando nas palavras do representante. Os dois realmente se odiavam...

– Luuny! – Ken aparece na minha frente, quase que por mágica. – O que houve?

– Ah, Ken! Puxa, eu... é tão óbvio? – ele balançou a cabeça, positivamente. – Hm... o representante me pediu para entregar uma folha ao Castiel, mas está muito difícil!

– Quer que eu entregue por você? – Ken era um fofo. Eu adoraria que outra pessoa pegasse a folha e fizesse o serviço por mim, mas achei melhor reconsiderar.

– Obrigada, Ken. Mas eu não posso... assumi uma tarefa e tenho que cumpri-la.

– Se precisar, é só me chamar! – Realmente, o Ken É um fofo!

Ok. Deixe-me pensar... perdi meu horário de intervalo e o horário do meu almoço está quase acabando também. Então, tentarei uma última vez. Agora, ou vai... ou vai!

– Castiel, já cansei. Por favor, assine logo!

– Ah, mas que... presta atenção! – Castiel levantou-se do banco. Dei um passo para trás, mas ele chegou perto de mim e falou baixo. Meu coração não se acalmava; achei que ele iria gritar comigo. – Aquele cara vai ficar torrando a sua paciência, e a minha. Já disse que não vou assinar... isso. Além disso, tenho certeza de que é só mais uma desculpa para que me expulsem da escola.

– Não quero que você seja expulso! – ao dizer isso, senti meu rosto queimar rapidamente. Mas o que diabos me aconteceu para dizer uma coisa destas?! Castiel também ficou um pouco vermelho, e sorriu. – Ah... eu... tenho que falar...

Saí correndo.

Nath teria que entender.

Ele DEVE entender.

– Você fez o quê? – Nathaniel levara a mão ao rosto, irritado. – Não acredito.

– Bem... é só que...

Nathaniel continuou sem me encarar e estendeu a mão, pedindo a folha de volta. Eu devolvi e saí da sala, cabisbaixa.

Depois, tive mais duas aulas de artes, com uma garota mais velha. O interessante era que ela usava umas asas presas à roupa. Isso é que é estilo!

Quando eu estava saindo da sala de aula, ouvi uns burburinhos no final do corredor. D4rk tinha saído mais cedo, por isso, era Thony quem estava comigo.

– Ei, parece a voz do Nath. – Thony foi andando devagarinho à minha frente. – E agora, eu ouço a voz do Castiel. Oh-oh... eles estão brigando.

– Ai... essa não! – corri na direção dos dois. Tentei afastá-los, mas Castiel me tirou da frente. Thony me segurou antes de cair. Depois, ela começou a puxar o Nath, e eu segurei o braço de Castiel com força. Os dois pararam na hora. Claro, porque seria muito inteligente se matarem na frente de nós duas.

Fiquei quase 15 minutos tentando acalmar o Castiel. Realmente, que garoto difícil! Pelo menos, o complexo de perseguição que ele tinha quanto ao Nath sumiu... eu acho.