É galera, acho que a coisa tá se complicando pra mim, logo depois que eu saí da casa do Bê, eu não consegui parar de pensar em como que eu queria beijá-lo, parece que tá me consumindo e o pior de tudo é que infelizmente eu tenho que guardar isso pra mim, porque mal ou bem eu posso até estar errada e ser uma coisa passageira, porque acredito que isso é normal, eu já tive alguns rolinhos, já fiquei com alguns meninos, mas nunca desejei tanto alguém como eu ando desejando o Bê, eu tô amadurecendo e precisando ter algumas respostas sobre o meu crescimento, principalmente no quesito "sexo".

Eu tô um tanto quanto curiosa e tentando me controlar em relação a isso. Não que eu vá sair por aí falando "AE CARALHO QUERO TRANSAR OEEEEEEEE". Mas eu quero me descobrir, e quero que seja com o Bê, mas eu não quero estragar a nossa amizade, tenho medo que não seja recíproco e ele só me considere mesmo como amiga.

Hoje era sexta e eu tinha uma festa pra ir de uma menina lá do colégio, a Mina e a Lily iriam lá pra casa pra se arrumarem e irmos juntas.

*Blimblom*

– Opa mãe é pra mim, são as meninas! - Falei correndo de toalha indo atender a porta.

– OIEEEEEEEEEEEE! - Gritei pulando nelas, esquecendo que estava de toalha. Na porta de casa. Com vizinhos. Passando.

As meninas me abraçaram e entraram, fomos direto pro quarto pra nos arrumarmos. Hoje definitivamente eu estava linda de morrer, as meninas me ajudaram a escolher uma roupa e fazer uma maquiagem bapho.

– Val, você tá muito linda mes-mo, eu queria saber que bichinho te mordeu pra você começar a gostar tanto de se emperequetar assim do nada. - Mina disse com uma carinha de espanto, porém, com muito orgulho.

– Realmente...tenho que concordar com a mina, você tá apaixonada né Val? Só pode, você nunca gostou de maquiagem, sempre colocou qualquer roupa que visse pela frente, e olha pra você agora! Tá linda, parabéns, toma aqui seu troféu gata. - Disse a Lily, fingindo me entregar um troféu.

– Hahahahaha, vocês me divertem meninas, mas sinceramente, eu também não sei o que tá havendo, na verdade, até sei, mas sei lá, tô muito confusa, só quero ficar bonita uai... - Eu falei fazendo biquinho e fechando os olhos. Logo em seguida meu celular tocou. Era o Bê.

– E aí Valdelícia? Vamos? Os moleques já estão esperando a gente lá na frente do play da festa, tô aqui na sua porta.

– Ain, tamo induuuuuu, guenta aê gatinho!!! - Desliguei o telefone e saímos correndo pra não nos atrasarmos mais. Abri a porta e dei de cara com o Bê, como o esperado. O meu coração acelerou, como tem sido de costume e ele não conseguiu disfarçar a cara de espanto dele.

– Val...você sempre foi linda, mas hoje você tá de parabéns, sassinhora hein. - Ele disse pegando na minha mão e fazendo eu dar uma voltinha.

– Hahahaha, palhaço. - Abracei ele, ele cumprimentou as meninas e fomos andando pra festa.

Chegamos na festa, cumprimentamos a aniversariante e eu e Mina fomos até o bar pegar umas cervejas. Tava muito lotado porque era open bar e hoje em dia essas crianças tão tudo com fogo no cu pra ficar bêbadas e sair roçando uns nos outros. Bebemos um pouco, dançamos e eu acabei ficando alegrinha demais. No final acabei me contradizendo. Hehehe, acontece.

Eu acabei me perdendo da Mina, na verdade, ela saiu correndo com a Lily e nem me deu tchau, elas me deixaram sozinha no bar enquanto eu bebia mais e mais, tentei sair pra procurar o Bê, mas não estava em condições, até que depois ele me achou e veio falar comigo que as meninas tinham ido embora porque a mãe da Lily descobriu que ela tinha ido á festa ao invés de estar na casa da Mina estudando. Eu levantei com o Bê e fui pra pista com ele.

– Bê, vamos dançar comigo, vem aqui. - Puxei ele pela cintura, provocando e fazendo umas caras bem esquisitas até que eu acabei tropeçando e caí de bunda no chão, comecei a gargalhar e o Bê tentou conter o riso e logo foi me ajudar a levantar.

– Val, acho que você bebeu um pouquinho demais, vem aqui, vou pegar uma água pra você. - Ele disse me segurando pelo braço me levando até uma muretinha pra eu me sentar enquanto ele trazia a água.

– Você consegue ficar normal aí até eu voltar? Eu vou ali e já volto. Tenta não se suicidar, nem sair rolando por aí, tá bom? Você consegue? - Eu fiz um joinha e dei um sorriso meio torto, ele foi no bar pegar água pra mim, minha cabeça tava rodando, eu ouvia sons mas parecia abafado, tentava ficar de olho aberto mas a vista só embaçava mais, fiquei um pouco alucinada olhando pro nada, quando de repente chegou aquela coisa linda me olhando nos olhos.

– Aqui Val, bebe um pouquinho pra ver se você melhora. - Ele é um ser adorável, eu quero esmagar ele até ele morrer. Peguei o copo de água e fui bebendo aos poucos. Depois ele me levantou e disse que ia me levar pra casa, eu me segurei nele como em um abraço e olhei nos olhos dele.

– O que que tem de errado comigo? Será que eu não posso ser um ser humano normal? Por quê você me deixou beber? - Eu falei colocando o indicador no peito dele com cara de brava.

– Val, você começou a beber com a Mina assim que a gente chegou na festa, depois ela foi embora com a Lily e te deixou sozinha no bar, demorou pra caramba pra eu te achar porque tava muito cheio, mas eu consegui, você tava um pouco bêbada demais da conta. Vem, eu vou te ajudar pra irmos pra casa. - Ele colocou meu braço sobre o ombro dele e foi me carregando, eu tava totalmente desengonçada, ele acabou desistindo e quando chegamos na rua ele me pegou no colo e eu acabei adormecendo.

Chegamos na porta da minha casa, ele pegou a chave na minha bolsa e abriu cuidadosamente pra não acordar a minha mãe. Subiu as escadas comigo no colo, trocou a minha roupa e me colocou na cama. Eu tinha apagado, só senti um beijo na testa e alguém me cobrindo. Ele ficou do meu lado preocupado que eu passasse mal e acabou adormecendo do meu lado.