"Eu fechei os olhos e só por precação tapei os olhos com a mão também e então aconteceu um fecho de luz bem forte, mesmo com os olhos fechado eu senti uma forte claridade, quando notei que luz tinha acabado abri meu olhos e vi que minha mãe tinha ido embora e que aquele lugar bem iluminado tinha se apagado, estava ali sozinho, naquele lugar escuro e sem vida"

Abri os olhos e estava de volta no quarto ao lado de minha mãe, olhei para ela e vi que ela estava sorrindo, eu acho que mesmo ela não estando ali sua alma ainda estava conectada ao seu corpo e toda felicidade que ela sentia passaria para o corpo, sorrindo ou chorando.

Me levantei, fui lavar o rosto, achava que já devia ser cedo, fui ver o relógio ainda era apenas 3 da manhã, fiquei irritado com isso, mas mesmo assim já fui me aprontar para ir a escola, mesmo com tudo que tinha acontecido era isso que minha mãe iria querer. Tomei um banho, vesti qualquer roupa e fui para sala esperar a horar. Quando eu já estava prestes a sair de casa o telefone toca.

– Alô ?

– Eai cara, é o Sam.

– Eai velho, de boa ?

– Sim e você ?

– Também estou

– Então - silêncio - você vai para escola ?

– Já estava saindo

– Então até lá

Desliguei o telefone e fiquei com uma sensação estranho o Sam não era de ligar assim do nada e falar pouco, mas resolvi não pensar naquilo e ir para escola

Cheguei lá um pouco antes de bater o sinal e não pude falar com a Mirelles ou com o Sam antes da aula. Entrei na sala e fui ao meu lugar, notei a a Mirelles estava sentado a minha frente, mas que o Sam não estava no lugar dele da última aula, ao meu lado, ele tinha se sentado do outro lado da turma, um pouco a frente do Anderson, aquele garoto estranho do primeiro dia, e ele parecia do mesmo jeito, estava lá sentado todo encolhido com o capuz da blusa escondendo o rosto.

Pensei levantar e ir falar com o Sam, mas a Sonia - a professora de matemática - chegou e mandou eu me sentar. Me sentei e ela já começou a aula, às vezes a Mirelles se virar e falava um pouco comigo, mas nada de importante e também nem prestava atenção, não consegui parar de pensar de como o Sam estava estranho aquela manhã.

A aula da Sônia acabou veio a professora de português, ela era baixinha, olhos claros e loira, se chamava Patricia Durões, mas todos chamam ela de Paty. Ela era bem simpática, mas também bem rígida em relação aos deveres da aula. A aula dela era mais simples e passou que nem vi a hora, bateu o sinal do intervalo e como sempre faço, esperei os desesperados sairem correndo na frente, a Mirelles esperou comigo, olhei para aonde o Sam estava sentado e não estava mais lá.

Sai junto com a Mirelles, ela disse que iria comprar um lanche e já voltava - não tinha comentado antes, mas ela estava mais amigável comigo, mas carinhosa - fiquei sentado no banco esperando ela e procurando o Sam, mas não conseguia achar ele. Ela veio com o lanche e um suco, sentou ao meu lado e me ofereceu, dei apenas um gole no suco, ela percebe que estava meio atento:

– O que você tem ?

– Estou procurando o Sam

– Porque ?

– Ele está muito estranho hoje

– Perai - ela fecha os olhos por um momento - ele está atrás daquele pessoal ali.

– Como sabe ? - Olhei espantado com ela.

– Depois te conto.

Me levantei e fui para onde ela havia apontado, eu não parava de me impressionar com os poderes da Mi, fui em direção ao grupo e vejo o Lukas e o Jonatha sentados conversando entre eles, vou em direção a eles:

– Eai caras, de boas ?

– Sim velho e você ?

– Também estou , vocês viram o Sam ? Preciso falar com ele

– Ele acabou de sair daqui cara.

– Valeu

Voltei para onde a Mirelles estava meio frustado:

– Eai - disse ela dando o último gole no suco dela - achou ele ?

– Não

– Já suspeitava, eu senti que assim que você se aproximou ele saiu, como se soube-se.

Estava achando aquilo muito estranho, será que o Sam estava me evitando ? Se sim, qual seria o motivo ? Fiquei ali sentado com a Mi e resolvi contar meu sonho, ela ficou feliz por mim e ficamos conversando outras coisas até o sinal bater, fomos em direção a porta que dá para salas e vi o Sam sair correndo comecei a gritar o nome dele, ele virou, olhou para mim e continuou andando para as salas, resolvei correr atrás dele e me enfiei no meio de todos, sai correndo até as sala e não tinha ninguém além do Anderson - falando sério, ele me dava medo - fiquei parado na porta e notei que o Anderson estava me olhando e aquilo fez eu sentir um arrepio na espinha, ela se levantou e veio em minha direção, pensei em simplesmente me virar e sair dali, mas eu não conseguia e ele foi se aproximando até chegar bem perto de mim:

– Eu sei quem você é. Eu sei quem são seus verdadeiros pais e eu vou te matar ainda, aquela feiticeirazinha não vai conseguir te proteger por muito tempo, já peguei sei amigo - aquilo me gelou - mas não vou mata-lo, ainda.

Então senti um toque no meu ombro me virei e vi que era a Mirelles:

– Está tudo bem ? Parece que viu um fantasma

– Estou bem, obrigado

Eu tenho que admitir que não estava, estava meio ofegante, me sentei no meu lugar e fiquei pensando naquilo, o que havia acontecido ? Será que foi coisa da minha cabeça ? Será que aconteceu mesmo ? E como foi que o Anderson voltou para seu lugar tão rápido se aquilo aconteceu mesmo ? O que será que ele tinha feito com o Sam ? Nossa quantas perguntas estavam na minha cabeça, aquilo fazia minha cabeça latejar.