Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 45
Partindo


Notas iniciais do capítulo

Reta final desde Livro 1.
Espero que gostem.



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Ao abrir os olhos assustou-se por ter conseguido dormir. Olhou para o quarto e viu a claridade do dia. Estava surpresa por ter dormido a noite toda e sem ter tido pesadelos. Na verdade estava se sentindo melhor, olhou para o lado lembrando-se de repente do lanche que a tia lhe tinha trazido à noite anterior e se deu conta de que depois de ter bebido o refresco não se lembrava de mais nada. Uma suspeita lhe atingiu. A tia seria capaz de ter lhe dado algo para dormir? Sim, todos eles seriam capazes para mantê-la quieta.

Precisava saber as horas, tinha perdido a noção de tempo, não queria ser pega de surpresa com Klaus em sua porta e todos eles se sacrificando por ela. Olhou para o relógio na peça ao lado e viu que eram 9 da manhã, ela arregalou a boca, tinha dormido por quase 13 horas seguidas. Correu para o banheiro e depois de fazer a sua higiene, desceu as escadas. Ainda não estava muito certa se poderia encarar a família. Mas aquele seria “o dia”, o último dia antes de ir com Klaus e não queria passá-lo trancada sozinha dentro do quarto. No meio da escada pode ouvir vozes se aproximando da sala assim como notou ruídos na parte externa. Hesitou avançando devagar.

– Usaremos essas armas humanas e nossos dons, terá um ótimo efeito. Klaus será pego de guarda baixa e então teremos tempo de executar o resto do plano. – A voz de Jasper era segura. Armas humanas? Usar os dons? Executar o plano? Como assim? Pensou desesperada.

– Vai ser bem agitado. – Emmet comentou sua voz com o tom brincalhão de sempre, Jasper riu do irmão.

– Posso saber do que estão falando? – Ela os interceptou na sala em suspeita.

– Bellinha que bom que acordou. – Emmet sorriu para ela que o olhou desconfiada.

– Por acaso era o plano de vocês me fazerem dormir o dia todo?

– Não os inflija a sua ira. – Stefan entrou no aposento parecendo muito mais confiante e mais calmo que no dia anterior. Bella sentia como se tivesse dormido e voltado ao tempo, estavam agora na época em que Klaus não existia em suas vidas, exceto pelo fato de ter escutado muito bem sobre um plano contra ele. – Sua tia e eu achamos melhor fazê-la descansar um pouco. Não se sente melhor? - Bella ergueu as duas sobrancelhas ao ter certeza do que fizeram com ela e acharem normal.

– Eu nem sei o que dizer... Então será assim agora? Onde fica meu livre-arbítrio? Devo temer qualquer coisa que me deem?

– Talvez deva temer da mesma forma que tememos suas palavras não ditas ou suas meias-verdades. – Bella fez uma pequena careta de desgosto para a resposta mal-humorada do tio. Talvez o tio não estivesse tão calmo assim.

– Teremos mais sermões? – Ela disse desanimada, Emmet soltou um riso que tentou encobrir com uma tosse.

– Bem que está merecendo muitos e talvez castigos. – Stefan suavizou a expressão. – Mas estamos muito mais aliviados por saber a verdade e termos como protegê-la. – Foi a fez dela tossir, mas de verdade, pois se engasgou com a informação.

– Como assim? – Bella ouviu a porta sendo aberta novamente.

– Acho que não aguento mais de curiosidade. O cheiro dela é muito bom. – Ouviu uma voz feminina tilintando como sinos. – Então viu Carlisle entrar e atrás dele mais duas pessoas que não conhecia.

Ela ficou parada, estupefata por tanta beleza que via diante de si. O casal alto que entrara parecia ter saído de alguma estória sobrenatural, certo que todos os outros ali também poderiam, mas eles... Estava explícito na pele azeitonada deles que brilhava e parecia mármore. Poderia dizer que o sobrenatural emanava deles como um aroma impossível de ser ignorado. Eles eram diferentes.

– Bella, estes são Kebi e Amun. – Carlisle lhes apresentou. – Esta é a nossa Bella. – Falou para eles.

Eles se aproximaram também parecendo encantados com o que viam, como se Bella fosse o ser surpreendente ali. Kebi ficou diante dela, mantinha as suas mãos unidas junto ao seio parecendo ver pela primeira vez algo que nunca vira antes. Amun devagar caminhou ao seu redor observando-a atentamente, mas não menos encantado. Bella o olhava um pouco constrangida, até sentir suas faces queimarem. Ótimo, estava corando. Ele parou em sua frente.

– Desculpe-nos. – A sua voz era suave como a de Kebi, mas podia-se sentir um estranho poder por trás dela. – Deve nos achar parecidos com animais selvagens. – Kebi riu. Amun pegou delicadamente a mão de Bella e a beijou e voltou a admirá-la. Edward desceu as escadas juntando-se a eles, assim como Esme e Helena vieram da cozinha e Alice, Rosalie e Damon dos fundos da casa. A sala pareceu de repente muito pequena para ela. Amun afastou-se dela, cruzando os braços por trás das costas e caminhando com uma altivez de um rei. – São jovens ainda caros amigos. – Ele olhou para cada um deles ali. – E estão fracos. Sei sobre a nobreza de espírito de vocês de não se alimentarem de sangue humano, mas isso nos dá vantagens diante do inimigo. Se fossem mais velhos, perceberiam no singular aroma que emana dela. – Olhou para Bella e continuou sem mais desviar o olhar. – É como imã para nossa espécie, mais ninguém deve saber sobre ela.

– É encantadora. – Kebi elogiou-a. – Os cabelos dela são tão lindos! Com essa beleza, qualquer que seja o parceiro dela terá filhos muito belos e fortes. – Kebi olhou para Damon, mas depois seu olhar passou para Edward. Aquilo não passou despercebido por ninguém. Bella corou mais uma vez, mas tentou se recompor.

– Estão aqui para ajudá-los no plano contra Klaus? – Deduziu.

– Sim. Nós os derrotaremos. – Amun falou como se aquilo fosse o único fim provável.

– Klaus é perigoso. – Amun revelou um sorriso misterioso para Bella e que pareceu também muito perigoso assim como Klaus, não, mais perigoso.

– Não me subestime. – Pediu. – Klaus está sozinho, sem nenhum aliado muito forte. Conheço seus poderes, todos relacionados a jogos mentais eu posso abalar a autoconfiança dele.

– De que maneira?

Bella ouviu atentamente Carlisle falando sobre Amun. Ele fazia parte de um pequeno clã egípcio, sendo ele líder e criador dos outros três entre eles a sua companheira Kebi. Amun por volta de 2.500 a.C e viva como um deus no Egito por conta de seus dons. Kebi também viveu nesta época como uma das escravas humanas dele. Amun não fora imune a sua beleza e a sua delicadeza em tratá-lo. Carlisle conhecera o clã ainda quando tinha poucos anos de transformado e estava com os Volturi. Sentiram grande simpatia um com o outro e desde então mantêm contato quando possível, mas nunca Amun revelou nada sobre as raras humanas geradoras. Ele honrara a sua palavra em nada dizer e só o fez por se tratar de algo fora dos planos. A humana era amada pela família Cullen e um vampiro queria usá-la mesmo sabendo da lei entre os vampiros.

– Quais os seus dons? – Bella perguntou depois dos relatos.

– Posso dominar os elementos naturais. – Bella o encarou parecendo aturdida.

– Vo-você... Domina os elementos naturais? – Amun sorriu. – Quer dizer, você domina mesmo a terra, ar, água...

– E fogo.

– Isso é... Diferente. – Ela concluiu.

– Alguns dons são muito exóticos e com o passar dos séculos... O poder aumenta e às vezes você adquire mais algum. Minha linda companheira, por exemplo, é um tipo avançadíssimo de rastreadora, você se surpreenderia. – Kebi abriu um largo sorriso, mostrando todos os seus dentes brancos como neve. Bella apenas ficou ali parada absorvendo todas as novas informações. – Muita coisa para você, querida? – Ela despertou.

– Na verdade... – Na verdade ela precisava saber mais, queria ter certeza que eles tinham uma chance de derrotar Klaus sem danos. -... Gostaria de saber sobre o plano. – Pediu.

– Vamos espalhar as bombas na área externa de seu covil. – Disse Jasper. – Isso vai pegá-lo desprevenido.

– No covil? Espera um pouco, o que eu perdi?

– Edward e Alice os seguiram ontem e descobriram onde ele se esconde. – Jasper revelou e só então depois de lançar um olhar questionador para Alice que sorriu amarelo e para Edward que parecia calado demais assim como Damon percebeu que eles dois não estavam juntos quando saíram do Café e nem na casa. – De qualquer forma Bella, os vampiros dele irão sair com as explosões.

– Será quando os pegaremos. – Emmet explicou.

– Entraremos no covil e com a ajuda de Amun destruímos Klaus. – Jasper terminou. Seria possível? Seria possível que eles conseguiriam se livrar de Klaus? Ela pediu aos Céus que sim.

Já estava tudo organizado, eles não iram de carro para que não fossem notados de cara. Estavam munidos de mochilas com os explosivos feitos por eles mesmos com a supervisão de Jasper. Bella apenas temia pela sua família, mas sentia-se mais segura com Amun e Kebi. Eles haviam vivido muito, tinham lutado outras vezes e estavam ali para ajudá-los. O ataque aconteceria no meio da tarde, mesmo sem querer se entregar a esse sentimento para não se arrepender depois, Bella sentiu um fio de esperança surgir em seu coração. Só havia uma coisa que a estava puxando para baixo. Damon. Ele estava calado e distante. Foi em sua direção novamente para se desculpar.

– Oi. – Falou tímida. Pela primeira vez depois do Café, ele a olhou nos olhos. Sentiu seu coração derreter e era o mesmo que ele sentia.

– Oi. – Respondeu.

– Quer ir ao lago comigo? – Damon assentiu e andou lado a lado com ela até lá. Apesar das nuvens muito densas, a chuva teimava em cair. – Mais um dia cinzento. – Ela comentou.

– Em todos os sentidos. – Ele continuou.

– Desculpe. – Bella tentou completar a frase, mas apenas saiu essa única palavra solitária, mas cheia de sentimentos. Damon a olhou com carinho, uma ruga entre os olhos. Tocou seus ombros, primeiro de leve com as pontas dos dedos e depois com toda a palma segurando-a firme. Seu olhar tornou-se angustiado.

– Você não compreende o quanto te amo. – Bella tocou em seu peito acariciando-o.

– Compreendo sim, meu amor. – Damon negou com movimento de cabeça.

– Não compreende o quanto eu quero que se preserve que pense em você. Não compreende o quanto preciso disso. Não sabe o quão doloroso é ficar imaginando quantas vezes... – Ele cerrou os dentes e aspirou pesadamente. – Oh, inferno! Não sabe que dói Bella imaginar quantas vezes ele te tocou. Fui tão inútil...

– Não, meu amor, não pense assim. Klaus parecia implacável, estávamos despreparados. Até ontem à noite pensei que estávamos perdidos, mas agora parece que há uma esperança.

– E pensar que ele estava conseguindo além do seu sangue subjugar o seu escudo mental. – Ele lamentou e Bella franziu o cenho sem entender.

– Como assim?

– Edward acabou nos dizendo ontem que por duas vezes pôde ver sua mente enquanto dormia. Sabemos que era Klaus agindo. – Ela podia ter levado com mais consideração o fato de que Damon chamara Edward pelo nome sem nenhum apelido pejorativo, mas saber sobre Edward ver a sua mente a perturbou.

– Edward leu a minha mente? – Ela se lembrou da maneira como ele foi incisivo ao tocar no assunto “pesadelos” no dia que sonhou com ele e caiu da cama.

– Seus sonhos com Klaus, apenas isso. Mais um pouco e talvez ele manipulasse sua mente. – Damon sacudiu a cabeça querendo afastar tais pensamentos. - Eu enfraqueci muito aqui, me alimento mal e às vezes ainda tento a dieta vegetariana. Você mesma ouviu o Amun, isso é tolice para nós. Talvez se estivesse fazendo as coisas como antes, poderia ter defendido você melhor. – Bella o abraçou para que aquele sentimento de culpa dele sumisse.

– Você fez o possível, todos fizeram. Desculpe-me, sinto muito ter permitido que ele... Sinto-me tão suja. – Bella o olhou com angustia.

– Não meu amor, você é a pessoa mais pura que conheço. – Seu olhar transformou-se e a ternura que era transmitida por ele fez com que Damon não pudesse resistir aquilo, beijou-a com amor.

– Prometa pra mim que voltará. – Ela exigiu entre os beijos enquanto ele tentava apertá-la ainda mais entre seus braços sem machucá-la. – Ah Damon, por favor, prometa. – Ela se deu conta que se algo acontecesse aqueles seriam os últimos momentos vividos com ele, com todos eles. – Eu preciso que prometa.

– Sim, meu amor, eu prometo. – Ele a segurou pela nuca, tendo o mesmo pensamento que ela, mas se agarrando a vontade de voltar para seus braços. Os beijos se demoraram, eles não queriam se afastar nenhum centímetro, mas Helena os chamou para dentro. Estava preocupada com a sobrinha que não tinha se alimentado direito desde o dia anterior.

Bella forçou-se a comer algo para não dar mais motivos para preocupa-los, mas foi difícil, até o ato de engolir era um sacrifício para ela que perdera até mesmo o seu paladar. Era engraçada a maneira como Amun e Kebi vez ou outra olhava para ela como se ela fosse algo extraordinário enquanto ela achava-os magníficos.

– Quem será a minha babá? – Tentou brincar sabendo que um deles ou um par deles ficaria de olho nela enquanto os outros executavam o plano.

– Bem... Desta vez parece que serei eu e Esme. – Alice falou enlaçando o seu braço ao dela. – Mas não se preocupe, serei uma babá muito divertida.

– Eu sei que sim. – Concordou. – Mas me surpreende tia Helena não ficar. – Olhou pra a tia com as sobrancelhas erguidas e olhar perspicaz.

– Desta vez não. Quero ajudar a acabar com aquele cretino que a ameaçou. – Os olhos de Helena arderam de uma forma que Bella nunca vira. – Não posso ser culpada por isso, posso?

– De maneira alguma. – Damon respondeu com um sorriso sombrio.

Bella abraçou os tios e beijou Damon nos lábios antes deles partirem, o pressentimento que antes parecia tímido diante da fagulha de esperança, tomou seu coração. O momento da despedida foi muito pesado para ela, mas tentou não demonstrar, não queria que ficassem preocupados, mais do que estavam e isso fizesse com que o plano desse errado. Mas a verdade era que estava muito abalada. Quando Edward passou por ela, pegou-o pela mão. Edward primeiro olhou para as suas mãos unidas sentindo o calor dela subir até seu coração. Bella entrelaçou seus dedos finos e gelados pela emoção com os dedos longos e também gelados dele. Quando Edward ergueu os olhos para ela sentiu-se me paz.

– Porque não me disse sobre ver os meus sonhos?

– Não quis constrangê-la e nem parecer indelicado ou... - Bella o calou colocando seus dedos de leve sobre os lábios dele.

– Volte com todos para casa Ed. – Ela pediu.

– Sim, princesa. – Edward beijou-lhe a testa antes de partir.

Alice tentou aliviar a expressão ansiosa no rosto assim como Esme quando ficaram sozinhas. Sua amiga logo a chamou para verem algo na internet para se distraírem, era um site de modas, mas Bella não estava muito disposta a ver nada daquilo. Fazia pouco mais de dez minutos depois que os outros saíram Alice correu para a janela do seu quarto, Esme a chamou da parte inferior da casa.

– Fique aqui, Bella. – Alice pediu e desceu as escadas.

Bella não conseguia ver direito daquele ângulo, mas um carro estranho parara na frente da casa. Sua intuição gritou e sem poder se conter desceu também as escadas. Nem Alice e nem Esme estavam na casa e ela foi para frente encontrando-as lá. Estavam paradas como que se preparando para atacar, seus corpos meio agachados e tensos. Bella pôde ver quatro homens gigantescos afastando-se do carro e indo em direção a elas e depois parando. Depois Klaus saiu do carro parecendo bravo.

– O que está fazendo aqui? Não é a hora combinada. – Bella falou com ele controlando seu desespero.

– Disse a vocês para não tentarem nada. Estou sempre a um passo à frente de vocês. Achavam mesmo que eu não saberia se alguém viesse ajudá-los? Estive em outro lugar, esperando apenas que vocês tentassem algo, já sabia que tentariam antes do horário combinado para me pegarem de guarda baixa. Só precisei deixar um dos meus em alerta.

– Acha-se muito esperto, não é? Mas o seu fim está próximo. – Alice o provocou.

– Não serei condescendente desta vez, Bella. – Ele olhou bem para ela. – Matem as vampiras. – Ordenou para os grandalhões que atacaram as duas. Bella não sabia o que fazer, estava com medo das duas se machucarem, mas depois de alguns segundos, percebeu que elas estavam na vantagem e logo os subjugaram. Klaus grunhiu. – Acho que eu mesmo terei que resolver isso. – Passo a passo ele se aproximou delas, Alice foi a primeira a atacar, mas foi lançada para longe. Bella gritou de horror quando ele investiu para Esme, ela tentou defender-se, porém Klaus a pegou pelo queixo e jogou-a para a mesma direção em que Alice estava.

As duas levantaram-se e corajosamente foram para cima dele. Alice conseguiu dar um soco em seu rosto, mas lhe deu o troco na mesma moeda fazendo com que ela deslizasse para longe. Esme tentou em vão atingir o seu coração, mas ele segurou a sua mão com força e a torceu. Bella não suportou mais. Ela sabia que ele as matariam e que se quisesse mesmo á teria feito, apenas divertia-se ali.

– Chega! Chega! Klaus pare com isso, não as machuque. – Ele nem olhou para ela. Com mão de aço pegou o rosto de Esme e o esmagou no chão fazendo-a perder os sentidos. Bella só pôde vê-lo logo em seguida ao lado de Alice quebrando-lhe o pescoço. Lentamente ele voltou a ficar ereto, arrumou suas roupas e cabelo e voltou-se para ela com olhos negros assustadores.

– Elas viverão por enquanto. Venha comigo e ninguém mais precisará se machucar. – Bella estava em choque, mas forçou-se a responder.

– Sim, Klaus. – Com pouca gentileza pegou-a pelo cotovelo e a fez entrar no carro. - Pra onde está me levando? – Perguntou arrasada, mas não teve resposta. Klaus dirigia feito louco, chegaram a 130 por hora. Bella estava assustada com tudo o que tinha acontecido e com medo de morrer naquele carro.

*****

Edward e Emmet estavam de volta ao grupo depois de terem vasculhado a área. Eles se mantinham distante esperando a inspeção dos dois.

– Muito estranho. Klaus seria assim tão descuidado com o seu esconderijo? – Amun refletiu.

– Talvez ele sinta-se muito confiante. – Carlisle sugeriu.

– Vamos ensinar humildade a ele então. – Jasper disse e com acenos de cabeça dizia para os se espalharem ao redor da clareira.

Rosalie ficou na parte sul, Emmet na leste, Edward na Oeste, Damon na sudoeste, Carlisle na sudeste, Kebi na noroeste, Jasper na nordeste e Helena no centro completando com Amun na frente do que parecia uma entrada. Havia uma escada íngreme e escondida por plantas rastejantes. Amun podia ver um portão logo depois do final da escada. Todos os outros enfiaram seus jogos de bombas na terra prendendo-as quando acabaram olharam para Jasper e este quando viu que todos estavam prontos acenou novamente. Eles acenderam as bombas o mais rápido que puderam e se afastaram vários metros, menos Amun que não tinha bombas em maus, ele faria de outra maneira.

Então uma a uma as bombas começaram a explodir, fazendo voar por vários metros rajadas de terra e verde. Aquilo chamaria a atenção de quem estivesse ali embaixo se escondendo. Essa era a intenção, fazer saírem os ratos de sua toca. Amun notou a movimentação dentro do esconderijo, parecia estar dando certo. Jasper usou o seu dom para apavorá-los ainda mais. Amun ainda em frente à entrada se concentrou e abriu os braços, ficando com o peito aberto e depois unindo as mãos em sua frente. Quando ele fez isso uma grande massa de ar foi deslocada, promovendo uma grande explosão derrubando assim o portão.

Alguns recém-criados surgiram diante dos escombros do portão. Amun com a sua mente bem afiada os incitou a saírem, mesmo com medo eles foram para fora. Em mais três lugares a terra foi deslocada, perceberam que ali eram entradas camufladas do esconderijo.

– Façam-nos sair, ajudem-me meus amigos. – Amun falou no seu tom normal de voz, mas foi ouvido por todos. Os Cullen e Salvatore começaram a força-los a sair e então mataram um a um. – Vou entrar, meus caros. – Amun caminhou por cima dos corpos inertes a sua frente entrando no covil de Klaus.

– Não perderia essa por nada. – Damon falou depois de jogar mais um corpo ao chão e seguiu Amun. Não precisou de muito tempo para os dois perceber que Klaus não estava ali. Damon saiu irado, os outros tinham acabado com todos os lacaios de Klaus.

– Ele não está aqui. – Edward falou frustrado ao ler a mente dos dois.

– Fugiu como o covarde que é. – Amun falou parecendo insultado.

– Ele não pode escapar! Temos que matá-lo! – Damon explodia.

– Pode rastreá-lo, querida? – Amun perguntou a companheira. Kebi olhou em volta tentando captar algo que fora tocado por Klaus, assim seria mais preciso o rastreamento. Ela caminhou até a escada e desceu ainda parecendo procurar e tocou no portão com delicadeza.

A mente dela teve um abalo como todas as vezes que acontecia. Ela tocava em algo e se concentrava em uma pessoa e podia ver o que tinha acontecido naquele local, com sorte ela podia ouvir algo que tenha sido dito também. Parecia com cenas de filme cortadas em sua mente. Ela viu Klaus saindo com quatro vampiros: “Vamos a casa do meu querido primo.” Era o que ouviu Klaus dizer com zombaria para seus companheiros.

– É a casa do Riley. – Edward falou ao ver através de sua mente.

– Com certeza não é o destino final dele. – Stefan deduziu.

– Mas temos que passar lá para Kebi pegar outra pista, talvez ele ainda esteja lá. – Jasper falou.

– Temos que avisar a Alice e Esme. Elas estão desprotegidas. – Helena lembrou de repente e todos por um segundo pensaram o mesmo. Klaus poderia ir pegar Bella antes do combinado.

– O que faremos? – Rosalie perguntou sentindo a pressão do momento.

– Vou ligar para elas. – Edward ligou por duas vezes para Alice e uma vez para a mãe, mas não foi atendido.

– Vamos direto para casa de vocês, isso não está me cheirando muito bem. – Damon falou já partindo e os outros o seguiram.

Correram o mais rápido que puderam, Edward sempre na dianteira. Ele foi o primeiro a ver os corpos estendidos na frente da casa e correu até eles. Eram de quatro vampiros, os mesmos que viu através da mente de Kebi e entre eles estavam Alice e Esme. Ele procurou por ferimentos fatais em seus corações, e respirou aliviado quando constatou que sobreviveriam. Os outros o alcançaram, Jasper ficou mais pálido do que o normal. Carlisle as examinou novamente e carregou Esme para dentro deitando-a em um dos sofás, Jasper fez o mesmo com Alice. Os ferimentos delas pareciam estar sarando, eles sabiam que elas acordariam logo.

Damon correu para cima procurando por Bella, assim como Stefan e Helena, ela não estava em lugar algum da casa. Helena estava em prantos sendo amparando por um Stefan de olhos vidrados ao nada. Ele estava perdido assim como Helena.

– Precisa encontrá-la! – Damon agarrou os braços de Kebi desesperado.

– Solte-a. – Amun pediu sem toca-lo. Damon a soltou parecendo só perceber agora o que tinha feito. Edward estava sentado na escada com as mãos na cabeça desamparado.

– Ele deve estar na cidade ainda, temos que detê-los. – Damon suplicou.

– Preciso sentir melhor. – Kebi falou pesadamente e em seguida saiu, Amun foi a seu encalço assim como Damon. Lá fora ela fechou os olhos e expirou profundamente, depois agachou e tocou no chão concentrando-se em Klaus com toda a força que ela tinha. A visão foi muito mais clara do que a outra. Viu Klaus lutando com Esme e Alice, depois o viu pegando Bella pelo cotovelo e a levando com ele. Mas ainda não era suficiente. – Terei que ir um pouco mais adiante. – Correu pela estrada por um tempo e parou repetindo o que fizera antes. E então ela viu pra onde Klaus tinha ido. Voltou para informar os outros. – Ele a levou para o aeroporto.

*****

Bella já estava sentada na poltrona acolchoada do jatinho que partira do minúsculo aeroporto de Forks, ha alguns minutos. Klaus estava sentado a sua frente olhando para ela sem quase piscar. Ele não tinha dito nenhuma palavra pra ela desde que a pusera no carro, era como se tentasse não extrapolar. Parecia que ele tinha planejado tudo, o piloto estava hipnotizado e parecia que outras pessoas que trabalhavam no aeroporto também. Ele entrelaçou os dedos das mãos e cruzou as pernas ganhando uma expressão menos apavorante que antes ao respirar fundo.

– Eu os entendo. Eles a amam, mas eu não gosto de ser contrariado, deve entender isso. – Seus olhos estavam semicerrados como um felino a espreita, pensando em uma maneira de dar o bote. – Chamar vampiros antigos para me deter! – Sua voz saiu mais ríspida. – Tínhamos um acordo, você viria a mim sem resistência. Não foi isso Bella?

– Não pude evitar que eles tentassem.

– E é claro não os convenceu de que queria vir.

– Também tentei fazer isso, mas eles são inteligentes, sabiam que eu não queria vir. Nunca quis estar com você, só de pensar nisso me enoja.

– Eu não sei o que fez comigo, talvez esse poder que tenha sobre os vampiros, mas não consigo ser tão cruel como queria. E sabe o que eu deveria fazer? – Ele inclinou o corpo na direção dela, olhando-a bem nos olhos. – Deveria tê-la de qualquer maneira, agora, você não seria páreo para mim. Subjugar-te-ia e seria minha de uma vez. – Ele desceu os olhos desejos pelo corpo dela. Bella sentiu-se nua e violada. Isso lhe deu um prazer mordaz e ele sorriu. Com uma precisão calculada e com movimentos bem lentos ele levantou da sua poltrona, não estava com o cinto, não precisava. Caminhou até poltrona ao lado de Bella e levantou o encosto do braço, depois retirou o cinto dela. Bella tremeu um pouco quando sentiu sua mão nela. Estava um pouco apavorada.

– O que fará? – Quis saber temendo o seu destino.

– Só vou deixá-la mais dócil com o meu beijo. Não tem pra onde fugir, nem pra quem pedir socorro, então não tente nada, já não tenho humor, querida. – Uma mão fria segurou com força o cotovelo de Bella e com a outra mão ele segurou seus cabelos forçando a sua cabeça ligeiramente para trás, expondo assim o seu pescoço. Klaus a mordeu sem delicadeza queria feri-la um pouco como punição a desobediência. Ele cravou o dente bem fundo em sua pele, ela evitou o grito que subiu até sua garganta. Seria forte naquele momento.

Bella estremecia involuntariamente, sentindo dor, sentindo o ódio e a irritação de Klaus. Ele parecia não querer parar de sugá-la e já se sentia fraca. Com dificuldade segurou-o pelos ombros e tentou afastá-lo em vão.

– Por favor... Klaus... – Pediu para que parasse, mas ele apenas a mordeu mais a cima e continuou sugando. Sentiu-se flutuando, o corpo gelado. Sua cabeça estava sendo invadida por uma névoa, não conseguia pensar direito. Suas mãos tombaram e logo perderia a consciência. Klaus parou de sugar, mas não se afastou dela.

– Não sabe quanto isso me excita. – Ele lambeu suas feridas, não desperdiçando nenhuma gota. – É claro que não vou mais esperar. Você é muito jovem, mas já pode gerar filhos. No entanto, deve dormir agora querida. – Ele a pegou com delicadeza e a deitou no banco. Bella pôde olhar para ele brevemente e seus olhos fecharam.

Não sabia o que estava acontecendo. Num momento era tudo névoa, um grande borrão branco e denso e no outro estava em casa, a casa de Forks. Como ela teria conseguido chegar ali? Porque estava em pé em seu quarto? Girou olhando tudo a sua volta. Lembrou-se dos seus tios e correu para o quarto deles na esperança de vê-los. Não estavam lá, nem em lugar nenhum da casa, tinha vasculhado tudo então decidiu voltar para o quarto.

Sentou-se na cama. Algo lhe estava escapando. Ela ainda não entendia o que fazia ali sozinha. Não estava passando um tempo na casa dos Cullen? Onde estariam todos? Damon... Onde estaria Damon? Porque a deixaram sozinha? Seus olhos começaram a arder, iria desabar a qualquer momento. Sentia-se só.

– Não fique assim. – Ouviu uma voz muito familiar falar em seus ouvidos. Assustada, olhou ao redor novamente, mas não viu nada. Seu coração disparou. – Não fique assustada. – Bella entendia o que a voz dizia mesmo ela estando entrecortada. Ela levantou sobressaltada. Não deveria estar ouvindo aquela voz.

– Klaus?

– Deixe-me... – Ela não entendeu o resto. Algo estava atrapalhando o que ele falava. Na verdade isso era bom, não queria ouvi-lo. Um borrão da imagem de Klaus apareceu na soleira da porta de seu quarto e ela deu um pulo, mas a sombra logo foi embora. Não queria vê-lo, não mesmo. – Bella! – Ele falava com autoridade. – Deixe-me entrar! – Bella se apavorou com a intensidade de sua voz. Ele se agarrara de alguma maneira a vontade de se fazer ser escutado e agora a sua voz era nítida. – Deixe-me entrar agora! – Bella o viu se materializando novamente na soleira da porta. Não permitiria que ele entrasse, nunca!

– Vá embora! – Ela gritou e Klaus com ódio grunhiu assustando-a.

Bella abriu os olhos assustada, o seu coração disparava forte. A primeira coisa que viu foi Klaus o que a fez assustar-se ainda mais. Deitada nas poltronas do jato, viu Klaus onde antes ele estava sentado. Seus dedos entrelaçados novamente e olhando para ela fixamente. Seus olhos estavam escuros e parecia desgostoso. Bella sabia que fora ele tentando entrar em sua mente novamente. Percebeu que estava fraca, cedendo a ele. Ficou ainda mais tonta tentando ficar sentada. Klaus ainda não piscara. Ela o encarou, temendo o que ele faria. Tinha perdido a consciência e não sabia a quanto tempo estavam viajando.

Ao encará-lo ela percebeu o rosto dele ainda mais pálido e parecia que de repente ganhara olheiras. Era como se ele não houvesse dormido muito bem. Era como lembrava quando seus tios ou os Cullen ou... Damon estavam fracos. Klaus estava fraco? O que o fez ficar daquela forma? Ela tinha que descobrir, poderia ser seu trunfo.

– Aperte o cinto, nós vamos aterrissar. – Foi tudo o que ele disse.

*****

Estavam todos no aeroporto. Kebi pôde ver Klaus pegando o jato e a sua identificação, com isso eles souberam com os funcionários para onde eles iriam, o destino era Portland.

– Não podemos ficar apenas seguindo-os. Klaus não descansará, ele pode machucá-la. – Edward falou depois de muito tempo. Estava tentando lutar com a dor de saber que Bella estava nas mãos de Klaus. Alice ofegou perto deles, seus olhos ficaram vidrados e seus lábios estavam entreabertos. Edward virou-se para ela, seus olhos também vidrados. Alice aos pouco voltou ao normal.

– O que viu, Alice? – Carlisle perguntou.

– Bella e Klaus. – Ela falou como se ela mesma não estivesse acreditando. – Ele enfraqueceu um pouco... Por um instante suas defesas cederam.

– O que viu? – Damon perguntou inquieto.

– Vi os dois... Pegavam um carro em Portland, eu acho e depois os vi entrando em um lugar... – Alice divagava.

– Pode nos dizer onde? – Stefan perguntou.

– Sei o nome do estabelecimento e da rua. Podemos ver a cidade onde fica. – Alice falou o nome para Jasper que já tinha o celular em mãos para fazer a pesquisa.

– Pelo o que vejo aqui esse lugar fica em Salem. – Jasper falou.

– Temos agora mais do que o rastro deles, sabemos a decisão que tomou e agora estamos a frente. Só precisamos chegar lá o mais rápido possível. – Edward falou.

– Klaus não deve ter mais vampiros para protegê-lo e esta muito ocupado tentando ficar o mais longe de nós o possível para perder seu tempo. Acho que não precisamos que todos vão. – Ressaltou Stefan.

– Não pode me obrigar a ficar. – Edward falou sério.

– E é claro que eu vou. – Damon falou.

– Irei com vocês, mas concordo que os outros devam ficar. – Carlisle falou. – Esme, Alice, Helena, Rosalie... Não podemos arriscar...

– Kebi ficará com vocês. – Amun falou, mas Kebi pareceu não gostar também de ficar longe dele.

– Isso é injusto. – Helena alterou-se.

– Precisa entender... Aqui sabíamos que eram recém criados. Lá fora nós não sabemos, Klaus pode ter aliados mais fortes que pode encontrar por lá. Amun irá conosco, vamos trazer a Bella de volta. – Stefan a abraçou.

Não havia mais jatos disponíveis e a solução foi pegar um avião que sairia em 20 minutos para Olympia, meio caminho andado para Salem e de lá pegariam um voo direto. Foi o que puderam fazer, pois o voo para Portland sairia dali a 3 horas.

*****

Antes de descerem do jato, Klaus pegou o pulso do piloto e drenou o seu sangue. Bella não viu, pois ele disse para ela ficar quieta enquanto ele ia dar uma palavrinha com o piloto. Mas ela soube quando ele voltou com seu ar sombrio, sua pele menos pálida e seus olhos mais brilhantes do que antes, além de ter um filete de sangue escorrendo por seu lábio inferior. Bella não conseguiu não encarar aquilo. Klaus notou e limpou-se com palma de sua mão.

– Desculpe por isso. – Disse educadamente. – Vamos, temos muito chão pela frente ainda. – Klaus a pegou pelo pulso e saíram do aeroporto. Já era anoitecia quando entraram em um taxi, sentaram nos bancos de trás. O motorista os cumprimentou e perguntou o destino.

Klaus debruçou-se para frente segurando o homem pela camisa. Ele sobressaltado agarrou o braço de Klaus para se livrar dele e o olhou assustado quando não conseguiu demover um centímetro de distância.

– Mas que diabos! – Ele soltou.

– Você nos levará a Salem, pelo caminho mais curto de forma rápida. Nada que ouvir ou ver nesse carro será da sua conta. Irá servir-me como a quem serve um rei, me obedecerá sem questionamentos. – Klaus falava baixo e preciso, o homem tinha parado de se debater.

– Sim. – Ele sussurrou e Klaus sorriu.

– Dirija.

O homem não falou mais nada, apenas dirigiu. Klaus endireitou-se no banco, Bella tentou afastar-se dele. Sentiu um pouco de dor no local em que Klaus a mordeu, tocou de leve e se encolheu, pois só fez aumentar a dor.

– Ah querida, ainda dói? – Ele colocou um dos braços pelo encosto do banco de Bella aproximando-se dela. – Estava muito zangado, entenda. – Ele tocou de leve o queixo dela erguendo-o um pouco para ver os ferimentos. Klaus semicerrou os olhos ao notar que estava muito ferido o pescoço dela. – Não queria ter que feri-la dessa maneira.

– Aposto que não. – Mesmo com medo e sabendo do que ele era capaz, não conseguia ficar quieta.

– Da próxima vez que fizermos isso eu posso te dar um pouco do meu sangue para se curar, é só você merecer. – Ele tocou seu nariz de leve.

– Prefiro morrer de dor. – Disse. Klaus apenas parou para olhá-la por um momento.

– Deveria esperar um pouco mais até que se restabelecesse. Mas estou faminto por você. – Disse isso já transformado. Pegou o braço dela e o mordeu, como da última vez ele não parou até que ela desmaiasse.

Bella teve outra luta com Klaus em um sonho. Estavam em um lugar muito bonito, cercado de árvores frondosas e flores. Bella estava sentada de baixo de uma árvore, sob a sua sombra quando ele apareceu em sua frente sorrindo. Ela levantou-se de um salto.

– Vê querida? Posso de oferecer coisas boas também. É só ceder, como agora. – Bella notou que era isso mesmo que estava fazendo naquele momento, cedendo a Klaus. Horrorizou-se com aquilo.

– Nunca cederei, Klaus! – Virou-se para correr, mas se viu abrindo os olhos ao lado de Klaus que a olhava ainda no taxi.

– Sonhando comigo? – Ele sorriu.

– Pare de fazer isso.

– De fazer o quê?

– De tentar entrar em minha mente. – Ela afastou-se dele.

– Seria muito melhor se não resistisse. Estou tão perto, Bella. Não vê? Só precisa agora ser o que eu quero que seja. Seja a minha companheira, Isabella e te darei o mundo.

– Nunca! – Klaus irritado, pegou-a pego queixo com força, mordeu seu próprio pulso e forçou-a a beber.

Bella acordou engasgando. Sentiu o líquido quente entrar por sua boca e invadir sua garganta. Ela abriu os olhos, acordando de verdade. Klaus afastou-se dela, parecia pálido novamente. Foi então que a mente dela trabalhou mais rápido. As duas vezes em que ele tentara controlar a mente dela ficara assim como se estivesse fraco. Era isso que o deixava fraco? Lutar com ela?

– Pare o carro. – Ordenou ao motorista. Naquele momento estava muito escuro e Bella olhando para fora do carro viu que só tinha verde, nada de construções. – Saia do carro. – Ele disse e foi atendido. – E você... – Olhou para Bella. – Fique onde está, volto logo. - Falou antes de sair.

Klaus rápido como um felino alcançou o pescoço do homem e o mordeu com ferocidade. Bella desviou o olhar daquilo. Não podia fazer nada, não podia lutar com Klaus, não podia salvar a vida daquele homem. Encolheu-se no banco querendo que aquilo acabasse logo, foi quando seu olhar foi para frente do carro perto do cambio de marcha havia um celular. Bella olhou para Klaus lá fora, ele ainda estava se alimentando do homem, era a sua chance, esticou o braço e pegou o celular guardando-o no bolso. Klaus entrou no carro, sentando no banco do motorista. Respirou satisfeito.

– Venha para frente. – Bella esgueirou-se entre os bancos e sentou no banco ao seu lado. Ela só rezava para que o celular não tocasse.

– Pensei que quisesse que ele te tratasse como um rei. – Klaus sorriu.

– Se você não me desgastasse tanto, ainda o teria como vassalo. – Então ele admitiu. Ficava desgastado com a disputa mental.

– Eu te desgasto?

– Você desgasta qualquer homem ou vampiro. – Ele tentou contornar, mas ela entendeu.

Klaus dirigiu até uma lanchonete na beira da estrada e estacionou lá.

– Tem que comer alguma coisa.

– Não, obrigada. – Dispensou.

– Não quer morrer de fome, não é? – Klaus saiu a obrigou a comer um sanduíche e beber um suco.

– Tenho que ir ao banheiro. – Klaus a olhou por um instante considerando. – Estamos no fim do mundo. Não tenho para onde fugir.

– Tem razão. Pode ir.

Bella fez suas necessidades e se refrescou um pouco com a água da torneira. Foi aí que surgiu a oportunidade. Ela ligou todas as torneiras e colocou o celular no silencioso, depois escreveu a seguinte mensagem:

“Não me ligue, não mande mensagem. Entrarei em contato logo quando puder. Amo vocês. Bella. ”

Respirou fundo e se olhou no espelho. Já não parecia a mesma garota que foi arrastada para fora de Forks, estava mais pálido do que o normal e com olhos inchados e olheiras escuras ao redor dos olhos. Até seus lábios estavam brancos. Parecia um fantasma, isso explicava os olhares que recebeu ao entrar na lanchonete. Parecia uma garota morta que ainda teimava em caminhar. Isso era o resultado de ter sido sugada até perder a consciência por duas vezes em um único dia.

Ao sair do banheiro um funcionário que passava com a bandeja cheia de louça suja esbarrou com ela. Algumas coisas caíram e Bella ajudou-o a pegar, pedindo desculpas. Novamente ela teve uma ideia. Pegou uma das facas, era de serra, mas podia ajudá-la em alguma coisa, escondeu dentro da roupa e saiu. Quando voltou para a mesa, Klaus já tinha pago a conta. Bela se sentia fraca e mal se movia dentro do carro. Seguiram por mais algum tempo e enfim chegaram a Salem. Parecia que ele conhecia o lugar e seguiu diretamente para um pensionato.

Klaus deitou-se na cama esticando-se todo. Parecia naquele momento um rapaz despreocupado, humano. Bella não se enganou. Ele a olhou divertido, sabia que ela estava hesitando e riu. Divertia-se quando ela o temia, mas achava fascinante quando ela tentava bater de frente com ele. Só uma coisa o incomodava muito, essa resistência que ela possuía, essa força mental que o desgastava. Bella com certeza era um ser extraordinário e se um dia se tornasse vampira seria muito poderosa.

– Por que não deita aqui comigo? – Ele falou doce. Sem esperar que ela respondesse, pois seria uma resposta negativa. Ele a alcançou e a segurou pelos braços. Desde o momento no taxi que tentou induzi-la novamente decidiu que mesmo que ela não cedesse, seria dele aquela noite. Não teria escapatória.


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