Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 24
Cautela


Notas iniciais do capítulo

Agora no momento certo o capítulo "Cautela".



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Bella se desvencilhou da mão gelada e firme de Damon piscando, querendo que o seu raciocínio voltasse a trabalhar assim como o seu coração.

- Não vejo que tenhamos um assunto em comum. A não ser os meus tios.

- Esqueça os seus tios por um minuto. - Damon pareceu se irritar. Bella sobressaltou-se e ele aproximou-se mais dela.

- Ok. - Ela sussurrou.

- Eu... Eu quero dizer que tem razão em muitas coisas. Acredito que posso me surpreender ainda mais com você, porque consegue ser uma adolescente irritante, mas também poder ser muito perspicaz.

- Acho que vou aceitar apenas o elogio, esquecerei a parte sobre adolescente irritante. Damon sorriu para Bella e ela teve certeza que as coisas não seriam como antes. Algo tinha mudado. Posso saber em que tenho razão?

- Quando disse que eu pareço não ter coração. Vivi muitos anos longe de qualquer coisa civilizada.

- Eu sei. Desde o casamento dos meus tios. - Ela percebeu que a expressão de Damon tornou-se triste.

- É, mas antes disso também vivi uma longa época de solidão. Porém depois do casamento dos dois... Vivo completamente nas sombras. Vivia caçando na cidade em que seus tios moravam, nunca tive muita força de vontade quanto a isso.

- Vi meus tios angustiados ao saberem de como levava a sua existência. Eu odiava você por causa disso e não entendia o porquê deles ainda se importarem se você trouxe para eles tantos problemas. Não imaginei que Stefan iria tentar fazê-lo voltar. Não sabíamos que ele convidaria você para passar uns tempos aqui.

- Eu nem acreditei quando me pus a vim para cá. Desconstruí a ideia de família, de ficar junto de qualquer ser. - Ele disse amargurado.

- Ainda ama Helena? Bella não soube a verdadeira razão por trás daquela pergunta, mas a fez e agora se via ansiosa pela resposta. Damon a olhou um pouco assustado, fora pego de surpresa.

- Não. - Ele negou. - Parei de pensar nela como o amor impossível e isso já faz muito tempo.

- Então, porque continuou nas sombras?

- Por que sairia? - Bella não conseguiu evitar em sentir compaixão depois de ouvir aquelas palavras. - Eles tinham Judith, Robert e a pequena Renée e agora você. Eu não tinha nada.

- Damon, mesmo assim você pode tentar. Tentar ter... - Sentiu empatia por ele nesse momento.

- Eu sou odiável. - Ele sorriu sem humor ao lembrar-se das palavras dela.

- Sim, você pode ser quando quer.

- Você me conhece, não estou falando de saber que sou vampiro. Você sabe como sou, você entende o que sou. Mesmo assim não teme. Você me impressiona. - O olhar de Damon prendeu o dela e mesmo que se esforçasse para desviar, não conseguia. - Bella, deixe-me tentar.

- Tentar...? - Balbuciou.

- Tentar ser seu amigo. - Ouvira direito? Damon estava pedindo desculpas e agora querendo mesmo ser seu amigo? Suspeitou disso tudo. - Ora, Bella, não faça essa cara. - Tentou relaxar a expressão.

- Desculpe, mas isso parece demais.

- Acha impossível que eu queira isso? - Viu que ele ficara ressentido nesse momento e ficou surpresa.

- Na verdade sim. Não conseguiu mentir.

- Pois eu quero tentar.

- Não acho que possamos. - Bella ia voltar para carro, mas ele a deteve novamente segurando-a pela mão.

- Bella, eu estou aqui pedindo... Isso deve servir de alguma coisa. - Falou tentando conter-se. Estava querendo ouvir apenas um Sim, podemos ser amigos, mas até isso parecia difícil. Ela o analisou, não sabia o que ele estava planejando, mas decidiu que queria descobrir.

- Tudo bem. Podemos tentar conviver Damon. - Ele suspirou e sorriu sincero, o coração dela disparou com aquilo e ele sorriu mais ainda dando uma leve pressão na mão dela que continuava segurando.

À volta para casa foi estranha. Nem ela e nem ele queriam quebrar o silêncio. Bella pensava em tudo o que estava acontecendo. Não sabia onde tudo isso os levaria. Aceitou a amizade de Damon, mas não confiava nele ainda. Ele parecia mesmo arrependido de tê-la aborrecido e por isso aceitou.

- Damon... Por que você foi embora? - Perguntou lembrando-se da semana que ele tinha estado fora. Viu a hesitação no rosto dele. Para termos uma boa convivência seria muito bom se não mentirmos. Ele achou que ela sabia jogar sujo.

- Não acho que seja o momento certo para contar. - Damon estava sério e ela considerou aquilo, parecia que ele falaria um dia. - Começamos mal. - Ele suspirou. - Mas podemos recomeçar. - Ele estacionou em frente a sua casa. - Seus tios vão ficar meio... Chateados comigo. - Ele a avisou.

- Por quê? - Quis saber. - O que você aprontou?

- Para termos uma boa convivência seria bom se não me acusasse sempre te tudo. - Ele brincou e ela sorriu.

- Bella saia do carro. - Stefan abriu a porta do lado em que ela estava assustando-a.

- Tio, o que foi?

- Anda! - Ele entrou parcialmente no carro e retirou o sinto dela. Pegou-a pela mão, tirando-a do carro. Helena já estava ao lado dos dois parecendo preocupada. Damon saiu do carro e postou-se na frente deles. Bella estava chocada pela reação do tio e não entendia o que acontecia.

- Olá, Helena. - Damon falou despreocupado.

- Damon... Foi por isso que partiu? - Ele desviou o olhar de Helena e colocou as mãos no bolso, não queria ter que conversar sobre isso ainda e não ali com Bella ouvindo.

- Deveria ter permanecido onde estava se enlouqueceu de vez. - Stefan falou.

- O que está acontecendo? - Bella procurou respostas nos rostos dos três, mas todos estavam impassíveis. - Alguém pode me falar o que está acontecendo?

- Vá para dentro. - Stefan ordenou baixo, com os lábios cerrados.

- Damon... O que há? - Ela teimou e perguntou para Damon que a olhou ternamente. Helena notou isso e arfou, Stefan sentindo aquilo grunhiu.

- Vá para dentro. Falaremos depois. Damon pediu.

- Eu quero saber o que há aqui. Exigiu teimosa.

- Não discuta comigo Isabella. Stefan falou irritado aproximando-se de Bella.

- Ei, calma aí irmão. Precisando de um banho frio? Ironizou, mas não queria que Stefan falasse daquela maneira com Bella ainda mais que ela não tinha nada a ver com aquilo.

- Bella, para dentro. Helena pediu e Bella bateu pé.

- Odeio quando me deixam na ignorância! - Bella correu para dentro de casa deixando os vampiros ali parados. Damon olhava para dentro com o coração apertado por tê-la aborrecido novamente.

- Pare com isso! - Stefan falou sentindo a angustia do irmão. Ele aproximou-se ameaçadoramente de Damon. Seus rostos ficaram a apenas alguns centímetros de distância. - Você está louco? - Perguntou ao irmão que apenas ergueu uma sobrancelha e virou-se para entrar em seu carro novamente.

- Temos que conversar Damon. - Helena pediu.

- Agora não.

Em meio segundo Stefan estava barrando a sua passagem, novamente com rostos muito próximos.

- Não ouse tocar nela. Se machuca-la Damon, eu acabo com você.

- Não pretendo machuca-la. Relaxe irmão e cuide da sua vida.

- Ela faz parte das nossas vidas, minha e de Helena. - Stefan falou temendo que seu irmão fizesse algo de ruim com sua sobrinha.

- Eu sei e agora Isabella faz parte da minha vida também. - Damon olhou de um para o outro. - Vocês não me queriam mais humano? Parabéns. - Damon entrou no carro e saiu em disparada.

- Stefan... Ele não deve estar falando sério. - Helena aproximou-se do marido assustada, temia o que seria de sua sobrinha.

- Ele está.

Mais tarde Helena subiu até o quarto da sobrinha para chamá-la para comer algo. Bella estava em frente ao computador conversando com Ângela e Jéssica, dividia com as amigas as sensações sentidas por Damon. Para elas Damon também era um primo distante de Bella. As amigas achavam que ela estava apaixonada assim como Emily e Leah afirmaram. Bella negava veementemente, mas estava duvidando de si mesma.

- Querida? - Helena entrou em seu quarto e ela minimizou a tela, depois virou para a tia. - Não está com fome? Tem uma comida muito saborosa lá embaixo te esperando.

- Já estou indo tia. - Helena hesitou na soleira da porta e então decidiu entrar.

- Bella, onde esteve com Damon hoje? - Helena sentara em sua cama próxima da cadeira em que estava sentada.

- Fomos até La Push.

- O que ele queria? - Bella desconfiou do interesse da tia.

- Conversar.

- E sobre o que conversaram? - Sentiu a apreensão na voz e no olhar da tia.

- Em troca da minha resposta contará o motivo daquilo tudo mais cedo? - Falou com a petulância de sempre.

- Bella, entenda...

- Entendo que existem coisas que escondem de mim. Se for assim, também não sou obrigada a contar tudo o que me acontece.

- Não seja tão petulante, Bella. - Helena falou séria.

- Se querem mesmo saber o que conversamos, porque não perguntam a ele? Ele deve contar quando voltar.

- Ele não voltará... Não para essa casa. - Bella paralisou com a nova informação. O que quer que estivesse acontecendo era muito grave para que seus tios não permitissem a volta de Damon a sua casa.

- Por que ele não é mais bem vindo aqui?

- Isso importa pra você? - Sua tia perguntou perspicaz. Bella não respondeu, mas Helena viu que ela se importava sim. - Fique longe dele Bella. - Isso fez com que ela ficasse muito chateada. Seus tios estavam querendo Damon longe dela, ela descobriria por que. - Só fique longe.

- Engraçado. Agora que quer ele longe, eu não quero. Somos amigos agora, tia. Foi sobre isso que conversamos na praia. Ele pediu desculpas por tudo e vamos ser amigos.

- Mas não vai mesmo. - Stefan falou da soleira da porta parecendo sombrio.

- Porque não? Ele não é seu irmão adorado? Não o queria tanto perto de nós? O que o fez mudar de ideia? O que fez com que mudassem de ideia? - Bella perguntava irritada com a maneira que seus tios a tratavam.

- Só estamos cautelosos, Bella. - Foi Helena quem cortara o silêncio.

- Cautelosos? Acham que Damon faria algum mal a mim?

- De certa maneira. - Helena ficou sem jeito.

- Por que logo agora ele ia querer me fazer mal? E outra... Não acho que ele se daria ao trabalho de se fingir de amigo para isso. Ele teve uma ótima oportunidade de me fazer mal esta tarde e cá estou eu, segura e inteira.

- Bella, nos ajude, por favor. Fique longe pelo menos agora. - Sua tia pediu e ao olhar para o rosto de seu tio ainda da mesma forma endurecido, achou melhor não contrariar no momento, mas no dia seguinte iria atrás das respostas ela mesma.


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