Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 13
Notícia


Notas iniciais do capítulo

Bella cresceu e se apresenta como uma adolescente cheia de personalidade, geniosa e muito ativa.
Seus tios parecem que terão um belo trabalho pela frente com ela.
Aproveitem mais um pouco de Bella.



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O pedido feito por seu irmão antes de ir embora levando Helena, o bebê e de quebra a família Cullen com aquele vampiro idiota, o fez sentir mágoa. Realmente se incomodou com aquela situação, talvez estivesse sentindo-se velho.

Os mais antigos afirmavam que com o passar dos anos, os vampiros tornam-se mais poderosos, não necessariamente fisicamente, mas seus poderes estão bem desenvolvidos e tal fato ligado a grande sabedoria adquirida os fazem quase invencíveis.

Mas Damon não se sentia invencível, pelo contrário, estava sentindo-se cansado e desanimado. Sentia-se fino e esticado como uma fina camada de manteiga passada em um grande pão. Oh, certo! Estava mal mesmo, fazendo comparações consigo mesmo com comidas humanas.

- Preciso de mudança, ou coisa assim. - Falou consigo mesmo. - Ou simplesmente desaparecer de verdade desta vez. - Seus pensamentos tornavam-se mais sombrios a cada dia.

De qualquer forma, tinha que esquecer essas questões por agora. Sentia que os vampiros se aproximavam e deveria executar o seu plano como pensou. Eram jovens e tolos e estava apostando em dobrar aqueles vampiros.

Depois que Stefan partiu, permaneceu em Mystic Falls esperando... Ele sabia que os vampiros iriam achar aquela cidade se estavam mesmo buscando com afinco notícias de Katherine. A espera não foi em vão e não demorou muito. Na manhã seguinte a despedida desajeitada com o irmão, eles chegaram.

Era ainda muito cedo, a cidade permanecia com a quietude matinal, apenas alguns pássaros estavam acordados e cantavam timidamente. Os raios de sol igualmente tímidos não eram capazes de aquecer um humano nesse momento.

Damon estava na estrada sentado distraidamente. Os vampiros estavam a pé e corriam velozes, ele podia sentir. Uma brisa forte agitou seus cabelos e então lentamente levantou os olhos e ao vê-los parados ali em sua frente sorriu amistoso.

- Olá, amigos. Disse pausadamente.

- Olá, novamente. O oriental falou sorridente.

- Coincidência... O outro continuou. Damon riu divertido.

- Acredito que nada seja mera coincidência. Levantou o seu corpo, mantendo-o ereto enquanto falava.

- O que faz aqui? Perguntou o outro.

- Estou decidindo para onde vou. Estava pensando em passar uns tempos no sul. Garotas maravilhosas e apetitosas. Os olhos dos dois vampiros brilharam ao pensar no sangue quente das garotas. - Mas estou considerando se vale mesmo à pena, o sol lá é muito forte. E vocês? Damon falava com eles como se fossem amigos de longa data.

- Procurando a garota. Acreditamos que ela tenha passado por aqui.

- Sim, a morena sexy. Damon falou estreitando os olhos desejosos. Falando nisso... Vi uma vampira dessas por aqui. Ela tem um gênio e tanto. Ele riu.

- Viu? - Os dois se interessaram.

- Sim, bebemos juntos na noite passada... Não me disse seu nome, mas sei que seguiria para o norte. Damon indicou o caminho contrário ao que seu irmão seguia.

- Ela foi para o norte? Nunca vamos encontrar essa vampira! O oriental falou irritado.

- Não sabemos se é ela mesma. De qualquer forma temos que averiguar pela cidade antes de tirarmos qualquer conclusão ou seguirmos para outro lugar. Afinal de contas a cidade que Klaus nos falou foi essa. - O moreno alto falou.

Damon apenas assistia ao debate à sua frente. Sabia agora que a desgraçada da Katherine falou para Klaus o seu destino. Será que também revelou os seus planos? Torcia que eles seguissem para onde tinha sugerido, mas não podia fazer mais do que já tinha feito. Se eles seguissem sua sugestão sem ao menos verificar se Katherine estava na cidade, eles seriam muito despreparados então.

Nem ele mesmo sabia quanto tempo Katherine havia ficado na cidade, só a tinha visto no dia em que os atacou. À noite em que Helena morrera e se transformara em uma deles. Sabia que ela tinha por um tempo os observado e manipulado com seus joguinhos de assustar Helena e esta achava que era ele quem o fazia.

Katherine não deve ter falado ou mantido relação com ninguém, deveria estar escondida em algum lugar. O seu covil deveria ser bem discreto e afastado do centro... Eles não achariam nada, já fazia muito tempo desde então.

- Vamos procurar alguma pista. - O mais alto continuou.

- Então vamos começar. Obrigado amigo por sua dica.

- Não tem de quê. - Damon piscou para eles e começou a se afastar. - Essa é a minha deixa.

- Espere! - O asiático falou. Damon parou para escutá-lo. - Qual o seu nome? - Por um momento considerou não falar, mas pessoas tinham nomes iguais, isso não chamaria atenção de ninguém.

- Damon... Chamo-me Damon. - Falou apenas com a cabeça virada para eles e sorriu.

- Obrigado Damon, nos vemos por aí.

Espero que não Pensou. - Claro amigo. - Damon partiu.

Na verdade Damon seguiu o caminho feito pelo irmão, mas descobriu logo que o rastro deles estava se apagando e não mais conseguiu segui-los. Isso era bom, assim nenhum vampiro metido a 007 os seguiria.

*****

Logo que Damon saiu da companhia dos dois. O asiático ligou para o seu líder.

- Achamos que talvez ela não esteja mais na cidade.

- E por que acham isso? - A voz cantou como sino do outro lado da linha.

- Um vampiro... Ele disse que viu uma vampira com as características dela e que ela seguiu viagem.

- Um vampiro... Quem era ele?

- Disse chamar-se Damon.

- Damon?

- Sim, Damon.

- Idiotas! - Ele ouviu um grunhir do outro lado da linha. Klaus parecia irado. - Espere onde estão eu mesmo irei encontrá-los. - Falou com fúria.

Dois dias depois Klaus tinha saído de sua reclusão na Itália onde se mantinha por todos esses anos. Raramente visitava outro país, gostava de sua terra mais do que qualquer outra. Para ele a Itália era superior a todos os outros países.

Mesmo morando lá, ele poucas vezes relacionava-se com os Volturi, seus agregados e seu exército que também mantinha residência fixa lá. Certa vez os Volturi o convidaram para fazer parte de seu clã, o que ele recusou gentilmente. Klaus era bastante poderoso, um vampiro bem antigo e os Volturi gostariam muito de tê-lo entre os seus, mas eles não deveriam se preocupar com a recusa de Klaus, sabiam que ele não os exporia, ele era muito experiente para isso e sabiam também que ele não representava perigo para eles. Klaus era muito poderoso, mas não era ambicioso. Ele se metia com as suas próprias coisas e apenas isso.

Foi com irritação que Klaus saiu de seu imenso castelo no alto de uma montanha na Itália e seguiu viagem até os Estados Unidos. Ele odiava andar entre os humanos que lhe causava tédio, ainda mais humanos americanos. Tentou se agarrar ao objetivo final de sua missão: Saber o paradeiro de sua gatinha branca. Onde ela deveria ter se metido?

Klaus pensara muito na hipótese de tê-la perdido em definitivo, mas relutava em manter tal pensamento em sua cabeça. Ela estava entediada quando partiu, nunca fora de um único lugar. Katherine sempre queria conhecer novos lugares, novas pessoas, experimentar novos prazeres. Ela o lembrava nos seus primeiros anos de transformação. De certa forma, ele a amava.

Porém Katherine nunca foi de ninguém como não era de lugar algum. Ela ficava vez ou outra com ele na Itália, mas sempre partia. Ficava em um ir e vir contínuo. Da última vez, porém, ela estava diferente. Sabia que pretendia algo, algo muito importante. Ela falou em reviver o passado e ele suspeitou dos primos dela que um dia quis transformar em vampiros para satisfazê-la. A gatinha branca era muito egoísta.

Antes de partir ouvira falar os nomes mais uma vez: Stefan e Damon... E agora ele escutara o nome Damon mais uma vez, na mesma cidade que Katherine disse que voltaria para reviver o passado. O passado dela não fora tão longo assim, ela já deveria ter voltado para lhe dar um olá há muito tempo. Algo tinha acontecido e descobriria. Maldita a hora em que transformara esses dois lacaios para seguirem pistas de sua vampira preferida. Se eles tivessem deixado escapar uma boa pista de Katherine, ele não teria piedade.

Pousou no terrível país e se dirigiu até a cidade onde os dois lacaios estavam mais rápido do que pôde em velocidade humana. Encontrou-se com os dois que relataram tudo o que ocorreu até mesmo os encontros com Damon e ficou óbvio para ele.

- Vocês foram enganados por esse vampiro. Idiotas! - Klaus passou as mãos pelos cabelos impaciente. - Temos que seguir viagem. Descubram para onde Damon foi. Esperem... - Ele pediu de repente tendo um lampejo em sua mente. - Procurem também por alguém chamado Stefan, descubram tudo sobre ele e sobre os mais próximos deles. E procurem um lugar para nos instalar enquanto isso! - Falou ríspido.

*****

Helena sabia que seria difícil, pois estava sendo mais difícil a cada vez. Sua sobrinha se apegara muito mais as suas amigas nesses meses que se passaram. Ela não queria ter que dizer e muito menos fazer isso com a sobrinha. Recebera a ligação logo depois que Bella e Stefan saíram para a escola. Era o melhor a fazer, estavam muito tempo ali e a cidade não era tão pequena e pacata como supunham.

Na semana anterior Stefan tinha se encontrado com um vampiro na cidade, desde então andava muito mais preocupado com as escapadelas de Bella. Ela sabia disso, mas como dizia, não conseguia evitar os impulsos, não era cautelosa, nenhum pouco. Depois de atender ao telefonema, foi trabalhar no salão que abrira na cidade, perto da casa em que moravam. Teve sorte de encontrar um espaço tão próximo a sua casa.

Quando Helena chegou os dois já estavam em casa. Bella tinha preparado o jantar com o tio e pareciam felizes. Ela não queria quebrar o clima. Stefan a olhou atento, ele sentira a apreensão vinda dela. Helena fez um gesto dizendo que falaria depois.

Era mais como uma tradição os três sentados à mesa. Helena e Stefan podiam comer e às vezes sentiam necessidade da comida humana, mas não tinham mais o apetite de antes, não como tem para o sangue. Então sempre se sentavam e beliscavam a comida enquanto conversavam com a sobrinha. Depois do jantar eles lavaram e guardaram a louça. Helena pigarreou e Bella olhou para a tia curiosa.

- Recebemos uma ligação hoje. - Helena começou a falar. Todos os três sentados no sofá da sala.

- Más notícias? - Bella perguntou.

- Não. Na verdade foi aquela ligação que estava esperando, Stefan. - Helena falou diretamente para seu marido com um pouco de pesar. Stefan entendeu imediatamente do que se tratava.

- Foi rápido mesmo. - Stefan falou pensativo.

- O que foi rápido? - Bella sentiu que o que quer que tenha sido rápido ela não iria gostar.

- A minha transferência. - Stefan disse.

Bella permaneceu calada, olhando para Stefan parecendo não acreditar. Aos poucos, ao encarar os olhos determinados do tio, ela viu que aquele olhar era familiar, era o mesmo que ele usava quando mudavam de cidade. Bella balançou a cabeça em negativa.

- Não... - Sussurrou. -... Não agora... - Pediu e aquilo partiu os corações dos tios.

- Precisamos ir, sabe que seu tio já encontrou com vampiros aqui. Forks é tranquila, uma cidade pequena. - Helena falou carinhosa.

- Eu tenho amigas aqui. - Bella falou.

- Sabemos disso, só que não podemos arriscar. Sabe muito bem que é para o seu bem. Lá é tranquilo, seguro, uma cidade pequena e pacata.

- Um tédio! - Ela gritou ficando em pé. Suas mãos estavam fechadas e seu corpo todo tenso. - Eu não quero me mudar para um lugar ainda mais tranquilo, não quero ir para o fim do mundo cada vez mais! Porque não vamos para Nova Iorque ou algum outro lugar mais interessante?

- Em Nova Iorque existem muitos mais vampiros do que se imagina. - Stefan esclareceu.

- Então por que simplesmente não ficamos aqui?

- Bella, você será feliz lá. - Helena levantou e acariciou seu rosto.

- Eu nunca serei feliz desse jeito. - Falou entre dentes com o olhar duro sobre sua tia que ficou penalizada. Bella se retirou da sala e trancou-se em seu quarto dando vazão ao seu pranto em forma de lágrimas. Naquela mesma noite mais tarde, Stefan e Helena foram dar o beijo de boa noite em sua sobrinha e a cobriram com o edredom carinhosamente.


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