O prédio. As pessoas lá embaixo olhando aqui para cima.

Elas estão se perguntando "Porque diabos ele está fazendo isso?" Mas elas são as culpadas por tudo.

Eu observo, seus rostos confusos, lágrimas caiem em minha face.

A sirene, a polícia, eles querem me ajudar. Eu não sou louco. Eu sou? Eu só estou cansado, desse mundo cruel.

Um homem, do meu lado, ele quer me convencer a entrar, Eu digo não, ele diz que só quer me ajudar. Mas ele também pode ser culpado.

Seria mais fácil, me acabar com comprimidos. Seria mais fácil, me enforcar com uma corda. Seria mais fácil, dar um tiro. Mas as pessoas tem que ver, que palavras e atitudes erradas podem levar uma pessoa ao suicídio.

Quando eu era pequenininho, e não sabia que o mundo era cruel, quando eu ainda acreditava em papai noel, era tudo tão bom, era tudo tão inocente, não existiam  ladrões, estupradores e delinquentes.

Mas quando você cresce, a vida vai ficando difícil, e você que na verdade, as pessoas são as más. Não existe um bom velhinho, não existe aquele coelhinho, não existe amor.

Eu sei que amanhã, eu vou ser o culpado, e no noticiário, não vai se citar a verdadeira assassina. A sociedade.

Minha mãe vai chorar, quando disserem que o filho dela louco, se jogou, mas ninguém vai falar o porque eu me joguei. E do que eu me livrei.

Um passo. A queda. O vento. O voo. O baque. O choque. As pessoas. As lágrimas. O homem. A sociedade. O mundo. Eu agora estou livre.

Ninguém vai lembrar. Ninguém vai esquecer. Ainda bem que não estarei aqui para ver.