Next To Me escrita por Jessie Austen


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Dobradinha de capítulos! *_*



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– Por aqui...- Sherlock disse enquanto entravam no quarto.

John deixou sua mala e mochila no canto, perto da porta enquanto observava o local. Tudo era extremamente limpo e organizado, mas as janelas estavam trancadas apesar de ser de dia e havia uma quantidade maior do que o esperado. O local era grande e havia duas camas de solteiro, além de uma mesa pequena de estudo com duas cadeiras e uma poltrona e um sofá no canto, com uma pequena geladeira.

– Gostei. Muito bom...- John disse enquanto o moreno apenas o observava.

– Sabia que ia gostar. Todos gostam no início.

– É, vou ficar...

– Eu acordo todos os dias às cinco da manhã, toco violino todo final de semana e quando tenho um tempo livre vou até o laboratório. Não gosto que mexam nas minhas coisas e não permito que tragam namoradas para cá.

– Oh, não se preocupe. Eu não tenho namorada...nem namoradas.

– Ótimo. – Sherlock respondeu enquanto ajeitava um crânio em cima da escrivaninha.

– Isso é de verdade? – o loiro perguntou se aproximando.

– Naturalmente.

– Legal! Você faz o quê?

– Biomedicina. – Sherlock respondeu.

– Humm...por isso o laboratório!

– Você é esperto. – ironizou.

– E você também...poderia ser detetive se quisesse! Como adivinhou que eu era bolsista?

– Eu não adivinhei. Eu constatei. – ele respondeu enquanto tirava o seu sobretudo e sentava-se na poltrona.

– Deduções...

– Baseadas em detalhes.

– Mas que ninguém observaria! Tente adivinhar de qual cidade eu vim...

– Bournemouth.

– O quê? Isso mesmo! Mas como?!

– Eu soube quando te vi. – Sherlock respondeu.

– Mas...como?!

– Como? Muito óbvio: suas roupas são de tecido muito fino e sua pele é levemente bronzeada. Logo, você não mora em Londres e sim em uma cidade do litoral. Mas você saiu hoje de casa, então não deve ser muito longe daqui. Teríamos aí algumas opções, mas você chegou hoje cedo. Só existe uma opção de ônibus que vem aos sábados neste horário: os de Bournemouth.

John encarava Sherlock boquiaberto, e após alguns segundos respondeu:

– Isso é completamente...

– Esquisito. Eu sei.

– Maravilhoso. É absolutamente maravilhoso! Sherlock, isso é um dom!

O moreno o encarou por alguns segundos até responder completamente sem graça:

– Alguns chamam de aberração.

– Bom, sim... também! Mas eu achei incrível.

– Sério?

– Sério. Você devia trabalhar para polícia...resolvendo crimes, já pensou?

– Sim. Na verdade isso é muito óbvio. Foi por isso que fiz Direito primeiro.

– Direito? Espera, essa é a sua segunda faculdade? Quantos anos você tem?

– 20. Eu terminei o colégio aos 12.

– Uau. Você é um gênio...

– E você finalmente percebeu.

– E humilde também. – John sorriu – Bem, vou deixar as minhas coisas por aqui então e depois vou comer algo. Você quer ir comigo?

– Não. Mas obrigado. – Sherlock respondeu enquanto observava o outro tirar seus pertences da mala.

– Certo...vou conhecer os arredores. Para me acostumar e me achar também. Já venho, espero não me perder. Até mais...

– Espera. Eu vou. Conheço uma lanchonete aqui perto que você vai gostar...tem a batata com ketchup que você tanto ama. – o moreno respondeu levantando-se.

– Como você sabe que eu amo batata com ketchup?

– Tem uma mancha no seu lado esquerdo do seu casaco. – Sherlock apontou fazendo John olhar e não encontrar nada.

– É mentira! Meu casaco está limpo.

– Todo mundo ama batata com ketchup, John. Eu não estaria sendo um gênio se deduzisse isso. – Sherlock sorriu fazendo John sorrir também.

– Certo. Vamos às batatas com ketchup então!






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Sherlock observava John devorar as batatas na pequena lanchonete perto da faculdade. O lugar tinha um ar retrô e estava cheio de casais de namorados além de muitos grupos de amigos.

– Tem certeza que não quer? – John ofereceu.

– Sim.

– Então...fale mais sobre você, com quem você mora? Morava antes de vir para cá.

– Meus pais. Tenho um irmão mais velho que infelizmente estuda no outro campus.

– Oh, que legal. Eu moro com...

– Seus pais e sua irmã. Eu sei.

– Ok, isso foi esquisito. E você tem namorada?

– Oh, não faz muito tipo. – o moreno respondeu.

– Hmm...namorado?

– O que eu quis dizer é que no momento estou 100% envolvido com os estudos, John. Tudo o que for relevante eu deixo passar.

– Ah, sim. Entendo...mulheres são complicadas mesmo.

– Por falar nisso, lá vem a personificação disso... – Sherlock cochichou enquanto dava um sorriso amarelo.

Neste momento uma jovem de cabelos castanhos e aparelhos nos dentes de aproximou com uma pilha de livros.

– Oi Sherlock! Que bom que finalmente te achei! – ela disse animada.

– Olá Molly. Este é meu novo companheiro de quarto, John Watson.

– Oi John, prazer...sou amiga do Sherlock. Seja muito bem vindo!

– Obrigado! E prazer, Molly. Você estuda com o nosso caro Holmes?

– Sim! Tenho esse prazer...ah, Sherlock! Precisamos fazer aquele trabalho sobre fungos e parasitas.

– Não, não precisamos. Eu o farei individualmente, como todos os outros trabalhos que fiz até hoje.

Neste momento o sorriso de Molly morreu e ela respondeu:

– Mas...mas a professora que nos colocou juntos! Eu já achei tudo que precisamos e você tinha...

– Eu mudei de ideia. E falei para você ontem. –ele respondeu calmamente.

– Ontem? Não nos vimos ontem...

– Certo, eu devo ter pensado alto então. Mas te falo hoje: Molly, eu farei o trabalho sozinho. Muito obrigado.

– Ok. A gente se vê na aula segunda, então... Prazer em conhecê-lo, John. - ela disse decepcionada enquanto se afastava.

– Igualmente, a gente se vê! É, não precisa ser um gênio para saber que ela é completamente apaixonada por você...- John piscou para o moreno quando a jovem havia se distanciado de vez.

– Tolice. De qualquer maneira é melhor ficar distante.

– Bom, estávamos falando sobre você: o que gosta de fazer...sai bastante com seus amigos?

– Eu não tenho amigos.

– Não tem amigos?

– Não.

– Quem não tem amigos? – John riu, mas ficou sério após ver que Sherlock estava sério – Bom, eu acredito em você.

– Eu gosto de quebra-cabeças, charadas, livros de suspense. São tão óbvios, mas prendem a minha atenção.

– E você toca violino, certo?

– Bom, sim. Minha mãe me obrigou no começo, mas depois eu comecei a me aprimorar.

– Que legal...eu me arrisco um pouco no violão. Eu gosto de dançar e ver filmes! E, ah...eu tenho um blog...uma espécie de diário. Eu acreditei quando me disseram que eu escrevia bem e agora eu escrevo textos e posto fotos...

– Diário? Quem postaria seu próprio diário online?

– Bem, não é bem um diário, né? Eu coloco coisas que eu fiz, mas de modo interessante e muitas vezes reflexivo. As pessoas gostam, quero dizer...até tenho um certo retorno. É como terapia para mim...enfim, só lendo para fazer sentido.

Sherlock o encarou sem interesse até responder:

– Eu tentei ter um blog uma vez. Chato.

John sorriu e então o outro sorriu de volta. O restante do final de semana passou rapidamente. Entre conversas e risadas, John percebeu que logo acabaria se adaptando seu novo amigo e companheiro nada convencional.










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