Número 12 [Fic de Terror] escrita por KenFantasma


Capítulo 2
2° Capítulo – Sentinela viral




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[Hospital Cardoso]

Eu fui ao hospital, mais para visitar Carlos que para me tratar, eram raras as vezes em que ele tinha tempo para tomarmos uma cerveja juntos. Era o intervalo dele, e no refeitório do hospital, nós conversávamos.
–E como estão as coisas?- Ele disse com a boca cheia, estava comendo salgadinho e bebendo o guaraná natural rotineiro.
– Cara, tenho que te contar que uma jornalista gata veio fazer uma matéria comigo ontem, e velho, aqueles seios... – Eu ria lembrando do constrangimento por eu não ter conseguido disfarçar tão bem.
–Gabriel seu depravado. E chamou ela para sair pelo menos?
–Eu até pensei nisso, mas fiquei receoso. Cara, e se eu já tiver namorada e não sei? –A hipótese de esposa era descartável, pois não havia anel em meu dedo quando acordei.
–Então vocês devem ter brigado feio, para ela não ter te procurado até agora. –Ele tirava a seriedade do momento.
–De qualquer forma, eu quero primeiro saber meu passado para depois pensar no futuro.
–Filosofou. – Ele estava para terminar o lanche.
–Falando em passado, algo muito estranho vem acontecendo comigo.
–Isso se chama puberdade meu amigo.
–Falando sério. Cara, eu tenho tido uns sonhos meio esquisitos, e acho que eles são de alguma forma minhas lembranças tentando vir à tona.
–Hm.. Interessante, prossiga. –Ele parecia bastante entretido.
Eu o contei sobre meu primeiro pesadelo com o ente que desenhara o número 12 na janela, depois, de algumas imagens que me assombravam enquanto dormia, dentre elas, novamente o número aparecia.
–Você acha que são apenas sonhos ou pode ter a ver com o caso? –Questionei.
–Bom, se for a segunda opção, eu definitivamente quero descobrir o que está havendo com o seu cérebro. Olha, amanhã à noite eu não tenho nada marcado então vou para casa, façamos assim, você passa a noite aqui em observação, pra ver se descobrimos algo enquanto você dorme, enquanto isso eu estarei em casa analisando seu sangue. Tudo bem?
–Ta certo, amanhã então eu volto. – Eu levantei da mesa e me espreguicei.
Ele se levantou, limpou algumas migalhas e estendeu a mão para a despedida.
–Até. Agora deixa eu ir que estão me esperando. Mas se liga, se você não pode amorosamente, pelo menos se aproxima dela amistosamente.
Apertamos as mãos.
–Só vou tentar não ser muito apressado.
–Mas não se esqueça amigo: o sol do amanhã não estará para sempre no céu –Ele piscou um olho e saiu andando.

Minha casa não parecia ser muito conservada, e do lado de fora, próximo ao celeiro, descansava minha motocicleta, uma estrada 1880.
Em casa eu não tinha muito o que fazer, realmente não tinha ideia de como eu fazia antes para passar o tempo, andei pelos cômodos vasculhando meus pertences, talvez algum deles pudesse me fazer lembrar de algo passado, até que na sala, eu notei um rádio. Era um Philips com compartimento para 4 CD’s , ao lado uma caixinha de CD aberta indicando que seu conteúdo estava já embutido no Rádio, eu o liguei e apertei o “Play”.
O “Track 11” era Hells bells, da banda AC/DC. Eu devia imaginar que rock era meu tipo musical, afinal sou um motociclista de barba por fazer, que usa jaquetas de couro e curte ter uma Shotgun em casa.
Depois de ficar deitado no sofá ouvindo 13 faixas do meu CD personalizado, vidrado nas músicas mesmo sem lembrar sequer as letras, eu decidi seguir o conselho de Carlos, liguei para a jornalista.
– Alô? –Ela atendeu
– Ãh... oi. Aqui é o Gabriel.
– Ah sim, o cara da amnésia.
– Então, é que eu tenho algo que pode te interessar, sabe.
– Certo, deixa só eu pegar minha caderneta aqui. – Atrás da linha eu podia a ouvir revirando suas coisas à procura do caderno de anotações.
–Não, na verdade eu tava pensando na gente sair pra conversar melhor, sei lá, tipo almoçar.
– Ah, saquei. Tipo um encontro, né? –Ela já tinha entendido meu real interesse.
–É, mais ou menos isso. -Eu ria envergonhado. Ela tinha a capacidade de me fazer ficar desconcertado falando com ela.
–Pode ser no sábado às 02:00
–Tu-tudo bem então. –Eu parecia um colegial, gaguejando ao falar com ela.
–Ok então, Boa noite –Ela desligou.
–Tch! Ela poderia ter sido um pouco menos apática. –Pensei
Já era madrugada quando sem muito o que fazer eu decidi pegar minha motocicleta e conhecer mais a cidade.
O motor era como uma faca que rasgava a calmaria da cidade noturna e deserta, a sensação do meu corpo em alta velocidade cortando o gélido ar era incrível, eu realmente devia gostar de fazer esses passeios durante a madrugada.
Enquanto eu cruzava os quarteirões em alta velocidade, observei admirando a lua que brilhava cheia através de fendas nas nuvens que a escondiam, então assim que girei meu rosto para frente novamente, de repente o farol expôs alguém que passava correndo na frente da moto em movimento, no susto, freei firme ao tempo que girei o guidão de forma tão brusca que acabei perdendo o equilíbrio e assim caí no meio da rua. Minha moto derrapou à alguns metros até se chocar em um poste.
Eu não me feri de forma grave e ali mesmo, no chão, eu me mantinha.” Onde estava o desnaturado que poderia ter nos matado?”, era o que minha cabeça meio tonta pensava, mas como um espectro, a tal pessoa havia sumido.
O clima era de um suspense terrível, não havia absolutamente ninguém, naquele quarteirão deserto e escuro, ou alguém incrivelmente rápido passou pela frente da moto e entrou em algum beco, ou eu estava vendo coisas. De qualquer forma já era hora de voltar pra casa.

[Hospital Cardoso – Sexta, 22:25]

–Os fios já foram postos, as máquinas vão monitorar seu cérebro enquanto dorme.
–Obrigado por estar tendo todo esse trabalho. -Eu disse enquanto me acomodava na cama hospitalar, com fios presos ao meu corpo.
–Primeiro: como um médico não posso deixar um paciente na mão. Segundo: você é o único otário que me atura nessa cidade, merece algum crédito. –Ele bateu com a parte superior da caneta em minha testa e terminou de escrever algo em sua prancheta antes abrir a porta do quarto hospitalar e com a mão já na maçaneta, ele terminou: -Sabe, sei que a polícia já rondou o local onde você acordou, mas não consigo deixar de achar que se você buscar mais afundo, poderá encontrar respostas cruciais lá.
–Eu não, ta louco? Aquele lugar me assusta.- Eu afirmei rindo junto ao doutor que logo se pois para fora acompanhado de duas enfermeiras.
O quarto não era lá muito sofisticado mas proporcionava conforto, a cama que me sustentava localizava-se no meio do quarto, com algumas poltronas para visita em volta, duas estantes de ferro com equipamentos médicos debruçavam-se perpendicularmente à porta.

A parte mais estranha de se perder a memória é que há coisas que você esquece e outras que não, como por exemplo: ainda lembro-me de como escrever e ler normalmente, lembro-me de como andar com a minha motocicleta, como usar um computador entre outras coisas. Mas por que não me lembro de coisas pessoais, não me lembro em que eu trabalhava, ou quem eu mantinha contato, ou até mesmo se eu sequer tinha família?
Uma das coisas que mais me intrigava, era a de que se antes do incidente, eu já morava nesta cidade, por que ninguém lembra de mim? É como se minha existência tivesse sido apagada antes de eu acordar na floresta, isso é assustador.

Apesar de tantas questões batucarem minha cabeça, eu peguei rápido no sono, como de costume, foi aí que os flash reapareceram. O tormento em forma de imagens distorcidas, borradas e outras completamente abstratas obscurecia meus sonhos, mas dessa vez não era só visual, também pude ouvir vozes bem ao fundo, como se elas estivessem ecoando de dentro de uma escura caverna. Tanto os sons quanto as imagens não me permitiam interpretá-los e ficavam cada vez mais fortes, mais violentos, mais pulsantes até que as ultimas me fizeram acordar em um pulo na cama.
Acordei suando frio, ofegava e meu coração pulsava a mil, tentei me acalmar enxugando o suor e respirando fundo. Reparei que uma estante havia desabado em frente à porta, espalhando remédios e utensílios médicos pelo chão além de bloquear a entrada. Ao verificar a parede que suportava tal estante, percebi nela uma rachadura, era como se algo de outra sala tivesse batido com violência na parede derrubando assim minha estante.
Senti o chão frio com meus pés, e descalço eu me aproximei da parede alguns milímetros torta para dentro, alisei a rachadura e achei estar ouvindo algum ruído por detrás dela, estiquei meu rosto e apontei meu ouvido para a parede procurando ouvir melhor o outro lado, fiquei alguns segundos tentando entender os ruídos, aproximando minha orelha bem lentamente, ja apertando os olhos. E quando eu estava para tocar a parede, um berro monstruoso surgiu na sala ao lado e algo bateu forte contra a parede rachada. A rachadura dobrou de tamanho, da parede pode se ver poeira caindo por conta da força e tamanho foi o susto que eu tropecei caindo sentado no chão.
O grito não era nem humano, nem de qualquer animal no qual eu me recordava, assustado eu apertava várias vezes o botão vermelho no intuito de chamar as enfermeiras, mas depois de alguns minutos, elas não apareciam.
Desisti de esperar, vi o relógio, marcava 2:00 da manhã, reergui o armário que devia medir 1 metro de largura por 1,80 de altura, devia pesar mais ou menos uns 45 quilos sem o conteúdo e assim que com esforço pus de pé a armação, ouvi gritos vindo de algum lugar do hospital, parecia ter vindo do andar de baixo. “O que diabos está acontecendo aqui?”, eu não pensava em outra coisa, preocupado em socorrer os autores dos gritos eu me apressei em sair da sala para descer.
Assim que fechei a minha porta já no corredor, eu notei 3 arranhados paralelos nela, a maçaneta estava torta como se quase quebrando, cogitei que se não fosse pela estante, o que quer que tenha tentado entrar, teria conseguido.
Mais assustado ainda eu ouvi outros gritos de lugares aleatórios, isso já estava começando a me parecer como um filme de terror. Eu olhei em volta, respirei fundo tentei controlar meu corpo trêmulo, localizei um compartimento preso à parede que guardava um machado para casos de incêndio, quebrei o vidro e o pus à mão.
Após correr alguns metros em direção ao elevador eu me deparei com uma fraca trilha de sangue, que corria até dobrar em uma sala onde se guardava produtos de limpeza. Temeroso eu segui essa trilha, segurando firme o cabo do machado e assim que entrei na sala, vi um dos médicos jogado ao chão sobre uma poça de sangue, ele ainda estava vivo.
–Meu deus o que aconteceu ao senhor? – Eu larguei o machado e me ajoelhei em frente a ele, assim que seus braços desceram do tronco, uma enorme ferida na barriga foi exposta, 3 rasgos paralelos na horizontal, era possível ver seu intestino pelo rasgo à pele.
–E-eu fui atacado por algo, você deve sa-sair daqui antes que eles te peguem também.
–Mas eles quem? –Já estava apreensivo -Vou procurar ajuda, aguente aí que..
Antes de eu terminar a frase enquanto me dirigia à porta com o machado, o médico se engasgando com o sangue me chamou a atenção.
–Não haverá mais ninguém vivo! Não por muito tempo. Eu estava de plantão quando uma das enfermeiras começou a se contorcer e atacar os pacientes, ela-Cof,cof- teve o seu corpo desfigurado, se transformando em algo horrendo, não demorou muito até que as vítimas também começassem a agir es-estranho, a mulher me atacou, mas eu consegui fugir.
–Não, isso é loucura, deve ser só mais um sonho maluco meu –Eu me beliscava sem querer acreditar que aquele cenário macabro era minha realidade.
–Acredite filho, é melhor você cor-rer, an-tes-que-que eu também.– E ele sem terminar a frase caiu com as costas no chão e a língua ensanguentada para fora.
–Se isso é um pesadelo ou não, não vou deixar que me peguem! –Eu disse tremendo por inteiro, segurava ainda mais forte o cabo de madeira –Eu vou sair daqui!
Enquanto corria na direção do elevador, pude ouvir pessoas gritando por todos os lados, umas pela mudança de voz, pareciam estar se transmutando em algo, outras sendo dilaceradas enquanto imploravam pela vida.
Finalmente cheguei ao elevador, atento a tudo à minha volta, eu pressionei o botão ao lado da porta de ferro, até que vi os números que indicavam o andar no qual o elevador estava , elas mudavam em uma velocidade anormal, era como se estivesse despencando do último andar. E em questão de segundos a cápsula que transportava pacientes em fuga passou a uma velocidade incrível pela janela da porta de ferro, notei algumas caixas prateadas que deduzi serem botijões de gás sendo transportadas, era audível o grito de mulheres e crianças que suplicavam ajuda em desespero misturado a rugidos violentos. Quando o elevador se chocou com o piso térreo, a pancada causou uma combustão que expeliu chamas podendo serem vistas por mim, no quinto andar.
“De maneira nenhuma isso pode estar acontecendo”.
Corri para a escada de incêndio, a Lâmpada estava queimada, desci a primeira sacada do 5° andar e quando eu corria para a sacada debaixo, ouvi alguma coisa se aproximando na 3° sucessiva. Regredi alguns passos, apontei o machado para o vão entre a minha sacada e a próxima de baixo.
“Talvez seja apenas um sobrevivente ferido, mas e se for outra coisa?”
O autor dos passos vinha em ritmo anormal, notei uma mão segurar na parte de concreto aproveitada como corrimão, e então percebi que era apenas uma enfermeira ferida, relaxei o punho e desci 3 degraus para ajudá-la, até que a enfermeira terminou os degraus e virou de frente à minha escada se mostrando por inteira.
Eu congelei ao ver tal cena, a suposta enfermeira possuía um lado direito normal, porém seu lado esquerdo do corpo estava completamente deformado, seu braço e perna estavam com uma cor semelhante à carne queimada com pus saindo por buracos abertos como feridas, sua mão havia tomado o dobro do tamanho normal e ao invés de dedos, no lugar ledes se projetavam 3 ossos finíssimos como lâmina com o mesmo tamanho que meu machado, elas pingavam sangue, seu pé desapareceu deixando apenas um osso quebrado que terminava a canela obrigando a tal criatura a mancar, e o mais horrendo era sua cabeça, que além de sua face original sem pele, havia uma outra em tamanho menor saindo pelo lado do pescoço, seus olhos eram completamente enegrecidos e lacrimejavam sangue, essa segunda cabeça era metade do tamanho da verdadeira e não cotava com boca. Eu estava tão anestesiado de horror que o machado caiu no chão sem eu ao menos perceber, os olhos pareciam mortos, então eu fiquei parado apostando no fato dela não poder me ver, mas apesar de amarelado e quase sem pupila, o globo ocular me encarava de modo assustador. Estávamos os dois parados um de frente para o outro, imóveis até que a monstruosidade reagiu do nada, soltou um berro enquanto contorcia os braços, com a quebra do silêncio eu reagi correndo o mais rápido que pude da tal criatura, passei novamente pela porta da escadaria e voltei ao 5° andar, a criatura andava com a ponta do osso como se fosse uma perna de pau o que a tornava lenta na perseguição.
Eu corri, dobrei um corredor e voltei à sala onde eu acordei, por incrível que pareça, de tão anestesiado pela tensão do momento, eu parecia menos horrorizado e mais destinado a sair dali de qualquer jeito.
Tentei ser astuto, não podia usar a janela, uma vez que era gradeada, não adiantava me esconder em qualquer sala, ela parecia seguir meu cheiro. Peguei o lençol, amarrei com o cobertor e prendi no topo da estante que antes havia caído.
havia tempo o suficiente, calculei que a criatura podia me farejar, uma vez que mesmo sem me ver, ela me seguia. Eu ouvia o osso batendo no chão, seus grunhidos agonizantes se aproximando da sala pelo corredor, apenas uma parede nos separava agora, enquanto ela se dirigia à porta que dava para este quarto eu segurava com as duas mãos a ponta do pano que eu improvisei como cabo, firme eu me mantive em posição esperando a criatura passar pela porta, comecei a suar frio, punhos firmes, espera, espera...
Assim que eu vi o corpo desfigurado passar pela porta aberta, eu só esperei que a criatura desse mais um passo, e assim que o fez, com toda minha força eu puxei a extremidade do “cabo” fazendo o armário tombar para frente, seu peso foi o suficiente para quebrar ainda mais o osso da perna da criatura e a lançar ao chão, caída, ela se contorcia tentando reerguer o corpo assimétrico.
Aproveitei o desajeito do monstro e pulei o armário junto a ela, conseguindo sair do quarto e voltando aos corredores, novamente rumei às escadas. Desci a escadaria em tropeços, estava eufórico de mais para me concentrar em onde pisar, os gritos pelo prédio aos poucos eram substituídos por rugidos distorcidos. Até parar no 2° andar onde me deparei com uma segunda criatura deitada no espaço entre a minha sacada e a ultima. Tal criatura não possuía a parte abaixo da cintura, o que seriam seus dois braços estavam cobertos por mãos desfiguradas saindo por todos os lados, algumas de suas unhas eram substituídas por ossos em forma de espinhos , seu rosto mais parecia com o de um canino tamanho era a bocarra aberta me ameaçando, assim que ele começeou a usar os braços anormais para se mover na minha direção, eu que estava no meio da sacada, pus uma mão na divisória entre essa e a primeira escada e com impulso, a pulei. Assim que pulei de uma escada para outra, passei por pouco sem ser mordido pelo maxilar feroz da criatura, por pouco não caio de mau jeito. Atingi o meio da última sacada de degraus então corri tão desesperadamente que tropecei no último, a criatura se lançava para esta escada, me levantei ignorando completamente qualquer dor e me pus ao térreo. No começo do saguão era visível a destruição causada pelo elevador, cheiro de carne queimada impregnava as cinzas ainda quentes do que seriam corpos esmagados.
Desviando dos destroços do elevador junto à rebocos de concreto, eu corria a toda velocidade à saída, mas entre eu e a libertação deste inferno havia uma terceira criatura, pouco mais “humana”, devia ainda estar se transmutando pela forma como se contorcia. Enquanto eu corria em sua direção, podia perceber seu pescoço se esticando, tornado-se mais fino e vulnerável, seu braço cresceu até tocar o chão forçando sua pele a se rasgar deixando ossos e músculos expostos. Sem perder o ritmo eu dobrei as costas ainda correndo e segurei um pedaço de ferro que se soltara do incidente com o elevador no chão, o agarrei firme e quando já estava próximo à criatura, eu aloquei o ferro à minha extrema direita e como se estivesse rebatendo uma bola de Beisebol com toda a minha força, dei uma pancada forte mirando o distorcido pescoço que fez a cabeça em transformação ser arremessada longe, ainda com o ferro eu quebrei a porta de vidro e consegui escapar do hospital.
Completamente abalado eu peguei uma bicicleta que descansava próxima à porta e pedalei em direção à minha casa o mais rápido que pude. Cheguei em casa, tranquei as portas e só então que eu tive tempo para entender pelo que exatamente eu acabara de passar.
Eu estava exausto, quase em estado de choque minhas mãos e pernas tremiam de forma incontrolável. O telefone tocou, após uns segundos tentando me recompor peguei o telefone que caiu ao chão, na segunda tentativa de controlar a mão eu o pus à orelha. Era Carlos, e sem que eu conseguisse dizer uma palavra se quer pela falta de fôlego, ele começou:
–Gabriel, acabaram de chegar os relatórios do laboratório, parece que foi encontrada uma bactéria nunca antes vista, eles precisam de mais amostras para tentar estudá-la, tenho quase certeza de que ela está relacio-na-aaargh! –Carlos parou de pronunciar palavras para soltar estranhos gemidos que foram gradualmente se assemelhando aos que eu ouvi no hospital.
–Ca-carlos! –Eu tentava juntar fôlego para falar, além de passar pelo que eu passei, ainda acabei de perder meu único amigo?
Eu não conseguia pensar direito no que estava acontecendo, o mundo ao meu redor começou a girar, eu perdi o ar e acabei vomitando nada mais que meu ultimo almoço, tamanho foi o choque eu acabei desmaiando no meio da sala. DO outro lado da linha ouvia-se mais berros, vidros se quebrando, uivos monstruosos, estalo, sem linha.

[Hospital] (Menos bagunçado claro)


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Notas finais do capítulo

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