Passato e Futuro escrita por Litsemeriye


Capítulo 2
I


Notas iniciais do capítulo

Beeem...
Oi?
Eu não tenho muito o que falar. Desculpem o atraso. Eu comecei a trabalhar depois do meu psiquiatra liberar, pra ajudar meu pai nas contas da casa. Isso, somado a aula de teatro musical, a de canto e a cirurgia que meu pai está se preparando pra fazer tem sugado meu tempo.
Também, meu cachorro comeu meu caderno. Sem zoa. Então o pouco tempo que eu voltaria pra escrita foi convergido em reconstruir toa a matéria, exercícios e mais que foram perdidos.
Sobre a fic: quem leu a antiga versão vai notar a mudança pesada~
Tem umas coisas que terão que ler as notas finais pra entender, mas vai estar tudo explicadinho lá ^^
Sem mais delongas, o capítulo



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“Então, como vamos ter certeza de que vai funcionar?” Gokudera estava ao lado de Gianinni e Souichi, sem esconder seu descontentamento com o plano que eles haviam desenvolvido nos últimos meses.

“Não teremos”, o ruivo respondeu, olhando os Vongola. “Sawada-san não existe num passado tão distante. É diferente de, por exemplo, quando Lambo-san usa a Jyuunen Bazooka, já que temos a garantia de que ele realmente chegou lá pela sua versão futura estar aqui.”

“Sem falar que estaríamos quebrando a teoria de viagem no tempo que Einstein formulou no século passado.” Gianinni prosseguiu, deixando claro que nem mesmo ele aprovava o plano maluco que a Décima Vongola e Hibari haviam traçado. “Não tem como saber o que vai acontecer se você voltar. Você pode salvar o futuro, ou fazer com que tudo o que conhecemos nos dias de hoje deixe de existir.”

Tsuna continuou sentada. Obviamente sabia de tudo aquilo, já que seus engenheiros não cansavam de tentar dissuadi-la durante os últimos dezoito meses. Porém, era isso ou continuar perdendo amigos para a guerra que apenas se arrastava. Mesmo se eles não nascessem, seria melhor, ou mesmo se ela não nascesse – assim, duvidava que a vida de qualquer um estivesse correndo perigo agora. Se ela nunca nascesse, pelo menos, eles talvez nunca tivessem se envolvido com a máfia – salvo Lambo e Gokudera, que já haviam nascido dentro dela, nenhum dos outros vivia em constante risco de vida até a conhecer. E, além de tudo, tinha Hibari, que morrera para que o projeto não caísse nas mãos dos inimigos. Ele e Tsuna passaram os primeiros meses do confinamento procurando qualquer brecha para ganhar aquela guerra, mas toda que encontravam deveria envolver mais armamento do que eles poderiam conseguir, ou mesmo rotas que já haviam sido destruídas muito tempo atrás.

“É nossa melhor chance.” Ela declarou, os dedos rodando na corrente onde o anel do falecido Guardião da Nuvem se mantinha. “É nossa única chance.” Voltou a afirmar, levantando os olhos para seus amigos. “Hibari morreu para que conseguisse proteger esse projeto, o único que conseguimos trazer até agora. Não só ele, mas já tivemos muitas baixas. Só... Não quero ficar sentada esperando minha morte, ou pior, a morte de vocês.”

A sala caiu em silêncio. Os quatro sabiam daquilo, sabiam que o único destino que os aguardava era a morte. Por mais que evitassem falar sobre isso e agir como se tivessem uma chance, nenhum deles realmente tinha ideia se acordariam no dia seguinte.

“Bom trabalho rapazes – você principalmente, Shou-kun, desculpe envolve-lo nessa guerra. Eu irei ver se Bianchi-san já terminou a roupa e...”

“Tsuna-san” Souichi a interrompeu, segurando seu pulso. “Antes de você ir... nós conseguimos isso. É uma prova de que, pelo menos, o sistema funciona com matéria orgânica.”

Ele deixou uma semente em sua mão.

“Nós... nós nunca mexemos com o tempo dessa forma. Então, ontem tentamos mandar a macieira do templo. Ela sumiu, mas quando cavamos um pouco achamos essa semente. Acho que foi a mesma que plantaram, e se for mesmo... Pelo menos temos certeza de que ela consegue te mandar alguns anos para o passado e resolver isso.”

Ela ficou alguns momentos absorvendo a informação. Lembrava de, quando menor, terem cortado uma raiz daquela mesma árvore num passeio escolar, para determinar sua idade. Com cálculos rápidos, nos dias de hoje a árvore teria cerca de trinta anos, quase trinta e um. A mesma idade do Chefe que tenta nos eliminar.

Compreendia o que Shouichi sugeria. Se não conseguisse voltar o suficiente no passado, poderia dar cabo a ameaça, matar o inimigo antes que tivesse chance de fazer algo contra si e os amigos. Obviamente a ideia tinha sim passado por sua mente, porém, Tsuna preferia mil vezes por a si mesma em perigo do que matar uma criança. Seria melhor ajustar a história desde cedo, evitar um ódio que pendurou por quatrocentos anos, afinal, não havia garantia nenhuma que, se eliminassem a criança, não haveria um novo herdeiro. Nesse cenário, eles só teriam adiado a desgraça por alguns anos, ou talvez, na melhor das hipóteses, jogado tudo nas costas da geração seguinte.

“Eu entendo, Shouichi-kun.” Sorriu, apertando a semente em sua mão. “Se eu detonar quatorze munições, então, voltarei uns quatrocentos e vinte anos, certo? Quando o trinssete teve que criar os Anéis Vongola para retomar o equilíbrio.”

“Eu ficarei bem, obrigado por cuidarem de mim, meninos. Mas está na hora de eu cuidar de vocês um pouco.”

Ela se virou, deixando a sala onde os mecânicos trabalhavam para trás. Porém, ao invés de seguir para a sala central, onde sabia que Bianchi estaria, virou o corredor, seguindo o cheiro de incenso até a saleta que usavam para saudar os mortos.

Antes, havia apenas um armário com duas ou três fotos. Conforme as baixas cresciam, o armário foi desmontado, e suas tábuas transformadas em estantes, cobrindo duas das paredes e ajudando a apoiar fotografias de todos aqueles que se foram. Todos que eu não pude proteger.

Havia uma tigela com brasas que eles faziam questão de manter acesas, e uma com incenso. Tsuna pegou um punhado de incenso e, devagar, deixou o conteúdo escorrer até atingir a brasa, chiando baixo e fazendo o carvão crepitar. Seus olhos passaram por muitos rostos conhecidos – Nono, seus pais*, Reborn, os irmãos Sasagawa... até mesmo Skull tinha uma foto ali, mesmo que ela só o tivesse visto uma vez –, mas ela se ajoelhou em frente à foto de Hibari Kyouya, juntando as mãos em frente aos joelhos e curvando o corpo antes de dar início às preces. Nunca sabia bem o que pedir para os deuses – que protegessem seus amigos e família? que a guiassem? –, porém daquela vez, apenas deixou sua mente viajar nas lembranças que tinha do Guardião da Nuvem, sem nada em específico em mente. Tudo o que poderia pedir era que eles se reencontrassem, mesmo sabendo que o futuro seria extremamente incerto, uma vez que voltasse ao passado.

Ao terminar as preces, respirou fundo, saindo da sala. Tão distraída, sequer notou que Haru a esperava, quase topando com a morena.

“Estão todos te esperando, Tsuna-san.” Ela sorriu, segurando sua mão. “Você passou muito tempo aí, mas ninguém quis começar a comer sem que você estivesse na mesa.” Haru falava enérgica, enquanto a arrastava pelos corredores até a cozinha. Miura sempre tentava agir como se nada estivesse acontecendo, como se não houvesse uma guerra lá fora – e, por isso, a Décima Vongola seria eternamente grata. Ela e as crianças conseguiam manter a atmosfera na casa a mais normal o possível, e, mesmo que parecesse pouca coisa, era o que os fazia conseguir dormir durante a noite.

“Tsuna-inútil! Você fez Lambo-sama esperar até agora para comer!” Um Lambo de oito anos gritou assim que alcançaram a cozinha, subindo na mesa e tentando escalar o rosto de Gokudera para ficar mais alto.

“Ora sua Vaca-Estúpida!” O Guardião da Tempestade gritou, antes de esbofetear o moreno.

Na mesma hora, Haru saiu correndo para acudir o pequeno Lambo, que chorava curvado, ainda em cima da mesa. Lal, que estava ao lado da briga, apenas deu de ombros e começou sua refeição.

“Gokudera-san! Seu malvado! Não se pode bater em uma criança inocente assim!”

“Ora, Garota-Estúpida, a última coisa que esse projeto de vaca tem é inocência!”

Tsuna riu, sabendo que não adiantaria parar os dois. Por isso, assumiu seu lugar entre Yamamoto e Bianchi, o estômago tremendo quando sentiu o cheiro do lamém. Com a escassez de carne, era raro que eles conseguissem uma refeição completa na maioria dos dias, então o consumo de proteínas tinha sido restringido a duas porções semanais para cada um dos mais velhos, que eram servidas segundas e quintas. Apenas Fuuta, I-pin e Lambo, por serem menores, podiam usufruir de duas porções extras nos sábados e terças, para que o desenvolvimento físico deles não fosse prejudicado.

Durante o jantar, ela pôde ser atualizada sobre o treinamento dos Guardiões e sobre os preparativos para o plano. Faltando apenas uma semana para sua viagem, todos estavam em polvorosa. Um baú antigo havia sido reconstruído por Spanner, e seu fundo falso equipado com armas, munições comuns da Jyuunen Bazooka e um reservatório de Anéis do Céu classe A, já que o Anel Vongola não provavelmente ficaria inutilizável, não apenas o seu como o do Vongola Primo, pois a linha do tempo não permite que os dois coexistam numa mesma época. Fora isso, Bianchi havia tomado para si a tarefa de pesquisar sobre a vestimenta do final do século XVI e início do século XVII*, para preparar roupas para a Décima que se adequassem ao período. Como Tsunayoshi não poderia se deslocar para a Itália antes do período das navegações, também havia um conjunto típico das mulheres japonesas da época, para que pudesse atravessar para o continente onde a Família havia surgido.

Todo o plano havia passado por diversas alterações antes de chegar em sua versão final, e todos torciam para que funcionasse. Acima de qualquer preocupação com o quadro atual do mundo, Tsuna tinha apenas dezenove anos. Jovem demais para carregar tanta coisa nas costas. Mas também, em contrapartida, jovem demais para carregar a culpa de tantas mortes, peso que ela se recusava em dividir com os amigos.

Claro, fora do que eles tinham de exato, haviam muitas variáveis. A família de Giotto poderia não aceitar contratar uma moça como tutora do único filho, por costumes da época ela poderia ter que se casar para manter as aparências, poderia ficar presa no Japão, ou, pior, nunca chegar no passado.

Tudo isso estava fora do alcance deles, porém. Haviam feito tudo que podiam. Agora, independente da Chefe chegar ou não ao passado, também teriam que aprender a viver sem ela por perto, até que o resultado chegasse neles.

E, mesmo não sendo católica, naquela noite Tsuna rezou para um Deus, desejando que ele a escutasse.

Ela não rezava desde que Reborn havia morrido, pois, se nem alguém como ele fora poupado, escutado, por que logo ela seria?


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Notas finais do capítulo

1 - Eu sei que tanto o Nono como os pais de Tsuna tem nomes oficiais. Porém, essa fic é um UA onde ela vai mexer no passado - portanto, esses personagens não existem. Se existissem, Tsuna seria um homem, porque estaria tudo alinhado. Isso vocês irão entender mais para a frente, garanto.
2- O primeiro capítulo do mangá de Katekyo Hitman REBORN! foi lançado no ano de 2004. Nele, Tsuna tinha seus treze anos, o que nos leva a perceber que ele nasceu no final de 1991. Não alterei isso. O início se passa em 2010, quando Tsuna tem 19 anos em sua linha temporal. Em uma média de que cada um dos nove primeiros Chefes, obviamente Tsuna não foi inclusa na conta, tenha passado aproximadamente 45,5 anos no poder (eu sei que existem variações, por exemplo, o Primo teve o título arrancado pelo Secondo, então passou pouco tempo no poder, mas novamente, esse é um UA) (a conta na verdade nos dá 45,55555555555556 anos, mas é cinco pra caralha), ela teria que voltar para o ano de 1600, início do século XVII. Mas, para treinar Giotto ANTES da Vongola ser criada (no ano de 1600), ela vai voltar 420 anos no paassado, ou seja, para o ano de 1590, última década do século XVI.
Só explicando a cronologia mesmo.
Obs. Como Tsuna nasceu mulher, nessa realidade ela não foi apaixonada por Kyoko Sasagawa. Elas eram amigas. Porém, ela manteve um relacionamento amoroso com o Hibari, que tá aí pincelado, mas vai ser importante vocês terem essa informação mais pra frente.
X-X-X
E então? Foi bem? Melhor que o outro?
Não sei se segunda conseguirei entrar no site, mas se chegar algum comentário juro que até quarta eu passo aqui pra responder
Um beijo, um queijo, e até mais!



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