O vento soprou levemente, assim balançando as roupas e os cabelos azulados do rapaz que descia do trem na estação de Magnólia. As pessoas que andavam pela estação encaram o azulado por instantes, mas logo o reconheceram. Cabelos azuis e uma tatuagem vermelha no olho direito eram as marcas registradas de Jellal Fernandes. Rapidamente os que se encontravam no local trataram de abrir espaço para o homem passar, este por sua vez apenas soltou um suspiro cansado, cansado de tudo aquilo.

A cada passo que dava em direção da saída da estação, mais as pessoas demonstravam respeito...e medo. Jellal franziu a testa, aquilo o irritava, e muito! Ele não era diferente de ninguém! Tinha dois braços, duas pernas e uma cabeça, o que o diferenciava era apenas um dom que havia herdado de seus pais.

Magia.

Sim, o mundo em que Jellal vivia era um lugar em que existiam pessoas que podia usar magia e outra que não, mas ao ver daqueles que usufruíam de poderes, os que não utilizavam magia deviam respeitá-los pelo simples fato de terem algo diferente correndo no sangue. Para o azulado, tudo aquilo era uma grande idiotice.

Andou pela pequena cidade de Magnólia durante alguns minutos, até chegar a frente de uma construção parecida com um castelo com um sino no alto de uma torre, no grande portão de ferro, uma placa dourada estava pendurada, e em letras negras o nome "Fairy Tail" estava gravado.

No topo da pirâmide de poder estava o Conselho de Magia, uma organização composta pelos magos mais fortes de todo o mundo, e que ditavam as leis, logo abaixo, estavam as guildas, organizações menores compostas apenas por magos que por sua vez eram comandadas pelo mago mais forte da guilda, que ficava conhecido como “mestre”, e entre elas, estava a famosa Fairy Tail. Uma guilda composta por magos que segundo as pessoas normais e o próprio conselho, abrigava os magos e magas, mas fortes da província de Fiore.

A função de uma guilda era receber pedidos de ajuda de pessoas não usuárias de magia, apesar de a hierarquia que comandava o mundo, os magos ajudavam as pessoas comuns a troco de uma recompensa em joias.

Jellal adentrou a construção silenciosamente, o que o fez não ser notado por nenhum dos magos que conversavam o brigavam dentro do local, apenas uma mulher de longos cabelos grisalhos e olhos azuis, que trabalhava no balcão de bebidas percebeu sua chegada.

–Bem-vindo Jellal.-ela o cumprimentou sorrindo, enquanto secava um copo- Como foi a missão?

–Olá Mirajene.-respondeu o Fernandes se sentando em frente ao balcão onde a mulher trabalhava-Nada fora do comum, apenas alguns bandidos...

Mirajene parou o que fazia para fitar o azulado de maneira preocupada.

–Algum problema? Você pode confiar em mim.

–Não. Eu estou bem.-disse ele sem muito animo-Eu só fui recebido na estação daquele jeito de novo...

A grisalha suspirou e esboçou um sorriso.

–Sei como se sente Jellal, eu mesma não gosto de ser tratada como se fosse uma rainha quando vou comprar mantimentos para a guilda, mas não podemos fazer nada quanto a isso.-falou Mirajene de cabeça baixa voltando aos copos-Mesmo que nós disséssemos que não queremos ser tratados diferentes, as próprias pessoas comuns ainda vão nos ver como seres superiores.

O homem apoiou sua cabeça na mão direita e encarou o quadro de missões. A grisalha estava certa, não adiantava mudar só a cabeças dos magos, as pessoas normais ainda os veriam de modo diferente.

–Mirajene, chegou algum pedido interessante?-ele perguntou mudando totalmente de assunto.

–Deixe-me ver...-falou a mulher parando novamente com seu trabalho para tirar um livro grande e grosso de baixo do balcão. Ela o abriu e começou a folha-lo, a procura de algo que interessasse Jellal-Bem...durante o tempo em que você esteve fora, chegaram mais 4 pedidos, dois deles são pedidos para prender bandidos.

–Já estou cansado desse tipo de missão.-resmungou Jellal com o cenho franzido, o que fez a balconista rir.

–Então vejamos os outros dois pedidos.-sugeriu a moça sorrindo-Um deles pede para recuperar um cristal roubado...-Mirajene encarou o azulado que torceu os lábios-...e o outro...nossa...

O Fernandes desviou seus olhos do quadro de missões para a albina que parecia surpresa com o que lia.

–O que foi Mirajene?-perguntou em tom curioso, enquanto esticava seu pescoço para poder ler o último pedido.

–O último pedido veio da cidade de Rosemary...-disse a grisalha ainda surpresa.

Jellal arqueou sua sobrancelha esquerda, o que tinha de especial naquele local?

–Rosemary é uma cidade no norte de Fiore, umas 8 horas de viagem de trem daqui. É uma cidade pequena e tipicamente rural, e adivinhe! O pedido é de Erza Scarlet.-falou a mulher encarando Jellal que permanecia sem entender a expressão de surpresa estampado no rosto de Mirajene.

–Quem é Erza Scarlet?-perguntou o azulado.

–Alguém que você vai admirar muito.-respondeu a grisalha.

–Seja mais clara.-pediu.

–Erza Scarlet é uma das maiores fornecedoras de cereais de Fiore, e alguém que é orgulhosa demais para pedir ajuda de um mago.-terminou Mirajene fechando o livro e o guardando novamente em seu devido lugar.

Por alguns segundos, o rapaz ficou em silêncio analisando as palavras da balconista, ele havia ouvido bem? Alguém que odiava a magia? Um sorriso brotou em seus lábios, aquilo sim parecia algo interessante.

–Mirajene, eu ficarei com essa missão!

...

Um monstro está aparecendo em minhas terras e destruindo as plantações!

Preciso de alguém que se livre dele!

Falar com: Erza Scarlet

Recompensa: 700,000 jewels

Era a sétima vez que ele lia aquele pedido desde que ele havia embarcado no trem em direção à Rosemary há 4 horas. Mirajene havia o aconselhado para ir à cidade no dia seguinte, mas Jellal estava ansioso demais para conhecer alguém que tinha a fama de odiar magia, ele estava ansioso para conhecer a pessoa que não se curvaria diante a ele.

...

Os olhos castanhos de Jellal passaram a admirar a cidade que mais parecia de saído de um conto de fadas. A estação de trem mais parecia um jardim de tantos arbustos e árvores floridas que ali se encontravam, um arco a poucos metros de onde estava era o que delimitava o espaço da estação de trem e a cidade que aparentemente era bem tranquila e pacífica. O apito do trem o tirou de seu transe, ele observou o transporte se distanciar, e em seguida a passos rápidos ele atravessou o arco florido para ir em direção da cidade.

Assim como a balconista da Fairy Tail havia dito, a cidade era pequena, mas a grisalha não havia dito que o lugar era tão bonito, as casas em sua maioria eram térreas e de cores bem alegres, nas janelas, havia vasos com flores e ao lado pequenos regadores.

As crianças corriam pela rua, apesar de já ser fim de tarde, senhoras saiam das lojas com suas compras, e algumas até cumprimentavam Jellal, que retribuía apesar de achar que só estavam o tratando daquela maneira por não saberem que ele era um mago. Resolveu dar uma volta na cidade depois, sua prioridade era encontrar a casa de Erza Scarlet.

–Bem...vamos ver o endereço.-ele murmurou retirando do bolso da calça o folheto do pedido, leu tudo o que estava na folha, mas apenas a missão, a recompensa e o nome do cliente estavam escritos. Nenhum endereço era fornecido-Ótimo!-exclamou Jellal de forma sarcástica-Como essa Erza Scarlet quer que eu ache a casa dela, se nem endereço ela menciona?!

Uma garota que passava ao lado de Jellal, que praguejava contra Erza, ao ouvir o nome da mulher ser pronunciado parou. Ela tinha cabelos longos e negros, usava uma blusa branca com detalhes em amarelo e rosa, uma saia rodada branca, uma meia calça preta e nos pés botas da cor branca.

A morena se aproximou do azulado cutucando seu ombro.

–Com licença...-falou a garota.

Jellal se virou para ver quem o chamará, e acabou se deparando com a adolescente.

–No que posso ajudar?-ele perguntou tentando ser simpático, pois naquele momento ele estava um pouco frustrado.

–Você está procurando a Erza Scarlet?-ela lhe perguntou.

–S...sim!-exclamou Jellal aliviado por ter encontrado alguém que conhecia a mulher-Será que poderia me dizer onde ela mora?

–Bem, eu estou indo na casa dela agora mesmo, se quiser vir junto.-sugeriu a morena.

–Eu irei! Obrigado...?

–Kagura.-ela revelou seu nome estendendo sua mão a Jellal-Sou amiga de infância de Erza.

–Prazer Kagura, sou Jellal Fe...Jellal.-disse o azulado apertando a mão da morena que sorriu simpática.

–Bem, me siga Jellal, a casa de Erza é por aqui.

...

Os olhos do azulado observavam atentamente a enorme e bela fazenda que estava à sua frente, arcos com rosas vermelhas e brancas faziam um tipo de túnel em direção da casa onde provavelmente sua cliente estava, de cada lado do arco de rosas havia vários lotes de terras separadas por cercas bem típicas de sítios e fazendas, cada lote continha um tipo de planta diferente, a única que Jellal reconheceu foi a de arroz.

Kagura abriu sem cerimônias o portão que os separava do lado de dentro da fazenda, o mago entrou e a mulher fechou o portão novamente para em seguida andar em direção da casa passando pelo corredor de rosas.

–ERZA!!!!-gritou Kagura quando estavam a 10 metros da casa.

A janela do segundo andar foi aberta violentamente, revelando uma mulher de cerca de 20 anos, longos cabelos avermelhados e olhos castanhos. Por alguns segundos Jellal ficou hipnotizado pela garota, mas o grito da mesma o fez recobrar sua consciência.

–Não sou surda Kagura!!!-gritou a ruiva irritada, provavelmente Kagura a interrompera enquanto fazia algo importante.

–Desculpa Erza, mas tem alguém que está te procurando!-esclareceu a morena apontando para Jellal que encarou a ruiva do segundo andar.

A Scarlet estreitou os olhos ao ver o azulado, como se o analisasse, e aquele olhar deixou o mago da Fairy Tail desconfortável, ele podia sentir que mesmo sem o conhecer, a ruiva o odiava.

–Traga-o aqui.-disse Erza de forma ríspida, antes de fechar a janela com a mesma brutalidade com que a abriu.

...

–Obrigada por guiá-lo até aqui Kagura.-agradeceu Erza à morena.

Estavam os três em uma sala do segundo andar, a mesma em que Erza aparecerá pela janela, a sala na verdade parecia um escritório, uma grande mesa de vidro se encontrava perto da janela, haviam várias estantes com livros e troféus de esgrima, e duas poltronas de couro preto em frente a mesa de vidro.

–De nada Erza.-falou Kagura sorrindo-Bem, mas eu já vou indo acho que agora você está ocupada. Outro dia eu venho aqui tratar sobre a junção das produções Scarlet e Mikazuchi.

–Ok. E obrigada pela compreensão.-agradeceu a ruiva gentilmente, o que impressionou o mago, que até o momento só havia visto o lado agressivo de sua cliente.

Kagura se curvou e saiu da sala, assim deixando Jellal a sós com Erza que andou até a cadeira que se encontrava atrás da mesa de vidro, ela sentou-se e fez um gesto para que o azulado se sentasse em uma das poltronas.

–Muito bem, você deve ser o mago da Fairy Tail que aceitou o meu pedido, estou certa?-perguntou Erza fitando o rapaz com intensidade, nem parecia que a segundos atrás estava preocupado com o tal de Simon.

–Sim, sou Jellal Fernandes, muito prazer Senhorita Scarlet.-respondeu Jellal sem se deixar intimidar pelo olhar que a mulher a sua frente lhe mandava.

–Muito educado para um mago.-resmungou a ruiva cruzando os braços em frente aos seios, parecia desconfiada de algo.

Jellal arqueou uma sobrancelha, ele havia ouvido bem?

–O que quer dizer com isso?-indagou o Fernandes-Está dizendo que magos não são educados?!

–Eu apenas falei uma verdade sobre vocês.-Erza o encarando com os olhos estreitos-Vocês acham que são melhores que nós só pelo fato de usarem magia, mas sem nós vocês não existiriam.-disse a ruiva com a voz carregada de raiva.

O mago cerrou os punhos, de fato, ele queria conhecer alguém que não abaixasse a cabeça para os magos, mas aquela mulher que estava a sua frente estava sendo hostil demais.

–Mas não significa que todos os magos sejam assim!-defendeu-se Jellal elevando mais o tom de voz-E o que tem demais em eu ser educado? Educação devia ser algo bem básico para ser aprendido, e eu acho que você não aprendeu isso direito.-alfinetou.

Erza o olhou com raiva, mas respirou fundo, não podia perder o controle.

–Vamos deixar isso de lado senhor Fernandes.-falou Erza-Agora vamos ao assunto que o trouxe aqui.

O azulado apenas assentiu com a cabeça.

–Já faz quase um mês que um mostro tem aparecido a noite em minhas plantações, tentei cuidar disso sozinha, mas...-ela levantou a manga de sua blusa, e Jellal pode ver que o braço da ruiva estava enfaixado.

–Você...-disse ele surpreso, não podia acreditar que ela realmente havia lutado com o tal monstro.

–Resultados dessa semana.-interrompeu Erza abaixando novamente a manga-Foi por isso que mandei o pedido...-Jellal sentiu que a voz de Erza ficará mais baixa, como se aquilo fosse algo difícil de admitir-...quero que se livre do monstro, ele está me causando muitos prejuízos.

–E por que não mandou o pedido antes?-perguntou o azulado interessado na resposta que ela daria.

A Scarlet colocou os braços sobre a mesa de vidro e encarou Jellal friamente.

–Será que você ainda não percebeu que eu não gosto de magos?-disse a garota de modo sarcástico-Ou quer que eu desenhe?

–Não será necessário senhorita Scarlet, eu compreendi perfeitamente suas palavras.-falou Jellal usando o mesmo tom-Essa noite mesmo irei resolver o seu problema.

...

A noite caiu, e o silêncio reinou na fazenda, o fato de ser lua nova ajudaria na camuflagem de Jellal na escuridão das copas das árvores, para um ataque surpresa quando o monstro aparecesse. O mago que estava escondido tinha um sorriso desenhado nos lábios finos, apesar de toda hostilidade que Erza usará contra ele, de algum modo ele se sentia feliz de haver pessoas que não gostasse da “desigualdade” que existia entre magos e não magos.

O barulho de um galho se quebrando fez com que Jellal saísse de seus pensamentos e olhasse para de baixo de sua árvore, onde ele pode avistar um vulto, não pensou duas vezes antes de agir, e pulou da árvore caindo por cima de algo, ou melhor, alguém.

–Kya!!!!!

O grito feminino ecoou pelo local, e finalmente o mago percebeu o que fizera.

–Scarlet?

–Não! O monstro!-gritou a ruiva de modo sarcástico -O que pensa que está fazendo seu mago estúpido?!

–Vigiando para pegar o monstro.-respondeu Jellal ignorando o insulto a ele dirigido.

–E eu lá tenho cara de um?!!!

Sim.

–Não.-ele disse depois de alguns segundos.

–Então saia de cima de mim!!!-Erza gritou corada.

–Ah! Me desculpe!-exclamou Jellal saindo imediatamente de cima do corpo da mulher que se pôs de pé para limpar seu vestido lilás-Mas...o que você está fazendo aqui fora?

–Eu não vou deixar você ficar com todo o crédito.-respondeu Erza como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.

–E...espera um minuto!-exclamou Jellal quando processou as palavras ditas por Erza-Você está me pagando para derrotar um monstro, e quer ajudar com isso?

–Não estou te ajudando!-disse Erza enquanto tirava uma espada da bainha, um objeto que o mago não havia se quer visto-Mas eu me recuso a deixar alguém como você receber todo o crédito só para ficar se gabando depois!

–E quem disse que irei me gabar depois?!-perguntou o azulado.

A ruiva desviou o olhar de sua espada para os olhos orbes castanhos do rapaz que estremeceu diante ao olhar profundo, mas antes mesmo que ela pudesse dizer algo, barulhos de árvores sendo quebradas começaram a ser escutado por ambos que se colocaram em posição de ataque.

–Se você quiser ir embora agora eu vou entender.-alfinetou Erza olhando de relance para Jellal que deu um sorriso de canto.

–Digo o mesmo para você.-respondeu o Fernandes fazendo com que um circulo de magia roxo aparecesse em suas mãos.

E nesse mesmo instante um enorme gorila surgiu de entre as árvores. Tinha um corpo desproporcional, grandes braços e punhos, mas pernas e pés pequenos e um tronco grande, o pelo era marrom com manchas pretas e os orbes vermelhos podiam assustar qualquer um. O circulo mágico desapareceu das mãos do rapaz, o que chamou a atenção de Erza.

–Um Vulcan?-indagou Jellal um tanto decepcionado-Você está tendo problemas por causa de um Vulcan?!

–Sinto muito se eu só posso usar uma espada contra esse gorila!-exclamou Erza com o cenho franzido de raiva.

Jellal suspirou e deu de ombros, para em seguida partir para cima da criatura que já estava se encaminhando para os lotes com as plantas. O azulado novamente fez com que o circulo mágico roxo aparecesse em suas mãos e dele 5 tipos de cajados apareceram.

Erza correu em direção do Vulcan com a espada do lado da cintura, ao se aproximar o bastante, saltou para desferir um golpe na criatura, que por sua vez usando um de seus poderosos punhos bateu no canto do corpo da ruiva que foi lançada em direção do mago que só teve tempo para segurar o corpo de Erza.

–Você está bem?-perguntou Jellal para Erza enquanto se colocando de pé.

–Estou.-resmungou a mulher limpando um fio de sangue que escorria pelo canto do lábio-Obrigada.

O azulado sorriu e colocou uma mão sobre a cabeça da ruiva.

–Bem, deixe o resto comigo.-e sorriu para a Scarlet que corou levemente.

Jellal deu as costas para a cliente e voltou-se ao Vulcan que comia a plantação da mulher que estava atrás de si. Com um único movimento de mãos, os cajados que antes ele havia invocado levitaram e cercaram o gorila que olhava par os objetos com certa curiosidade. As mãos do rapaz se juntaram e um 5 enormes círculos de magia se formaram por cima da cabeça da criatura.

–Circulo mágico de cinco camadas...canção sagrada!

E de repente uma enorme explosão aconteceu em cima do Vulcan que não teve tempo para qualquer reação a não ser grunhir. A luz causada fora tão forte, que Erza foi obrigada a fechar os olhos, quando voltou a reabri-los ela não pode esconder a surpresa. O Vulcan havia sido derrotado com um único golpe, mas sua plantação também havia sido totalmente destruída.

–Trabalho feito.-disse Jellal sorrindo e batendo as mãos uma na outra como se tirasse a sujeira delas.

–Você...

–Hum?

–Você...

–Eu...?

–Você destruiu tudo!!!!!-gritou Erza dando um soco no rosto do Fernandes que caiu no chão atordoado-Olhe a sua volta!!! Tudo isso era realmente necessário???!!!

Ele olhou em volta, realmente, havia exagerado desta vez.

–Sinto muito...

Erza fuzilou o mago com o olhar e cruzou os braços, tentou se acalmar, mas naquele momento aquilo parecia ser impossível.

–Usarei o dinheiro da sua recompensa para pagar os prejuízos da fazenda!-declarou ela por fim, o que fez com que Jellal se pusesse de pé.

–O que?! Não pode fazer isso!!!-gritou indignado-Eu realizei o trabalho! E além do mais eu preciso do dinheiro para pagar o aluguel da minha casa!!!

–Oh...-disse Erza ironicamente-...e por que não pensou nisso antes de usar esse tipo de magia?

Jellal abriu a boca para argumentar, entretanto nenhuma palavra saia de sua boca, ele baixou a cabeça e suspirou derrotado, e por um segundo Erza se sentiu mau pelo mago que havia aceito seu pedido.

–Caham! Amanhã de manhã nós trataremos da sua recompensa.-disse ela por fim, o que surpreendeu o homem que lentamente levantou a cabeça para observar a ruiva que já andava em direção da casa.

Ele sorriu. No final das contas, Erza não era um monstro como imaginava.

...

–Mas isso é a mesma coisa do que não ser pago!!!-gritou Jellal batendo as mãos na mesa de vidro do escritório de Erza.

Os dois já estavam cerca de duas horas discutindo de que modo Erza pagaria pelo trabalho de Jellal, entretanto a mesma queria que o mago pagasse pelos estragos que ele causara em sua plantação. Por fim, Erza havia dado sua última oferta. Ela lhe pagaria para ele poder pagar as contas, mas ele devia lhe pagar depois a quantia de 700.000 jewels.

–Tecnicamente sim.-disse a ruiva calmamente, enquanto contava os 700.000 jewels que entregaria a Jellal-Mas você mesmo disse que precisava do dinheiro para pagar o seu aluguel.

–Eu disse, mas...-ele foi cortado pela mulher que o encarou irônica.

–O que há de errado em receber agora e devolver mais tarde? Acredito que para você será até melhor. Pode pagar aos poucos.

Jellal se jogou na poltrona e suspirou pesadamente.

–Ok.

E então Erza sorriu satisfeita.

...

–Bem-vindo Jellal.-disse Mirajene ao ver o mago entrar silenciosamente pelas portas da guilda.

O mesmo nem respondeu, apenas andou em direção do balcão onde a grisalha trabalhava e se sentou em um dos bancos.

–Je...Jellal...você está bem?-perguntou a mulher preocupada com o amigo.

–Mira...-ele murmurou-...onde é que eu fui me meter...?

–Eh?-exclamou a albina sem entender bem o que o azulado que dizer com aquilo-Aconteceu alguma coisa na missão?

O homem levantou a cabeça e para encarar a balconista, e ela pode ver o desespero nos olhos do mago que nunca mostrava suas emoções.

–Quer conversar?-sugeriu ela sorrindo.

...

Minutos depois, Jellal já havia contado tudo a Mirajene que se segurava para não rir do companheiro de guilda.

–Parece que realizar seu sonho de encontrar alguém que não liga se você é mago ou não, teve suas consequências.-disse Mira tentando abafar uma risada.

–Isso não é engraçado Mira...-resmungou Jellal apoiando sua cabeça na mão esquerda-...700.000 jewels é a quantia que eu ganho em uns 3 ou 4 meses de trabalho.

–Então é melhor começar logo se quer se livrar de Erza.-falou Mirajene colocando um copo de água em frente ao azulado que bebeu o liquido em um único gole.

–Tem razão!-disse mais animado.

...

Long handwritten note, deep in your pocket

Words, how little they mean, when you're a little too late

I stood right by the tracks, your face in a locket

Good girls, hopeful they'll be and long they will wait

(Longas anotações manuscritas, dentro de seu bolso

Palavras, como elas significam pouco quando é tarde demais

Eu estava certa nos trilhos, seu rosto em um colar

Boas garotas, esperançosas elas serão e muito terão que esperar)

Erza estava sentada em sua mesa do escritório fazendo as contas dos prejuízos causados tanto pelo Vulcan quanto por Jellal, ela abafou uma risada ao se lembrar das expressões de desespero do mago que aceitara seu pedido, enquanto fazia diferentes propostas de pagamento à ele.

Ao se pegar pensando no mago, ela chacoalhou a cabeça freneticamente, para depois agarrar seus cabelos com força.

–Por que eu estou pensando nele de novo??!!!-ela gritou irritada consigo mesmo.

Já fazia uma semana que isso acontecia, desde que Jellal fora embora, Erza na maior parte do tempo se pegava pensando no rapaz que ela jurava odiar pelo fato delee ser um mago.

–Erza, ele é um mago! Um mago!-falou para si mesma-Magos sempre vão achar que são superiores a nós, e ele não é diferente!!!!

Suspirou pesadamente e de debruçou na mesa. O que estava acontecendo com ela?

–Scarlet!

Ela fechou os olhos com força, agora estava ouvindo até a voz dele. Era o que faltava. Estava delirando.

–Scarlet!

–Cala a boca!-falou puxando os belos cabelos vermelhos.

–SCARLET!!!!!!!!

Erza arregalou os olhos e se levantou da cadeira, para olhar pela janela a figura de Jellal parada no andar de baixo gritando por seu nome. Ela não estava delirando, estava? Abriu a janela, o que chamou a atenção do homem de cabelos azuis que sorriu.

–O que está fazendo aqui?!-exclamou Erza confusa-E pare de me chamar de Scarlet! Chega a ser irritante!!

–Tudo bem então! Vou te chamar de Erza! E outra, não foi você mesma que falou para eu ir pagando aos poucos os 700.000 jewels?-respondeu Jellal como se fosse algo obvio.

A ruiva torceu os lábios, e o garoto se segurou para não rir da expressão de Erza.

–Suba!-bufou Erza fechando a janela para não mostrar o rosto corado.

We had a beautiful magic love there

What a sad beautiful tragic love affair

(Nós tivemos um lindo e mágico amor

Mas que triste, lindo e trágico caso de amor)

...

Algumas semanas se passaram desde o dia em que Erza e Jellal se conheceram, no inicio, haviam brigas e alfinetadas constantes entre os dois, tudo porque Erza não conseguia largar seu orgulho bobo para admitir que Jellal não era como muitos magos, arrogantes e metidos. Mas com o tempo, Jellal conseguiu lhe mostrar que Erza podia confiar nele, podia acreditar nele, e por fim, tornaram-se amigos algo que nem mesmo a própria ruiva conseguia acreditar.

O Fernandes pelo menos uma vez por semana quando retornava de alguma missão fazia uma parada na cidade de Rosemary, independente se tinha ou não dinheiro para pagar Erza. O mago rapidamente se tornou famoso na pequena cidade por ser amigo de Erza Scarlet, a mulher que odiava magos, muitos dos cidadãos estavam desconfiados em relação ao azulado, mas logo isso acabou quando a Scarlet disse que o rapaz era uma boa pessoa.

E durante 5 meses seguidos essa passou a ser a rotina do mago e da simples humana.

In dreams, I meet you in warm conversation

We both wake in lonely beds, different cities

And time is taking it's sweet time erasing you

And you've got your demons and darling they all look like me

(Em sonhos, te encontro em uma conversa longa

Nós dois acordamos em camas solitárias, em cidades diferentes

E o tempo está passando e apagando você suavemente

E você tem seus demônios e, querido, todos eles se parecem comigo)

...

Sentados em um dos bancos da estação de trem, a ruiva e o azulado esperavam pelo trem do mago, Erza observava silenciosamente o sol se pondo com a cabeça encostada no ombro do azulado enquanto o mesmo acariciava os cabelos vermelhos da amiga.

–Esse por do sol me lembra do dia em que eu vim pela primeira vez nessa cidade.-comentou Jellal quebrando o silêncio-E pensar que já faz 5 meses.

Erza arqueou uma sobrancelha e se desencostou do rapaz que resmungou por não ter mais a garota mais perto de si.

–E por que isso agora? Já não fizemos isso outras vezes?-ela indagou.

–Nossa Erza...você não é nenhum pouco romântica.-falou o Fernandes rindo a expressão irritada que a ruiva fizera.

–Desculpa se não sou ro...-Erza parou de falar, o que fez Jellal arquear uma sobrancelha.

–O que foi?

–Por que está dizendo que eu não sou romântica?-questionou Erza cruzando os braços em frente aos seios. Esse gesto mostrou que ela realmente queria uma resposta, e isso fez o mago empalidecer. O que ele devia dizer a ela?-Estou esperado Jellal!

As maçãs do rosto dele ficaram rubras, ele não havia planejado as coisas daquele jeito, na verdade ele não havia planejado nada para um dia como esses!

–É que...sabe...eu...

Erza começou a batucar seu dedo no braço, sinal de impaciência, o que deixava o garoto cada vez mais nervoso.

–Jellal...

–Bem...eu...-ele ouviu o apito do trem de longe e agradeceu aos céus por isso-...outro dia eu te falo Erza! O trem já está chegando!-Jellal falou se pondo de pé e indo em direção da área de embarque.

–Mas nem pensar!-exclamou Erza puxando com força a blusa que o rapaz usava- Você vai me dizer agora!

No exato momento em que Erza o puxou, Jellal se virou para ela, e a mesma tropeçou, o que resultou em um tombo duplo, sendo que a garota caiu por cima do azulado.

–Isso...doeu...-resmungou Jellal de olhos fechados colocando uma das mãos na cabeça para acariciar o local que bateu.

–Desculpa...-disse Erza também com s olhos fechados.

Ao abrirem os olhos, imediatamente os rostos coraram, tanto quanto os cabelos vermelhos de Erza. Os seus rostos estavam muito próximos, a ponto de poderem sentir a respiração ofegante um do outro. Jellal usando sua mão direita afastou os fios avermelhados que caiam no rosto de Erza, ele estava hipnotizado pela garota que estava em cima de si.

–Erza...-disse ofegante.

–O que...?-ela perguntou com dificuldade de respirar.

–Que tipo de magia você lançou em mim...?-Jellal perguntou aproximando mais seus rostos.

–Que eu saiba não sou maga...mas você é...o que fez comigo?

Foi à última coisa que ela falou antes de ter seus lábios domados pelos do mago da Fairy Tail, era um beijo intenso e apaixonado, que evoluiria um pouco mais naquela noite.

Cause we had a beautiful magic love there

What a sad beautiful tragic love affair

(Porque nós tivemos um lindo e mágico amor

Mas que triste, lindo e trágico caso de amor)

...

Um mês se passou desde começou um novo relacionamento com Erza, e de fato, estava mais feliz do que nunca, o que mudava um pouco seu comportamento na guilda, como cumprimentar alguns membros e beber um pouco mais do que o normal. A única que sabia o motivo da mudança de comportamento de Jellal era Mirajene, ela estava muito feliz pelo amigo de guilda, mas ao mesmo tempo preocupada, pois a repentina mudança do mago havia começado a despertar suspeitas.

–Bom-dia Mira.-falou Jellal se sentando em frente ao balcão.

–Bom-dia Jellal!-ela sorriu simpática-Pelo visto hoje está mais feliz que o normal.

–Peguei uma missão perto de Rosemary, então vou passar por lá.-o mago respondeu esboçando um sorriso.

Mirajene baixou um pouco a cabeça, não queria estragar a felicidade de Jellal com Erza, mas estava preocupada com ambos, levantou a cabeça decidida a dar sua opinião na vida pessoal do casal.

–Jellal...-chamou Mirajene em tom sério, o que assustou um pouco o rapaz.

–O que aconteceu Mirajene...é difícil te ver séria desse jeito...

–Sabe Jellal...os magos daqui da guilda estão desconfiando de você...

Os olhos do rapaz de arregalaram um pouco, as pessoas já estavam desconfiadas?

–Eles acham que você se envolveu com alguma cliente durante uma missão...e isso está começando a se espalhar mais e mais pela guilda...-disse Mirajene levantando o olhar para Jellal que estava sério-E parece que alguns boatos sobre você e Erza já chegaram nos ouvidos de outra guildas, como a Sabertooth, Blue Pegasus e Lamia Scale.

–Mas eles acham que só são boatos, não tem problema.-disse o Fernandes tentando se convencer de que estava tudo bem.

–Está enganado Jellal!-exclamou a grisalha séria-Parece que um dos magos da nossa guilda se encontrou com um membro da Sabertooth, e o mesmo disse algo sobre a nossa guilda enfraquecer por causa de uma humana comum, e isso resultou em uma briga...-ela respirou fundo e prosseguiu-...não vê que as coisas vão ficar sérias se descobrirem sobre Erza?

O mago cerrou os punhos com força e os encarou, o que ele devia fazer agora? A última coisa que ele queria era por Erza, a pessoa que ele mais amava em risco! Sua respiração estava ofegante, e se não se acalmasse ele tomaria decisões precipitadas. De repente sentiu as mãos da balconista sobre as suas, desviou o olhar de suas mãos e fitou os olhos azuis de Mirajene que sorria gentilmente.

–Vá falar com Erza hoje, e discutam esse assunto. Tenho certeza que tudo dará certo se vocês tentarem resolver isso juntos.

A respiração de Jellal se normalizou, os olhos de Mirajene lhe trouxeram segurança, realmente, a grisalha era como uma mãe para ele, sempre o aconselhando.

–Obrigada Mira.-disse sorrindo.

Ao longe sentados em uma mesa que fugia do campo de visão da albina e do azulado, um grupo com cerca de vinte magos observavam cada reação dos dois magos.

...

Jellal saiu da guilda e correu em direção de sua casa, pegaria suas coisas e partiria para cidade de Rosemary, precisava discutir com Erza sobre esse assunto, e como Mira havia dito, eles resolveriam esse problemas juntos.

Entrou em sua casa alugada, era simples mais bela. As paredes azuis claras davam um ar de paz ao lugar. Jellal correu para seu quarto e começou a jogar suas coisas em uma mochila de viagem, estava tão concentrado naquilo que não percebeu duas pessoas atrás de si.

Virou-se para trás para pegar mais uma mochila, foi então que viu os dois magos de sua guilda, Max um homem de 28 anos, cabelos loiros e que podia controlar a areia, junto a ele, Waren um mago de 27 anos, cabelos escuros e que usava magia de telepatia.

–Max! Waren! O que fa...

–Sentimos muito Jellal.-falou Max antes de golpeá-lo na nuca, fazendo com que Jellal caísse inconsciente no chão de seu quarto.

–Avise os outros que Jellal já está fora do jogo.-disse o loiro para o moreno que assentiu.

–Jellal está desacordado, podem ir para Rosemary...sim...–Waren pegou um papel de dentro do bolso da calça, para ser mais exata uma folheto de pedido de ajuda em nome de...-Erza Scarlet.

...

–JELLAL!!! JELLAL!!!!

O azulado resmungou ao ouvir aqueles gritos, será que ele não podia nem mais dormir?

–Mais cinco minutos...-resmungou.

–JELLAL!!!!

A pessoa que gritava, gritou em seu ouvido, fazendo com que ele se levantasse de supetão e uma dor aguda na nuca o fizesse gemer de dor.

–Jellal!!! Que bom que acordou!!!-exclamou Mirajene desesperada e chorando, o que preocupou o azulado.

–Mira...o que está fazendo aqui?-ele perguntou ainda atordoado-E por que a minha nuca tá doendo ta...

E de repente ele se lembrou de ter visto Max e Waren em seu quarto antes de ter ficado inconsciente. Seus olhos se arregalaram, Max havia o nocauteado, mas por quê? Por qual motivo ele faria isso? E então a ficha caiu, ele olhou para Mirajene que chorava. Não podia ser...

–Mirajene!!! Não me diga que...

–Um grupo de magos foi para Rosemary atrás de Erza!!!-gritou Mirajene a todo pulmão-Eu sinto muito!!! Eles me pegaram desprevenida!!!

O sangue de Jellal pareceu congelar, aquilo não podia estar acontecendo. Ele se pôs de pé e colocou as mãos nos ombros da grisalha.

–Mira! A quanto tempo eles foram?!-gritou Jellal chacoalhando os ombros da garota que não conseguia se acalmar-A QUANTO TEMPO??!!!

–Cerca de 10 horas!!! Eles já estão lá, tenho certeza!!!

Distance, timing, breakdown, fighting

Silence, the train runs off its tracks

Kiss me, try to fix it,could you just try to listen?

Hang up, give up,and for the life of us we can't get back

(Distância, tempo, separações, brigas

Silêncio, o trem saiu do trilho

Beije-me, tente consertar isso, você pode só tentar ouvir?

Desista, ceda para termos nossa vida de volta)

As mãos de azulado começaram a ficar geladas e ele suava frio, em uma hora daquelas Erza podia estar até mesmo...NÃO! Ele balançou a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos, Erza era forte! Ela aguentaria até ele chegar! Ela precisava aguentar!

–Mira! Me leve até Rosemary usando sua magia! Por favor, eu te imploro!!! Eu preciso salvar Erza!!!

Mirajene respirou fundo tentando se controlar para poder usar sua magia, um círculo roxo quase negro apareceu debaixo de si, e Jellal se afastou da maga. Uma cortina de fumaça negra tomou conta do quarto e ao se dissipar reveleou Mirajene e sua forma de batalha, uma espécie de demônio. Ela usava roupas que cobriam partes de seu corpo, o cabelo grisalho estava espetado e uma cauda havia crescido.

–Take Over: Stan Soul.

...

–AH!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O corpo da ruiva foi de encontro à parede de sua casa, assim abrindo uma cratera na parede. Ela abriu os olhos com dificuldade, um ferimento na cabeça fazia com que o sangue escorresse pelo lado esquerdo do rosto de Erza que ainda lutava para se manter consciente, pois ela achava que se fechasse os olhos, ela jamais acordaria. Usando a parede como apoio, a Scarlet se pôs de pé mesmo com os inúmeros ferimentos que sangravam e passou a fuzilar seus agressores com o olhar.

–Me impressiona você ainda poder se por de pé.-disse um homem de cabelos loiros e com uma cicatriz em forma de raio no olho direito.

–Por que não a matamos de uma vez Laxus?-perguntou uma mulher que usava um vestido verde com asas nas costas.

–Deixe-o fazer as coisas do jeito dele Evergreen.-comentou um rapaz de cabelos longos e esverdeados.

–Mas eu acho que devíamos matar essa ruivinha Freed...-resmungou Evergreen.

–Baby!!!-gritou um homem que usava um tipo de armadura.

–Não entendi bem isso Bixlow.-disse Max que estava atrás do mago.

Laxus andou em direção de Erza que estava com dificuldades de respirar e de se manter em pé, ele pegou seu queixo e forçou-a olhar para ele.

–Por que não desiste logo do Jellal?-ele perguntou-Quem sabe se não fizer isso você saia viva.

A ruiva trincou os dentes para em seguida cuspir no rosto do loiro que se afastou.

–Vadia!!!-gritou Laxus chutando Erza que gritou de dor e caiu no chão cuspindo sangue-Não tem medo de morrer??!!!

Erza nada disse.

O loiro rangeu os dentes, um sinal de raiva, muita raiva.

–Laki!!-gritou Laxus furioso.

–Sim!-disse uma garota de cabelos curtos e lilases.

–Faça um tipo de palco usando sua magia!-ordenou o mago que soltava faíscas pelo corpo-Macao! Pegue-a!

Um mago um pouco mais velho se aproximou de Erza e a colocou sobre seus ombros levando-a em direção de um lote de arroz onde um grande palco havia sido criado graças a magia de controlar madeira de Laki. O homem depositou Erza no chão e a olhou de relance, estava começando a sentir pena dela.

–O devemos fazer com ela agora?!-gritou Laxus para os outros 20 ou 30 magos que se encontravam ali, os mesmos se entreolharam receosos no que faziam o que deixou o loiro mais nervoso-O que devemos fazer com essa vadia??!!!

–La...Laxus...-disse Makao com as mãos tremulas-Será que não é melhor pararmos...?

–Parar? Parar??!!-gargalhou o loiro, mas em seguida ele fuzilou o senhor com o olhar-Por causa dessa garota, nossa guilda está sendo ridicularizada! Estão todos dizendo que a Fairy Tail está fraca por causa dessa garota! O próprio conselho está nos olhando de modo diferente!!! Estamos perdendo nossa fama como a mais forte!!! Tudo por causa dessa garota!!!-gritou chutando a barriga de Erza tossiu mais sangue.

Evergreen que estava sentada no canto do palco sorriu.

–Por que não deixamos ela mesma se matar? Freed pode escrever uma runa do tipo.-sugeriu a mulher.

Laxus sorriu, e virou-se para Freed que apenas assentiu com a cabeça.

–Escritura das trevas: marionete.

Erza que até então estava deitada no chão se levantou de repente, os olhos castanhos dela olhavam para o próprio corpo, o que estava acontecendo? Freed lhe estendeu sua espada e ruiva a pegou.

–O que...fi...fizeram comigo....-perguntou a Scarlet com dificuldade.

–Apenas uma mágica.-disse Laxus irônico.

Erza tossiu mais uma vez, estava ficando difícil respirar.

–Últimas palavras?-perguntou o loiro com um sorriso satisfeito, assim que ela morresse tudo voltaria a ser como antes.

–Eu...eu...eu sempre odiei magos, achava...-ela tossiu sangue mais uma vez-...eu achava que todos eram como vocês...-Erza olhou a plateia de magos com raiva, os mesmos a olhavam com pena-...falsos e que apenas queriam ser respeitados pelos mais fracos, mas...Jellal não...-ela ofegou-...ele não...era assim...é por isso...-algumas lágrimas rolaram pelo rosto da ruiva que soluçava e tremia, e aquilo comoveu alguns dos magos que estavam presentes-...é por isso...que eu...

–ERZA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Todos olharam para o céu inclusive a ruiva que não pode conter mais lágrimas caírem por seu rosto, lá estava Jellal sendo segurado por Mirajene que usava o Satan Soul.

–Droga!!!-praguejou o loiro-Acabe com isso agora Freed!!!

–S...sim!!!

E de repente a espada atravessou o peito de Erza que arregalou os olhos. Houve um segundo de silêncio e depois, um grito cortou o ar.

–ERZA!!!!!!!!!!!!

Todos os magos que estavam no local correram para fora da fazenda, e isso incluiu Laxus, Evergreen, Freed e Bixlow, que estavam satisfeitos com o feito.

Mirajene pousou no palco e soltou Jellal que atrapalhadamente correu em direção de Erza que lutava para manter a pouca consciência que tinha no momento. Cuidadosamente Jellal depositou a cabeça da amada em seus joelhos, as lágrimas escorriam por seu rosto e pingavam no de Erza que lutava contra a vontade de fechar os olhos.

–Erza! Erza! O que fizeram com você?!-gritava o mago desesperado ao olhar cada machucado que se encontrava no corpo dela.

–Eu sabia que viria Jellal...-ela sussurrou para em seguida tossir.

–Não se esforce Erza!-pediu Jellal-Mira chame os médicos da cida...

Ele parou de falar quando sentiu Erza apertar sua mão.

–Está...tudo bem...Jellal...

–Não! Não está nada bem Erza!!!-ele gritou angustiado-Eu não pude fazer nada!!! Nada!!! Estou me sentindo um lixo! Não pude proteger que eu mais amo!!!

–Mas você veio...isso já me é o bastante...-murmurou Erza fechando os olhos-...isso jpa me deixou muito feliz...muito feliz...

–Erza! Abre os olhos amor! Por favor!-o azulado estava implorando para que ela não o deixasse-Erza!!!

–Eu te...amo...muito...eu te amo muito Jellal...-dizia Erza com a voz cada vez mais baixa-...obrigada por tudo...

O aperto da mão de Erza com a de Jellal afrouxou, e isso fez com que os olhos do mago se arregalassem, e grossas lágrimas começassem a cair deles.

–Erza...-disse ele chacoalhando levemente o corpo da ruiva que tinha um sorriso pacifico no rosto-Erza...por favor...não...abre os olhos pra mim...Erza...ERZA!!!!

Mirajene apenas observava Jellal apertar o corpo sem vida da amada contra o seu. Lágrimas desciam pelo rosto da grisalha, e soluços faziam sua garganta arder. Ela não conseguia compreender o porquê de uma pessoa precisar sofrer tanto, eles não podiam simplesmente viver uma bela história de amor?

Ela olhou para o céu, e gotículas de água atingiram seu rosto.

–Chuva...-ela murmurou num fio de voz.

O céu também chorava por Jellal e Erza, o céu também lamentava o fim da história dos dois. Uma história, triste, bonita e trágica de amor...

A beautiful magic love there

What a sad beautiful tragic, beautiful tragic, beautiful

What we had, a beautiful magic love there

What a sad beautiful tragic love affair

We had a beautiful magic love there

What a sad beautiful tragic love affair

(Um lindo e mágico amor

Mas que triste, linda tragédia, linda tragédia, linda

O que nós tivemos foi um lindo e mágico amor

Que triste, lindo e trágico caso de amor

Nós tivemos um lindo e mágico amor

Que triste, lindo e trágico caso de amor)

FIM