A Cúmplice. escrita por Larinha


Capítulo 18
Bônus: Pastas


Notas iniciais do capítulo

Esse é um capítulo pequeno que eu deveria ter postado ontem. - Mas não pude escrevê-lo mais cedo porque estudo à tarde, então...
Enfim, isto é uma continuação, mas é - literalmente - apenas alguns segundos após o último capítulo.
Leiam o flashback, sério, ele é importante, é uma peça chave. (E eu gostei tanto de escrever, veio fluindo maravilhosamente!) Espero que gostem! Boa leitura!



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Flashback On.

— Ethan? — O jovem de vinte e um anos ouviu seu irmão adotivo chamar do corredor. — Está tudo bem aí?

— Mas é claro que sim, Connor. — Ele respondeu.

Ethan já estava trancado em sua sala de estudo há horas, pensando na noite anterior. Quem era aquela menina? Ana Smith, olhos azuis surreais e cabelos escuros, filha de Elliot e Elizabeth Smith, disso ele sabia por causa de Connor, mas ele gostaria de saber como ela era, sua personalidade e seu caráter. Ele queria conhecê-la. Quando eles se falaram, parecia ser uma garota tão cheia de vida, feliz. Porém, antes da conversa fluir, os glóbulos lápis-lazúli da aniversariante estavam tão... Vagos, distantes, tristes. Além de apresentar uma dor interior agonizante para quem a percebesse.

A morena devia ter sofrido bastante para ter tal expressão em olhos tão bonitos, ele observara.

Foi então que Ethan se lembrou de que aquele não era apenas o aniversário de nascimento da adolescente, mas também o aniversário de morte de sua mãe, o que justificava o dia não ser tão prazeroso para a bela. E não só disso, mas lembrou-se de tudo que sabia sobre a tão polêmica família. Todas as brigas, todos os humores, todos os inimigos... Perguntara a si mesmo porque não havia pensado naquilo quando soube quem ela era... Talvez tivesse prestando mais atenção no que via a sua frente naquela hora no que no passado obscuro. Mas aquilo, definitivamente, tinha sido um erro.

O homem se levantou da cadeira de madeira bruscamente, começando a suar frio com a possibilidade do que havia vindo à sua mente. Seria agora a hora? Sua obsessão por tantos anos depois de ter assistido uma cena deprimente finalmente valeria à pena? Com a pergunta em mente, começou a procurar por algo em sua estante. Derrubou livros, tirou jornais e revistas dos lugares, mesmo sabendo que não teria paciência para arrumar tudo aquilo novamente. Procurou sem cessar pelas fotos, pelos cortes, pela pesquisa que havia feito anos atrás. E, após alguns minutos de várias palavras de calão sendo sussurradas por ele enquanto remexia seus pertences, finalmente a encontrou.

As pastas cinza ainda estavam em ordem, mas algumas figuras e papéis ali dentro estavam começando a ficarem velhos demais e a ponto de puírem em suas mãos. Havia uma foto, inclusive, que parecia que alguém havia encharcado de café.

Ethan suspirou e balançou a cabeça, fazia quase três anos que não olhava aquilo. Será que valeria a pena? Se expôr? Sua vida estava indo tão bem, suas vítimas não eram procuradas e Connor parecia até um tanto contente. Será que ousaria por tudo isso na mesa? Arriscar tudo que tinha? Ele se lembrou dos olhos grandes e azuis que vira anteriormente, lembrou-se do abraço da garota ao receber um livro... Sim, valeria. Por ela, definitivamente. Não sabia o porquê, mas algo dizia que aquilo havia de ser feito.

Encarou a pasta novamente, rindo de modo seco com a primeira imagem que vira ao abri-la. Uma foto de família. Uma mulher loira, de olhos azuis e feições angelicais iguais aos da filha em seu colo, vestindo uma blusa bege e uma saia azul escuro, e um homem de cabelos negros e olhos negros, rabugento e com cara de poucos amigos de terno. Em cima da foto estava escrito: Família do Ano. Um sorriso tenebroso apareceu nos lábios do homem que segurava a fotografia, um sorriso irônico e debochado. Que péssima escolha, ele pensara.

— Comparada a sua, porém... — Ele comentou em voz alta.

Verdade, comparados aos seus pais, Elliot e Elizabeth Smith eram santos. Porém, ele sabia que ambos possuíam segredos podres e que a doce menina no meio dos dois acabaria pagando por eles. E, a que agora via que a pequena na foto em sua mão era a mesma, crescida, que tinha o surpreendido na noite anterior, presumiu que ela já estivesse começando a sofrer.

— Ethan, é sério, você está me assustando. — Ouviu a voz de Connor do outro lado da porta.

— Está aberta, irmão. — Ele respondeu impaciente.

Ouviu a porta do cômodo abrir em um solavanco, e depois um adolescente impaciente passando por ela e indo em sua direção bufando.

— Por que não disse isso antes? — Connor parara ao lado do irmão bruscamente. Seus olhos seguiram os de Ethan. — Por que você tem uma foto da família da minha namorada?

— Da sua o quê? — A voz de Ethan quase saíra esganiçada ao soltar a pergunta, de tão surpreso e irritado que estava com a última frase.

— Digo... Da minha amiga. — O adolescente balançou a cabeça duas vezes, realizando que havia dito besteira. — Eu gosto dela, sabe? Vou pedi-la em namoro em breve, mesmo assim, acabei soltando o termo cedo demais.

— O que você vê nela? — O irmão mais velho cruzou os braços, fechando a pasta em sua mão com o movimento, e encarou a figura ao seu lado de modo intimidador. Não poderia dizer se era por causa da recente notícia de que seu irmão gostava de uma menina, ou por causa da menina em si.

— Eu conheço ela há bastante tempo, Ethan. — Connor começou, olhando suspeito para o irmão. — Somos amigos desde... Desde quando você me encontrou e me pôs em uma escola decente. Ela estuda lá também. Nos tornamos amigos porque ambos não temos mãe... Bom, foi o que eu disse a ela. Eu comecei a conhecer a Ana e... Bom, acho que é o suficiente, né? Você mesmo a viu. Ela é linda.

— Verdade. — Ele afirmou. — Mas... Você não sabe aonde está se metendo, Connor. Não se aproxime tanto, é um conselho amigo que eu te dou.

— Eu conheço aquela garota mais do que conheço você! E vivemos na mesma casa, você paga as minhas contas... O que poderia saber dela que eu não sei?

— Não dela... Daqueles à sua volta. — Ethan respondera mais para si mesmo do que para o garoto ao seu lado. — A família dela... Não é das melhores.

— A minha também não era.

— Estou falando sério! — Ele aumentara o tom de voz. — Eu sei coisas sobre aquele casal que você não poderia imaginar! Principalmente sobre a mulher!

— Elizabeth era um doce de pessoa, como você pode falar assim dela? — O mais novo perguntara espantado. — Ana sempre diz que ela nunca deveria ter morrido, que ela não merecia aquilo... Que tudo havia sido um grande infortúnio. Ela sempre quis saber por que a mãe se suicidou, e isso sempre a corroeu. Como você pode sequer dizer algo do tipo?

— Porque eu sei! — Ele vociferou. Após notar o rosto pálido do garoto a sua frente, Ethan respirou fundo e mudou de postura. — Desculpe, não deveria ter falado com você assim. Mas saiba, Connor, não se meta se não valer à pena.

— Mas vale, por ela, vale qualquer coisa. – O garoto dissera triunfante enquanto saía do cômodo.

Ethan bufou e voltou seu olhar à pasta.

— Voltando aos tempos de pré-adolescente detetive... Tolice seria se eu não ganhasse nada em troca... O que não vai acontecer, até porque, ela te deve um favor, não é? — Ethan dissera baixo para si mesmo novamente. Olhou para a foto seguinte, vendo seu rosto bem mais jovem na face de uma criança em uma enorme sala de estar e voltou a sussurrar: — Quando eu ainda tinha alguma esperança na vida...

Flashback Off

Ethan recordara o dia após ver Ana frente a frente pela prime... Segunda vez. Sorriu ao pegar a pasta novamente da sua estante, depois de tantos meses, pois já havia decorado cada linha e cada imagem que havia ali... Mas o sorriso caíra no momento que lembrou o porquê da morena, estrela principal da pesquisa, não estar no quarto.

— Vale a pena, Ethan. — Ele dissera com o celular na mão, já discando um número antigo. — Vale a pena...


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Notas finais do capítulo

Ele nem conhecia a garota direito e já ficou com ciúmes? Quão possessivo você é, Ethan?

Gostaram? Não gostaram? Comentem gente, queria as críticas de vocês que ainda leem, se eu tenho algum ponto perdido de algum capítulo, ou, pelo menos, um: "Legal, continua."

O próximo vai ser focado na Ana e na história daquela fotinho linda que ela achou... Vamos chegar mais perto da história da mãe dela!
Até o próximo!



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