Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 24
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Notas iniciais do capítulo

Oie... Estou de volta... Já sei, eu demorei muito desta vez e isso já está se tornando um hábito, mas essa demora vai terminar assim que eu entrar de férias (dia 19/07), essa semana estou em teste, estou cheia de coisa pra fazer e estou com medo de os capítulos não saírem da forma que vocês esperam. Por isso, não sei se postarei o próximo logo - provavelmente não.
Esse capítulo está bem tenso e_e, Elesis e Arme... Espero que gostem. Boa leitura *-*



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Ronan ON


A enfermeira havia entrado no quarto, horas depois que o médico saiu. Não sei bem o que ela foi fazer lá, mas também não perguntei. Minha mãe ficou comigo por um tempo, mas depois se ausentou, falou que iria ligar para o meu pai.

Eu sairia do hospital hoje mesmo. Ficar numa cama, preso ao soro e ouvindo o médico estava fazendo parte do meu cotidiano. E isso era chato... E a culpa era minha.

Espero que a minha alta não peça para eu permanecer em casa por alguns dias. Preciso falar com a Elesis, preciso ir para a escola, preciso... De tanta coisa. Mas por causa desse Traumatismo, estou limitado!

Eu só espero que esteja tudo bem. Acho que nem contarei desse ocorrido para a Arme, ela já me viu sofrer muito e sofreu também. Minha baixinha precisa de um descanso.


Ronan OFF

Elesis ON


Encarei aquela insuportável. Ela estava testando a minha paciência.

–Arme! Não me force a usar métodos violentos para te fazer falar!

–Era de se esperar que me ameaçasse para conseguir o que quer! Mas comigo isso não tem efeito, eu não tenho medo de você, Elesis!

–Meninas. – Chamou Lire, um tanto nervosa com tudo – É melhor vocês duas não brigarem, é sério. Na hora do intervalo vocês conversam, daqui a pouco o sinal irá tocar. Não tem motivos para dialogarem desse jeito.

–Lire, eu preciso saber o que está acontecendo com o Ronan, eu não sei absolutamente nada e, depois de ontem, eu preciso saber o que se passa com ele. Você precisa compreender meu lado também. Eu sou a melhor amiga dele.

–Era. – Arme me corrigiu e eu a encarei com ódio em meus olhos – Você era amiga.

–Arme, por favor, não fala assim com a Elesis. – A loira estava em dúvida em que lado ficar. E isso era bom para mim.

–Lire! – Arme a olhou – Eu não vou contar nada. Até porque, em nosso primeiro encontro, eu já contei tudo.

–Mentiu, isso sim! – Disse.

–Já chega! – Lire se estressou com nós duas, eu fiquei surpresa com a sua elevação de voz da loira, alguns alunos que chegavam pareciam assustados – Eu tento imaginar o que você está sentindo, Elesis. E também sei o que a minha amiga sente, mas eu estou confusa demais para ajudar alguém. Então é melhor eu deixa-las sozinha. Só espero que tenham senso e respeitem o ambiente em que estão e o Ronan também.

Lire não disse mais nada, ajeitou a mochila nas costas e saiu apressada. Eu e Arme ficamos em silêncio, até que Lire saísse de nossas vistas.

–Tem como você me contar o que aconteceu ontem com o Ronan? – Arme parecia preocupada. Mas eu não ia contar mesmo!

–Ah... Agora você ficou interessada, foi? Mas saiba que eu não irei falar nada!

–Para de ser grosseira! – Arme rangeu os dentes, ela também não parecia calminha – Quer saber? Eu vou ligar para o Ronan, não preciso que me conte nada!

–Vai em frente! Ele não está com o celular ligado.

Arme já estava com o aparelho em mãos e não me deu ouvidos, ligando para o Ronan. Eu só fiquei observando para ver a baixinha quebrando a cara.

Não demorou muito e Arme bufou, mais irritada ainda. Ela finalizou a chamada e guardou o celular. Eu sorri vitoriosamente.

–De um dia para o outro, você se tornou a melhor amiguinha do Ronan, é isso? Porque é a única explicação plausível que eu vejo para você saber o motivo de ele ter faltado.

–Não, Arme, eu não me tornei “amiguinha” do Ronan de um dia para outro. Eu sempre fui, primeiro que você. – Disse num tom bem superior.

–A primeira que o decepcionou também, né?

–Não te interessa! Você não sabe de nada!

–Você quem não sabe nada! – Bingo! Eu sabia que essa garota sabia de muita coisa, mas me dá raiva, porque ela sabe e eu não!

–Então me conta logo o que eu não sei, mas que droga!

–Por que tanto interesse agora? Hein? Se você é amiga dele, deveria saber da verdade!

–Ah! Então existe uma verdade por trás disso tudo, né? – Eu estava alcançando meu objetivo.

–Esquece, garota, eu não vou te contar nada!

–Então você não saberá o que aconteceu com o Ronan!

–Abaixa o tom, Elesis, você não está com o seu povinho.

Eu me controlei, realmente estava chamando atenção dos alunos que estavam a nossa volta, mas essa baixinha estava passando dos limites!

–Você é mesmo insuportável.

–Não, Elesis, eu não sou insuportável, porque eu não sou uma de suas amiguinhas. – Arme sorriu de canto e depois continuou, meu sangue ferveu em minhas veias só de imaginar o que ela poderia dizer logo em seguida – Oh! Eu me esqueci de que você não tem amigos, né? Pelo menos era o que eu ouvia das histórias que o MEU melhor amigo contava.

–O que?! – Agora a Arme atiçou a minha fúria, minha raiva estava visível em minha face rubra.

–É isso mesmo, ruivinha... Você não queria a verdade? – Perguntou a baixinha, ironicamente – Então... Estou dizendo toda a verdade sobre você.

Mordi meu lábio inferior com tanta força, que senti o gostinho de sangue em meu paladar. Eu estava me segurando para não acabar com ela!

–Você não me conhece para falar assim comigo!

Arme estava me afrontando, mas ela mexeu com a pessoa errada. Comecei a dar passos lentos em sua direção, nos aproximando mais. Meu olhar era ameaçador.

Ela acabou cedendo a minha pressão e ao meu olhar, com isso, deu dois passos para trás, voltando a deixar uma distância considerável entre nós duas.

–Você não vai me intimidar, Elesis! Você está longe de conseguir qualquer coisa de mim! Nem o Ronan... – A baixinha também me fitou.

–Olha como você fala comigo!

–Já disse para abaixar seu tom. – Arme estava com a respiração pesada e, consequentemente, eu também – Eu não perderei mais meu tempo, me rebaixando a TENTAR falar com você. Eu ligarei para o Ronan mais tarde e descobrirei o que aconteceu com ele, não preciso que me diga. Nem sei por que parei para lhe dar ouvidos.

Eu respirei fundo para não revidar com palavras ínfimas que essa baixinha merece ouvir. Foquei no meu objetivo.

–Eu tenho certeza de que o Ronan não te contará nada, Arme. Só eu sei o que aconteceu. – Tentei ser a mais sensata possível para não avançar em cima dessa baixinha.

–Eu ligarei para a mãe dele. – Arme falou cinicamente.

–Ela também não contará! – Disse num impulso, lancei minha sorte e torci para que a baixinha acreditasse no que eu disse.

–Pois bem, se não é para eu saber, não tem problema. Mas eu não te contarei nada também. Se você quer realmente saber da verdade, busque-a com outra pessoa, porque de mim você só terá desprezo.

Engoli a seco o que Arme disse, não entendia o motivo de tanta amargura comigo. Ela estava saindo, quando eu a segurei pelo braço. Quem ela pensa que é para falar isso tudo e me dar as costas?!

–Se eu só terei seu desprezo, então leve uma lembrancinha minha também. – Quando fui socar aquele rostinho insuportável, seguraram a minha mão.

–Não faça isso, Elesis. – A voz era fria e calma. Lass...

O meu sangue fervia por dentro. Minha mão formigava pelo meu nervosismo. Arme me olhava com seus orbes arregalados. Juntei meu braço ao meu corpo e respirei fundo.

–Por que me odeia tanto? – Quis saber, tentando esquecer um pouco do que aconteceria se Lass não houvesse chegado.

–Você ainda pergunta?! – Arme não me respondeu e saiu andando.

–O que você estava pensando em fazer, Elesis? – Lass me virou em sua direção.

–Descobrir o passado que não foi dito para mim. O passado que me envolve e eu não sei! – Joguei minha franja para trás com certa voracidade. Respirei fundo para me acalmar.

Lass desviou seu olhar por um segundo, ele já sabia que se tratava do Ronan... Nisso, o sinal tocou.

–Eu não vou te impedir de ir atrás do que você anseia. Só não... Arruma confusão. – Lass me deu um beijo na testa, como de costume e saiu.

Eu me sentia mais aliviada em saber que ele me compreendia e me acalmava também. Só o Lass mesmo para me fazer esfriar depois do fervor que eu senti enquanto conversava com aquela baixinha insuportável.

As aulas foram de revisões... Pera! Semana que vem é semana de prova! E eu me estressando com a Arme... Droga! É tanto coisa vindo a tona na minha vida, que eu estou meio perdida no tempo.

Enquanto as aulas se passavam e eu tentava, inutilmente, esquecer-se do acontecido, percebi que Lire me olhava de vez em quando, talvez para tentar decifrar o que aconteceu depois de sua saída.

No intervalo, eu fiquei ao lado de Lass, que conversava pouco com o Ryan. Eu nem me intrometi na conversa, fiquei calada com meus pensamentos. Tenho certeza que Lass percebeu minha inquietação, mas ele já sabia que um dia isso aconteceria. Sobre o Ronan... Não foi segredo para ele o meu passado...

Voltei para a sala e Lire passou apressada por mim, com certeza aquela baixinha contou o que aconteceu entre nós duas. Ignorei. As três aulas finais eram de História. O Professor comentou algo sobre o trabalho que ele passou nas primeiras semanas de aula, mal entendi o “Bom dia” que ele deu.

Só me toquei que ele já estava passando atividade de revisão no quadro, quando ouvi o apagador cair no chão. Eu estava bem dispersa. Queria que o dia terminasse logo... Queria ver o Ronan novamente.

Olhava a janela, o dia estava nublado.

–Elesis? – Alguém me chamou. Olhei para frente e era o professor.

–Oi?

–Terminou os exercícios? Eu preciso dar visto.

–Não... – Olhei a minha volta e os alunos estavam me olhando, bando de fofoqueiro – Eu não estou me sentindo muito bem, professor.

–Quer avisar a coordenação? – Ele parecia ter acreditado no que eu disse. O que não era tão mentira assim, eu estava mal... Angustiada por não saber o que tanto me atormenta.

–Sim. – Respondi, guardando meu material.

Coloquei a mochila nas costas e saí. Nem olhei para trás. Segui em direção à coordenação, avisei que estava passando mal e a coordenadora me liberou.

Peguei o celular e mandei uma mensagem para o Lass, na porta da escola, contatando que eu havia saído da escola mais cedo e, por isso, não teria como irmos embora juntos.

Ele não demorou muito para me responder. Mas não me perguntou nada do que aconteceu para a minha saída antecipada. Sua mensagem se constituía de duas letras e um ponto final: “tá.”.


Elesis OFF

Ronan ON


–Ronan? – Minha mãe me chamou e eu a olhei. Estava vendo desenho na televisão que havia no quarto.

–Fala.

–Você poderá sair hoje mesmo, eu conversei com o médico. Aliás, semana que vem começará sua semana de avaliação.

–É verdade... – Coloquei a mão no rosto.

–Mas eu não quero que fiquei nervoso por isso. Já liguei para a escola e avisei do ocorrido, então, se for necessário, você fará a segunda chamada.

Nunca fiz segunda chamada na minha vida, não seria agora, no último ano, que eu iria fazer. Nem pensar.

–Eu estou bem, mãe. Isso não vai acontecer de novo. Foi um estresse momentâneo, só isso...

–É... – Percebi que o semblante da minha mãe mudou, talvez ela estivesse se culpando por eu estar assim também.

–Não precisa se preocupar tanto, eu vou melhorar, eu prometo. – Disse, tanto para ela como para mim. E eu não irei quebrar essa promessa.

Minha mãe se virou em direção a porta, alguém havia batido.

–Posso entrar? – Indagou a enfermeira e eu estranhei, porque ela entrava no quarto sem pedir. Mulher mais estranha... Eu hein.

–Pode sim, meu anjo. – Disse a minha mãe, sendo simpática, mas como eu não fui com a cara dessa enfermeira, a ignorei como nas outras vezes.

Ela veio em minha direção e retirou o soro. Não demorou muito e eu já estava pronto para voltar para casa. Finalmente...

Meu pai já estava nos esperando na calçada do Hospital. Minha mãe era toda cuidadosa comigo, mais até do que da última vez que estive aqui. Antes de entrar no carro, eu vi alguém que era familiar.

Semicerrei os olhos para ver melhor quem era.

–É o professor de geografia? – Murmurei para mim mesmo.

–Quem? – Perguntou minha mãe, abrindo a porta do carro – Está falando sozinho, Ronan?

–Oi? – Dei atenção a ela, desvencilhando meu olhar da pessoa que parecia sim ser meu professor maluco.

–Nada. Entra logo no carro. – Mãe muda de humor muito rápido, nossa! Para não estressa-la mais, a obedeci.

–Oi, pai. – Disse, ao entrar no carro.

Ele apenas sorriu. Parecia mais aliviado em me ver bem, tive que retribuí o sorriso.

Fomos para casa e o silêncio no carro era a única coisa que ouvi a viagem toda. Ao chegar perto da minha rua, tive mais uma surpresa e desta vez eu sabia quem era a pessoa que eu via.


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Notas finais do capítulo

E então...? Quem será a pessoa que o Ronan viu? E será que era realmente o professor de geografia que estava perto do hospital?
Hum... Perguntas e mais perguntas? *-*
Esse capítulo ficou bom? Podem ser sinceros, tá? Caso não tenha sido tudo aquilo que vocês imaginavam, eu mudo, sem problemas XD
Erros...? Não precisam ser tímidos, eu adoro os toques de quando há algum. Assim eu aperfeiçoo mais a escrita u.u
Bem... É isso. Até mais!!



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