ಌ “Queria poder tocar a grama com os pés…” pensava em silêncio admirando a relva a sua frente. Os campos da Academia Weston nunca forma tão verdes como naquele verão.

           Sentada no banco de pedra da parte de fora da Reitoria, tornozelos cruzados postos para o lado, o vestido comprido perfeitamente alinhado e limpo, sem menores manchas de terra na barra; Mãos sobrepostas sobre o colo, coluna ereta e cabeça erguida, era quase como uma perfeita visão de perfil aos que passavam e podiam admirá-lá, como sua mãe desejava, obviamente, tudo perfeitamente milimetrado para uma dama da alta sociedade.

          Mas a pequena não se importava em seguir a etiqueta rígida, pois ela tinha seus pensamentos e neles podia criar oque quisesse. Em meio a tantos devaneios de repente lhe ocorreu um fato: “Eu não sei como é tocar a grama.” Realmente, todas as vezes em que esteve fora das salas com decoração vitoriana de sua mãe, ou longe dos jantares embruados da nobreza, quando podia sentir o vento balançando os cachos e tudo que podia fazer era olhar a grama. As luvas de seda e renda e as meias compridas presas ao corpete cobertas com sapatos extremamente apertados a impediam de sequer sentir o orvalho. “Mas então, se eu não posso sentir nada, pra quê me serve o tato?” Mais asneiras passavam pela cabeça da pequena, que agradecia por ninguém poder ouvi-la dentro dos pensamentos. Voltou a olhar o livro em seu colo, um exemplar de uma história em poemas, outro livro de capa cor-de-bronze com palavras complexas que não faziam sentido algum para a criança. 

                            “Era o fervor, e as rútilas rolinhas,

                             Girando, o tabuleiro afuroavam,

                             Estavam os truões bem divertidos,

                             E os cerros patetas se firmavam […]”

      “Céus!” pensava consigo mesma ” Não entendi quase nada, que menina ignorante!”

       Largou rapidamente o livro, deitando-o ao seu lado no banco e continuou a pensar consigo: “É verdade que eu nunca toquei a grama, mas já toquei os objetos do meu quarto, por exemplo, e também já toquei a pele da mamãe e…E a minha, é claro! Mas…Eu nunca senti a pele do meu noivo…” A ultima colocação na sua cabeça a fez corar e pensar na suavidade e calor da pele macia do pequeno Phantomhive. Mas as luvas eram só mais um pequeno obstáculo que a separava cruelmente de quem amava…