School Outside The Normal escrita por BiiaahStyles1D


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Consegui vir postar! :) Esse capítulo ficou meio corrido, mas foi necessário. Eu vim postar rapidinho antes de ir estudar e assistir Supernatural xD Avisem qualquer erro :)



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Estava esperando a diretora... Minha mãe, no restaurante. Logo, ela passa pela porta, atraindo a atenção de todos os estudantes superpoderosos que estavam no local. Os garçons logo fizeram uma roda em volta dela, perguntando o que ela desejava. Ruby sorriu e os dispensou, dizendo que ia se sentar e chamaria quando tivesse se decidido.

Sorri involuntariamente. Ela era meiga com tudo e com todos, nunca aumentava seu tom de voz, era sempre calma. 

Diferente de mim – Pensei. Ri comigo mesma, um dia eu já fui assim.

– Desculpe o atraso, Valerie. Afinal, o que você tem a me dizer de tão importante? – Arqueei uma das sobrancelhas. Ela pediu nossos almoços enquanto eu a encarava, sem ainda responder sua pergunta. – Certo, há muitos motivos importantes para você querer falar comigo.

– Já faz mais de uma semana – comecei. – Mais de uma semana que eu descobri. Na primeira oportunidade tentei falar com você, mas me impediram. Fui atacada, desmaiei, quase morri. Tentei deixar de lado, é claro. Mas eu descobri coisas bastantes esclarecedoras nesses últimos dias. Respostas, é isso o que eu quero. Por que você nos abandonou? Por que pediu para aquela víbora cuidar de nós? Por que não nos contou assim que chegamos aqui? Por que mentiu e colocou todo esse peso em cima de mim? Por que não fez a droga dessa escolha quando teve oportunidade? Por que não ouviu o pai do Andrew?

– Incrível como você consegue defender o cara que quer te matar – falou respirando fundo. – Vou responder todas suas perguntas, prometo.

– Ele tem um motivo. No lugar dele eu faria o mesmo. Que maneira melhor de mostrar como você errou do que demonstrando que por sua causa tudo isso está acontecendo com sua filha? – Eu estava sendo muito fria. Estava com raiva, muita raiva. Coloquei minha mão sobre a mesa e ela congelou. Arregalei meus olhos. Eu podia fazer isso? – Desculpe.

– Tudo bem, isso é novo para você. A água tem três formas: Líquida, sólida e gasosa. Você tem hidrocinese, pode controlar todas elas. Mas vamos para a suas respostas. Eu não abandonei vocês, sempre estive de olho, sempre me importei. E, por favor, não fale assim das Chris, ela é uma pessoa legal. Precisou fazer tudo aquilo.

– Claro, vou acreditar – falei irônica, apoiando meus cotovelos na mesa, juntando as mãos e as colocando sobre meus lábios, como se fizesse uma cara de séria. Ruby revirou os olhos.

A comida chegou e nos servimos, ela estava se preparando para continuar. Tenho que por na cabeça que não posso irritá-la, ainda quero que meus amigos venham me ver.

– Eu não contei quando chegaram aqui porque não estavam preparadas. Você não poderia se controlar como pode hoje em dia. Acho que foi algo encantador seu encontro com o pequeno Logan. A propósito, ele te entregou o colar, pelo visto. Ele não é o mensageiro? – Bingo! Momento perfeito para falar!

– Não, não é. Mas eu sei quem é e essa pessoa já me entregou as joias que indicariam que o tal altar estaria pronto – ela arregalou os olhos e pediu para que eu continuasse. – É o Max, meu melhor amigo mortal. Nunca pensei que ele pudesse saber de alguma coisa, mas ele sabe. Inclusive, convidei ele e a Madson para virem aqui amanhã. Mereço explicações e eles também, certo?

Ela assentiu com a cabeça, meio dando permissão e meio deixando de lado. Ela estava chocada com o fato de que a qualquer momento eu poderia ser chamada no altar.

– Continue me respondendo, por favor. Por que colocou tudo isso para cima de mim, mãe– Ui, sou má. Ela ficou muda. Primeiro minhas perguntas, depois as dela.

 – É complicado... Você deve entender. Fizeram isso comigo também, minha mãe. Ela repassou a profecia para mim e eu a repassei para você. Quando se ama verdadeiramente duas pessoas, é mais difícil escolher uma delas do que você pensa. Me diga, você por acaso já escolheu? Peter ou Andrew? O bem ou o mal?

– Não... – Ela fez um movimento com a mão, como se dissesse "Viu?". – Mas, isso não quer dizer que eu não vou escolher. Não sou capaz de fazer o que você fez, deixando Annabelle, que seria a próxima sucessora, sofrer tudo isso. Eu vou escolher. Não posso deixar dois corações partidos. Não posso magoá-los. Escolherei um deles, escolherei um lado, mas antes farei que o outro entenda o porquê, farei que ele ache outra pessoa para amar. Não sou como você, Ruby.

A última frase a atingiu como um chicote. Ela ficou com raiva. E daí? Querida, quem era para estar com raiva sou eu.

– Amanhã irei receber Max e Madson aqui – comecei. – Vou contar a verdade e provar para eles. Mas, antes disso, o povo Hokuno, que são treinados para matar, contratados por sua adorável Vanessa, vão tentar matar o Max porque ele me entregou as joias. Acredite em mim se quiser, mas que fique claro que se tocarem um único dedo neles eu não vou ser tão paciente, eu não vou me importar de ir até seu amado Ethan e esfregar na cara dele que eu já estou com a droga dessas joias e posso muito bem, quando assumir o trono, mandar ele para o pior calabouço que já existiu, o que você não fez porque ainda o ama. Igual como você também ama Jorge.

E eu acabei de esfregar isso na cara dela. Gente, nunca me senti tão bem em toda a minha vida. Poderia continuar, isso se a falsa da Vanessa não aparecesse com seu sorriso falso e se sentasse com a gente.

– Tudo bem, senhora Ruby? Está tão tensa. Quer que eu... 

– Ela não quer nada, mas eu quero – falei. – Por que você não se retira agora mesmo e deixa eu conversar em paz com minha mãe? Muito obrigada. Aproveita e vai conversar com aquele idiota do Josh! Aposto que ele tem um monte de sorrisos irônicos para você!

Ok, frase misturada com raiva, ciúmes, ódio e muita, muita vontade de quebrar a cara dessa nariz empinado. 

Vanessa me olhou com os olhos arregalado, surpresa com meu surto psicótico. Lancei um olhar frio para a cadeira que ela estava sentada, a mesma congelou e logo eu fiz com que ela quebrasse e a Srta. Morgan estivesse sentada de modo bastante engraçado em uma poça de água.

– Humpf! – Se levantou e saiu irritada, batendo os pés de frustração.

– Já falei o que tinha para falar – disse para Ruby, que me olhava de uma forma diferente. Repreensão, talvez? – Deixa eu ver, não cumpri a regra de não usar os poderes fora da sala de treinamento? Que se dane. Espero que me escute, porque eu já avisei. Eu mesma vou buscar meus amigos, e como não posso sair sozinha vou levar Evanlyn e Nicholas comigo. Adeus, Vossa Majestade!

Já havia terminado de comer, então me levantei e deixei Ruby ficar se lamentando sozinha. Dane-se seja lá o que ela pensou no momento em que fez a escolha. Não importa que eu também tenha que escolher. Eu não sei... Eu... EU NÃO SE EU AMO OS DOIS, POXA!

Eu percebi que ela claramente era apaixonada pelos dois, mas eu tenho que fazer uma escolha que decidirá o futuro de tudo e de todos! Eu tenho que escolher quem vai reinar comigo, eu tenho que escolher que eu amo mais. E esse é exatamente o problema! A única pessoa que eu já tive certeza de ter amado foi Josh! Eu nunca disse que amava Andrew ou Peter! Simplesmente digo que sinto algo por eles, mas amor? É algo muito forte! Meu coração bate mais rápido quando eu chego perto de Peter, sinto borboletas no meu estômago. Mas com Andrew, eu sinto vontade de batê-lo e de abraçá-lo. Sua misteriosidade me intriga, tenho curiosidade, interesse, ele faz minha cabeça ficar confusa e me faz sorrir. Peter me conforta, me acalma e me deixa contente. Andrew me deixa curiosa, feliz e confusa.

Eu estava sentada em um dos bancos do parque, refletindo sobre isso. Estava tão concentrada tentando escolher que nem percebi que alguém tinha se sentado comigo. Um de cada lado, era só o que me faltava.

– Tudo bem, Valerie? – Ele nunca me chamava por algum apelido. Andrew sempre fica sério, a não ser quando está rindo de mim.

– Você parece tão pensativa, Val... Precisamos que você responda algumas coisas para nós. É muito importante mesmo – Peter era muito meigo. Odiava ser rude, pelo que percebi. 

– Eu nunca vi vocês demonstrando seus poderes – falei pensativa, ignorando o que eles falaram. – Já vi Evanlyn, com seu poder de telepatia, minha irmã com sua leitura emocional, Logan com seus poderes aquáticos, Hannah com sua demonstração climática no restaurante... O resto nunca vi! 

– A culpa é sua de faltar todas as aulas de controle de poder – resmungou Peter. Ele era tão bom aluno que odiava perder aula. Nessa semana, que eu tive que ir para a escola, já que Storne Hall é uma escola, embora abrigue um monte de seres superpoderosos, mas eu faltei as aulas para praticar o nosso poder. A professora nunca me deixava fazer nada! Só porque posso me descontrolar e blá-blá-blá. –  Pode nos explicar algumas coisas? Depois prometo que reúno todo o pessoal na sala de treinamento e a gente faz uma demonstração de cada um dos nossos poderes para você.

Fiz biquinho. Não estava com paciência para explicar nada para eles. Tinha muitas coisas passando pela minha cabeça, tipo: Por que Andrew estava tão quieto? Por que a diretora é uma pessoa tão complicada? Por que ninguém fala nada para mim? Como será o poder da Lunna e do Andrew usados juntos? Seria tipo muito massa. Luz e escuro juntas dão o que?

Enfim, eu sou uma pessoa muito complicada.

Percebi que eles estavam quietos, paralisados por causa do meu movimento. Dei um tapa um tanto quanto forte na cabeça dos dois, que reclamaram com a dor. Olhei para os dois séria e bufei.

– O que vocês querem saber? – Perguntei impaciente.

– O porque de você sair irritada depois de falar com aquele tal de Josh – disse Andrew com... Com ciúmes?!?!

– Longa história – murmurei. Percebi que eles não me deixariam em paz até saberem de tudo. Beleza, lá vamos nós. – Josh foi meu vizinho, melhor amigo e primeiro namorado, ou melhor, primeiro amor.

Eles se remexeram inquietos e eu sorri internamente.

– Seis anos atrás, dois meses após o nascimento de Annie, ele e a família dele sumiram misteriosamente. Sem deixar pistas, levando apenas eles mesmos e o carro. Não falaram com ninguém, apenas foram embora – continuei. – Ele sabia que eu o amava, mas foi embora mesmo assim. Foi por causa dele que muito riram de mim na escola, me humilharam e me fizeram ser uma solitária. Fiz coisas que me arrependo, mas que pareciam ótimas para o momento. Eu sofri e virei a solitária. Agora, ele volta e eu descubro que ele está trabalhando para as pessoas que querem me matar, eu descubro que ele é um Hokuno insensível e que ele e a...

Me interrompi, lembrando de que talvez não fosse uma boa ideia contar para eles sobre o que eu ouvi hoje de manhã. Eles me olharam confusos e eu suspirei.

– E mais nada. Resumindo, ele me fez sofrer e é um idiota– falei e eles assentiram compreensíveis. Ha-ha, dava até para ver os olhos verdes de Peter se transformarem em órbitas de fogo e os de Andrew ficaram pretos. Que fofo, estavam irritados por minha causa!

– Muito bem... Obrigada por nos contar. É bom desabafar, Valerie – disse Peter, colocando a mão no meu ombro e se levantando logo em seguida. – Andrew, você leva ela até a sala de treinamento enquanto eu vou atrás do pessoal.

Andrew assentiu e Peter saiu correndo atrás deles. O Garoto Dos Olhos Azuis me encarou por alguns segundos e logo se levantou também e estendeu sua mão para mim.

– Vamos? – Perguntou, fixando seus olhos nos meus. 

Assenti com a cabeça e aceitei sua mão. Me levantei e o acompanhei até a sala onde os alunos praticavam seus dons. Fomos o caminho em silêncio. E detalhe, não soltei a mão dele até chegar lá.


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Notas finais do capítulo

E aí? Meio grande, né? Os últimos capítulos serão assim. Falta só mais dois + o epílogo. Espero que tenham gostado! O que acharam dele? Minha parte preferida foi a da conversa com a Sra. Ruby :) Kisses. Vejo vocês quando der.