PDV BELLA.

Eu estava chorando tanto que quase não conseguia me mexer, estava perplexa. Como ele podia ter feito aquilo comigo? Depois de tanto tempo, ele me dizendo que me amava, era tudo mentira. Eu nunca devia ter saído com ele naquele dia, eu estava pronta pra passar um bom tempo sem ninguém pra me machucar, mais aí... Eu acabei achando que isso não acontecia com qualquer pessoa, eu estava errada, nenhum homem presta. E é por isso que eu estou chorando no meio do Central Parque.

...

**

Eu acordei com o vento frio batendo no meu rosto e percebi que eu tinha dormido no meio do Central parque, ai meu deus! Eu passei a noite dormindo na rua.

O Miguel! Ele me traiu. Eu quero morrer. Ele dizia que me amava, mas...

Eu já tinha acordado como os olhos vermelhos de tanto chorar, e já estava com novas lagrimas no mesmo lugar. Um homem sentou do meu lado, e ele parecia que era um mendigo, ele estava sujo, e me olhava com surpresa. Estava tudo vazio, e ate parecia de madrugada.

---É nova? ---falou ele, sua voz era rouca, mas gentil.

---No quê?

---Aqui. –falou. ---Você é nova no ramo da mendingagem?

---Eu não sou mendiga. É que eu acabei cochilando e...

---Sei... Ás pessoas geralmente dormem no meio do Central parque, só por que elas acabaram cochilando. ---falou ele ironicamente, e eu vi que ele não falava como os outros mendigos.

---Você não é mendigo. ---falei como se isso fosse um fato, mesmo eu estando seriamente com vontade de morrer, ele olhou pra mim com aqueles olhos verdes e falou:

---Você é observadora. ---falou ele. ---O meu nome é Paul. E eu tenho 23 anos. E o seu?

---Por que você está vestido desse jeito? ---falei ignorando a pergunta dele.

---Eu queria falar com você. ---falou ele. ---e eu sabia que você devia estar passando por um conflito interno, então eu resolvi apelar. Como eu disse: eu queria muito falar com você.

Eu estava confusa, isso era algum tipo de piada? Sem perceber eu comecei a chorar, eu estava desesperada, o Miguel era tudo que eu conseguia pensar naquela hora, e o pior é que eu estava me sentindo usada e sem ninguém, Paul me olhou gentil e me abraçou. Eu me separei e falei:

---Desculpe, mas eu tenho que ir.

---Mas... Me dá seu telefone e...

---Não. ---falei e me levantei. ---Adeus, Paul!

E sai correndo deixando um cara olhando pra mim, sem entender.

*

Eu bati na porta da casa da Alex, e depois de um tempo ela atendeu com uma cara de quem acabou de acordar.

---Bella! O que aconteceu? ---falou ela. Eu olhei pra ela ainda chorando e falei:

---Eu dormi fora, e... Aconteceu uma coisa... O Miguel, ele...

---Você dormiu fora? Como assim? Aonde? Bella senta aqui no sofá. ---falou Alex me levando para o sofá, eu sentei e olhei pra ela. ---Dormiu fora aonde?

---Eu dormi no Central parque. ---falei em um sussurro. Ela olhou pra mim indignada.

---Central parque? Por acaso você queria ser assaltada?

---Não tinha nada pra roubar. ---falei com lagrimas nos olhos.

---Por que você foi dormir lá? E por que está chorando, se não foi assaltada? ---falou Alex.

---É... O Miguel me traiu. ---falei. --- E eu vou embora amanha. Vou pra casa dos meus pais, não quero mais ver a cara dele. Não vou conseguir ver a cara dele de novo.

---Calma! Você precisa se acalmar. ---falou Alex. ---o Miguel te traiu? Isso é impossível. Ele te ama.

---Mentira! Aquilo tudo foi mentira, ele nunca amou. Eu já devia saber. Por que eu me deixei levar? Eu sinto tanta raiva de mim por isso. ---falei chorando;

---Bella, isso não está certo. Me conta isso direito. ---falou ela.

---Eu tinha acabado de chegar do estagio, e eu encontrei ele beijando outra garota, e ela estava com um vestido de noiva. ---falei em pânico. ---eu devia chegar lá e matar ela. Quer dizer, matar ele.

---Pelo amor Deus! Vocês estavam tão bem. ---falou. ---Eu não acredito que o Miguel tenha feito isso.

---Acredite! Eu vi com os meus próprios olhos. Ele estava beijando ela. ---falei.

---vem, você precisa tomar um banho. E amanha você pensa sobre esse negocio todo de ir pra casa dos seus pais.

---Eu vou pra casa dos meus pais. É melhor pra todo mundo. ---falei limpando ás lagrimas que continham nos meus olhos. ---É o melhor pra mim.

---Tá bom. Mais agora você vai dormir um pouco. Quando acordar veremos isso. ---falou Alex. E eu fui pro meu antigo quarto. Tomei um banho bem gelado, e dormir que nem uma pedra.

*

Quando acordei, troquei de roupa e a caixa de mensagem apitou, eu estremeci.

-Você tem uma mensagem. PIIIII. –Bella! Amor, eu te amo. Por favor não me deixa. Eu... Aquilo... Ela me agarrou, eu não fazia idéia que... Vem pra casa pra eu poder te explicar. Eu te amo. Eu nunca, nunca te trairia. É o Miguel. Me liga.

Eu não sei o que me deu, mas eu comecei a chorar. Serio! Como? Como eu pude acreditar que ele poderia fazer isso assim? Eu apaguei a mensagem e desce ás escadas.

Encontrei só o Vitor sentado olhando a janela, me perguntei se aquele Vitor era ele mesmo. Quer dizer, o Vitor deve ter algo mais dentro dele. fiz barulho com o pé pra ele ver que eu estava descendo.

---Ah oi! ---falou. ---Como você tá?

---Nada bem. ---falei sincera. ---Cadê a Alex?

---Foi falar com o Miguel...

---Eu não acredito! Eu já disse que eu não quero ver ele outra vez. Se ela o trazer pra cá, eu juro que eu nunca vou falar com ela outra vez. ---falei com lagrimas nos olhos.

---Eu sei que você ta chateada, eu entendo! Mais vai largar a faculdade dos seus sonhos por causa dele? Só queremos que fique mais tempo aqui. ---falou. E eu senti um frio na barriga.

---Eu também não quero deixar vocês. Mais eu não consigo ficar perto do Miguel. Eu tenho raiva dele. ---falei. ---Ele é amigo da Alex.

Depois ele fez uma coisa que me surpreendeu de verdade.

Me abraçou. E eu retribuí.

---Você vai hoje, não é?

---Vou. Quanto mais cedo melhor. Eu venho, quando ás coisas melhorarem. Aí eu continuo a faculdade, quando eu chegar.

---Então adeus! Volte, ok?

---certo. Eu acho que eu vou me despedir da Alex depois, já que ela pode chegar em qualquer estante com ele. Tchau.

Então eu subi pro meu quarto.

Arrumei minhas coisas, e fiquei olhando tudo. Eu já tinha passado quase seis meses fora de casa. Enfim eu ia voltar. Por um tempo. E se eu não conseguir voltar? E se de que a pouco me der uma vontade de matar todo mundo? Ai meu deus! Isso é loucura. Eu não amo o Miguel tanto assim. Eu vou parar de pensar nele. É o melhor a fazer.

Peguei minhas malas e desce ás escadas outra vez. Não queria deixar aquele lugar. Eu tinha passado tantos momentos nele. Mas por um tempo é o melhor pra todos.

Fechei a porta assim que olhei pra tudo uma ultima vez.

*

Assim que cheguei no aeroporto, já estava comprando ás passagens quando eu ouço alguém chamar o meu nome. Era a Alex. Eu olhei pra ela e sorri. Ela veio irritada para a minha frente e falou:

---O QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO? ---berrou ela. E todos do lugar olharam pra gente. ---saindo daquele jeito. E sem ao menos se despedir de mim?

---Desculpe. Talvez eu não fosse conseguir sair se eu olhasse pra você. ---falei sendo sincera. Ela me olhou e tinha lagrimas em seus olhos.

---Não importa. Me abraça. --- e eu a abracei. Á Alex era minha melhor amiga.

---Eu tenho que ir. ---falei. Ela me olhou como se eu fosse algum um tipo de alienígena.

---Como assim?

---perai! O que você achou? Que eu, assim que te visse, desistiria de ir embora? ---falei com ás sobrancelhas erguidas.

---Sim! ---falou como se fosse obvio.

---Alex! Aqui não é um filme de romance, estamos na vida real. Então você viria aqui, eu iria esquecer o que o Miguel fez, e voltaríamos a ser uma família feliz? Isso não existe.

---É que eu pensei...

---Você pensou errado. --- falei e dei um beijo em sua bochecha, ela me olhou chorando e falou:

---Tudo bem! Só não demore pra chegar, ok?

---Vou fazer o possível.

---Te amo.

---Eu também! ---falei e sai.

E pegando o avião, eu voltei pra Londres.