Os Sobreviventes escrita por Bruno Almeida


Capítulo 5
O Abrigo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341541/chapter/5

— Obrigado — sussurrou a garota ruiva.

Olhei dentro dos olhos dela antes de responder. Ela era perfeita. Tinha um rosto perfeito, e o corpo também.

— De nada. — respondi percebendo que todos nos olhavam.

Os três que acabáramos de salvar estavam caídos no chão. Estendi minha mão para a garota ruiva, que segurou com firmeza, e levantou-se.

— Obrigado. — sussurrou novamente, agora em pé. E, percebi que até agora ela só tinha falado aquilo.

Ouvi um som abafado e percebi que a garota loira que acabáramos de salvar estava chorando. Lembro-me dela. Ela já havia tentando se suicidar uma vez, mas para a sorte dela conseguiram tirá-la da janela do terceiro andar. Se não me engano seu nome é Britany.

— Britany — falou a garota ruiva abraçando-a. — Vai ficar tudo bem, tá? — Britany fez que sim com a cabeça.

— Annie — então é esse o nome da garota ruiva. — é que... é... — ela voltou a soluçar.

Olhei para o garoto malhado. O ajudei a ficar de pé e perguntei:

— Qual seu nome?

— Felipe — respondeu — Felipe Gomez. Obrigado por nos ajudar!

— Que nada! — respondeu Denny. — Ainda falta muito para conseguirmos sair daqui!

— Mesmo assim!

Indiquei com a cabeça as gavetas que estavam à frente da sala. Ele entendeu a mensagem e foi para lá escolher alguma faca.

— Dá de sair pela janela na sala dos alimentos. — Falou Britany. — É que... eu roubava comida de vez em quando.

—Ótimo! — falou Samantha. — E, depois o que?

— Não sei quanto à vocês. — Eu disse — Mas eu vou para minha casa... procurar minha mãe!

— Ele está certo — falou Felipe Gomez — não deveríamos nos separar, poderíamos ir juntos às nossas casas... pra ver se nossas famílias ainda estão... vocês sabem: vivas!

Concordamos com um aceno de cabeça lento. Olhei para o lado. Um pequeno corredor — de onde havia vindo a velha cozinheira — com uma placa.

ALIMENTOS

— Vamos! não podemos perder tempo — falei.

Começamos a andar lentamente. Era provável que tivessem mortos-vivos ali. Como o que me atacara à pouco.

— Pessoal — falou Britany. — à umas duas horas atrás ouvi uma transmissão na rádio do celular... dizia que o governo conseguiu fazer uma... base militar... o nome era... calma estou tentando lembrar... Ah, O Abrigo! Foi assim que falaram na transmissão "O Abrigo", dizem que lá podem nos oferecer alimento e moradia, até que achem a cura!

Isso era ótimo! Mas, no momento tínhamos outras preocupações, como o barulho que acabara de vir de dentro da sala. Annie correu e pegou duas facas, uma pra ela outra pra Britany. Comecei a caminhar vagarosamente, com todos os outros no meu encalço. Segurei a maçaneta gelada com uma mão e preparando a outra. Minhas axilas suavam.

— No três — sussurrei muito baixo. — Um... dois... três!

Abri a porta empurrando-a com força e levantando a minha faca, e ouvindo um grito AHHH de um garoto de no máximo 12 anos, que estava dentro da pequena sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!