Os Sobreviventes escrita por Bruno Almeida
Ficamos ali. Trancados em uma pequena sala só esperando. O que? Não se sabe! A morte talvez? Que tudo passe? A verdade é que eu não acreditava naquilo. E meus pais? Estariam mortos agora? Provavelmente! Meu pai que se foda, mas e minha mãe? Dentre todas as pessoas que eu mais amo está a minha mãe. E entre as que eu odeio: meu pai. Um usuário de drogas que agredia minha mãe sempre que podia! Fiquei ali parado olhando para o chão, até que algo me tirou dos pensamentos.
— Temos que sair daqui — falou Carol McGreavy.
— Você está louca? — perguntou Samantha. — Se sairmos não passaremos nem para o segundo andar!
— E o que você pretende que fiquemos aqui até morrermos de fome? — devolveu Carol McGreavy.
O som dos zumbis do lado de fora tinha diminuído. O que era um bom sinal.
— Carol tem razão. — falei. — Se continuarmos aqui com certeza morreremos de fome e sede! E, eu não pretendo morrer assim...
— Então o que você sugere? — perguntou Samantha — Que agente saia de mãos dadas cantando a musiquinha do natal. Se toca...
Olhei para o Denny — o cara mais engraçado que eu já conhecera em minha vida —, parecia perplexo, presos em seus próprios pensamentos.
— Denny? — Ele me olhou — O que você sugere?
— Não sei... digo... Temos que sair!
Samantha o olhou incrédulo.
— Seu filho da puta. — ela apontou firme entre os olhos dele. — Vai apoiar essa puta e esse veado de merda?
— Amor! — começou ele, colocando suas mãos em torno do rosto de Samantha. — Você sabe que é isso que temos que fazer, não sabe?
Samantha tirou as mãos dele do rosto dela e fitou o chão. Lágrimas desciam de seu rosto.
— Desculpe-me Matt, por ter te chamado de veado. — disse ela soluçando. — Tudo bem, tudo bem... é que eu... morro de medo de ser devorada por aquelas coisas lá fora!
— Tudo bem — falei — Vamos ficar bem!
Debatemos um pouco sobre o que deveríamos fazer. Depois de uns 20 minutos de conversa decidimos então o que fazer. Olhei para a tela do meu celular 01:03 da manhã.
— Ok! — falei. — Vamos lá!
Abri a porta somente o suficiente para poder olhar. Sem sons, sem nada no corredor. Fechei a porta vagarosamente para não fazer barulho. Peguei um cado de vassoura de pisei com força na ponta. Ouve-se um CREC! E a madeira de rachou ficando com a ponta meio afiada. Os outros fizeram o mesmo e em mais ou menos dois minutos estávamos prontos.
— É agora! — disse.
Abri a porta vagarosamente e pus a cabeça para fora do cômodo. Vazio. Sai pisando levemente pelo corredor. Os outros me seguiram atentos à qualquer barulho. Continuamos andando até perto da sala do diretor Billy. Olhei para o corpo caído no chão. Agora estava pior do que antes. A cara completamente desfigurada sem o nariz. A roupa completamente rasgada. A barriga somente um oco com tripas para fora. Debrucei-me e vomitei novamente. Os outros fizeram o mesmo.
— Continuem andando — sussurrou Denny.
Isso foi fácil. Continuamos andando até tudo escurecer novamente. A porra da energia caiu. Peguei meu celular e liguei a lanterna. Continuamos andando pelo corredor do colégio sujo de sangue as paredes com marcas de mãos ensanguentadas. Continuamos andando até percebermos que a menos de 5 metros um corpo caminhava lentamente. Dei um passo para trás e levantei o cabo da vassoura. O morto-vivo notou a luz e começou a andar quase correndo. Fiz a única coisa que me veio à mente. Enfiei a ponta do cabo de vassoura dentro do olho do morto-vivo que simplesmente caiu no chão tremendo. AAAHHH. Soltaram um grito esganiçado. Olhei para o rosto da criatura no chão. O professor de Filosofia, Jonathan. Meu coração deu um pulo. Minhas mãos tremiam. Eu tinha que continuar.
— Vamos continuar — disse eu soluçando de nervosismo.
Peguei a vassoura e virei a cabeça para o lado quando eu puxei o seu cabo.
Continuamos descendo. Achamos no mínimo uns 3 zumbis. Porém, conseguimos continuar descendo. O segundo andar estava vazio. Chegamos ao primeiro e uma ideia me ocorreu. A cozinha. Precisávamos de facas.
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