Os Sobreviventes escrita por Bruno Almeida


Capítulo 1
O Início




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Todos estamos trancados dentro do colégio desde que entramos pela manhã. A polícia simplesmente entrou e falou que estavam tentando "conter" a situação. Mas a verdade é que não sabemos de nada que está acontecendo do lado de fora. O celular está sem rede e o notebook não conecta à internet! Estamos todos bastante assustados. Já são 20:00 horas e estamos escutando tiros desde às 9:00 da manhã.

— Alunos e professores — começa falar o diretor chamando nossa atenção para a frente do pátio onde ele acaba de chegar — A polícia continua pedindo para que agente espere aqui dentro até que a situação se acalme. — Todo mundo começa a protestar e a xingar o diretor, inclusive eu. — Acalmem-se! Acalmem-se!

Como ele poderia simplesmente nos deixar ali sem informações? Trancados? Coloquei meu pé sobre a cadeira e subi na mesa. Comecei a a gritar mais alto do que todos os outros.

— Mas que droga vocês pensam que estão fazendo? Estamos na droga dessa escola desde de manhã. — Agora eu tinha a atenção de todos. — E vocês simplesmente não nos dizem nada! Estamos com a cabeça doendo de ouvir tantos tiros. Queremos respostas, e se você não nos der elas, nós invadiremos a droga da sua sala e veremos pela televisão.

Gritos e mais gritos de apoio se seguiram quando eu me calei. Continuei em cima da mesa encarando o olhar do diretor Billy. Ele baixou os olhos como se fosse contar tudo, e isso simplesmente fez com que todos se calassem.

— Se vocês vissem como está lá fora iriam querer passar o resto de suas miseráveis vidas aqui dentro. — disse ele num tom soturno. — Eu... não... Acontece que... Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo! Mas o lado de fora está como nos filmes de terror... Os mortos voltaram a vida e o julgamento final começou! — Pela forma como ele falou aquilo parecia realmente que os mortos tinham voltado, e que droga é essa de "o julgamento final começou"? Todo mundo sabe que o diretor Billy é bastante religioso, coisa e tal, mas isso era demais até pra ele.

Ele voltou para sua sala e ninguém fez um movimento sequer. Só ficamos parados olhando ele voltar para sua sala sem olhar ninguém. Ele entra e fecha a porta. Não se passa nem um minuto e escutamos o som inconfundível de um tiro ecoando lá de dentro. É nesse momento que começa realmente uma desgraça do colégio. Todos começam a gritar e a correr sem direção, tentando se trancar na sala. Alguns professores se entreolham e correm para a sala do diretor. Tentam abri-la mais ela está fechada. Eu continuo em cima da mesa. Os professores começam a chutar a porta até que ela se abre.

Os professores entram e eu fico somente observando até que uma mão toca na minha. Olho pra baixo e vejo Samantha. A namorada de meu melhor amigo.

— Desça Matt — fala ela — Precisamos procurar o Denny! — Denny é o meu melhor amigo.

Desci da mesa e começamos a procurar o Denny em meio aquela multidão de pessoas. Depois de uns quinze minutos de procura o encontramos no segundo andar.

— Denny! — Gritei e ele olhou para trás. — Vamos até o terceiro andar ver o que aconteceu com o diretor Billy.

Subimos correndo as escadas que dava acesso ao terceiro andar. Chegamos perto da sala do diretor. O andar estava praticamente vazio, somente alguns poucos alunos curiosos e alguns professores. Cheguei perto da porta, mas o professor de Filosofia, Jonathan, me impediu de passar.

— Você não pode entrar! A coisa aqui dentro tá feia.

— O que aconteceu?

— Ele atirou na própria cabeça.

— Podemos sair do colégio? — perguntei.

— Acho que você não entendeu! — começou Jonathan — Mas acontece que lá fora está muito pior do que aqui dentro.

Ótimo!, mas uma resposta sem conteúdo! Empurrei o professor e entrei na sala olhei para o corpo sem vida do diretor caído no chão. Dobrei-me e comecei a vomitar. Sua cabeça estava com um furo na testa e seus olhos eram órbitas negras. Desviei o olhar e comecei a olhar para a televisão. E a verdade é que a situação do lado de dentro não se comparava a um terço do que estava acontecendo lá fora. Talvez fossem realmente " o juízo final."


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