Boneca De Vidro escrita por Lady


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Yo '-'
faz tempo que nao faço nada de gc.
mas ontem me veio essa ideia do nada =o
e dedico essa one pra minha maninha Lizz o/ q ama tanto a ruivinha =w=
espero q gostem
boa leitura



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Boneca de Vidro.

“Não devemos julgar a vida dos outros, por que cada um de nós sabe sua própria dor e renuncia. Uma coisa é você achar que esta no caminho certo, outra é achar que seu caminho é único.” – Paulo Coelho.

Ergueu o olhar para o horizonte. Por mais um dia via o nascer do sol.

Respirou fundo sentindo os músculos pesarem e doerem. Era notável o cansaço que a ruiva estava sentindo.

Sono? A muito não sentia o prazer de tal privilegio.

Mas por que tudo isso, é o que deve estar se perguntando. Não estava havendo guerra nenhuma em Ernas. Não havia nada de tão preocupante acontecendo nos continentes... na verdade... há tempos o mundo encontrara sua tão sonhada paz.

Todos estavam felizes... desde os guerreiros da caçada aos cidadões de Canabam e Serdim. Mas entre todos... apenas um guerreiro – ou guerreira - não via felicidade em nada daquilo.

Dia após dia tudo o que ela via – e sentia – era a falta da presença das pessoas mais importantes para si.

Dois haviam morrido... e o ultimo... o rapaz por quem a ruiva viu-se apaixonada... bom, ele havia encontrado seu motivo para viver e lutar.

Levou uma das mãos a face, a fim de afastar a franja avermelhada dos olhos opacos.

Há muito tempo Elesis não possuía mais motivo para nada... nem para lutar... nem para sorrir... ou se quer para viver.

Tudo o que viam sobre ela era uma guerreira forte e destemida, uma líder nata. Dona de um temperamento explosivo.

Admiravam-na pela bravura e por ainda manter-se erguida diante de tudo o que perdera. Diante da vida difícil que teve.

Mas tudo isso, não passava de uma mascara.

A verdadeira Elesis Sieghart estava amedrontada... estava chorando sozinha... pedia ajuda... implorava para que não fosse deixada só.

E ninguém notava.

Devagar a ruiva pôs-se de pé. E logo recomeçou seus passos em direção ao Quartel General da Grande Caçada.

Parou assim que se viu frente ao próprio aposento. Não parara nem mesmo para cumprimentar soldados, ou a própria comandante.

Ignorara os chamados com companheiros que buscavam saber onde Elesis havia andado durante a semana que ficara sumida.

Seu rumo era apenas um. Afinal, já havia tomado uma decisão. Sobre tudo... sobre todos.

Adentrando no próprio quarto, esta rumou para seu guarda roupa. Do mesmo retirou as únicas coisas que realmente lhe pertenciam em todo aquele lugar.

A lâmina da espada de Esclud – única coisa que a ruiva conseguira salvar de seu falecido pai – reluziu a luz fraca do aposento. Logo a arma fora reposta em sua bainha e depositada sobre a cama de Elesis.

Sem pensar suas vezes a garota pôs-se a retirar a armadura que vestia, mantendo em seu corpo apenas uma camiseta de alça - que deixava parte da barriga à mostra -, uma calça negra, um par de luvas sem dedos e seus sapatos – estes não possuindo mais o revestimento blindado.

Prendeu a bainha da espada ao cinto de couro que residia em sua cintura e logo virou-se rumando para fora do seu, agora, ex-quarto. Mas claro que antes de sair tomara em mãos a única foto que possuía de todo o seu grupo. Foto que fora tirada recentemente tendo nesta todos os dezessete membros que faziam parte da caçada.

Seus passos eram pesados, chamando a atenção de todos que passava por si. Sua face era seria faziam todos afastarem-se de si, exceto por aqueles que já a conheciam.

Seguiu pelo corredor tendo em seu encalço os membros da caçada. Eles pouco importavam para ela naquele momento.

Parou frente à sala da comandante, adentrando na mesma pouco se importando se aquilo agradaria, ou não, sua superiora.

- Elesis? – indagou a loira de testa franzida.

- Lothos – proclamou a ruiva adentrando no aposento tendo os companheiros ainda trás de si.

- Onde esteve durante todo esse tempo? – voltou a indagar a comandante. – E por que esta vestida assim?

- Por que eu estou fora. – respondeu-a de forma vazia. – Chega de batalhas para mim. Chega de ter amigos falsos. Chega de receber ordens de pessoas que só almejam guerras. – Anunciou-a fazendo com que todos arregalassem os olhos. – E chega de Grande Caçada para mim! – informou por fim jogando os últimos pedaços do retrato que fora picado.

- Você não pode fazer isso – a voz da loira soou autoritária enquanto esta colocava-se de pé. – É a líder do grupo principal. Não pode abandonar a todos por causa de insegurança!

- Insegurança? – indagou-a irritadiça. – Eu não possuo nenhuma insegurança. – rebateu-a. – Não possuo nada! Nem ambições, nem angustias, nem amigos, nem destino. Não possuo se quer alguém por quem lutar!

- Lute para manter os civis bem,vivos! – gritou Lothos.

- Por que eu faria isso? – indagou a ruiva calmamente. – Você sabe que meu objetivo nunca foi evitar guerras ou lutar pela paz. – e assim apontou o dedo para a espadachim a sua frente. – Você sabia muito bem de meus objetivos quando entrei para a grande caçada. Durante todo esse tempo eu lutei em busca de achar meu pai, mas como já deve saber ele está morto. Morreu pelo bem de seu reino. E agora... alguém se lembra dele? O reconhece? Não!

A loira engoliu em seco. Tudo o que a ruiva estava dizendo era nada mais que a pura verdade.

- E eu estou farta de tudo isso. – informou a ruiva. – Para mim chega de lutar por quem deveria ao menos saber se proteger.

- Você não pode fazer isso Elesis. – dessa vez fora a voz do moreno atrás de si. – Não como uma Sieghart.

- Ora, cale-se. – mandou-a. – Você passou seiscentos anos escondido sabe-se lá deus onde. Nem mesmo para ajudar seu reino na luta contra Serdim você teve coragem, então não me venha com essa de que sendo uma Sieghart eu posso ou não fazer o que quero.

Logo viu-se o moreno recuar um passo quando a ruiva desembainhara sua própria espada.

- Mas se é assim. Se eu estou abandonando o titulo de Sieghart. – proclamou juntando um punhado de cabelo em mãos e passando a lamina da arma nos fios deixando sua cabeleira ruiva na altura do queixo. – Renuncio o nome Sieghart. Renuncio a Ordem dos cavaleiros. Renuncio a Grande Caçada. Renuncio...

- Pare! – mandou o moreno. – Será declarada traidora e inimiga do reino se continuar! – e o desespero já consumia cada um dos ali presentes.

Por que ela estava fazendo aquilo? Era o que todos... inclusive o ninja, se perguntava.

Mas o que o albino não sabia... era que ele era um dos motivos para a escolha da ruiva.

Assustado o rapaz apenas ouviu as próximas palavras serem proferidas, enquanto em seus braços a maga via-se aos prantos perante as escolhas daquele que considerava uma melhor amiga.

- Eu renuncio meu status como Canabanense – gritou por fim jogando os fios avermelhados para frente e logo puxando o brasão da Caçada que estava preso ao canto de sua camiseta. – Se eu for declarada traidora. Que seja! – e assim queimou a peça de pano em sua mão frente há uma Lothos abismada.

- Não seja burra Elesis – agora era o ninja. Talvez a ruiva ouvisse ao melhor amigo... mas o que não sabiam... era que qualquer palavra vinda deste apenas a faziam manter aquela idéia fixa em sua mente. – Vai acabar morrendo desse jeito.

Rodando sobre os calcanhares a espadachim – e ex-Sieghart – virou-se para encara-lo uma ultima vez.

- Já era esperado que não entendesse meus motivos para isso – resmungou-a. sua voz sombria ecoando pelo cômodo. – Você era meu melhor amigo Lass. Mas vejo que tudo o que eu havia te dito... fora esquecido, não é mesmo? – e assim a ruiva re-embainhou a arma. – Falsos. Todos falsos! – resmungou-a mais para si do que para aqueles que estavam presentes. – É isso que eu ganho por me apaixonar. – e novamente outro resmungo.

E assim os passos reiniciaram-se.

Cruzou com todos aqueles que um ela considerou amigos. Olhares assustados eram direcionados a si. Assustados, incrédulos, temerosos e surpresos.

Mas a face da ruiva mantinha-se a mesma. Limpa e imparcial. Fria... como um dia fora a do albino. Mas ela o retirara das sombras. Agora quem precisava ser resgatada era ela.

Mas será que havia quem se candidatasse a isso?

E quando pôs os pés no corredor, seus olhos scarlets depararam-se com uma figura peculiar.

Cabelos albinos e olhos de sangue. O mesmo mantinha uma expressão neutra apesar de olhá-la curioso.

E fora nesse único olhar que ele vira. A dor. A angustia. O sofrimento. Ele viu um coração de vidro que rachava-se mais e mais a cada dia.

Diante de tudo isso apenas uma lagrima solitária escorria por aquela face imaculada da jovem.

A única e a ultima lágrima. Afinal... bonecas não choram.

Ainda mais, bonecas de vidro.

~Fim~


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Notas finais do capítulo

comentem plix
bjoss



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