Era um dia de verão; Quente, daqueles que a vontade era ficar tomando sorvete ou simplesmente tomar uma bom banho gelado. Mas Sakura não dava a mínima. Ela olhava para aquele bebê, dormindo serenamente no berço enfeitado e cheio de brinquedinhos. Era como seu pai; cabelo preto, pele branca, olhos ônix. Ele não se parecia nada com sua mãe, mas era a cópia prefeita de Sasuke.

"Como pode parecer tanto com seu pai?" — Se perguntou em pensamento e, mesmo sem querer, acaba deixando uma lágrima escapar de seus olhos. Estava triste, a dor ainda a queimava de uma forma que não saberia explicar, se alguém lhe perguntasse. E ela tinha certeza que ainda doeria por muitas e muitas noites mais.

"Por que me deixou assim?! Será que consiguirei criá-lo sem você ao meu lado?" — Pensou.

A esse ponto, já não consiguia se conter e as lágrimas tomavam o belo rosto da mulher de cabelos extremamente róseos.

Era uma noite de fria de inverno na capital Tokyo. Sasuke e Sakura voltavam de um restaurante depois da comemoração de um ano de namoro e pela notícia que o moreno recebera da Rosada, de que a mesma estava grávida de um filho seu.

Andavam pela rua abraçados, já era mais de 23:30, e faltava poucas quadras para chegarem ao apartamento do casal.

Como a brisa estava fria, Sasuke tira sua jaqueta e dá a Sakura, para que vestisse. E assim, ela o fez. Ele volta a abraçá-la e andam mais um pouco felizes por estarem juntos e pela chegada de um novo ser na vida deles. Quando o bebê nascesse, eles tinham o plano de se casarem.

A rua estava escura, deserta, ninguém passava por lá naquele momento.

Poucos metros à frente, uma pessoa aparece do nada, estava com o rosto coberto, e imediatamente tira uma arma do bolso do seu casaco. Sem dizer uma palavra, começa a atirar, na direção de Sakura, e para proteger a vida de sua namorada e filho, Sasuke atira-se na frente dela, abraçando-a e ficando de costas para o bandido. E assim, leva três tiros certeiros, um próximo ao seu coração, outro na altura dos ombros e o terceiro foi direto na costela.

Quando percebeu que errou o suposto "alvo", o atirador sai correndo e desaparece naquela escuridão, deixando-os ali.

Sasuke estava todo ensanguentado, e a blusa de Sakura também, pois a mesma estava agarrada com seu namorado chorando.

— Sakura, você está bem? — Disse o moreno, enquanto tossia sangue que teimava em sair de sua garganta e passar entre os lábios, descendo até o queixo.

— Sim, mas, você está.... Ferido... — Suas lágrimas caiam por entre a face — Espere Sasuke, eu vou ligar para o hospital, calma, eles já vão chegar!

— Não, Sakura! É inútil. — O mesmo a largou, caindo no chão de bruços. Logo se vira com dificuldade de barriga pra cima, abrindo lentamente os olhos, tentado suportar aquela dor que o atingia no coração.

— Sakura, eu quero que cuide do nosso filho... — Tosse sangue outra vez e a mulher se desespera.

— Não fale assim Sasuke! Nós vamos criá-lo juntos! — Suas tentativas de segurar o choro são em vão, poisvendo a dor de seu amado à sua frente, as lágrimas caem descontroladamente. Era horrível ver ele assim, sofrendo e sem poder fazer nada!

— Não. Pra mim já acabou! Me prometa, que voce será feliz com nosso filho!

— Sasuke eu te amo! Não quero te perder agora, no momento que eu mais preciso, por favor... Não me deixe! Por favor...

Vendo que sua vida estava preste ao chegar ao fim, o moreno de olhos ônix ainda reúne forças para dizer.

— Sakura, eu também te amo... Mais que minha propria vida... E não quero ver você sofrendo por mim desse jeito... Enxugue essas lágrimas e aguente firme. Se precisar de ajuda chame o dobe! Eu sei que ele não iria negar nada a você...

— Sasuke, pare de falar essas coisas, você ainda vai viver muito pela frente... E vai ver nosso filho nascer e crescer saudável...

— Eu queria pensar dessa maneira, mas... — Vendo que seus últimos suspiros se aproximavam, ele acomoda-se com a cabeça em seu colo. A sensação do calor dela passando para seu corpo era reconfortante e nesse momento teve vontade de chorar, mas não o fez.

— Me prometa... Que você será feliz...

Relutante, Sakura responde entre soluços.

— Sim, eu prometo!

— Lembre-se de que não importa aonde estiver, sempre te amarei, e estarei ao seu lado te dando apoio. —Nesse momento os olhos de Sasuke vão se fechando lentamente — Eu... Te amo!

— Não me deixe! Não me deixe! — Ela sussurrou em meio a angústia e ofegos. Não suportava ver o homem que amava desde o primário, partindo. Era demais pra ela.

– Sempre estarei do seu la...– E o jovem Uchiha nunca conseguira terminar essa frase. Os olhos ônix foram fechando, sem brilho e vida, para nunca mais abrí-los e de súbito seu coração para de bater... Para sempre!

Vendo seu filho no berço, Sakura desperta de seus devaneios e de imediato, uma dor muito forte invade seucoração . Se lembrando de momentos bons que passara ao lado do seu namorado e pai de seu filho.

Ela pega o pequeno ser que dormia, acomodando–o entre seus baços e logo escuta uma voz sussurando atras de si.

"Sakura..." — Se vira de repente, e encontra a figura de Sasuke — "Você conseguirá sim, cuidar dele! E não se esqueça que estarei com você, sempre!" — E desaparece deixando marejado aquelas lindas orbes esmeraldas.

— Não esquecerei, meu amor! Descanse em paz!

Poucas semanas depois do crime, prenderam a pessoa que atirou supostamente em Sakura, mas acabou acertando em Sasuke. Era Karin, a principal rival da rosada que tentava de todas as formas acabar com o namoro deles! No fim, ela acabou num sanatório. Amara – mesmo que doentiamente – Sasuke, que não suportara e cabara enlouquecendo.