Edo-love escrita por Nyanmaru


Capítulo 1
Deai no Chikara


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o primeiro capítulo, espero que gostem.
Obs.:Deai no Chikara significa "O poder do encontro".



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-Master... você trouxe mais uma criança problemática? Isso aqui está deixando de ser uma guilda e virando um orfanato.

- Deixe de me importunar, pelo o que sei ainda sou mestre. E também olhe bem nos olhos dela... não há brilho muito menos vida neles. Como poderia ignorar isso? – seus olhos escuros olharam para a pequena figura ao seu lado que vestia uma capa castanha remendada que cobria todo seu corpo. Ele sorriu com compaixão e também com certa tristeza, nada podia fazer pela pequenina que tinha seus olhos transbordando em ódio e com o corpo sedento por sangue.

Um sorriso saiu de seus lábios ao lembrar-se disso. Quantos anos fazia desde esse dia? O dia que mudou toda a história da guilda, com a simples aparição daquela pequena criatura que estava mais morta do que viva. Acreditava que faria 7 anos aproximadamente. O tempo voava, passou tão rápido que nem percebera, porem estava num estado frustração. Fazia 7 anos que o procurava, mas nada encontrou, nem sequer um vestígio seu. Seu corpo estremecia somente ao pensar em sua vingança, no simples pensamento de ver o sangue esvaindo do corpo daquele tirano.

Um vento violento sacolejou o capuz que cobria sua cabeça e bagunçou levemente o cabelo que estava dentro dele, juntamente com a capa que cobria seu corpo. Espirrou de forma suave e discreta. A areia entrava em seus olhos, fazendo os mesmos se fecharem para não serem feridos. Uma tempestade vinha em sua direção. Droga! Não via uma nuvem de areia tão grande fazia muito tempo e tão rapidamente, essa com certeza seria uma que iria arrastar-lhe junto. Ao prosseguir conseguia ouvir um som crescente vindo em sua direção. Aquela tempestade com certeza ia ser forte, pena que não havia trazido consigo a magia certa para andar pelo deserto. Finalmente quando estava voltando para sua guilda isso tinha que acontecer? Provavelmente isso iria atrasar tudo. O vento começou a ser mais cortante, ferindo-lhe a face, fazendo com que se cobrisse a fim de se proteger. Com um baque surdo sentiu algo atingindo-lhe e lhe lançando a metros de distancia.

Tentava se levantar, mas não conseguira recuperar a consciência plenamente, o choque foi muito grande, por isso a tentativa foi falha. Que raios de tempestade era aquela?! Tentava levantar-se, mas ainda estava fraquejando, não tinha firmeza. Ouviu uma voz gritando ao longe, mas todo som parecia um zunido para si. Uma forte mão puxou-lhe para cima com firmeza, fazendo com que se inclinasse em sua direção. Surgiu a sua frente um estranho rosto, olhava para si com os olhos preocupados e a expressão aflita. A esse ponto sua visão começou a clarear, podendo dessa forma ver melhor quem lhe socorria. Os olhos puxados, cinzas e inquisitivos olhavam com atenção a pessoa que estava a sua frente. Os cabelos róseos dançavam conforme a suave melodia do vento que agora se acalmara. O sol no alto do céu brilhava fazendo seus cabelos refletirem sua luz. Era uma pessoa muito bonita, concluiu. A voz que lhe chamava era suave, mas com um tom de certa forma assustado, porem isso acalmou lhe. Com um pouco mais de firmeza e segurança sentou-se, desvencilhando-se assim dos braços que envolviam-lhe para poder dar apoio. A voz suavizou e a expressão se tornou branda e aliviada.

- V-você está bem? Eu te machuquei? – perguntou olhando para suas roupas e seu corpo verificando se não havia nenhum machucado serio ou fratura.

- Hm...? Ah... sim, acredito que sim. Me desculpe pelo incomodo – foi se levantando e batendo na roupa para tirar a areia que havia nela.

- Eh? Mas porque esta se desculpando? Fui eu quem atropelou você...  – disse confuso

- Está tudo bem, agora se me der licença eu gostaria de continuar seguindo meu caminho. – fez uma breve reverencia e começou a caminhar em direção ao oeste.

- Não, espere! Eu te dou uma carona! Afinal foi minha culpa tudo isso ter acontecido. É que também com a nuvem de areia era difícil ver se vinha alguém em minha direção.

- Ah sim, é claro. Eu tomo responsabilidade pelo que aconteceu.

- Eu te dou uma carona. Sobe aí. – disse já entrando no veículo que se assemelhava muito a um barco, com detalhes em madeira, estando a lataria pintada de um vermelho escarlate. Não recebera nenhuma resposta, porem foi seguido e logo já estava acompanhado dentro de seu amado carro.

- Arigatou... – respondeu timidamente pelo gesto gentil

- De nada! – ele virou em sua direção e lhe dirigiu um sorriso amável e radiante. Seu coração se apertou em seu peito. Um calor invadiu seu corpo, por fim acabou corando e desviou seu olhar para a janela, observando a paisagem que se mais parecia um borrão devido à velocidade do carro.

- Para onde você estava indo com tanta pressa? – perguntou com a voz baixa. A pergunta pegou-o de surpresa. Desviou o olhar para o lado, os olhos se entristeceram de certa forma, porem logo olhou para frente de cabeça erguida e sorriu.

- Eu fugi. Estava fugindo de casa, por isso que estava correndo tanto. Provavelmente estão me procurando, então se não for rápido serei pego. Peço desculpas por não ter te visto, mas realmente não podia correr o risco de ser pego – seu semblante caiu e sua costa arcou – Não quero voltar para aquele inferno.  Mas e você, porque estava andando sozinha no deserto?

- Estava voltando de uma missão.

- Que tipo de missão era?

- Estou à procura de um homem e justamente na cidade da missão que eu peguei ouvi rumores sobre certa pessoa que correspondia a todas as características dele – respondeu friamente

- Somos meio que opostos. – disse pensativo - Enquanto eu sou procurado pelas pessoas, é você quem está à procura de alguém – concluiu suavemente.

- Mas temos uma coisa em comum.

- Hm? E o que seria? – perguntou curioso com a afirmação

- Há muitos anos ando fugindo de um inferno. – disse com a voz baixa, quase como se fosse doloroso ter que falar aquilo, ou até mesmo pensar sobre o assunto.

- Entendo. Aonde eu viro agora? – tinham acabado de chegar à cidade de Sycca. A forma arredondada das casas e pessoas era engraçada, isso fez o rapaz sorrir discretamente, estava encantado com a estranha e excêntrica cidade.  As pessoas começavam a invadir a rua, fazendo com que a passagem do carro fosse mais complicada devido ao cuidado a ser tomado para que não houvesse mais acidentes como o de mais cedo.

- Vire a direita, depois pode seguir em frente até a saída da cidade pelo sul. – disse apontando para onde deveria ir. O rapaz não havia perguntado para onde estavam indo, nem se importavam, afinal Edolas não era tão grande assim, sem contar que com seu potente carro estaria em qualquer lugar dentro de pouco tempo, e de qualquer forma, desde que fosse para bem longe estaria feliz, não importando aonde fosse.

Eles continuaram seguindo o caminho em silencio. Acabaram adentrando numa densa floresta. A paisagem era soberba. Árvores altas com vastas copas que cobriam o céu azul tornando-o assim de um verde vivo e brilhante. Estranhas criaturas cobriam o chão e sobrevoavam o céu. Aves com dentes, sapos pintados, formigas voadoras, esquilos com duas caldas de cores diferentes, gazelas roxas, azuis, vermelhas, amarelas, laranjas, verdes, de todas as cores. Aquela visão fora extremamente diferente para ele. Nunca havia visto algo igual, um show de cores, uma sinfonia de sons, o simples equilíbrio e harmonia da natureza intocada pelo homem. Estava maravilhado com o que via, uma cena tão exótica e tão inovadora que quase o fez chorar por nunca ter saído de seu limitado e pequeno mundo, passou sua vida toda igual a um pássaro engaiolado, privado de voar e desfrutar sua liberdade. Seus olhos lampejavam um brilho de fascínio e interesse, mal percebera que estava sendo observado pela pessoa ao seu lado. Era observado com curiosidade, pelo que ele havia dito sua vida era um inferno, por isso fugira, então como conseguia fazer uma expressão como aquela? Seria que ele poderia ser diferente? Eles dois não eram iguais, as coisas poderiam ser diferentes se ele estivesse ao seu lado, ele poderia, talvez, mostrar-lhe o mundo com seus olhos, com aquele brilho de vida, alegria, algo que não via há muito tempo. Quem sabe ele poderia ser seu salvador, e da mesma forma o favor seria retribuído, talvez ele também pudesse ser salvo.

- Até onde você pretende ir? – perguntou vendo que a floresta parecia não ter fim e também que o sol começava a se esconder.

- Só vire a direita ali. – assim ele fez – Chegamos – anunciou já descendo do carro.

- Eh? Mas não tem nada aqui – procurava ver alguma casa ou coisa semelhante, mas nada encontrou.

- Espere e verá. – uma chave que foi inserida em uma fechadura imperceptível e minúscula em uma arvore próxima ao carro, juntamente foi pronunciada uma palavra, ao que parecia era um código que foi dito de forma quase inaudível, uma luz brilhou a frente do carro, o vento agitou as arvores, porem ao contrario do que é habitual nenhum animal fugiu devido ao barulho e agitação. A frente deles surgiu um arvore deformada. Tinha dois galhos gigantes que se dobravam um de encontro ao outro, pendurado neles uma bandeira que mostrava um estranho e desconhecido símbolo, pelo menos para ele, surgiu. Uma grande porta brilhou logo abaixo dos galhos.

- O-o-o que é isso?! – berrou o rapaz assustado com a aparição repentina

- Aqui é a minha casa.

- S-sua casa? – perguntou se recuperando do choque

- Sim. Agradeço por ter me trazido até aqui. – disse por fim, porem não foi a adiante, não entrou pela porta.

- Ah sim, claro, peço desculpas de novo pelo inconveniente. – dirigiu-lhe um sorriso fraco.

- Viu, para onde você vai agora? Afinal, você não está fugindo, você tem um lugar para voltar? – perguntou pegando o menino de surpresa e fazendo o mesmo cair em si. Não havia pensado sobre isso.

- E-eu não sei – respondeu cabisbaixa, sem esperança. Sua porta foi aberta e então olhou para aquele rosto que o chamava para fora sem precisar ser pronunciada uma palavra. Suas defesas caíram, saiu de sua grande armadura, a única que conseguira proteger até ali.

- Há muito tempo eu também fugi de um inferno, não sabia para onde ia a partir dali, não tinha rumo, muito menos esperança, porem me salvaram, e me trouxeram aqui. – o rapaz voltou seu olhar para a estranha arvore – Aqui não é o melhor lugar do mundo, tem gente chata, todos brigam o tempo todo, uns tentam ser melhores do que os outros, os copos, pratos e bebidas estão sempre voando. Mas aqui todos gostam muito uns dos outros, se preocupam com seus amigos de verdade, e apesar de estarem sempre brigando, todos acabam sorrindo no final. Pode não ser a melhor Guilda que existe, mas eu te garanto, é a melhor família que alguém pode ter. – uma brisa fresca passou por eles, sacolejando o cabelo de ambos, fazendo sua presença ser quase tangível.

- E-e-eu... – ele queria muito ir, mas tinha medo. Sabe-se lá o que poderia acontecer com as pessoas de lá caso o encontrassem ali.

- Venha, venha para Fairy Tail comigo – foi dirigido a ele um sorriso carinhoso e aberto. Uma mão foi estendida para si. Finos dedos com as unhas alinhadas e bem cuidadas, a mão branca e delicada estava voltada para ele, o convidando, o chamando, o salvando. Então ele estendeu sua mão e deixou-a ser segurada com confiança e segurança, ele se deixou ser salvo por aquela pessoa desconhecida, da mesma forma que ela foi salva de maneira igual anos antes - Vou te apresentar para o pessoal e falar com o Master. – disse por fim desfazendo o aperto de mão e sorrindo em direção a ele.

- Alias, ainda não nos apresentamos, não é mesmo?

- Agora que eu penso é verdade.

- Eu sou Natsu. Natsu Dragion. – disse estendendo sua mão e olhando em seus olhos

- Eu sou Lucy. Lucy Ashley. – retribuiu estendendo a mão e dirigindo a ele um sorriso de forma magnifica.

Um sorriso desabrochou nos lábios dele, fazendo assim com que uma linda cena se desenrolasse naquele lugar. O vento ainda dava a graça de sua presença, o cabelo dos dois acompanhava o balançar do vento. O sol iluminava os olhos dos dois, fazendo com que os mesmos refletissem um brilho de vida e esperança. Ainda seguravam as mãos em forma de um cumprimento. Sorriam um para o outro, era como se aquele cenário tivesse sido planejado e meticulosamente elaborado, como se aquilo estivesse predestinado a acontecer, como se o destino tivesse conspirado em favor do encontro dos dois, um encontro que mudaria o rumo da historia, tanto de um, quanto do outro. Ambos foram salvos e salvaram um ao outro com aquele simples gesto carinho e aquele sorriso amável. E agora que seus caminhos se cruzaram é que suas vidas vão começar.


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Notas finais do capítulo

Bem... como ficou? Espero que não tenha ficado muito confuso e nem tenha ficado com muito erros gramaticais. Revisei mais de 5 vezes tentando ao maximo fazer ficar numa linguagem clara e correta.
Se ficou ruim comentem, se ficou bom comentem tambem, quero saber a opinião de vocês, porque é isso que dá forças para o autor continuar.
Kissus
~Nyan =3



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