Diário De Sophie: A Rosa Negra escrita por Victor Everdeen Jackson


Capítulo 5
V




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05 de fevereiro de 2013, manhã.

A pouca confiança que Sophie tinha quando entrou na escola desmoronou quando viu as caras raivosas de todos os alunos.

  Todos, inclusive Lindsay, usavam ataduras e band-aids em todas as partes visíveis do corpo. Sophie avançou, cautelosamente, esse sentou em uma cadeira vazia, Erick ao seu lado.

  – Você – sussurrou Lindsay – Sua aberração, como ousa aparecer aqui depois de tudo o que fez?

  Sophie respirou fundo e se virou para trás, não para retrucar, sim para pegar o caderno em sua mochila, pegou-o e se sentou direito na carteira, começou a escrever o que a professora escrevia na lousa.

  Lindsay e as amigas voltaram a sussurrar a respeito de Sophie, mas a garota as ignorou.

  – Sophie – sussurrou Erick – Não ligue para o que elas dizem você nunca ligou, não ligue agora.

  Ela afirmou com a cabeça e abaixou a cabeça, enterrando-a nos braços.

  Não acredito, logo no segundo dia de aula todos me odeiam isso não pode ser verdade, não pode.

  Sophie levantou a cabeça quando a professora bateu o livro na mesa dela.

  – Srta. Autterbluck, escola não é lugar para dormir – disse a professora.

  – Eu não estava dormindo professora, só descansando um pouco, não dormi bem essa noite – tentou se justificar Sophie.

  – Claro – sussurrou Lindsay, alto o suficiente para Sophie ouvir – Deve ter ficado até tarde praticando bruxaria.

  Chega! Gritou Sophie internamente, ela se virou e levantou-se, com uma força descomunal ela pegou a carteira de Lindsay com uma das mãos e derrubou-a no chão, Sophie pegou Lindsay pelo pescoço e a ergueu, andou até o fundo da sala e encostou o corpo da garota na parede.

  – Pare de falar assim de mim – gritou Sophie, Lindsay, que estava ficando roxa, colocou as duas mãos no braço de Sophie tentando tirar a mão dela de seu pescoço.

  – Você não entende o que passo, não sabe o que sinto – berrou ela.

  – Sophie! Sophie! – Erick a agarrara por trás e tentara puxar o braço dela do pescoço da outra garota – Pare. Se controle Sophie.

  Ela afrouxou o aperto suficiente para Lindsay empurrar ela para trás.

  – Louca, sua aberração – Lindsay gritou passando a mão no pescoço vermelho, suas amigas tentavam ajudar – Saia desse lugar, não volte aqui nunca mais.

  – Sr. Stoower, tire Sophie daqui – pediu a professora, finalmente se interpondo entre as duas garotas – Jytre, você está bem?

  – A senhora pergunta se ela está bem? – gritou Sophie – Ela começou isso.

  – Srta. Autterbluck, saia da sala agora!

  Cega de raiva, Sophie pegou sua mochila, deixando seu caderno e estojo em cima da mesa e saiu tempestuosamente da sala, Erick seguiu-a, vendo que ela tentava sair da escola.

  Jentk, o porteiro não queria a deixar sair.

  – Me deixa sair – gritou ela empurrando o pobre homem.

  – Erick – chamou Jentk quando viu o garoto – O que está acontecendo?

  – Nos deixe sair, por favor, Jentk – pediu Erick – Eu te explico depois.

  Ele abriu o portão e os dois saíram correndo.

  – Espere Sophie, aonde vai? – perguntou Erick ao perceber que a garota não ia para sua casa, ela ignorou-o e continuou a andar.

  As pessoas olhavam assustadas para os dois adolescentes que corriam para um lugar que Erick não sabia onde era, Sophie sim, lágrimas pingavam por onde ela passava.

  – Não vai me responder?

  Ela foi em direção a uma cerca que rodeava um campo bem cuidado, porém com várias árvores, Sophie correu mais rápido e pulou, apoiou um dos pés em uma tira de arame, colocou uma das mãos na tira em cima e pulou por cima da cerca, Erick parou assombrado, não conseguiria fazer o que ela fez, então passou por baixo, sujando as costas de seu uniforme.

  Sophie ainda corria, para o meio das árvores, ela entrou no meio das árvores e sumiu da vista de Erick, ele respirou fundo e seguiu a garota.

  Não dera três passos e ele se viu dentro de uma clareira que o deixou de boca aberta, grama verdinha, flores multicoloridas enfeitavam-na, uma árvore cheia de folhas que Erick não reconheceu estava no meio, em um de seus galhos um balanço de madeira pendia solitário.

  Sophie seguiu até lá, deixando sua mochila cair no chão enquanto andava, ela se sentou no balanço e fechou os olhos, Erick deixou sua mochila no chão também e se abaixou, deixando seu rosto na altura do de Sophie.

  – O que foi? – sussurrou ele no ouvido da garota.

  – Erick, você viu, me descontrolei de novo, agora eu não posso mais ir para aquela escola, não posso nem ficar nessa cidade – murmurou ela.

  – Você pode sim – disse ele indignado – Você não vai embora, eu não vou deixar, se você for eu vou junto.

  Sophie abriu um sorriso.

  – Agora me diga que lugar é esse? – perguntou Erick – Preciso vim mais vezes, é lindo.

  – Eu vinha aqui com minha mãe, não lembro direito, mas tenho uma foto – ela pegou sua mochila e tirou o diário de lá – Aqui.

  Sophie abriu na contracapa e mostrou a Erick a foto de uma garotinha com cabelos negros penteados e um sorriso no rosto, ela estava sentada no colo de uma mulher mais velha, com cabelos também negros que estavam presos em uma trança que caía sobre o ombro, essa mulher estava sentada no balanço.

  – Ela é bonita – comentou Erick.

  – Obrigada – ela estendeu a mão e Erick devolveu o diário, Sophie guardou-o na mochila e novamente fechou os olhos.

  – Então, como eu disse, não vou te deixar, você é minha melhor e única amiga – falou Erick colocando uma mecha do cabelo de Sophie atrás da orelha – Viu? Você não vai escapar de mim.

  Ele se postou atrás dela e empurrou o balanço, os pés da garotas rasparam o chão.

  – Erick... – Sophie começou, se segurando nas correntes do balanço, mas um barulho de folhas arrastando a interrompeu, os dois se viraram para trás, de onde o barulho tinha vindo.

  Uma sombra enorme se mexeu em cima das árvores, Erick ficou ao lado de Sophie e olhou para cima, novamente o barulho e a sombra se mexendo, com um sobressalto, Sophie percebeu que a coisa pulava de árvore em árvore.

  – Erick o que é isso? – perguntou Sophie ficando ao lado do amigo.

  – Não sei um bicho talvez? – sugeriu Erick.

  Outro barulho, dessa vez parecendo mais perto, como se o bicho (coisa, aberração, mutante, o que quer que fosse) estivesse descendo.

  – Estou com medo – sussurrou Sophie, em um gesto involuntário ela segurou a mão de Erick, que a apertou com força.

  – Calma, eu estou aqui – sussurrou ele de volta.

  Um galho se quebrou e a criatura pulou no chão, arreganhando os dentes (o que Sophie supôs ser os dentes) para os dois.


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