Dei a noticia a todos, que aceitaram bem...

–Então... Aonde vamos?- Perguntou Gabriel

–Ao meu quarto- respondi nervoso. Planejava passar a noite no meu quarto com toda a equipe e no dia seguinte partir para a missão.

Ao descermos da cama noto que Mari levou muito ao pé da letra quando eu disse pra ela dar uma decorada no meu quarto...

Ela colocou alguns pôsteres de bandas como Iron Maiden, Metallica, Guns N’ Roses. Havia uma escrivaninha de mogno encostada na parede ao lado do guarda roupas. Mariana grafitou em uma das paredes um grande “M” em vermelho.

Ela estava ao lado de minha guitarra, que não sei como ela conseguiu recuperar.

-Você é incrível!-exclamo

-Me esforço- ela brinca

Milena estava em um canto conversando com Rafa enquanto Gabriel estava comendo latas de Coca-Cola. Peguei minha guitarra e comecei a dedilhar suas cordas e a afina-la.

Comecei a lembrar de algumas cifras e escolhi uma, já me preparando para cantar...

Todos os dias quando acordo

Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo

Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder

Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!

Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos

Então me abraça forte
E diz mais uma vez...

Fui parado por um beijo...

-Isso foi lindo-disse Mari.

Olhei para Milena, ela estava atônita... Acho que esqueci de contar que estava ficando com uma garota...

–Então...-Rafa tenta fazer alguma coisa, antes que Milena me estrangule ou estrangule Mari- Alguém viu Bem 10 ontem?

-Eu!-Gabriel ergue o braço ao berrar em resposta- Eu vi...

Eles começam a conversar sobre os novos ETs do Ben e paro de prestar atenção.

-Mas, pra onde nós vamos amanhã?-Perguntou Milena quebrando o assunto de Ben 10.

-Pra Nevergreen!-Disparo

-Bom, então é bastante tempo de caminhada, é melhor irmos dormir-disse Gabriel

-Tem razão- Milena concorda.

Arrumamos as mochilas, eu coloquei 1 caderno, meu Ipod e um fone de ouvidos, 2 trocas de roupa, 1 cantil de água, prendi meu skate na parte da frente de minha mochila da Black Sheep.

-Matheus- Rafa começou- eu tenho uma coisa pra te dar...

-Não vem com viadagem, não Rafa!

-Há... Há... Há... –deu uma risada irônica- é um cinto de ferramentas mágico, que papai da pra todos os seus filhos com maior potencial.

O cinto era Marrom e tinha vários bolsos, todos aparentavam estar vazios.

-Obrigado Rafa... Você sabe como isso aqui funciona?

-Sim, pense no que você quer e bote a mão em um bolso aleatório, e se você pensar em mais de uma coisa ao mesmo tempo elas vão aparecer uma em cada bolso...

-Obrigado- Prendi o cinto e fui dormir, deitei-me em um dos colchões que estavam no chão, pois deixei a cama pra garotas...

Adormeci.

No outro dia acordei com meu celular despertando com The Clairvoyant do Iron Maiden.

-Gente, Acorda... – Digo preguiçoso.

-Ta, só mais cinco minutinhos mãe-ouço Rafa dizer no outro canto do quarto.

-Acordem logo seus palermas- Ouço uma voz feminina berrar- Andem, ainda temos que pegar carona com Argos para chegarmos até Black City.

Levantei-me, as duas garotas estavam em pé. Fui para o banheiro tomei um banho rápido, me troquei e fiz minhas higienes. Quando saí Gabriel e Rafa estavam com um hematoma com marcas de dedos em seus rostos.

-Oque aconteceu aqui?- Perguntei.

-Demoramos pra levantar- Rafa respondeu.

-Se foderam- brinco com eles.

Vou andando até minha mochila e a pego e confiro se esta tudo lá dentro... Ipod, Caderno, roupa, cantil... Tava tudo O.K.

–Cadê os caras?- pergunto pra Milena.

–O Rafa ta vendo a mochila e o Gabriel ta no banheiro que nem um viadinho!- Ela respondeu

–Vamos logo Gabriel... - Grito na porta do banheiro- Vamos Homem-Burro!

Ele não disse nada por eu ter o chamado de Homem-Burro, havia algo errado!

–Vou arrombar a porta se você não sair logo- Berro, agora já nervoso.

1... –comecei a contar mentalmente até 10- 2... 3... 4... 5... 6... 7... 8... 9... –Chutei a porta com toda a força, que caiu pra trás revelando um par de pernas de bode caído no chão.

–PUTA-QUE-PARIU –Gritei- O GABRIEL TA DESMAIDO E –hurg– CHEIO DE PUS!

Todos vieram correndo até o banheiro pra constatar que Gabriel estava nojento.

Eu e Rafa o pegamos pelos pés e o carregamos até a casa grande correndo, pois faltavam apenas 10 minutos pra Argos desistir de nos dar carona.

-Quiron!- Berrei em frente o seu rosto- Que porra é essa no Gabriel.

Ele limpa o rosto, retirando todos os respingos de minha saliva e depois de analisar um pouco responde com a maior calma do mundo todo:

-Varíola de Dragão, pode ser contraída de vários modos um deles é através de um veneno ingerido.

-Ta, mas a gente precisa ir para a missão, então vamos o resto da equipe e ele fica sendo tratado aqui. – Rebato a única solução coerente que vejo.

-Não!- Respondeu Quiron- Se vocês forem em apenas 4 pessoas, a profecia não se cumprirá e vocês não terão sucesso!

Olho pra fora e vejo um carinha qualquer passando em frente a varanda nesse exato momento. Pulei a grade da varanda e agarrei o garoto pelo braço.

O coitado era magro, baixo e usava cabelo em corte militar,

-Ele vai comigo- Berro em resposta a Quiron. O garoto me olhou com uma cara meio aterrorizada. Eu nem esperei a resposta de Quiron, corri com o garoto pendurado pelo braço até o chalé 9. Quando chegamos na porta empurrei o garoto para dentro e encostei a porta.

-Ir pra onde com você? – Ele perguntou ainda meio aterrorizado- quem é você?

-Qual seu nome? Você é filho de qual deus? Você vai comigo e no caminho eu te explico tudo, vamos arrumar sua mochila.

-Minha mochila ta no chalé de Hefest... – só então ele notou onde estávamos- Vou arrumar agora, pera aí!

Ele correu até um dos círculos e apertou o botão... uma cama com lençóis azuis e “Bazinga” espalhados por toda sua extensão. Desceu. Depois de uns cinco minutos ele subiu. Estava com uma jaqueta preta de aviador por cima de uma camiseta preta com os dizeres “The Big Bang Theory” em branco, Jeans camuflados em preto e cinza. Um cinto igual ao meu, coturnos pretos até a canela. Tinha uma espada de duas laminas nas costas, sua espada era bem parecida com a do Darth Maul do Star Wars.

-Vamos? – Perguntei.

-Vamos! – Respondeu. Ele pegou a mochila e a pôs nas costas, foi quando notei que nela tinha a cara de uma porca com inscrições abaixo dizendo: “Camoniana Rules” não me importei com o fato.

Corremos até a van que nos aguardava ao pé da colina com toda a equipe dentro:

-Corre Matheus- Berrou alguém lá dentro.

Chegamos até a van azul da empresa “Campos de Morango” eu estava meio ofegando por causa da corrida, olhei pro rosto cheio de olhos de Argos, ele tinha aquela expressão de quem queria me esganar, mas acho que ele não falou isso por que tinha olhos até na língua.

Entramos na van, expliquei toda a história ao garoto, que, descobri que se chamava Victor. Depois de toda a explicação comecei a ouvir musica no Ipod e depois de algumas horas, mudando de musica, chegamos a Black City.

Saímos da van e nos despedimos de Argos em frente a um museu.

-Pra onde agora?- Pergunto.

-Metrô?- Alguém sugere.

-Ta bom.

Pegamos o metrô e ficamos meia hora pra chegar ao outro lado da cidade, que era aonde começava a mata, entramos na densa floresta, e quando estávamos dentro de Nevergreen, MESMO, um machado de uma cabeça se cravou na arvore a minha frente.

-Eu sou o Garoto Vermelho e protejo esta floresta!- alguém disse cima de uma árvore.