Nunca jantei em um lugar tão incrível... O “pavilhão” como todos o chamavam era lindo. As mesas eram bem grandes, todos de mármore, com marcas em baixo relevo, as marcas eram símbolos de Deuses gregos. No pavilhão todo deveriam ter mais ou menos umas 200 pessoas, espalhadas em varias mesas diferentes. Simplesmente fui me sentando em uma mesa qualquer...

-Você é filho de qual deus?- perguntou a menina que estava sentada ao meu lado

-Hefesto... Por quê?- respondo

-É que esta é a mesa de Atena.

-Somos divididos para jantar com nossos irmãos? Que coisa chata...

-Nem me fale, eu queria jantar com meu namorado e não posso.

-Se me lembro bem, Quiron disse que teríamos atividades depois do jantar também, né?

-Sim... Hoje mesmo, temos canções em volta da fogueira.

-Obrigado, vou para minha mesa... –Ia me levantando quando me lembrei de uma coisa- Qual seu nome mesmo?

-Júlia, Júlia Charkani.

-Obrigado, Júlia, me chamo Matheus, Matheus Giovanni.

Enquanto ia para minha mesa, notei que vários campistas olhavam para mim, com expressões de desprezo, curiosidade, admiração e varias outras que não consegui identificar. Quando finalmente cheguei a minha mesa todos me deram boas vindas ao chalé de Hefesto.

-Obrigado, pessoal.

Todos nós sentamos e jantamos, comi com uma velocidade feroz. Estava morrendo de fome. Só então notei que nem meu prato nem meu copo ficavam vazios por mais de dez segundos, e sempre que meu copo era preenchido era com minha bebida preferida, que nunca havia revelado a ninguém, Suco de Jabuticaba, roxo como vinho, e delicioso como o que minha avó fazia.

-Como que os pratos nunca ficam vazios?- Perguntei a Rafa

-Mágica... - foi o que ele me respondeu- Simplesmente mágica.

Continuei a comer, sem dizer mais nem uma palavra, admirando a beleza de Mariana, na mesa de Apolo, mesmo olhando de longe, ela continua sendo linda. Houve outro sinal e todos se levantaram, eu os segui, todos iam ao anfiteatro. Assim que cheguei me sentei ao lado de Rafa. Quiron foi ao palco e começou a cantarolar musicas em grego antigo que, espantosamente, eu entendi.

-Agradecemos hoje, pelos nossos novos amigos, que conseguiram chegar ao acampamento sem nenhum problema- Quiron fez um sinal para que fossemos até ele- Matheus e Milena chegaram sem nenhum empecilho.

Assim que ele terminou a frase, dois escorpiões gigantes irromperam da terra e olharam para mim com uma cara nada agradável.