E esse foi o dia em que conheci Clove. Há 3 anos atrás, quando eu tinha 15 e ela 13. Uma jovem garota branca como Branca de Neve, mas também com um cabelo negro e liso, com o comprimento até o ombro. Simpática apenas comigo, fria com os outros. E como eu já sabia, uma máquina de matar. 

Clove é ótima com facas. Ela nunca erra seu alvo, e com o tempo tem melhorado cada vez mais, o que eu acho que é impossível, já que ela já é extraordinária. E é por isso que eu gostei dela, por ela ser extraordinária no que faz. Por ser sedutora e desafiadora quando quer, e também por ser hábil e ótima com as facas, essas habilidades, esse jeito dela fez com que ela chamasse minha atenção. Ela é diferente das outras meninas. Ela é melhor. Ela não tem inveja. Se orgulha do que faz. Não é social. Não é metida que nem muitas do meu Distrito. Não é esnobe e não tenta se mostrar. 

Clove, uma garota, que com o passar do tempo se tornou uma amiga. 

Desde aquele dia, nossa amizade começou a se fortalecer. Começamos marcando encontros, não românticos, para conversarmos. E foi assim que começamos a pegar mais íntimidade um com o outro, e começamos a confiar um no outro para desafabar ou, as vezes, apenas para conversar. Porque nós dois juntos, nos desligávamos da nossa realidade, e ficávamos apenas no nosso mundo, onde ninguém poderia encomodar.

Na segunda vez que nós conversamos, depois daquele dia que a encontrei sentada na pedra, eu tinha ido para o lago, nadar um pouco. Isso foi 3 dias depois de conhecê-la, em um sábado a tarde. Fui caminhando até o lago e então a vejo, mas não na pedra, eu a vejo dentro do lago, com um maiô, nadando. 

Ela estava linda, nadando. Ela ainda não tinha me visto, estava tentando ir silenciosamente para fazer uma surpresa, quando eu piso em um galho e ele faz barulho. Ela vira, com tudo, para ver o que era, e então, seu rosto se encontra com o meu. 

- Você de novo? - ela pergunta, sem humor. 

- Olá, bom... Eu não sabia que você estava aqui. Qual é o problema? Não dormiu bem essa noite? - pergunto dando uma risada abafada.

- Na verdade, dormi. A questão é, ou você ta me perseguindo, ou então nos cruzamos sempre "por acaso". 

- Pra mim é a segunda opção. Vou entrar pra nadar também.

- Não. - ela fala imediatamente.

- Qual o problema? - pergunto, não entendendo o mal humor e a recusa. 

Ela respira fundo e responde: 

- Estou de maiô. 

- E daí? A menos que, essa seja uma desculpa para que eu não entre e você perca na competição de quem nada melhor ou mais rápido, ou se não... Você não me quer ver sem camisa, pois sabe que, iria perder o fôlego. 

- HA-HA. Você está me desafiando? - ela pergunta, de uma forma sedutora, porém, indignada também. 

- Quem sabe... - e então pulo no lago - Topa? - me aproximo dela - Topa uma competição para ver quem nada mais rápido? 

- Eu ganho. - ela fala, toda convencida.

- A é? - pergunto com uma voz desafiadora - Vamos ver então, Clove. 

- Qual é o "prêmio"? - ela pergunta.

- Hmmm... - penso por um tempo, até que falo - Se EU ganhar, você terá que me dar um beijo. - olho para ela e logo em seguida para seus lábios. Ela balança a cabeça, rindo como se fosse algo impossível, mas aceita - E você... Bom, o que você quer? 

- Se EU ganhar, que eu vou, eu quero que você me mostre os seus lugares "escondidos", no qual você vai para pensar, que tal? - ela pergunta. 

- Ok. Feito. - respondo - Preparada para perder? - pergunto dando um de convencido. 

- Eu pergunto o mesmo. - ela sorri.