Ainda em choque com o pedido, estendi a mão que Draco pedia e ele pôs uma aliança prata incrustada com pedras verdes que imaginei serem esmeraldas. Ele se levantou e eu o abracei.

– Eu te amo. - Sussurramos juntos.

Draco me soltou e eu sorri, ainda entorpecida pelo momento, olhei em volta, Gina e Harry sorriam triunfantes, a maioria das meninas me olhavam com um olhar de raiva ou inveja, os meninos olhavam-nos com um sorriso malicioso, Blaise Zabini nos olhava com o mesmo sorriso de Gina e Harry, já Pansy olhava de mim para Draco com um brilho assassino no olhar, não me surpreenderia se ela tirasse uma faca da mochila e nos atacasse, rindo loucamente. Olhei para Rony e ele estava com os ombros tensos e os punhos fechados, seu rosto contraído de raiva, ele seguia em passos pesados em nossa direção. Rony desceu a mão no olho de Draco, que cambaleou para trás. O loiro logo recuperou o equilíbrio e derrubou Ron com um soco na boca, ele cuspiu sangue e tentou se levantar ma Draco chutou seu peito.

– Draco, não!

– Não se mete. - Ele resmungou e me afastou com o braço - O que é que você tá pensando, hein cenoura?!

– Draco! - Gina me agarrou pela cintura e me arrastou para longe - Me larga, eles vão acabar se matando!

– Hermione, deixa eles... - Gina disse enquanto eu me debatia em seus braços, ela me soltou, mas eu corri na direção de Draco e Ron. Harry me segurou como em um abraço, prendendo meus braços.

– Fica aqui, por favor - Potter me disse e me soltou - Vou chamar o Zabini e paramos com isso, ok? - Ele disse indo em direção ao outro lado da multidão que assistia á briga com atenção, eles gritavam, a maioria dizia o nome de Draco, e eu fiquei preocupada, imaginando a surra que ele estava dando em Rony, Draco era muito forte, eu sabia disso, por isso também sabia que ele ganharia aquela briga de lavada.

Harry e Zabini dispersaram a multidão, que suspirou triste com o fim da diversão. Então, depois de tirarem aquelas moscas varejeiras de cima dos dois, Potter e Blaise começaram a tarefa mais difícil, que era separar Draco e Ronald. Depois de uns 5 minutos, Draco saiu de cima de Rony e se sentou no chão encostando a cabeça no armário ao lado de Blaise. Ele se encontrava machucado, mas ainda sim estava adorável como sempre, suas mechas louras estavam desgrenhadas e bagunçadas, havia um corte em seu lábio inferior, seu olho estava roxo e os braços vermelhos e arranhados, seu peito subia e descia rapidamente. Corri até ele, o sinal já tinha batido, mas não me importava com o fato de estarmos atrasados para a aula. Ajoelhei-me de frente para o meu noivo e beijei-lhe a face.

– Draco Malfoy sabe brigar. - Ele disse sorrindo vitorioso.

– Nunca duvidei disso. - Eu sorri docemente - Mas coitado, Draco. Podia ter pegado mais leve com o garoto.

Ele sorriu, nesse momento o diretor Dumbledore chegou com a coordenadora Minerva e o zelador Filch em seu encalço.

– Ah! Perdi a briga! - O diretor disse sorrindo e nós todos rimos. Todos gostavam do diretor... Bem, por que ele era divertido e não era tão bravo e rígido como todos os outros professores e diretores de Hogwarts.

Ele nos levou até á ala hospitalar. Lá, Madame Ponfrey, a enfermeira da escola, estava cuidando de uma menina que vomitava muito. Dumbledore mandou todos irem para as aulas, a não ser eu, Draco e Rony. O diretor me disse para ir cuidar de Ron enquanto ele cuidava de Draco e conversava com ele. Entrei no quarto em que Rony se encontrava (a ala hospitalar de Hogwarts é imensa, por que, incrivelmente, muita gente se machucava o tempo todo) e o ruivo estava sentado na maca com as pernas balançando olhando fixamente para a parede branca.

– Oi... - Eu disse fechando a porta atrás de mim. Ele me olhou e sorriu.

– Oi. - Ele respondeu. Me sentia mal pelo seu estado. Seu rosto estava cheio de cortes, hematomas e ralados. Sua camiseta estava rasgada e seus braços exibiam hematomas roxos, sua calça rasgada nos dois joelhos, que estavam sangrando devido aos ralados.

– Você não está nada bem. - Eu disse sorrindo.

– Obrigado. - Ele riu.

– Eu vou cuidar de você. - Eu falei tirando seus cabelos dos olhos. Peguei um pano e o molhei, limpei o sangue de seu rosto. Seu nariz estava indiscutivelmente quebrado - Por que bateu em Draco? - Eu perguntei enquanto pegava uma pomada para passar nos cortes.

– Não podia te deixar ir tão facilmente. Poderia até te perder, mas não sem bater em quem te tirou de mim.

– Mas... E a Lavander? Tire a camiseta por favor.

– Ah, eu nunca a amei. - Ele disse enquanto tirava sua camiseta. Seu abdômen não era definido como o de Draco, mas ele tinha um porte atlético, magro e sem músculos - Não, eu não gosto da Lilá. Ela não é como você. - Ele disse com amargura.

– Rony, porque você nunca me disse que me amava?! - Eu disse - Agora é tarde demais. Me desculpe.

– Eu sei. Eu errei feio. - Ele disse me puxando pela mão - Me beija uma última vez?

– Ronald, não.

– Por favor. - O brilho em seus olhos me doíam o coração. Seus olhos estavam cheios de esperança.

– Ah... Me desculpe, Draco - Disse olhando para a porta. Eu me virei de frente para ele, Rony beijou meus lábios com amor. Me senti bem e mal ao mesmo tempo, seu beijo era tão bom, mas o que eu estava fazendo era errado. Ele pediu passagem para a língua mas eu não concedi.

– O que foi? - Ele perguntou preocupado.

– Eu estou noiva, Ron. Me desculpe. O problema é esse.

– Ele não tem que saber. - Ele disse como se isso fosse óbvio.

– Isso é errado.

Ele me beijou novamente. O beijo se aprofundou e ele pediu passagem para a língua novamente. Era errado, muito errado. O empurrei de leve.

– Desculpe-me, não posso fazer isso. Eu amo o Draco, não posso traí-lo.

Rony ficou calado por um tempo, abria a boca de vez em quando como se fosse dizer alguma coisa, mas nada saia e ele logo balançava a cabeça como se quisesse tirar algo da cabeça.

Terminei de cuidar de seus ferimentos.

– Obrigado, Hermione. Lembre-se que eu te amo. Tudo bem? - Ele disse e eu senti como se ácido estivesse correndo por minhas veias. Eu estava cortando o coração de Ronald em pedaços.

– Tudo bem. Seja feliz, Ron.

Saí da sala com o coração pesado, lembrando das palavras dele.

"Lembre-se que eu te amo"

Uau. Eu ouvi isso e respondi com um mero "tudo bem". Uau. Eu era ótima com ele.