Doze Passos Para Esconder Um Amor escrita por Lizzie-chan


Capítulo 12
Definitivamente não se declare


Notas iniciais do capítulo

Wow, há quanto tempoooo!!! Bem, não vou enrolar vocês que devem estar com vontade de ler o capítulo ne (ou eu espero que estejam xD)
Sem mais delongas, boa leitura!!



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Elesis olhou para o teto, refletindo silenciosamente. Não importava o quão séria estivesse sua face, o vermelho brilhante de suas bochechas denunciava completamente seus pensamentos.

Ela queria saber se havia sido um sonho. Se fosse, fora o melhor que ela já tivera! Parecera tão real! Ela quase podia sentir aquele calor e aquela sensação aconchegante que se espalhou osmoticamente por seu ser. Ela não queria ter acordado.

No seu lindo sonho, Lass se declarara para ela após beijá-la. Os dedos dele passaram vagarosamente pela face dela, deixando um rastro mágico por onde tocavam, e ele havia pronunciado aquelas palavras tão belas. Depois ela desmaiou.

Ou pelo menos era isso o que fazia no sonho. Ficava tão aliviada em pensar que não fora de verdade! Ela morreria se fizesse uma cena tão patética na vida real após uma confissão linda como aquela. O mundo seria muito melhor enquanto ela não falasse nada.

Afinal, era por isso que vinha lutando desde o momento em que tomou consciência de seus sentimentos. Quanto tempo fazia? Ela nem conseguia mais se lembrar... Parecia algo que já estava incorporado à sua existência. Não conseguia se recordar direito de sua vida antes do albino.

Suspirou, colocando as mãos nas bochechas e balançando a cabeça um pouco sobre o travesseiro, bagunçando seus belos filetes rubros de cabelo, que formavam ondas intrigantes ao redor de seu corpo sob as cobertas.

Foi nesse momento que a porta do quarto se abriu. Assustada, olhou ainda deitada a pessoa que adentrava o ambiente, e ficou surpresa ao ver que se tratava do albino. Nervosamente, engoliu em seco ao ver o olhar que ele a direcionou antes de fechar a maçaneta.

A expressão que ela o dedicava deixava bem claro que ela não se lembrava da cena que haviam feito no dia anterior, ou ao menos não acreditava que fosse real. Estava tão linda como sempre, e parecia tão confusa quanto de costume. Soltou um pequeno sorriso para si mesmo.

Provavelmente Elesis seria assim a vida inteira, envergonhada e ingênua. Perguntava-se como ela descobrira seus sentimentos antes dele tomar consciência dos dele.

Talvez ele devesse deixá-la perceber sozinha se fora um sonho ou realidade. Claro, isso provavelmente não a faria lá muito feliz, mas ele não tinha o menor direito de pressioná-la, considerando que já sabia de seus sentimentos secretamente. Quando Elesis quisesse falar, eles falariam.

- Vamos à rua das lojas de armadura. Parece que alguns acessórios encantados estão baratos essa semana. Além disso, podemos dar uma olhada nesse seu tornozelo. Quem sabe o médico não te libera do repouso?

O modo como os olhos dela brilharam o fez soltar outro sorriso. Logo ela voltou a fazer cara de dúvida, parecendo medir silenciosamente suas possibilidades antes de assentir.

- Você pode pegar as roupas pra mim no armário? – perguntou conforme se sentava lentamente, se espreguiçando e evitando olhá-lo. Era uma vergonha ter de fazer algo do gênero, mas não tinha muita opção.

O albino seguiu até o móvel, abrindo as portas escuras e dando uma espiada nas vestimentas arrumadas. Pareciam ser, em sua maioria, calças. Bem, garotas não deviam usar só calças, era o que ele pensava, conforme esticava a mão para um short. Então uma lembrança lhe veia à mente.

Aqueles caras no bar que havia mês e pouco a olharam como se pretendessem comê-la no jantar... E ela nem estivera usando roupas indecentes, o que diria de um shorts ou uma saia? Não. Não era uma boa idéia.

Pegou uma calça marrom e jogou para ela na cama, virando e procurando uma camisa. Logo ouviu a voz de Elesis chamando-o novamente, e virou-se para vê-la completamente corada ao olhar qualquer canto do quarto que não fosse ele.

- Sabe, não consigo vestir calças sozinha... – o albino sentiu as próprias bochechas colorindo-se levemente, mas manteve a expressão impassível. – Além disso, o médico vai ter dificuldade pra olhar a minha perna se eu estiver de calça. Não pode pegar uma saia ou um vestido para mim?

Ele virou-se novamente para o armário, apoiando a cabeça na porta. O que devia fazer? Não gostava muito da idéia, mas ele estaria com ela, de qualquer jeito...

Pegou uma saia bonita e uma camiseta simples e jogou-as para Elesis, que não reclamou novamente. Então seguiu para a porta, saindo dela e cerrando-a em seguida.

- Me chame quando acabar – disse antes de sentir a maçaneta fechar sob seus dedos.

*

Lass suspirou silenciosamente quando chegaram ao consultório. Havia sido ótimo carregá-la aquele tempo todo, apesar de até que cansativo. Ele gostava de estar próximo. E sentia-se mais ansioso a cada segundo para ouvi-la dizer aquelas palavras que não escutava há cerca de três meses.

Elesis se mantinha encolhida contra ele, seus cabelos sendo levados pelo vento vez ou outra. Provavelmente estava muito vermelha, mas ele não se atrevia a encará-la.

Conversou com o médico rapidamente quando entraram, e logo a colocou sobre a maca, retirando delicadamente as mãos dela de sua camisa. O doutor grisalho deslizou as botinas bonitas que ela usava para fora dos pequenos pés e olhou calmamente o tornozelo ferido, mexendo-o com as mãos e observando se ela tinha alguma reação. Elesis fez careta vez ou outra, mas parecia de longe melhor do que quando vieram da última vez.

- Bem... Parece relativamente curado, mas ainda não completamente, e se for forçado, vai ficar pior novamente. Sugiro que mantenha o repouso por mais duas semanas, ao invés de uma, e então me procure.

- Duas? Mas por que está aumentando? Eu...

- Duas? Certo – Lass passou uma mão pelos cabelos suspirando. – A comandante não vai gostar muito disso, mas felizmente temos os novatos para cobri-la, então, por favor, passe quanto tempo o senhor achar que realmente será necessário. Não quero que ela corra riscos.

- Nesse caso, segure-a por mais três semanas – o grisalho riu-se ao ouvi-la protestando conforme os dois a ignoravam e decidiam sua sentença cuidadosamente. – Vocês tem aplicado algum remédio?

- Sim – ela respondeu, cruzando os braços, inconformada. – Tem feito o inchaço diminuir.

- Isso é bom. E não se preocupe que logo você vai poder correr o quanto quiser – o senhor lhe dedicou um sorriso divertido.

- Mas mesmo assim, três semanas é...

- Muito obrigado por seu trabalho, doutor – Lass fez um aceno em agradecimento antes de tomá-la nos braços, exatamente como da outra vez, e levá-la para fora. Qualquer reclamação que a ruiva tivesse morreu em seus lábios, porque repentinamente ela manteve-se silenciosa.

O ninja suspirou quando saíram do consultório.

- Bem, melhor guardar as compras para outro dia, então – ele começou a seguir a direção para a Base.

- Mas e o outros? Não temos que avisá-los? Eles estão nos esperando, não é? – sua voz saiu um tanto hesitante e baixa, e ela manteve o olhar longe daqueles orbes límpidos dele.

- Hã? Não, não, os outros estão em missão desde ontem – ela não pode deixar de corar ao ouvir aquilo. Então ele pretendia sair com ela, só os dois, para uma tarde de compras?

Por que aquilo soava tanto como um encontro?

Enterrou a cabeça no peito dele, completamente vermelha, e engoliu em seco, tentando acalmar-se para assimilar melhor a situação. Lass ia sair com ela sozinho, não havia mais nenhum integrante da Caçada principal na área da base em que eles viviam, e ele dissera que todos haviam saído em missão, o que conferia completamente com o sonho que havia tido no dia anterior.

Podia sentir seu coração batendo fortemente em seu peito. Não podia ser verdade, podia?

Manteve-se quieta, sentindo aqueles sentimentos tão fortes batucando em sua mente. Será que seus esforços não valeram à pena todo aquele tempo? Seu objetivo final era apenas esquecer aquele amor sem futuro ou ao menos escondê-lo. Há quanto tempo ela estava sofrendo? Há quanto tempo ela estava agüentando calada?

Amy, Arme e Lire só queriam salvá-la. Salvá-la dela mesma.

Quando deu por si novamente, Lass a estava depositando na cama. Dentro daquele quarto cheio de lembranças.

Ele a soltou silenciosamente. Queria muito ouvir uma resposta, mas não diria nada. Ele não tinha esse direito. Sentiu que quase tivera um ataque cardíaco, porém, quando a mão dela segurou a manga de sua camisa, impedindo-o de se afastar para a porta. Olhou-a, os orbes ansiosos e cheios de expectativas seguindo para aqueles lábios que ela mordia tão nervosamente.

Elesis não entendia. Não se deve esconder um sentimento como aquele, então? Talvez fosse isso, afinal, o albino merecia saber sobre aquele amor tão avassalador que ela sentia por ele. Ou talvez fosse porque é praticamente impossível esconder. Ela já havia perdido aquele jogo há muito tempo.

Não haviam servido para nada, então, seus esforços? O que haviam sido todas as lágrimas que ela derramara pelo caminho, e seus conflitos internos, e suas crises de nervosismo e palavras e frases desconexas? Fora tudo para levá-la até aquele momento?

Ela sabia que, se não falasse daquela vez, nunca iria dizer. E ela se sentia extremamente sozinha em seu coração ao pensar que não seria capaz de dividir aquele sentimento tão lindo e ao mesmo tempo horrendo que mantivera somente para si até aquele momento.

Elesis não queria mais sofrer. Não queria mais fingir, por mais assustador que fosse encarar a realidade, e também não queria mais fugir. Como pudera fazer aquilo por tanto tempo? Realmente não era do feitio dela.

Então, se você não quer que seus sentimentos sejam descobertos, por Deus, não os declare.

- Lass... – levantou o olhar para ele, e o albino rapidamente foi inundado pelas chamas que eram os olhos dela. – Eu te amo.

Os dois, então, se mantiveram em silêncio.

O ninja rapidamente absorvia as palavras dela. Há quanto tempo não as ouvia... Mantinha os orbes arregalados, em estado de choque, emocionado, surpreso.

Quando voltou a si novamente viu-a com as mãos sobre os lábios, os olhos arregalados e as bochechas vermelhíssimas, como seu ser, quente e ígneo. Sorriu, aproximando-se e afastando-as daquela fruta proibida, vermelha como um morango doce, o qual só nasce no inverno.

Lass era o inverno, e aquele morango era só para ele. Sorriu com esse pensamento.

- Eu te amo também – e então selou sua pequena história com um beijo.


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Notas finais do capítulo

E adivinhem???
Não acabou! xD
Pois é, eu nunca disse que tinha 12 capitulos, vocês assumiram isso por conta própria ;D
São 13 na verdade, tem mais um bem, bem curtinho, mas tem mais um kkkkkkkkk Então não se preocupem, corações ansiosos, porque ainda tem mais alguma coisa! Só que o último é mais pra exclarecer umas coisas e fechar a ideia da fanfic xD Mas de qualquer jeito, tem mais, está bom o bastante assim, certo? E... vai ter um extra também xD Se eu não perder o pique pra escrevê-lo, é claro xD Quem sabe, talvez a fic fique melhor sem ele kkkkkk
De qualquer jeito, me digam o que acharam, siiiiim? E... to de ferias *O* Oh mundo maravilindo!
Obrigada a todos que me acompanharam nessa hornada até aqui!! No começo achei que ia demorar muuuuito pra chegarmos nesse ponto, depois, conforme escrevia, vi que estava indo rapido e achei que ia durar tão pouco a alegria dessa fanfic! Mas então ela acabou na hora perfeita, ou vai acabar ;D Sentirei saudades dela - e de vocês! Vão me acompanhar nos meus outros trabalhos????

Boa noite e beijitinhooooooooooooooooooos!!
PS: (the hell about PS??) Eu colori a capa xD O que acharam? Rosa demais?? xD kkkkkkk



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