Escritora narrando.

“Agora as duas se encontravam em frente onde seus sonhos vão começar a se realizar, onde tudo vai começar a caminhar em direção ao local certo....”

E elas entraram, a tensão era percebível de ambas as partes. Sof de algum jeito transmitia paz e segurança para Lizz, alias, seria bom frisar que sempre foi assim. Claro, era evidente que as duas transmitiam medo, nervosismo e qualquer outro sentimento parecido. Elas sabiam que essa decisão mudaria tudo e mais um pouco na vida delas. Sabiam que agora se libertariam de tudo e voariam diante do sonho. Sabiam que muitas coisas estariam as esperando, coisas boas e ruins, mas acima de tudo, elas sabiam que queria isso. Elas estavam dispostas a cair de cabeça nesse sonho. E diante do famoso produtor, elas selaram o contrato que definiria o futuro delas.

– Queridas, fico feliz que tenham aceitado, na verdade, estou mais que feliz, tenho tantas coisas em mente para vocês... –João dizia olhando Lizz assinar o papel do “contrato de ouro” e passar para a amiga. –

– Pai, eu gostaria de saber se o senh... – Rafael, o filho de João, o doce e lindo rapaz que esbarrou na Sof entrou pela grande porta de vidro e foi surpreendido pela presença das duas lindas moças no local. – Ah... Desculpe, não sabia que o senhor tava com clientes... –ele disse e no mesmo momento olhou para Sof e sorriu para a mesma, quem retribuiu com um sorriso encantador. – SOF! –ele pronunciou sorrindo e um tanto quanto alto. –

– oi... –Sof murmurou um pouco tímida, por estar diante do seu novo “chefe”, pai do menino encantador. –

– Vocês se conhecem? –João pronunciou sorrindo, fazendo um sinal para o herdeiro entrar na sala, enquanto Lizz encarava Sof com um olhar matador, que a amiga entendia o significado de “você me deve explicações.” –

– Sim pai, eu e ela nos esbarramos por ai, né Sof? –Rafael pronunciou cada palavra com um belo sorriso torto nos lábios, sem perceber ou até mesmo de propósito, fazendo as palavras soarem com duplo sentido, fazendo Sof com certeza corar e querer enfiar a cabeça debaixo de um travesseiro e nunca mais sair. –

– Ah... érm... digamos que eu sou meia desastrada e, vocês sabem... ai... ele esbarrou em mim e caímos, só isso... entendem? –Sof dizia se enrolando cada vez mais e ficando mais vermelha, Rafael a observava com um sorriso “sacana” nos lábios e segurando o riso, seguido por Lizz que percebeu o “pequeno grande” interesse da amiga no rapaz e até mesmo João, que em vez de querer rir, sorria encantadoramente. –

– Isso é ótimo... Quer dizer, não a parte que vocês se esbarraram e caíram, eu digo sobre se conhecerem, isso é perfeito. Você então deve saber que Rafael é meu filho, certo? –Sof assentiu sorrindo timidamente, enquanto a amiga soltava um “wow” e discretamente ela deu um chute na canela de Lizz. Rafael se encontrava atrás de Sof, apenas ouvindo. – E que ele também é meu ajudante aqui, quem acompanhará vocês nas viagens, turnês e tudo que imaginarem, como um “segundo” empresário.  –Sof ficou sem reação aquilo, Lizz sorriu como se zombasse da amiga e Rafael apenas sorria vitorioso. –

– Bom pai, não fazia ideia que elas seriam seu novo trabalho... –Rafael adoraria passar mais tempo com Sof, por quem ele já estava encantado, mas não sabia como lidar com isso em relação a eles trabalharem juntos. –

– Ah Rafael, algum problema? –Rafael apenas negou com a cabeça, fazendo o pai assentir. – Então, é isso. Vocês não se arrependerão de ter assinado comigo. –ele sorriu se levantando e estendendo a mão para Lizz com um típico aperto entre “sócios” e logo em seguida para Sof. –

–Acho que dá tempo da gente ir na nova cafeteria que abriu aqui na esquina, vocês topam? –Rafael dizia sorrindo, ao lado de Sof, enquanto saiam da enorme sala e caminhavam em direção ao elevador. –

–Acho que seria bom pra gente se conhecer... –Lizz pronunciou enquanto apertava o botão para o elevador subir e em seguida o olhou rapidamente e sorriu, Sof no mesmo estante olhou seria para a amiga e fechou a cara. – Quer dizer, você vai ser como nosso “segundo” empresário, né? POR ISSO! –Lizz deu ênfase em “por isso” olhando para a amiga. –

–Wow, eu também acho . –o moreno pronunciou em um tom de zoação, percebendo o clima de tensão, o elevador chegou e os 3 entraram. –

Sof passou mais da metade do caminho em silencio apenas ouvindo musica e observando a vista pela janela do taxi, enquanto Lizz ria internamente vendo a amiga constrangida com a situação e ainda um pouco chateada em relação ao “acho que seria bom pra gente se conhecer...” Rafael conversava com Lizz algumas coisas e na maioria das vezes com o próprio taxista, enquanto provocava ou puxava papo com Sof, quem respondia rapidamente e logo voltava a prestar atenção na musica.

– Que demora só pra um lanche! –Rafael reclamava pela milésima vez, sentado junto as meninas em uma mesa esperando a garçonete trazer o que pediram. –

– Um lanche? Querido, só quero te lembrar que a gente pediu 3 cappuccino, sendo 2 de chocolate e 1 de creme, pedimos 3 coockies  de chocolate e 2 browie, isso não é um pequeno lanche não... –Sof disse revirando os olhos em tom de deboche. –

– Osh, pra mim é, da licença senhora “do contra”?! –Rafael falou fechando a cara e cruzando os braços, fazendo Lizz e Sof caírem na gargalhada. – Ai, vocês são duas chatas, dá pra parar de rir? –ele murmurou fingindo estar nervoso, mas logo em seguida caiu na gargalhada também. –

– Você é maluco... –Lizz disse observando o novo colega. –

– Malucas são vocês. Eu hein. –Rafael disse olhando pro nada, até avistar a garçonete chegar com o “pequeno” lanche deles. – Eba, até que enfim...

– Maluco E GULOSO E GORDO! –Sof disse rindo dando ênfase no “gordo” e pegando seu cappuccino de chocolate. –

– GORDO? Olha só, eu sou gostoso pra caralho, valeu? –Rafael disse encarando Sof e com seu coockie na mão. –

– Tá, aham, se você diz, tanto faz... –a mesma disse mostrando a língua e dando um gole em seu cappuccino, Lizz observava a pequena discussão dos dois sem dar um pio, apenas comendo. –

– Gorda e gulosa mesmo é ela! – o moreno guloso apontou para Lizz que comia silenciosamente. –

– Concordo. –Sof assentiu com a cabeça e soltou uma risada. –

– Eu gorda? Sai, sou magrinha. E só to comendo e vendo a briguinha de vocês, me deixem. –ela disse dando língua para os dois. –

Depois de um lanche da tarde bastante conturbado, já que Rafael e Sof não pararam de se provocar nenhum momento e Lizz sempre era metida nas provocações, xingamentos e tapas rolaram. Porém por incrível que pareça eles caiam na gargalhada no final. Sof chegou em casa exausta igual a amiga (cada uma em sua casa). Tomaram seus banhos e colocaram seus pijamas -Lizz e Sof- e foram dormir realizadas.