“– Eu quero ser direto com vocês, meninas. Eu mandei aquele recado, por que achei vocês realmente muito talentosas. E eu gostaria de abrir um contrato com vocês, onde eu também adoraria gravar um CD com vocês e quem sabe uma futura turnê. –ele soltou tudo de uma vez só, as fazendo ficar perplexas. – Então, vocês topariam?”

Sof narrando.

Eu realmente não estava acreditando no que acabará de escutar. Lizz tremia ao meu lado, não contendo o sorriso e a excitação em relação a isso. Eu estava em choque, eu nunca me imaginei em uma situação dessas. Esse senhor de cabelos grisalhos e com uma aparência um tanto quanto rejuvenescida nos encarava esperando uma resposta, até que ele finalmente se pronunciou depois de minutos de silencio profundo.

– Então meninas, o que vocês acham? – ele repetiu a frase, até que eu mesma não aguentando mais, o respondi a altura. –

– Eu realmente estou lisonjeada e digo isso por mim e pela minha amiga, – eu apertei a mão de Lizz que tremia ao meu lado– Porém acho sedo demais para lhe dar uma resposta exata se aceitaríamos ou não, quero dizer que... Tudo na vida tem seus altos e baixos, devemos pensar e repensar bastante... –respirei fundo ao terminar de falar. –

– Estou impressionado com o nível de maturidade de você, isso realmente é importante. –ele sorriu ao pronunciar essas palavras e me fez sorrir automaticamente. –

– Então... Que tipo de futuro o senhor imagina para nós duas? –Lizz o perguntou com uma postura que há alguns minutos não estava. –

– Promissor! –ele impôs sem ao menos pestanejar. –

Ficamos mais ou menos 40 minutos dialogando sobre nosso “próximo distante” futuro. Ele nos contou que adoraria gravar um álbum conosco e contrataria uma banda para nós. Também disse que nós teríamos que trancar as nossas faculdades, o que me deixou preocupada, porém ele me tranquilizou e disse que um professor particular funcionaria. Ele nos disse também que tem um filho que toca guitarra, o que me animou bastante, já que eu também toco. Depois de muita conversa ele liberou a gente e disse que era para a gente aparecer lá qualquer dia com uma resposta.

– Bom, acho que já esclarecemos tudo que deveríamos, agora só falta o “sim” de vocês. –disse soltando um riso fraco. –

– Prometo que daremos o quanto antes. –Lizz disse sorrindo, apertando a mão dele. –

– Não precisam se apressar. –ele disse por fim, apertando a minha mão e assentimos. –

Nos viramos para sair e quando eu estava saindo pela grande porta de vidro um menino (bem gato por sinal) trombou de frente comigo, me fazendo cair de bunda e ele cair em cima de mim. Eu o encarei e ele me encarava, foi algo constrangedoramente vergonhoso. Ele sorriu e nossa, que sorriso encantador. Eu sorri timidamente (algo raro de acontecer).

– Foi mal, serio mesmo, foi mal! –o menino se desculpava freneticamente, o que me fez rir. – Pera ae, tu ta rindo? –ele fechou a cara e nem preciso dizer que ri mais ainda, né? –

– Ai, perdão, é que... ai, me desculpa, eu realmente não queria estar rindo... mas você se desculpando... de boa, não se preocupa. –eu dizia pausadamente procurando ar e tentando me acalmar. –

– Ah, falou né. –ele fez uma careta e me deu vontade de rir mais ainda, mas eu segurei o riso. – Seu nome?

– Sof. –eu sorri e olhei pros lados procurando a Lizz, mas a filha da mãe já deve ter saído a muito tempo. – E o seu?

– Rafael Martins, ao seu dispor. –ele disse rindo e se curvando, o que me fez rir também. –

– Martins? Filho do... –eu iria completar quando ele me cortou. –

– Sim, do dono dessa impressa, bleh. –ele fez uma careta e eu sorri. –

– Ó, entendo... – eu estava prestes a puxar assunto com ele, quando meu celular tocou e adivinhem, era a Lizz. – Ah, me perdoa, tenho que ir.

–ele sorriu. – Tudo bem, a gente se esbarra por ai. –ele piscou e entrou na sala do pai. –

Eu sorri assentindo e fui para a recepção, a Lizz estava sentada em uma poltrona lendo uma revista... Ou pelo menos fingindo. Eu cheguei perto dela devagar e gritei um “BUH” no seu ouvido, ela gritou e eu comecei a rir freneticamente. Lizz ficou tão nervosa que me perseguiu correndo pelo corredor todo até o elevador e lá dentro me deu vários tapas enquanto eu ainda ria. Depois de muito rir e apanhar, ela acabou caindo na gargalhada também. Chegamos no térreo e pegamos um taxi, ficou um silencio confortador o caminho todo, eu estava pensando na proposta e sei que ela também. O taxi me deixou em casa e ia seguir com ela, nos despedimos e eu entrei em casa. Tomei um banho quente demorado, coloquei meu pijama e fui dormir.