Run The World escrita por Luíza AD


Capítulo 2
Capítulo dois




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Dois anos se passaram. Dois longos anos. E Mônica se sentia mal por ter pensado nele estes dois anos. Foi tirada dos seus pensamentos por uma voz no aeroporto, onde ela esperava o seu pai para levá-la para sua casa.

- Atenção, Mônica Sousa, tem uma coisa que é sua nos achados e perdidos. - a voz mais monótona do mundo, na opinião da Mônica, avisou.

Ela logo se postou á andar em direção aos achados e perdidos. "Que coisa, qual foi a coisa que eu perdi?!" Pensava, com uma leve irritação.

Quando chegou lá, viu um coelho azul, seu querido Sansão. Ele estava impecável, é claro, pois Mônica lavou-o um dia antes de ir para o avião, com intuito de ser cuidadosa com ele.

- Arigatô¹ - ela disse, e se curvou graciosamente. Mas logo se repreendeu. O que era isso?! Como ela pode ter pego esses costumes tão formais de lá e não se lembrar como falar em português direito?

Abraçou o Sansão e andou para a saída. Se o seu pai não a viesse buscá-la, que ela mesmo fosse sozinha, oras! Quem mandou ele voltar uma semana antes e prometer que iria a buscar na hora certa?

- Mônica? - escutou a voz grossa de seu pai se propagar.

- Hã? - ela olhou para o homem á sua frente. Seu pai realmente a assustava quando vestia roupas sérias. - Ah, pai! 

- Não me reconheceu, né? - ele colocou um óculos escuros e fez um sinal positivo com uma de suas mãos. - Eu fico mil vezes melhor com esse tipo de roupa!

- Pai! - Mônica riu. - Tira esses óculos! Está de noite!

- Ah! - ele reclamou. - Vamos logo, e já é de madrugada, para a informação da mocinha.

- Mas você se atrasou! 

- Eu sei, eu sei. - Sousa parou de sorrir. - Tive de terminar sua inscrição para o colégio, que, aliás, começa amanhã, moça.

Mônica suspirou. Estudos, colégio. Tinha 17 anos e mesmo assim tinha de estudar. Passara dois anos naquele estranho colégio japonês e nem tinha feito nenhuma amiga. Isso era deplorável, na opinião dela, pois todo dia quando passava perto de uma sorveteria, via algumas garotas tomando sorvete juntas, e automaticamente se lembrava de Magali! Isso não era justo! Sentira tantas saudades.

Ela entrou no carro e observou a paisagem que ali se passava rapidamente. A madrugada estava gelada naquela época do ano, e Mônica se amaldiçoava por não ter trago um casaco ou um cachecol.

- Filha, quando eu voltei, eu encontrei com seus amigos, sabia? 

- Sério? - seus olhos brilharam de animação. - E como eles estavam?!

- Se me lembro bem, a Magali fez quase duzentas perguntas sobre você. Ela ficou muito feliz quando soube que você iria voltar e falou sobre algumas dietas do Japão. - ele fez uma pausa e riu da própria fala, aquela garota era realmente estranha. - Ah, o Cebola também ficou feliz, apesar de ter um semblante triste no rosto.

- O Cebola é um idiota, pai. - quase cuspiu as palavras. - E você sabe bem disso! Me fazendo esperar para namorar com ele! Era como se eu tivesse de pegar uma senha para namorar aquele desgraçado!

- Eu sei, filha. Se me recordo bem, você me falou disso na ida para o Japão e lá você comentou algo assim também. - Sousa argumentou, fazendo Mônica ficar sem graça por ser tão falatória.

- E quem mais estava lá? - Mônica estava visivelmente esperando algo de seu pai. Ela queria saber sobre ele. Somente dele.

- Ah, nesses dois anos que se passaram, a Denise arrumou um namorado e... - ele foi instantaneamente interrompido.

- ELA O QUÊ?! - Mônica gritou, e provavelmente o bairro inteiro havia escutado. - Ah, gomen². 

- Ela está namorando com o Xaveco. - o queixo de Mônica caiu e ele continuou. - Cascão está tomando banho de verdade e tirando notas boas.

- Não acredito nisso, alguém me abane, por favor. - ela aumentou o ar-condicionado do carro. - Denise namora Xaveco. Cascão tira notas boas. Cascão toma banho. É isso, pai. O fim do mundo, na verdade, é em 2013.

- Filha.. - ele chamou atenção, saindo do carro, sendo seguido por Mônica. - Tenha calma amanhã, sei que está nervosa, mas não faça nada precipitadamente.

- Como assim? - perguntou.

- Não... Caia nas mãos do Cebola. - ela riu do que o pai disse, mas logo se calou, vendo a expressão dura de Sousa.

- É sério isso? - Mônica fala, contendo o riso. - Eu.Não.Gosto.Do.Cebola, pai. Até um cego diria que nós não fomos feitos um para o outro.

- Filha, quando eu falei que estávamos voltando, ele... - Sousa hesitou. - Ele fez uma expressão... Como se tivesse.... Aceitado um desafio. Ele vai te tratar como um desafio.

- Pai. - ela segurou os ombros largos de seu pai. - Eu não vou me permitir ficar com ele, okay? Eu... Não sou mais aquela menina que fica sempre esperando algo acontecer... Se eu quiser, nem que seja algum dia... Ficar com alguém, eu vou ser corajosa, e ficar com ela, tá bom?

- Que bom, filha. - seu pai sorriu, mas logo deu início á outro sorrido, um mais... Sarcástico. - Boa sorte na escola amanhã, filha.

As palavras soaram irônicas na mente de Mônica, que estava na detenção por ter chegado atrasada, e ainda ter esquecido que hoje teria uma apresentação no auditório.

- Que feio! - falou uma nova professora, muito estranha e convencida. Seu nome era Mildy. - Uma aluna nova atrasada no primeiro dia de aula. Para uma das melhores escolas do Brasil, você só é uma desajustada.

- Hum. - disse Mônica, sem nenhum interesse em que sua professora falara. - Por quanto tempo eu tenho de ficar aqui?

- Até você aprender á responder a professora direito!

- Tá, tá. Eu já entendi, pode deixar, eu prometo que não vou chegar atrasada de novo. - respondeu, sorrindo honestamente.

- Garota estranha. - resmungou Mildy, chateada, pois seu humor negativo não afetou aquela aluna. - Escuta, menina, você é uma novata, certo? Nunca te vi por aqui antes.

- Sim, sou uma novata, podemos dizer... - Mônica riu baixinho.

- Tem umas regras que você precisa saber antes de estudar aqui. - Mildy sibilou, como se aquilo fosse um segredo ou algo do tipo. - Primeiro de tudo, menina, não se pode fazer coisas indecentes no corredor! Isso inclui, beijar, abraçar, dar as mãos, e é melhor você ficar bem longe dos dois idiotas.

- Dois idiotas? - perguntou Mônica, sem entender. - Espera! Deixa eu adivinhar... Cebola e Toni?

- Chegou perto, espertinha. - Mildy sorriu. - Mas não. É Cebola e Do Contra.

- Do Contra? - Mônica estranhou. Dc não era alguém de ter lá ficantes ou amantes.

- Sim. Ele é... - ela chegou mais perto de Mônica e sussurrou com nojo. - Um demônio da sedução. Já ficou com quase todas as garotas da escola. Mas não quer nada sério. Sempre dá o fora nelas. Então, garota, cuidado com ele.

- Demônio da... - Mônica começou á rir incontrolavelmente. 

- Pare de rir, isso não tem graça e... - a porta foi escancarada, e uma diretora furiosa entrou, puxando dois garotos cheios de marca de batons no rosto.

- Mildy! Guarde esses dois fardos até as aulas começarem?! - ela praticamente estava mandando. - Eles foram pegos agarrando garotas por aí.

Mônica, parou de rir no mesmo instante. Ela olhou para os garotos e confirmou. Era sim o Do Contra. Mas por quê? Por que em santa consciência o Dc viraria um desses idiotas, que nem o Cebola?

Começou á se xingar baixinho, e algumas vezes sentia o olhar dos dois garotos por cima de si. Sorte que estava de costas, e Cebola, nem Do Contra iriam ver seus dentes e reconhecer a garota que abandonara os dois em um dia.

- Seu idiota. - falou Cebola. - Fica fazendo barulho nas salas abandonadas! E olha que ela procurou direitinho por mim, e eu estava escondido em uma das últimas salas. 

- A culpa não é minha. - DC sorriu malicioso. - Ela é que não se aguentava e não parava de gritar.

Mônica tentou engolir aquelas palavras. Nunca, em sã consciência, havia imaginado o Do Contra falando esse tipo de frase, sobre outra garota. Corou e sentiu raiva, pois... Pois... Nem ela mesma sabia a razão.

Rezava silenciosamente para que nada acontecesse. Mildy a estava olhando curiosamente, pois Mônica estava fazendo uma expressão de súplica, olhando para cima.

- Garota! - Mildy gritou de repente, assustando á todos. - Você  é legal, confiante... Você tem bastante futuro. Qual é o seu nome mesmo?

- Ahh... - amaldiçoou a Mildy em pensamento. - Mônica. Mônica Sousa. Por quê?


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Notas finais do capítulo

¹ Obrigada
²Desculpa
—-
Desculpe-me do fundo de meu sincero coraçãozinho pelo capítulo curto. Queria fazer ele maior, mas resolvi que seria melhor ele mais curto. ^^
Aproveitem, e deixem comentários, onegai! *por favor



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