Be As One escrita por Yui


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Eu amo o casal NaLu, mas é primeira vez que escrevo uma histórias sobre eles, espero que tenha ficado boa, mas, particularmente, achei meio melosa e parada. Mas espero que gostem ^^
Nota: eu amo a música Be As One, que é uma das aberturas do anime, eu escutei ela o tempo inteiro enquanto escrevia, por isso coloquei ela de título.
Boa leitura (:



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O vento batia diretamente em mim. No início era refrescante, mas depois de muito tempo o sentindo, comecei a ficar arrepiada, o vento se tornou torturante.



Movimentei minhas palmas geladas sobre meus braços, em uma tentativa inútil de esquenta-los. A única coisa que eu provoquei foi o ranger das costas da cadeira, a qual meu corpo descansava há horas.

Mal sentia minhas pernas, quase meu corpo inteiro estava dormente. Aposto que se levantasse agora, cairia do segundo andar dessa pousada.

Olho em volta, procurando por algo que nem eu tinha conhecimento do que era, ou se estava ali. Mas tudo o que via era escuridão, escuridão a minha volta. Noite, é claro.

Olho diretamente para cima e não acho estrela alguma, apenas uma lua, incrivelmente sem vida, seu brilho rotineiro radiante parecia se fazer ausente. Pelo menos para mim, pois eu assistia as pessoas lá em baixo, animadas, admirando a lua, impressionados e excitados com a tal beleza que não era visível para meus olhos.

Toco minha bochecha com a minha mão esquerda, percorro os dedos pela superfície gelada. Acho que é hora de entrar, talvez os outros estejam preocupados por eu me trancar do lado de fora do quarto, na sacada, do lado de fora da conversa deles. Missão, missão.

Eu não conseguia pensar em missão. Não agora.

Passo os dedos sobre meus lábios e revivo algo, corto meus pensamentos e fecho o punho sobre meus lábios. Deixei minhas pálpebras pesarem e meus olhos fecharem. Eu estava realmente cansada.

Batidas violentas na porta de vidro atrás de mim me despertam dos devaneios que quase deixei começarem.

Giro a cabeça lentamente e olho por cima do ombro. Erza. Respiro fundo e me obrigo a ficar de pé. Fiz um esforço visível para me manter com a postura ereta, para parecer o melhor possível.

Destranquei a porta sem pressa. Na verdade, qualquer um deles poderia ter posto a porta á baixo, mas talvez tenham entendido que eu queria ficar sozinha.

– Erza – sussurrei.

– Já se passaram mais de três horas – disse Erza, visivelmente preocupada. – Entra.

Meus olhos percorreram o quarto. Haviam duas camas em um canto, no qual eu e Erza dormiríamos. Uma delas estava ocupada por dois homens que eu conhecia bem, Natsu e Gray, que pareciam discutir. E Happy, que estava aninhado na outra cama.

– Já se passou tanto tempo assim? – perguntei, retomando meu olhar a Erza.

– Sim, e está frio aí fora – ela disse, me olhando persuasivamente, ela parecia querer me dar um sermão, mas se conteve. – Eu até ia te oferecer um pedaço do meu bolo se você não quisesse entrar – ela completou, agora sorrindo.

Assenti e sorri o menos forçado que consegui para ela de volta. Sentei na cama na qual Happy estava, de frente para Natsu e Gray. Erza sentou ao meu lado, após trancar a porta da sacada.

– Tudo bem? – perguntou Gray, mas não parecia realmente preocupado, ele me olhava como se lesse além das minhas expressões, como se soubesse o que eu estava pensando. Será que ele sabia?

Eu apenas assenti. Então olhei para frente e encontrei um Natsu relutante, parecia evitar a todo custo me olhar, então fitava o espaço entre mim e Erza.

Pousei minha mão sobre Happy e afaguei seus pelos, o fitei, colocando toda a minha atenção no exceed que dormia profundamente, enquanto Gray e Erza iniciava uma conversação sobre a missão que logo morreu.

Happy abriu os olhos e me fitou atentamente.

– Lucy! – ele exclamou, animado.

– Oi – respondi, sorrindo. Ele se levantou e se pôs a voar pelo quarto inteiro, muito animado, eu apenas o seguia com o olhar. Ele devia estar mesmo preocupado comigo.

Então tive uma sensação estranha. Senti que todos os outros olhos no quarto se encontravam sobre mim. Lentamente, baixei o olhar e confirmei isso. Agora pude ver claramente Natsu me olhando, mas rapidamente ele baixou o olhar, fitando um ponto inexistente.

Esse era meu maior problema. Ontem. Me lembro claramente, pois a cena se recusa a deixar minha mente.

FLASH BACK ON

Eu, Natsu, Erza e Gray havíamos acabado de chegar à pousada em que nos estalamos. Tínhamos uma missão, achar e prender dois homens que sequestraram a filha de um homem rico, e o pagamento seria mais que ótimo. Andamos por uma hora, após viajarmos o dia inteiro de trem, então Natsu estava impossível.

Ao chegarmos fomos direto dormir, alugamos dois quartos no segundo andar, modestos, mas tinham uma bela sacada. Mas Natsu começou a reclamar que estava com fome, mas tínhamos jantado bem há uma hora, no trem.

Então decidi o acompanhar e comprar algo para ele comer, pelo menos para ele parar de resmungar. Achamos um pequeno restaurante aberto ao fim da rua e paramos lá. Logo Natsu já foi pedindo.

– Obrigado por me acompanhar, Lucy – Natsu disse, com a boca cheia.

– Ok, ok – eu disse, impaciente –, de nada.

– Estranho o Happy não querer vir junto – ele disse.

– Verdade – concordei e parei pra pensar no “divirtam-se” que Happy disse antes de sairmos, agora esse comentário me pareceu um tanto quanto malicioso. Será que ele estava pensando que... – A não ser que... – eu pensei alto, mas logo praguejei mentalmente por deixar isso escapar.

– O que? – perguntou Natsu.

– Nada – respondi.

– Ah, fala...

– É que, como saímos tarde da noite, apenas eu e você, quero dizer que, talvez, tenhamos passado a impressão errada disso – eu falei e Natsu me olhou, com uma expressão confusa. Revirei os olhos com a burrice dele e completei: –Ele pode ter achado que estaríamos fazendo “outra coisa” – dei ênfase no “outra coisa”. Agora sim, ele pareceu entender.

– Ah sim – ele respondeu, e pareceu corar um pouco. – Depois conversamos com ele, não se preocupe.

Eu simplesmente assenti.

Voltamos conversando animadamente sobre a missão, fazia um tempinho que não entravamos em ação.

Diminuímos o tom ao entrar na pousada, pois todos, menos aquele porteiro assombroso, deviam estar dormindo, mas continuamos animados com a conversa.

Enfim, chegamos à porta do quarto que eu dividiria com Erza, e só quando me virei para desejar-lhe boa noite pude ver o quão perto de mim ele caminhava. Pois estávamos cara a cara agora.

“Perto demais, perto demais”, pensei.

No que eu estou pensando? Natsu é meu melhor amigo, sempre deixei ele chegar o quão perto quisesse sem desconfiar muito, pois somos amigos, sei que ele não faria algo que não devia. Sei que ele gosta da Lisanna.

Foi o comentário idiota do Happy que me implantou esses pensamentos ridículos.

Mas eu podia sentir agora a respiração dele contra minha pele, contra meus lábios.

– Espero que amanhã seja um dia interessante – eu murmurei, me referindo à missão.

– É, quero bater em alguns vilões – ele disse e eu sorri. Podia jurar que ele estava um pouco mais perto agora. Minha respiração começou a falhar meu rosto a ficar quente. Tive vontade de sair dali e entrar no meu quarto correndo, mas meus pés pareciam paralisados, me prendendo ali, sentindo não só o calor do meu corpo, mas o do dele também.

– Natsu – eu sussurrei, tentando manter minha respiração constante. Nossos olhos se encontraram. Pude ver os olhos dele brilhando, pareciam que estavam cheios de vida, me vi hipnotizada por aqueles olhos negros. Saí desse transe quando percebi a mão dele apoiada à parede, bem do meu lado.

Baixei meu olhar para seu braço, e involuntariamente fechei os olhos, respirando fundo. Porque isso agora? Depois de tanto tempo, porque só agora?

Senti meu corpo sendo possessivamente pressionado contra a parede. Abri os olhos, surpresa, e levantei a cabeça para encará-lo. Nesse momento, senti meus lábios serem pressionados vorazmente pelo os dele, urgentemente. Senti sua língua pedindo passagem, e a única coisa que eu pensei no momento foi ceder. E assim fiz.

Então o beijo se tornou calmo, sem pressa de acabar. A mão livre dele percorria a curva da minha cintura, enquanto eu pousava uma de minhas mãos sobre seu peito.

Senti meu corpo extremamente quente e meu coração batia estranha e descompassadamente rápido. Eu não fazia ideia do que estavam acontecendo. Só sabia que não sentia vontade de parar.

Então o ar faltou e nos separamos.

Tentei recuperar o fôlego rapidamente. Meu rosto estava extremamente corado, eu sabia. Mas mesmo assim o olhei, talvez em busca de uma explicação. Então nossos olhares se encontraram de novo. Senti um arrepio percorrer meu corpo, e dessa vez, por um impulso sem senso, coloquei meus braços ao redor de seu pescoço, ao mesmo tempo em que ele me puxava e iniciava outro beijo.

Um beijo mais necessitado, mais urgente, mais ardente.

Meu coração batia mais rápido ainda e eu podia sentir o dele batendo também. Era uma sensação estranha.

Suas mãos percorriam toda a extensão do meu corpo que ele podia alcançar, tocavam até meus seios, mas resolvi ignorar só por hoje, perdida nas novas sensações que jamais imaginara. Até que a falta de ar se fez presente de novo e nos separamos, ofegantes.

– Então, bem... – Natsu começou a falar e eu o olhei de novo –, boa noite – ele completou rapidamente e me olhou uma última vez antes de entrar ás pressas em seu quarto.

Fiquei mais uns minutos encostada ai na parede, tentando respirar e assimilar tudo isso. Então fui tentar inutilmente dormir, mas a cena continuava viva na minha memória e em meu corpo, podia sentir seus toques ainda.

FLASH BACK OFF


Me vi perdida nessas memórias, enquanto fitava o chão. Até que Erza pigarreou alto.



– Não acha, Lucy? – ela perguntou.


– O que? – perguntei em resposta, desperta dos meus devaneios.

– Que temos que procurar na parte das vendas clandestinas da cidade, já que procuramos ladrões – disse Erza, me avaliando, um tanto preocupada.

– Sim – eu respondi lentamente, parecendo um pouco retardada com o meu desatento tom de obviedade. Tossi rapidamente. – Você está certa – completei.

– Natsu que disse isso – Erza falou. – Você estava prestando atenção?

– Claro! E Natsu está certo – eu disse, meio formalmente e rapidamente. – Estou cansada, vou me preparar para dormir– eu disse e fui ao banheiro. Acho que a mensagem foi claro, “saiam do quarto”.

Me olhei no espelho, meus olhos castanhos estavam abatidos. As lembranças ainda me perseguiam. Os toques, os beijos. Eu quase conseguia senti-los.

Bem, depois daquilo, na outra manhã, nem nos falamos, ele nem ao menos me olhou. Eu tentei iniciar uma conversa com ele, mas ele logo me cortou e se afastou. Ele parecia se sentir pouco a vontade comigo por perto, e me ignorou como pode. Depois de um tempo, passei a fazer o mesmo.

Rodamos boa parte da cidade e não achamos uma única pista sobre a nossa missão. Quando chegamos, ele continuou em desprezar minha existência, ás vezes ele parecia ressentido ao fazer isso, mas nada podia justificar. Então me tranquei na sacada, mesmo com os protestos de Gray e Erza, mas eu estava sentindo raiva dele, raiva de mim, de tudo.

Tentei criar inúmeras teorias ridículas para o que aconteceu, mas tudo levava a um caminho, que o silêncio a minha volta parecia gritar. Não sei como, nem quando, mas eu comecei a gostar do Natsu, como mais que apenas um amigo.

É estranho pensar isso, depois de tanto tempo que nos conhecemos. Eu nunca senti isso com ele antes e não acho que se compare com algo que eu já tenha sentido por outra pessoa. Com ele parece diferente, só que eu não sei como.

– Lucy! – Happy me chamou, cortando meus pensamentos.

–Já vou! – respondi, mas estava apenas entrando no banho.

– A Lucy é estranha – ouvi Happy dizer.

Revirei os olhos com o comentário, mas resolvi não sentir raiva. Apenas respirei fundo e liguei o chuveiro. A água quente no meu corpo não conseguia me fazer sentir mais viva, apenas mais confortável, talvez.

Eu sentia arrepios desconfortáveis na espinha e meus músculos pareciam rígidos, se negavam a relaxar. Senti meus olhos fecharem de novo.

Preciso dormir.

Saio do banho e me visto rapidamente. Coloco a mão na maçaneta da porta e hesito um pouco antes de abri-la.

Meus olhos percorreram o quarto, e senti alívio ao ver apenas Erza lá.

– Quer conversar? Perguntou ela, quando me aproximei.

– Hoje não, eu preciso dormir – respondi, e percebi que ela pareceu decepcionada. – Amanhã conversamos. – eu garanti e ela assentiu.

Puxei as cobertas da cama e me deitei, tapando meu corpo logo em seguida. Erza desligou a luz e foi ao banheiro, trocar de roupa.

Minha respiração parecia pesada e eu sentia uma sensação ruim no meu peito. Eu não gostava disso.

Mas logo o sono se fez presente outra vez, fechei os olhos, então, me entregando à paz.


Minha garganta estava seca, meus olhos foram abrindo lentamente e encontraram a escuridão. Virei à cabeça para o lado e vi Erza dormindo na cama ao lado da minha. Devia ser de madrugada. Eu sentia uma preguiça enorme, meu corpo parecia resistir as minhas tentativas de levanta-lo, mas eu precisava de algo para beber.



Bem, tem uma máquina de bebidas no hall de entrada da pousada.


Enfim, me pus de pé e fui saindo calmamente do quarto, tentando não acordar Erza.

Assim que saí do quarto, andei apressadamente pelo corredor. Estava realmente frio, eu devia ter pegado um casaco, minha pele estava tão arrepiada que formigava muito. Desci as escadas correndo.

Apenas o porteiro assombroso devia estar ali, mesmo que eu torcesse para que nem ele estivesse. Mas quando desci as escadas, esqueci qualquer frio que podia estar sentindo.

Em um dos sofás do hall de entrada da pousada, Natsu estava sentado, fitando o teto. Quando desci o último degrau ele me olhou.

Fiquei paralisada quando vi ele ali, mas senti uma corrente de choque quando ele me olhou. Era pra ter ficado no quarto, isso sim.

“Tudo bem”, pensei, “é só ir lá, pegar algo pra beber e voltar para o quarto, simples”. Assenti para mim mesma e tomei meu caminho.

Percorri o hall sobre os olhares dele, que permanecia quieto.

Peguei uma bebida e me virei, retomando meu caminho.

Não pude evitar dar uma olhada para o canto que ele estava, que era bem próximo da máquina de bebidas. Tentei controlar a minha respiração e apenas evitar aqueles olhos negros, mas não consegui.

– Também não consegue dormir? – ele perguntou, para minha surpresa, me assustando e cortando meu contato com seus olhos. Eu apenas desviei o olhar ao ouvir sua voz, que estava rouca.

– É – eu respondi –, também não consegue dormir? – perguntei, evitando olhá-lo nos olhos.

– Sim, fiquei pensando – ele disse.

– Eu também tenho pensado muito – eu disse, tentando parecer indiferente.

– Sobre o que? – ele perguntou, fazendo minhas pernas bambearem e minha respiração falhar de novo.

– Coisas que aconteceram – eu respondi –, e outras coisas que eu não gostei.

– Imaginei – ele respondeu.

– Então porque a pergunta? – perguntei, mas ele permaneceu em silêncio, parecia pensar. Ousei olhar em sua direção novamente, e vi ele me fitando intensamente, como se procurasse as respostas do que queria em mim. Não pude evitar corar um pouco. Mas logo virei o rosto e voltei a fitar a minha bebida, escutando o silêncio. – Eu não gostaria de perder a sua amizade. – eu finalmente disse.

– Porque acha que perderia?– ele perguntou, mas pareceu assustado por eu ter despertado ele de seus pensamentos.

– Você tem me evitado – eu disse, com a voz dolorosa.

– Eu sei, desculpa – ele falou, dando os ombros –, eu só não sabia como agir.

– Entendo – eu disse e olhei de canto para ele, que agora fitava os pés. – Natsu – eu fechei os olhos, respirei fundo e tomei coragem –, faça o que quiser, pode esquecer o que aconteceu se você quiser isso, pode fingir que nunca aconteceu, mas não me deixe perder sua amizade, ela é importante de mais para eu deixa-la ir. – eu disse e abri os olhos, virando o rosto para o outro lado.

– Você não vai perder – ele disse, após um tempo. – E eu posso tentar esquecer o que aconteceu se você também tentar.

Eu fiquei sem palavras. Eu queria dizer sim, e seguir com nossa amizade, mas algo dentro de mim não queria isso.

– Não – eu respondi–, não posso esquecer, não quero esquecer – eu disse. Ele me olhou um tanto confuso, mas logo seu olhar adquiriu uma tonalidade triste.

– Se você não puder esquecer e seguir em frente, eu também não poderei – ele respondeu, me olhando.

– Tem tanto ressentimento assim do que fez? – perguntei, um certo nojo estava carregado no meu tom.

– Não – ele disse e parecia hesitar perante as próximas palavras que seriam ditas –, é que eu realmente gosto muito de você pra ouvir uma rejeição.

– Rejeição? – perguntei.

– Sei que você não gosta de mim do jeito que eu gosto de você, e eu não suportaria isso – ela falou, mas depois pareceu arrependido de ter falado.

As lágrimas corriam pelo meu rosto, e realmente pareciam arder ao contato em minha pele.

– Você gosta de mim? – eu perguntei, com uma voz fina. O silêncio pairou no ar. Tentei controlar minhas emoções. Ele gosta de mim, ele gosta de mim. Natsu gosta de mim. Me senti tão bem agora. Ele só tinha medo, medo de me perder.

– Sim – ele respondeu–, eu tentei fingir que não tinha acontecido, porque achei que assim você também esqueceria e retomaríamos nossa amizade, como ela era.

– Você é tão idiota – eu disse e andei em direção a ele, até parar em sua frente e lhe estender minha mão. Após hesitar muito, ele segurou minha mão e se levantou.

Eu o abracei firmemente, com toda a força que pude, após um tempo ele retribuiu o abraço também. Eu o segurava tão forte, como se ele fosse fugir a qualquer minuto.

Meu coração batia rapidamente que parecia pular do peito.

– Nada vai acabar com a nossa amizade – eu disse para ele, quebrando o abraço, mas ainda o mantendo perto de mim. Ele apenas forçou um sorriso. – E Natsu, depois daquele beijo, eu me dei de conta que eu realmente gostava de você, mas você me ignorou o dia inteiro – eu o repreendi.

– Você disse que se deu de conta que gosta de mim? – ele perguntou, e um brilho retornou em seus olhos, eu, então, assenti. – Realmente gosta?

Eu respondi a pergunta selando nossos lábios. O beijo começou calmo, mas mesmo depois de ceder à passagem para a língua dele, o beijo continuou calmo, sem pressa, apaixonada. Cada um explorando o máximo da boca do outro.

Senti o calor que nossos corpos emanavam juntos, senti as batidas do meu coração e as do dele, batendo no mesmo ritmo. Senti os arrepios que percorreram meu corpo quando ele agarrou minha cintura.

Desfrutei de todas as boas sensações que ele me proporcionava. Todo o calor, toda a paixão, todos os toques.

O ar se fez necessário, e separamos os lábios, mantendo nossos corpos colados ainda.

– Eu te amo – ele disse. Isso me fez corar rapidamente. Senti que talvez essas palavras fossem fortes de mais para o momento, mas algo também me diziam que não eram, e quando me dei de conta eu já tinha falado:

– Eu também te amo.

Senti um frio na barriga ao pronunciar isso, mas logo essa sensação foi sumindo, ao ritmo que o beijo retornava, quente e molhado, dessa vez ardente.

Ele me segurava possessivamente, e eu mantinha minhas mãos nos seus cabelos e nuca, enquanto ainda nos beijávamos.

Ele me puxou e fez com que se sentasse no sofá e que eu ficasse sobre seu colo. Isso era algo realmente constrangedor. Eu nunca tinha estado em uma situação dessas, eu nunca havia deixado um homem me tocar inapropriadamente.

Mas eu permitia cada toque dele.

Ele desceu as mãos e apertava minhas coxas, enquanto eu descia as minhas e acariciava seu peito nu. Nos separamos mais uma vez e respiramos fundo, para, logo em seguida, retomar o beijo.

Enquanto as mãos dele ainda estavam pousadas sobre minhas coxas, as boca dele foi descendo e indo ao encontro do meu pescoço. Ele beijava meu pescoço, e mordia às vezes, enquanto eu entrelaçava uma das minhas mãos em seus cabelos e a outra acariciava seu peitoral ainda.

Ele me beijou mais uma vez, e isso me fazia sentir como se tudo dentro de mim estivesse fora de ordem, estivesse pegando fogo. E eu gostava disso.

Quando se tratava de Natsu, tudo parecia agradável, confortável, seguro. Então não me preocupava com o que quer que fosse.

Quebrei o beijo e voltei a admirar seus olhos, agora pareciam brilhar de desejo, me senti envergonhada com isso, mas logo ele pôs a mão na barra da minha camisola e me pediu uma conformação com olhar.

Pensei várias vezes antes, afinal, estávamos em um sofá de uma pensão. O porteiro não estava ali na rua, pelo que podia ver pela janela aberta, mas ele também podia chegar a qualquer momento, e qualquer pessoa poderia descer e nos ver. Até mesmo Erza e Gray poderiam vir a nossa buscar e nos encontrar em tal situação.

Não sei por que esses pensamentos me deixaram mais excitada, então eu apenas assenti.

Eu o ajudei a tirar minha camisola, que logo foi jogada ao lado do sofá. Eu me senti envergonhada por estar tão despida assim, na frente, não que eu não usasse roupas provocativas, eu sempre usava, mas essa situação era diferente.

Depois eu o beijei mais uma vez, antes de descer meus beijos ao seu pescoço. Agora era eu quem fazia isso. Isso realmente me deixava nervosa, insegura.

Mas eu beijava seu pescoço determinadamente, enquanto passava a mão pelo seu peito de novo.

Dessa vez, ele quebrou o beijo e me olhou, no fundo dos meus olhos. Tão fundo que quase senti ele ler meus pensamentos, olhei-o tão profundamente também, que quase conseguia ver o que estava de trás dos olhos negros que ele possuía.

Mas logo ele voltou a beijar meu pescoço. Quebrando a conexão.

Ele desceu os beijos do meu pescoço, para o colo do meu peito, e voltou a apertar fortemente minhas coxas. Não consegui evitar soltar um leve gemido.

Ele pareceu gostar disso, então foi descendo os beijos até chegar aos meus seios, ainda cobertos pelo sutiã. Ele beijava e mordia a parte descoberta dos meus seios. Eu fechei os olhos, entregue as novas sensações que eu não queria que mais ninguém me proporcionasse. Apenas ele.

– Tem alguém aí? – ouvi uma voz fria e tenebrosa.

Dei um pulo do colo de Natsu, vesti minha camisola o mais rápido que pude, assustada. Natsu se levantou também rapidamente, e me puxou até as escadas.

Olhamos para a porta, atentamente, e logo o porteiro sinistro entrou, seus olhos percorrendo a sala, desconfiado. Então, retomou seu lugar á cadeira, que ficava perto da porta. Ainda bem que ele não nos viu.

Subimos fazendo o mínimo de barulho que conseguimos, mas não contínhamos as risadas, realmente levei um susto com a chegada do homem, mas a situação foi engraçada.

Enfim, chegamos à entrada do meu quarto. Nos beijamos várias vezes antes de realmente nos despedirmos. Com um beijo mais demorado ainda. E tive que prometer a ele que terminaríamos o que estávamos fazendo assim que voltássemos da missão. Eu ri muito com isso e me senti extremamente constrangida, mas assenti.

Logo ele foi dormir em seu quarto e eu entrei no meu. Eu sentia como se algo dentro de mim tivesse aquecido, como seu eu não pudesse mais parar de sorrir, como se o resto do mundo não existisse. Eu me sentia apaixonada. Pelo Natsu. Eu jamais poderia imaginar isso.

– Onde estava? – perguntou uma voz feminina, me dando um grande susto. Erza estava sentada em sua cama, me observando. – Porque está sorrindo tanto? – ela perguntou.

Eu sorri com a situação, que teria que explicar para ela agora. Sei que ela adoraria tudo isso, e que riria junto comigo. E a única resposta que obtive para a pergunta dela, foi a que eu nunca imaginei que encontraria.

– Natsu – eu respondi, simplesmente.







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Notas finais do capítulo

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