Uma Criança Com Seu Olhar escrita por Miss Desaster


Capítulo 29
Capítulo XXIX


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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O médico recomendou mais uma semana com o gesso. David não estava feliz com a ideia de continuar com o braço paralisado e sem poder aprontar metade de suas aventuras. Elena aproveitou para uma consulta de rotina e torcendo internamente para que diminuísse as dosagens dos remédios. Era incomodo ter aquele compromisso e não poder esquecer. Também foi agendado uma revisão para saber como seu corpo estava reagindo em todos os aspectos.

Fez o retorno após o hospital e pegou uma avenida até lembrar de que daria no antigo apartamento e não na casa em que morava agora. Droga!

– Aonde estou com a cabeça? – Murmurou enquanto esticava a mão para tocar uma música no aleatório do celular.

– O que mãe?

– Pensei alto, filho.

O celular começou a tocar sua melodia irritante e pressionou o botão no volante para atender:

– Elena, tudo bem? É a Vicki.

– Estou bem. E você? O que me conta de novo? – Foi um milagre ter a memória funcionando a pleno vapor de não deixar esquecer o nome da garota.

– Vim para San Diego encontrar uma das minhas madrinhas e gostaria de te ver também.

– Seria ótimo. Tem algum lugar em especial que queira ir?

– Vou passar em casa e deixar o David. Podemos nos encontrar daqui a duas horas? Eu te mando o endereço.

– Te vejo daqui a pouco. Tchau.

–-

Edna acabara de enviar uma foto para o e-mail de Damon.

Advinha quem vai no seu show?

E tinha a foto de dois ingressos para um dos shows que faria no Canadá. Ainda era esquisito ser tratado como se seu trabalho fosse importante para os dois. Edna foi em alguns shows durante a turnê, mas imaginar que seu pai estaria naquela plateia deixava uma sensação esquisita no estômago.

O dia parecia longo demais, tendo 48 horas em apenas um 24. Nenhuma das obrigações pareceram interessantes ou urgentes quando só estava interessado em fazer nada. Em dias comuns ficaria deitado com David vendo desenhos, jogando bola ou só saíam juntos e conversavam. Era horrível sentir tanta saudade do pestinha quando só tinham se passado três dias.

Também queria estar com Elena, dormindo até tarde, receber café da manhã no sofá junto com David, beijá-la, sentir o corpo dela e eram coisas boas que faziam uma tremenda falta com essa distância. Não havia muito que pudesse fazer já que a decisão partiu dela, se algo mudasse deveria ser iniciativa dela.

Abriu o notebook e deu uma olhada no novo visual do site e entrou no twitter:

@DamonSalvatore: Meu site está bonito, não é? O que acharam?

Milhares de menções surgiram no tempo que deu uma piscadela.

@DamonSalvatore: Desculpem a ausência no último mês, mas estou aproveitando minhas férias. Todo mundo tem uma cópia do “Dangerous Race”?

@DamonSalvatore: Lotem as menções do @StefForbes pedindo mais tarde de autógrafos. Talvez dê tempo de mais algumas antes da turnê começar.

No meio frase do próximo tweet seu celular começou a vibrar e na tela um número desconhecido.

– Alô. – Murmurou estranhando a ligação tão cedo.

– Damon? Sou eu, Justin.

– Tudo bem? Está na cidade? – A ligação só não era esquisita por terem trocados alguns e-mails na semana anterior.

– Não, estou no Tennessee. Vou para LA resolver alguns assuntos e queria te encontrar.

– Quando você chega?

– Sexta à noite.

Sábado era a peça de João e Maria na escola de David, não poderia falta isso por nenhum trabalho no mundo. Mesmo que a mesma oportunidade nunca mais batesse em sua porta seu filho estava em um nível de importância que não faria comparações.

– Meu filho vai estar na peça da escola e é a primeira que tenho a oportunidade de ver. Vai ser no sábado e ele mora em San Diego.

– Família é sempre em primeiro lugar. O que sugere?

– Se não for atrapalhar seu final de semana poderia me encontrar em San Diego, lá tem alguns estúdios legais ou só conversamos mesmo.

– Sexta e sábado eu vou ficar enrolado, posso te encontrar no domingo. Te ligo. – Justin se despediu.

Desceu para o estúdio com algumas ideias para escrever alguns esboços e levaria para o encontro com Justin, mas se o trabalho fluísse como esperava eles acabariam com várias sessões em estúdios.

Que tipo de música ele esperava dessa parceria? Pop não era seu gênero, mas poderia tentar um mix que funcionava para os dois, faria algo que se parecesse com o próprio gênero e esperava não estar se afobando ou muito eufórico. Outros artistas entraram em contato com Stefan para uma futura parceria, mas o pedido sempre foi negado. Não por ele, claro. A Sony queria que fosse um músico consolidado primeiro para depois fazer parcerias. Dessa vez Simon não pareceu tão relutante com a possibilidade.

Duas horas depois tinha alguns esboços interessantes e Stefan espiando por cima de seu ombro.

– Nunca imaginei que te veria compondo tão sóbrio. – Disse encostando no tampão da mesa e começou a ler.

– Já bebi algumas doses de uísque, se te serve de consolo.

Stefan passou os olhos pelas folhas e murmurou algo como aprovações e puxou o lápis para fazer marcações.

– Às vezes esqueço como suas composições são desorganizadas.

– Eu escrevo conforme vou pensar.

– Isso só quer dizer que sua mente é uma zona. – Jogou os papéis em cima da mesa. – Por que ainda está aqui?

– É a minha casa. Aonde queria que eu estivesse? – Murmurou uma melodia enquanto olhava para as letras, logo depois um tom acima.

– Você vem morando mais em San Diego do que aqui. Ainda não deu o braço a torcer? Deixa de ser mulherzinha.

– Diz o cara que me ligou chorando depois que a Vicki te largou no Natal.

– Só comentei com você e siga seu próprio conselho: lute por ela e faça uma surpresa. Entenda que cada pessoa reage de uma forma. Lembra quando você atraiu a atenção da mídia? Odiava sair de casa que não fosse a respeito do trabalho, saia com roupas estranhas e se irritava com as matérias sensacionalista. Agora imagina como é pra uma jornalista ir para o outro lado? Ficar nos holofotes é difícil.

Stefan tinha jeito para falar com as pessoas e acalmá-las, mesmo que fosse um idiota. Poderia até fazer parte de seu trabalho, mas sempre tinha resultados bons lidando com o surto que a fama trazia.

– Eu entendo, mas deveria ser uma decisão bem pensada.

– Você acha que não foi?

– Ela estava nervosa. Claro que não pensou.

– Ontem a Vicki jantou com ela, se quer saber.

– Nos falamos no telefone ontem também.

– E?

– Conversei com o David e ela me perguntou se eu estava voltando.

– Porque queria que você voltasse, idiota.

– Pra me dizer o que? Vamos ser amigos e pais para o David? Não quero ouvir essa merda.

–-

Ao comprar a casa o condomínio liberava quatro cartões de acesso para pessoas que poderiam entrar na casa sem passar pela entrada de visitantes, escolheu Elena, Bonnie, April e uma para si. Amigos e família precisavam ser anunciados e esperar autorização do proprietário para entrada, nesse momento sentiu vontade de colocar o nome de Klaus na lista negra, mas Elena comeria seus rins quando descobrisse e era melhor evitar um confronto.

Fez o retorno até o final do condomínio e estacionou na vaga de visitante. Não sabia exatamente o motivo de estar se esgueirando para entrar na casa e resolver seus problemas de uma vez por todas. Talvez se Elena não o visse chegando ficaria surpresa e pensaria no quanto fazia falta estarem juntos, se desse tempo para que ela pensasse em tudo de negativo poderia ter um não como resposta.

Tinha cerca de dois meses até o fim de suas férias e começaria a turnê. O que era maravilhoso, estava animado e aquela sensação de orgulho por um trabalhar duro para conseguir realizar seus sonhos e dar a chance de seus fãs verem isso de perto. O que significaria ter que conciliar seu tempo entre viajar de um estado com poucos dias de diferença, ter tempo para David e Elena. Essa questão estava começando a ser algo que não o deixava com cinco segundos de sossego.


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Notas finais do capítulo

Desculpa demora esse mês, estava insegura com esse capítulo e não sei bem o porquê. Aqui está espero que tenham gostado e o próximo capítulo vai ser especial por ser o 30º. Muito obrigada. Vejo vocês o mais rápido que vão imaginar.