Pretender escrita por Ash Kuhomi


Capítulo 1
The Worse Feeling Of All


Notas iniciais do capítulo

Bom, estou loucamente apaixonada por Kuroko no Basket, e tive que escrever a cena do episódio, se eu não me engano 13 ou 14. Não sei ao certo. Se você já viu espero que entenda, mas se não chegou acho melhor esperar. Enfim aproveitem.



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 Eu simplesmente não conseguia acreditar no que realmente estava acontecendo. Ouvi um ruído e pude perceber que finalmente o jogo acabara e com ele todas as minhas convicções também. Refiz mentalmente uma pequena lista dos itens : horóscopo, dia, número, mascote, pé direito após acordar ... e todos eles estavam exatamente certo. Pude ouvir gritos, aplausos e gargalhadas. 

Mas para mim era o mesmo do que o pleno silêncio, pela primeira vez meus pés ficaram presos no chão, e uma dor aguda se esticou de meus pés até minhas mãos. Uma dor forte me atravessou o peito e por alguns minutos esqueci da necessidade do ar. Todos os passos foram repassados em minha mente, e eu contava todos os pontos diversas vezes. Eu procurava por um erro, só um. Só um sinal de azar, um sinal de que tudo pudesse ir por água a baixo, mas só acabei achando um terrível sentimento de perda e fracasso. 

Vamos nos alinhar !!!

Uma voz perdida ressuou no ar, e finalmente comecei a me movimentar, era como se o mundo estivesse monótono, vazio e sem valor. A quadra me incomodava, os gritos me incomodavam, o sentimento de vitória, o fracasso, o medo, o ódio...

Tudo vinha a mim com um empecilho, todos ao meu redor pareciam acabados, destruídos e arruinados. E aonde está a resposta para tudo isso? Aonde estão os diversos resultados dos nossos duros treinos? Cadê todas os sorrisos e vozes aclamando o nome da minha escola ? 

O pior não era o barulho, era o silêncio.

O silêncio da perda talvez fosse um dos piores barulhos que somos obrigados a presenciar, o fardo de que não fomos suficientes e o pior que poderíamos carregar, o medo de que nunca mais seremos capazes de superar isso é o pior que poderíamos sentir. A insegurança pairava sobre toda a quadra e de alguma forma o placar brilhava naquele dia, ele parecia se impor sobre os jogadores e tal imagem mal conseguia ser processada por mim. Eu não sabia como reagir, não sabia o que falar, eu simplesmente estava ali sendo massacrado pelos meus próprios conceitos e verdades. A realidade me esquecera e a sorte me abandonara de forma repentina e vergonhosa. 

Como pudera um colégio que mal começara sua história nos campeonatos ganhar 2 reis em um dia? Se me contassem isto antes eu provavelmente riria e chegaria a fazer minhas ironias diretas, vi a agitação e mal consegui me conter, meus olhos ardiam. E seria horrível, o fim da picada, literalmente pior chorar. Meu orgulho permanecia abalado, rachado, preste a quebrar. E eu pela primeira vez senti que se quebrasse agora, não conseguiria voltar atrás, não conseguiria me reconstituir. 

Empurrei fortemente as portas da quadra, e pela primeira vez corri, corri com toda a força que o ódio estabelecera dentro de mim, senti como se a minha única motivação tivesse sido tirada de mim, minha mão doía, ardia como se minha mão tivesse sido atirada ao fogo, sua garganta parecia igualmente em chamas. Uma voz, um pedido de socorro era tudo que precisava, mas mesmo com toda minha raiva provavelmente não conseguiria chegar muito longe. Desabei em cima de uma pilastra de concreto e arremessei diversos socos nela, tentando acalmar todo esse sentimento imerso em mim, quase sem utilidade. 

Meu telefone começara a tocar, eu o pus em meio meu peito sentindo-o tremer, seu equilíbrio estava afetado e minha mente já não conseguia, ou já concretizara por si só : eu havia perdido.

Uma sensação de calma me tomou e a fraqueza finalmente se instalou ao sentir os primeiros toques da chuva contra meu rosto, deixei meus olhos transbordarem, deixei o orgulho baixar a guarda e me certifiquei que a razão havia voltado por completo. Me recusei a falar, agir ou até mesmo de inventar motivos que de certa forma provariam que tudo aquilo era desnecessário, as lágrimas quentes se fundiam com as frias gotas de chuva. O quente ardor da raiva de misturando com a fria sensação da derrota. 

O mundo voltara ao seu normal, o barulho dos carros chegara aos meus ouvidos, o silêncio fora substituído. E por um momento meu ego aflorou, e meu orgulho retomara o seu devido posto. Meu desgosto por Kuroko aumentou do que costumava ser, e mais do que nunca eu respeitava aqueles olhos indecifráveis.


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