Segunda-feira era mais um dia cansativo para lembrar que no mês passado teu peito me aconchegou, que a noite era feliz, e que nada nem a chuva podia estragar, era tarde pra dizer tinha dizer que ontem foi o dia mais feliz da minha vida, mas segunda-feira você passa pela minha porta e não me chama.

Eu? Bebi saudade a semana inteira.

Teu corpo está solitário nessas noites frias em que a chuva não cessa um segundo. Eu quero o que tens pra me dar, um colchão velho, café de ontem, teu corpo quente, o emaranhado dos teus cabelos, teus olhos fechados em mais um beijo. Mas ontem aquela mensagem me fez acordar.

“Eu não sei o que quero, e não quero mais saber.”

Deixar mil recados na caixa eletrônica com esperanças delas serem ouvidas. Mandar mensagens sem cessar. O acaso me deixou tão só, talvez eu ache algo que me faça sentir melhor.

E quando eu digo que não penso, é porque não paro de pensar. Eu me joguei de um precipício meu amor e hoje tento me esconder. E da janela do meu quarto ainda vejo tua casa, e observo o teu entrar, o seu trocar de roupas o teu olhar frio para nenhum lugar. Quem sabe eu te encontre em outro lugar, numa rua vazia, numa praça ou quem sabe em um bar. Mas todos os dias eu tomo goles de saudade. No café da manhã, no almoço, na sobremesa e no jantar, e ainda espero que você volte um dia a me procurar.