–Sam... Leo? O que você...? – Uma Hazel intrigada pergunta. –Piper? O que vocês estão fazendo?

Ela não entendeu a pergunta, até perceber que seu rosto estava a uns 3 centímetros de distância do de Leo. Mas ela não sabia responder. Afinal, o que eles estavam fazendo? O que realmente estavam fazendo?

Leo começava a se arrepender totalmente de tudo que ele fez. Até de ter nascido! Que idiota! Idiota! Você mesmo disse que esse não era o momento! Tudo o que conseguiu foi deixá-la mais confusa ainda! Pensou.  Até ele estava confuso... Ele esperava que Piper gargalhasse por ter ouvido um “eu te amo” ou o rejeitasse na hora. Afinal, ela estava um caco por Jason.  Se estava assim por ele com certeza o amava muito, certo?

–Hazel, nós estávamos conversando sobre coisas sérias... Quer dizer, já estou aceitando melhor o fato de que talvez não tenha volta. De que talvez Jason tenha morrido. Não é menos doloroso, mas eu preciso aceitar. – Leo deixou que Piper falasse, ela que era boa com palavras. O que ela disse não deixa de ser verdade, mas Leo não pode deixar de pensar que ela não vai aceitar isso assim tão fácil.

O Treinador Hedge começou a falar sobre Piper e Leo estarem de castigo, mas Frank o mandou calar a boca.

–Piper, o que está acontecendo aqui não importa, vocês fazem o que quiserem, me desculpe. É só que... Ficamos surpresos, mas esqueça.  A gente veio aqui para contar as novidades do Acampamento. – Hazel não é burra, ela entendeu muito bem o que estava acontecendo, e havia um pouco de ciúme em seu coração. Mas ela não tem nada a ver com a vida de seus amigos, e Piper tem o direito de escolher quem quiser... O estranho é que parece que nem Piper nem Leo entenderam o que está acontecendo entre eles, apesar de todos os outros terem percebido.

–Novidades? – Piper e Leo disseram em uníssono animadamente.

–Sim – disse Frank. – Quíron disse que eles foram atacados algumas vezes pelos Romanos, mas foi uma batalha difícil para os dois lados, e eles sempre precisavam recuar. Eles levam muito em conta essa coisa de honra, o que me leva a pensar que Reyna talvez esteja tentando aliviar para nós.

–É, mas Octavian é esperto, e eu sei que logo mais ele vai conseguir com que essa guerra se torne vida ou morte para os romanos. Se bem que para alguns deles já é. –disse Leo.

–Sim. Mas temos também boas notícias! Nico conseguiu a muito custo se comunicar com Annabeth, e descobriu que ela e Percy estão bem, e em direção às Portas da Morte. Digo, bem mas na medida do possível. Nós não temos nem noção do tipo de horrores que eles enfrentam lá. – disse Hazel.

–E também pedimos para o chalé de Apolo e Dionísio se comunicarem com seus pais. Parece que pode ter um jeito. –Mal acabara Frank de falar e um sorriso de orelha a orelha surgiu no rosto de Piper. – Quando Percy perdeu a memória, ele usou sangue de górgona e aos poucos ela voltou. Talvez possa funcionar com Jason, e restaurar sua mente ao que era antes. Caso não dê certo, ao terminar a missão a gente pode pedir uma ajudinha para o Sr. D. Não é nenhuma garantia, mas pode funcionar.

Piper ficou muito, mas muito, mas muito feliz mesmo. Ela pulou e abraçou a todos, até o treinador Hedge. Depois , pediu um grande abraço coletivo.

–Eu amo vocês. Todos vocês. A minha família são vocês e o meu pai, as pessoas que mais amo no mundo!

Todos aproveitaram esse momento, porque sabiam que o destino pregava peças cruéis, e pode ser que daqui a algum tempo eles não estejam mais juntos. E eles já tinham experimentado muitas vezes a horrível angústia de perder alguém querido.

Mas Leo secretamente ficou desapontado. Desapontado com a enorme felicidade de Piper em saber que Jason podia voltar. Isso é errado, ruim, e ele sabia disso. Porém ele não conseguia deixar de ficar triste em perceber que Piper amava Jason. Porque ele acreditou por pelo menos um segundo que isso mudaria?

–Então... Vamos ver Jason?

[...]

Ao abrir a porta do “quarto”, Piper viu um garoto loiro com olhos azuis eletrizantes.  Ele tinha uma expressão amarga, e muitos machucados pelo corpo, como se estivesse se flagelando. Suas roupas todas rasgadas e maltrapilhas, que um dia já foram uma camisa do Acampamento Júpiter e uma calça jeans. Ele parecia estar dormindo, preso a correntes. Estava amordaçado, e em volta da sua cama improvisada havia uma espécie de campo de força. Seria ele Jason? Infelizmente sim.

–O que significa isso? – a semideusa perguntou com raiva.

–Isso é o que precisamos fazer com ele para que não se mate ou tente nos matar. A situação está horrível. Mas acho que não vai piorar mais do que isso. Se você quiser ainda posso tentar dar uma pancada bem forte na cabeça dele! – Hedge balançava seu bastão de beisebol.

–Não, obrigada...  Bom, acho que nosso próximo passo é achar uma górgona. Estamos no caminho para a Grécia, já deviam ter brotado vários monstros. Estranho que estejamos bem...

–Tudo o que precisamos fazer é chamar a atenção. É difícil esconder um barco com seis semideuses e um sátiro, mas com as minhas pesquisas nas esferas de Arquimedes, eu consegui. Não estamos aparecendo nos radares de monstros. Se algum nos vir, vai atacar porque não foi com a cara do Dragão ali, certo Festus? – Festus bufou para Leo. – Agora é só desativar as proteções melhoradas,  esperar o festival de monstros aleatórios, e torcer para que tenha uma das três górgonas no meio. O que é bem capaz, já que Gaia está recrutando todos os seres do mal possíveis.

–Mas é um bom risco... A gente vai mesmo cometer esse ato suicida? – Perguntou Hazel com uma expressão animada.

–Mas é claro! Mal posso esperar! – disse Frank. Parece que o espírito de filho de Marte estava aflorando naquele momento. – Afinal, é pelo Jason.

–Anda logo e desativa essas defesas, Garoto dos Reparos! –Disse Piper, entusiasmada.

Leo foi em direção ao painel de controles do Argo II, tirou algumas chaves especiais de seu cinto de ferramentas, e desativou todas as defesas do Argo II.

–Se preparem, porque agora que a diversão começa.

Em questão de 5 minutos, uma horda de monstros marinhos variados os atacaram. Nico olhou para o céu, e viu mais voando. Eles já cercavam o barco... Era hora de lutar, e cruzar os dedos para que uma górgona aparecesse.