Namie era uma pecadora. E – era bem provável que – queimaria no inferno. Mesmo que ela não acreditasse nessas coisas, uma vez que era uma cientista (mas se podia acreditar em corpos sem cabeças que se movimentavam pela cidade, não tinha motivos para duvidar do céu ou do inferno).

Era uma maldita pecadora incestuosa. A super-proteção que dava ao irmão não podia mais ser considerada saudável. Já havia se tornado obsessão. Afinal, não eram todas as irmãs que faziam de tudo para separar o irmão mais novo de – qualquer – alguma mulher. Se ela não pudesse ser sua companheira, – e realmente não poderia, pois casamentos incestuosos não eram vistos com bons olhos em seu país (assim como não eram em lugar algum) – nenhuma outra seria.

Mas ele não a queria. Talvez não a quisesse nem como irmã. E ela sabia o motivo disso – prendê-lo em um quarto fechado enquanto mentia dizendo que tudo ia ficar bem e que achariam a garota em algum lugar. A garota que ele queria; a que ele achava digna – apenas por ela ter um rosto parecido com a cabeça do pote de vidro que um dia ele amara.

Namie ajudara o inimigo, era culpa dela que seu irmão gostasse de outra.

Mas ela não poderia fazer nada. Não queria manchá-lo com seu pecado. Não podia deixar que ele também queimasse no inferno.

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Ela queimaria sozinha, pois aquele era seu pecado.